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163º Aniversário de Nascimento de João Augusto Ribeiro

24 de Novembro, 2023

João Augusto Ribeiro nasceu em Vila Real a 24 de novembro de 1860. Entre 1877 e 1885 estudou na Academia Portuense de Belas Artes, onde foi discípulo de João António Correia.

 

Participou em exposições da Academia Portuense de Belas Artes (1881 e seguintes), nas do Grémio Artístico de Lisboa (1892 e seguintes), nas da Sociedade Nacional de Belas Artes (entre 1903 e 1919) e nas da Sociedade de Belas-Artes do Porto (entre 1908 e 1932).

 

No Porto ficou conhecido como um retratista fiel ao modelo, caraterística bem patente no seu autorretrato (foto da capa) datado de 1920, mas também nos retratos do pintor Cândido da Cunha, do engenheiro J. Cordewener e do cirurgião Couto Soares.

 

João Augusto Ribeiro pintou temas rústicos, paisagens e temas históricos, como os três quadros sobre a viagem marítima de Vasco da Gama à Índia – “A Partida”, “A Chegada” e “O Regresso” -, que se encontram reproduzidos no livro “Virtudes e Heroísmos Lusíadas”, organizado por Estefânia Cabreira e Oliveira Cabral.

 

A obra pictórica de João Augusto Ribeiro está representada no Museu Nacional de Soares dos Reis e na Casa-museu Marta Ortigão Sampaio, no Porto, no Museu do Chiado e na Câmara Municipal, em Lisboa, no Museu Grão Vasco, em Viseu, e nas coleções Dr. Couto Soares e Rodrigo Faria de Castro. Foi distinguida com a 1.ª medalha da Sociedade Nacional de Belas-Artes, em 1918, e com uma medalha de ouro na Exposição do Rio de Janeiro (1922).

 

O artista também fez carreira no ensino, tendo sido professor no Instituto Industrial e Comercial do Porto durante 44 anos. Lecionou na Escola de Belas Artes do Porto, regendo interinamente várias cadeiras.

 

Colaborou como publicista nas revistas Arte Portuguesa e A Águia e foi vogal efetivo do Conselho de Arte e Arqueologia da 3.ª Circunscrição.

 

Faleceu no Porto em 1932.

 

Imagem: O Pescador, óleo sobre tela, de J. A. Ribeiro, 1917 (?)

Obras do Museu Nacional Soares dos Reis em exposição no MNAA

23 de Novembro, 2023

Inaugura, no próximo dia 30 novembro, pelas 18 horas, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, a Exposição temporária «Identidades Partilhadas – Pintura Espanhola em Portugal».

 

A mostra, patente ao público até 30 março 2024, integrará quatro obras cedidas pelo Museu Nacional Soares dos Reis.

A presença da pintura espanhola em Portugal é uma consequência das relações culturais que existiram entre os dois países vizinhos e concretizou-se através do colecionismo, por meio de ofertas diplomáticas, de patrocínio eclesiástico e, mais recentemente, através de aquisições levadas a cabo por museus e instituições privadas e públicas.

 

Tendo estado na origem de uma importante campanha de restauro, investigação e valorização das pinturas espanholas, a mostra, comissariada por Joaquim Oliveira Caetano, diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, e Benito Navarrete, professor catedrático de história de arte na Universidade Complutense, integra as atividades culturais da Presidência Espanhola da União Europeia.

 

Obras cedidas do Museu Nacional Soares dos Reis:

Retrato do Infante D. Carlos de Habsburgo

Retrato do Infante D. Carlos de Habsburgo 

Sánchez Coello, Alonso (1531-1588)
1564-65
Óleo sobre tela
Câmara Municipal do Porto em depósito no Museu Nacional Soares dos Reis

Retrato de D. Manuel Rodrigues

Retrato de D. Manuel Rodrigues  

Rafael Tegeo Díaz (Caravaca de la Cruz, Murcia, 1798-Madrid, 1856)
Óleo sobre cobre
Museu Nacional Soares dos Reis

São Francisco de Assis recebendo os estigmas

São Francisco de Assis recebendo os estigmas  

atrib.: Vincenzo Camuccini (1773 – 1844). atrib. por Benito Navarrete em 2023 a Vicente López Portaña  (1772-1850)
Óleo sobre tela
Câmara Municipal do Porto em depósito no Museu Nacional Soares dos Reis

Composição

Composição 

Francisco Pradilla Ortiz (Villanueva de Gállego, Zaragoza, 1848-Madrid, 1921)
1878, Roma
Óleo sobre madeira
Museu Nacional Soares dos Reis

Serviço Educativo dinamiza «Oficina É preciso ter lata»

23 de Novembro, 2023

Oficina É preciso ter lata

26 novembro (domingo), 10h30-12h30

Público | Famílias com crianças e jovens dos 6 aos 16 anos

Valor | 2 Euros

Oficina orientada pelo Serviço de Educação

 

Inscrições
se@mnsr.dgpc.pt (até 48 horas de antecedência)

Dezembro encontra-se aí à porta e com ele a hora de pensar na quadra que se aproxima a passos largos: o Natal.

 

Nesta oficina propomos a reutilização de uma lata de refrigerante (ou parte dela), transformando-a com genialidade e criatividade num objeto com uma nova função: um adorno natalício.

 

O objetivo é o de reutilizar diferentes materiais e demonstrar que é possível dar uma nova vida a objetos que, de outro modo, seriam considerados resíduos.

134º Aniversário de Nascimento de Diogo de Macedo

22 de Novembro, 2023

Diogo Cândido de Macedo nasceu em Vila Nova de Gaia, a 22 novembro de 1889. Destacou-se como um dos mais importantes escultores da primeira geração de artistas modernistas portugueses.

 

Em 1944 é convidado a dirigir o Museu Nacional de Arte Contemporânea, cargo que mantém até ao final da vida. Faleceu, em Lisboa, a 19 fevereiro de 1959.

Em 1902 ingressa no curso de Escultura da Academia Portuense de Belas-Artes, por sugestão de Teixeira Lopes. Conclui o curso em 1911, ano em que parte para Paris. Os escultores Bourdelle e Rodin serão os grandes influenciadores do seu trabalho.

 

Em 1913 participa no Salão dos Artistas Franceses e realiza a primeira exposição individual, no Porto. Em 1915 participa no 1.º Salão dos Humoristas do Porto, com desenhos assinados sob o pseudónimo de «Maria Clara».

 

Nos anos seguintes divide a sua atividade entre o Porto, Lisboa e Paris e, em 1921, fixa-se na capital francesa. Esta fase é marcada pela intensa vida social e atividade profissional, esculpindo, escrevendo e organizando exposições.

 

Da sua fase parisiense destaca-se o grupo escultórico L’Adieu ou Le pardon (1920), obra gestualmente estática que alia uma sensibilidade neo-romântica e uma conotação simbolista a uma dimensão formal e plástica cosmopolita e moderna.

 

Em 1926 estabelece-se em Lisboa e em 1930 publica a sua primeira obra (14, Cité Falguière, memórias dos tempos de Paris). Nos anos seguintes mantém a produção artística, respondendo a encomendas privadas e oficiais.

 

Em 1941, após viuvez, renuncia à escultura e dedica-se à atividade literária. Publica biografias de artistas, estudos, separatas, prefácios de catálogos de exposições.

 

Em 1944 é convidado a dirigir o Museu Nacional de Arte Contemporânea, cargo que mantém até ao final da vida. Em 1946 torna a casar e, dois anos depois, é incumbido pelo Ministério das Colónias para dirigir e acompanhar uma exposição itinerante de Artes em Angola e Moçambique.

 

Na década de 1950 é convidado a organizar os processos de classificação dos imóveis de interesse público, atividade que mantém a par da participação em certames artísticos e da escrita de críticas e ensaios sobre assuntos de arte e de museologia.

 

Fonte: Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado

Foto: Escultura Cabeça de Rapaz, de Diogo de Macedo, acervo do Museu Nacional Soares dos Reis

Foto da Capa: Diogo de Macedo @Fundação Calouste Gulbenkian

«Entre o distúrbio da lucidez e a semântica da loucura»

21 de Novembro, 2023

A exposição “Portreto de la Animo” e as atividades paralelas são o foco do programa «Arte & Saúde» em 2023, prosseguindo com oferta cultural orientada à minimização do impacto da doença mental.

 

Portreto de la Animo pode ser visitada de terça a domingo, das 10h00 às 18h00.

 

Inscrições online

A programação paralela da Exposição Portreto de la Animo Art Brut Etc. propõe, no dia 9 dezembro, pelas 12h00, uma visita comentada por José Rui Teixeira, dedicada ao tema «Retratos e Autorretratos – Entre o distúrbio da lucidez e a semântica da loucura». Inscrições a decorrer.

 

Nesta exposição, só sabemos por onde entrar e, no fim, por onde sair. No seu interior, todos os itinerários são aleatórios. Não existe sinalética, apenas tendências de deslocação, com a consciência de que quem se desloca situa-se deslocado numa realidade que se transforma no lugar deslugarizado de uma deriva. O que cabe nos domínios da arte bruta? Aceitemos – como exercício de uma epistemologia sem responsabilidades – que arte bruta é a que resulta da intrínseca violência de estar entre esses dois abandonos: ser existir.

 

Bio

José Rui Teixeira nasceu no Porto, em 1974. Depois dos estudos teológicos e filosóficos, doutorou-se em Literatura na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. É diretor da Cátedra de Sophia, na Universidade Católica. Colabora com importantes centros de investigação, institutos e cátedras europeias e sul-americanas, integrando projetos, pronunciando conferências e publicando uma ensaística que coloca em diálogo as suas áreas de formação e interesse científico: teologia, filosofia, literatura e arte, antropologia e história da cultura e das religiões. É diretor pedagógico do Colégio Luso-Francês (Porto), editor e poeta.

Pintura de Sousa Pinto na Bienal dos Antiquários de Paris

21 de Novembro, 2023

O óleo sobre tela datado de 1875 “Retrato de homem de perfil”, do artista português José Júlio de Sousa Pinto, será apresentado na Bienal dos Antiquários de Paris, a decorrer entre 21 e 26 de novembro, no Grand Palais Ephémère, com 110 galerias provenientes de 12 países.

 

Nesta edição, com 41 novos expositores, participam sobretudo galerias francesas, mas também de Portugal, Espanha, Estados Unidos, Bélgica, Reino Unido, Japão, Hong Kong, Itália, Países Baixos, Áustria, Suíça e Alemanha.

 

A pintura de José Júlio de Sousa Pinto será apresentada pelo galerista luso-francês Philippe Mendes, residente em Paris.

 

Este “Retrato de homem de perfil”, óleo sobre tela datado de 1875, é uma “obra precoce” do então jovem artista, que viria a ser reconhecido como um dos maiores pintores portugueses do seu tempo, segundo a referência na página do certame da capital francesa, onde Philippe Mendes abriu uma galeria em 2007, sobretudo com pintura francesa e italiana do século XVI ao XIX.

José Júlio de Sousa Pinto, nascido nos Açores, a 15 de Setembro de 1856, morre em França, a 14 de Abril de 1939. Em 1870, iniciou os seus estudos na Academia Portuense de Belas Artes, onde foi discípulo de Thadeu Maria de Almeida Furtado, João António Correia e Soares dos Reis, tendo-se revelado um aluno brilhante. Com o curso de Pintura concluído em 1878 e elevadas classificações, abrem-se-lhe novos horizontes.

 

Em 1880, candidata-se ao pensionato português no estrangeiro e, vindo a ganhar o concurso, parte para Paris nesse mesmo ano para estudar Pintura de História ou de “figura”. Partirá ao mesmo tempo que o seu condiscípulo Henrique Pousão, concorrente em Paisagem. Em Paris, inscreve-se na École des Beaux-Arts e é aluno de Yvon e Cabanel e virá a ser influenciado por Jules Breton e, sobretudo, por Bastien-Lepage. Desde logo dá provas dos seus dotes e capacidades de aplicação, trabalhando muito e alcançando prémios.

 

Ainda como estudante, apresenta no ano de 1884, nas exposições do Salon, a obra “Aprês L’Ouragan” (A Macieira Partida, hoje propriedade do MNSR). Em 1899, a pintura “La récolte des pommes de terre” conduzi-lo-á à glória da representação no Museu do Luxemburgo (hoje Museu d’Orsay).

 

Artista consagrado em vida, para além dos prémios que alcançou em muitas das exposições a que concorreu, Sousa Pinto foi condecorado com as Ordens de Santiago de Espada e de Cristo de Portugal, com a Legião de Honra de França e era membro Honorário da Sociedade de Artistas de Madrid. Está representado em vários museus de França, em Monte Carlo, nos Estados Unidos da América, na Austrália e no Rio de Janeiro.

 

Em Portugal existem obras suas dispersas por um grande número de colecionadores particulares e em museus como o de Grão Vasco, Casa-Museu dos Patudos, Casa-Museu Teixeira Lopes e Museu do Chiado.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis possui obras de Sousa Pinto provenientes da Academia Portuense de Belas Artes, do antigo Museu Municipal, de ofertas e de legados. É significativo o núcleo de obras com que este artista está representado na Casa-Museu Fernando de Castro, constituído por retratos, cenas de género e paisagens, óleos e pastéis, com temas de Portugal e de França.

 

Créditos da Imagem

Retrato de homem de perfil
José Julio de SOUSA PINTO (1856-1939)
@Galerie Mendes

Jardim das Camélias começa a florir no Museu Nacional Soares dos Reis

21 de Novembro, 2023

No Jardim das Camélias, localizado no centro do Palácio dos Carrancas, observam-se várias espécies de Japoneira, que começam já a florir. Conhecidas como “rainhas do Inverno”, as camélias florescem na estação mais fria do ano e “emprestam” o seu colorido ao Museu Nacional Soares dos Reis.

 

O Palácio dos Carrancas começou a ser construído em 1795. O seu projeto é atribuído ao arquiteto Joaquim da Costa Lima Sampaio, que trabalhou na construção do Hospital de Santo António, da responsabilidade do inglês John Carr, e na Feitoria Inglesa, da autoria de Jonh Whitehead.

 

O projeto dividia a propriedade em três áreas principais: uma de residência, uma de jardim no interior do edifício e uma de cultivo nas traseiras.

Em 1861, o Palácio dos Carrancas foi adquirido pelo rei D. Pedro V para passar a residência oficial da família real nas suas visitas ao Norte do País e foi remodelado.

 

Foi doado, em 1915, à Misericórdia, através do testamento de D. Manuel II, que pretendia aí construir um hospital, o que nunca chegou a concretizar-se. Mais tarde, o Estado comprou o palácio para aqui instalar o Museu Nacional de Soares dos Reis que tinha sido fundado em 1833 e funcionava no Convento de Santo António, atual Biblioteca Pública Municipal do Porto.

 

O Palácio das Carrancas foi novamente alvo de remodelações para a sua nova função e, em 1940, foi aqui inaugurado o Museu Nacional Soares dos Reis, o mais antigo museu público de arte em Portugal.

 

Entre 1992 e 2001, o edifício sofreu uma série de profundas remodelações da autoria do arquiteto Fernando Távora. No exterior há um pátio com paredes cor-de-rosa e azulejos que dá lugar ao jardim resguardado pelas paredes do edifício. O espaço verde com relvados dá total destaque às camélias.

Brasil: Comunicação dedicada ao Turismo Cultural

21 de Novembro, 2023

O Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, António Ponte, participou na 12ª edição do FLIMAR – Festival Literário de Marechal Deodóro – Alagoas, Brasil, onde apresentou uma comunicação sobre turismo cultural.

 

A palestra A dinamização da região norte de Portugal ao transformar roteiros de bens culturais em produtos culturais: um impulso ao turismo cultural decorreu no passado sábado, no âmbito do 12º FLIMAR – Festival Literário de Marechal Deodóro – Alagoas.

 

António Ponte teve oportunidade de apresentar uma reflexão sobre o papel do Património no âmbito do Turismo Cultural e a importância do trabalho comunitário no contexto dessa atividade.

A edição deste ano do Flimar teve como tema o Património Histórico, contando com a presença de vários convidados especiais. As palestras e atividades programadas visaram promover a discussão e a reflexão sobre o património cultural e histórico do município, estabelecendo conexões entre a história local, a criação de emprego, e as perspetivas para o futuro.

 

Marechal Deodoro é um município brasileiro do estado de Alagoas. Foi a primeira capital de Alagoas e a cidade onde nasceu Manuel Deodoro da Fonseca, o então Marechal do Exército Brasileiro que proclamou a República do Brasil e foi o primeiro presidente do Brasil. O município faz parte da Região Metropolitana de Maceió.

 

É conhecida pelas construções de valor histórico, como igrejas, casarões, entre outras edificações.

Visita Comentada «Tomasz Machciński – um homem com mil caras»

20 de Novembro, 2023

A exposição “Portreto de la Animo” e as atividades paralelas são o foco do programa «Arte & Saúde» em 2023, prosseguindo com oferta cultural orientada à minimização do impacto da doença mental.

Portreto de la Animo pode ser visitada de terça a domingo, das 10h00 às 18h00.

 

Inscrições on-line

 

A programação paralela da Exposição Portreto de la Animo Art Brut Etc. propõe, no dia 6 dezembro, pelas 13h30, uma visita comentada por Miguel Almeida (Serviço Educativo do Centro de Arte Oliva), dedicada a «Tomasz Machciński – um homem com mil caras». Inscrições a decorrer.

 

Tomasz Machciński foi fotógrafo de si próprio. Retratou-se incontáveis vezes, ou, aplicando um termo atual, tirou selfies encarnando diferentes personagens. Muitas. Como o próprio disse: “suficientes para compor um exército”. Personagens famosas e fictícias – que viveram, vivem ou que ainda estão por nascer.

 

Nesta sessão vamos ver e conhecer a obra de Machciński onde o corpo transfigurado é um meio de expressão artística.

Nascido em 1942 na Polónia, Tomasz Machciński era um fotógrafo e performer autodidata. Enquanto órfão de guerra, recebeu um cartão autografado da actriz Joan Tompkins, estrela de Hollywood, com as palavras “Com amor para o ‘Tommy’ da ‘mãe’ Joan”, no âmbito de um programa de adoção à distância.

 

Durante os primeiros vinte anos de sua vida, Machciński estava convencido de que Tompkins era sua mãe. O fim do seu “sonho americano” e a perda dessa suposta identidade influenciaram o seu trabalho artístico.

 

A sua obra consiste em mais de 22.000 identidades fictícias ou apropriadas, capturadas em autorretratos fotográficos e cinematográficos. Nas suas encenações, o artista encarna despreocupada­mente estrelas de cinema, ícones da cultura pop, figuras históricas, literatura e política e outros personagens excêntricos de diferentes afiliações étnicas, sexuais ou sociais—reinvenções da sua própria identidade.

 

No seu trabalho, Machciński atua como realizador e ator, maquilhador e figurinista, arquivista, fotógrafo e artista performativo. A sua prática artística está relacionada com a História da Arte Europeia através do jogo com os métodos tradicionais de representação e as suas convenções.

 

Por outro lado, acompanha a estratégia da fotografia conceptual que usa a autoimagem como veículo para negociar dife­rentes significados, presente também no trabalho de Cindy Sherman ou Luigi Ontani. Tomasz Machciński é uma figura de destaque na fotografia “bruta”.

 

No ano seguinte à criação, em 2018, da Fundação Tomasz Machciński, os seus filmes foram exibidos na Whitechapel Gallery (Londres); nesse mesmo ano participou no Rencontres de la Photographie (Arles) na exposição PHOTO l BRUT, coleção Bruno Decharme & compagnie.

 

Em 2020, expõe no American Folk Art Museum em Nova York e, finalmente, uma grande exposição retrospe­tiva dedicada ao artista no Manggha (Cracóvia) em 2021.

 

Tomasz Machciński faleceu em janeiro de 2022 aos 79 anos.

Visita Orientada dedicada ao tema «O Natal na Arte Antiga»

20 de Novembro, 2023

Sábado, 2 dezembro, 11H00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Paula Santos
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

No âmbito da programação proposta para o mês de dezembro, decorre no dia 2, pelas 11 horas, uma visita orientada dedicada ao tema «O Natal na Arte Antiga».

 

As cenas alusivas à Natividade contam-se entre as mais numerosas na produção artística do mundo ocidental. A simbologia que lhes está associada, desde os tempos mais remotos, traz consigo significados profundos levando à reflexão.

 

Pretende-se, através desta visita, contribuir para descodificar cenas do Novo Testamento alusivas à Natividade. E, em obras de Pintura e Escultura do acervo do Museu Nacional Soares dos Reis, aferir critérios de qualidade e diferenciar algumas tipologias ligadas ao culto da Virgem e da Infância de Cristo.

 

Desde cedo a arte cristã usou a imagem do Menino para transmitir a mensagem evangélica, mas, acima de tudo, com carácter celebrativo. A imagem associa-se à celebração da fé, à vivência dos sacramentos e à projeção, na vida dos cristãos, desses acontecimentos da revelação. A figura de Cristo, representada inicialmente através de múltiplos símbolos e variados modelos iconográficos, ganha um relevo imprescindível.

 

Imagens

Natividade – Adoração dos Anjos e Natividade – Adoração dos pastores 
Autor: Cornelis de Baellieur (Antuérpia)
Obras originárias do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra (santuário) tendo sido incorporadas no Antigo Museu Portuense de Pinturas e Estampas (atual Museu Nacional Soares dos Reis) em 1834.

Faça parte dos Amigos do Museu

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Museu do Prado e Museu Soares dos Reis irmanados por sangue real

19 de Novembro, 2023

O Museu Nacional Soares dos Reis felicita o Museu do Prado, em Madrid, pela celebração do seu 204º Aniversário. Criado por Maria Isabel de Bragança, irmã de D. Pedro IV, o Real Museo de Pintura y Escultura abriu portas a 19 novembro de 1819.

 

Anos mais tarde, em 1833, D. Pedro IV cria, em Portugal, o Museu de Pinturas e Estampas e outros objetos de Belas Artes – atual Museu Nacional Soares dos Reis – para salvaguarda dos bens sequestrados aos absolutistas e conventos abandonados na guerra civil (1832-34).

O Museu do Prado, em Madrid, abriu ao público a 19 novembro 1819, com uma coleção de 311 pinturas da coleção real, todas de autores espanhóis, num edifício desenhado pelo arquiteto Juan de Villanueva, em 1785, e mandado construir por Carlos III para aí instalar o Gabinete de Ciencias Naturales.

 

Só mais tarde, Fernando VII, juntamente com a rainha sua mulher, a portuguesa Maria Isabel de Bragança, principal impulsionadora desta obra, tomaram a decisão de aí instalar o Real Museo.

 

Para além das obras expostas e referenciadas no primeiro catálogo do museu, publicado aquando da abertura, estavam guardadas em reserva 1510 obras igualmente provenientes das coleções reais, as quais tinham sido iniciadas, no século XVI, por iniciativa do imperador Carlos V e enriquecidas pelos seus sucessores, incluindo algumas das principais referências do museu.

 

Sobre Maria Isabel de Bragança

Maria Isabel de Bragança, esposa do rei Fernando VII e Rainha Consorte da Espanha de 1816 até 1818, era filha de João VI de Portugal e de sua esposa, a rainha Carlota Joaquina. Irmã mais velha de D. Pedro IV de Portugal (D. Pedro I do Brasil).

 

Maria Isabel de Bragança destacou-se pelo seu interesse pela cultura e afeição pela arte. Foi dela que partiu a iniciativa de reunir obras de arte dos monarcas espanhóis para criar um museu real, o futuro Museu do Prado.

 

Por ter falecido um ano antes da inauguração, Maria Isabel de Bragança não assistiu à abertura do Museu, mas o seu relevante papel na fundação do mesmo não foi esquecido.

 

Maria Isabel de Bragança tem um retrato no Museu datado de 1829, de autoria de Bernardo López Piquer, intitulado «María Isabel de Braganza como fundadora del Museo del Prado».

 

Na imagem, Maria Isabel de Bragança aponta com o braço direito para um local visível através de uma janela, com a mão esquerda revela alguns planos da construção do museu depositados sobre uma mesa, em pergaminhos ou papéis.

 

De acordo com Pedro de Madrazo, autor do catálogo dos quadros do Museu Real (documento datado de 1854) “foi a rainha Maria Isabel de Bragança quem sugeriu ao Rei a ideia (da criação do Museu), por “escitacion” de algumas personalidades amantes das Belas Artes, ideia que o Rei acolheu com verdadeiro entusiasmo”.

 

Imagem: María Isabel de Braganza como fundadora del Museo del Prado
LÓPEZ PIQUER, BERNARDO
Copyright ©Museo Nacional del Prado

Henrique Pousão em destaque no Google Arts & Culture

17 de Novembro, 2023

A plataforma Google Arts & Culture tem, atualmente, em destaque o editorial «10 Pintores Portugueses que tem de conhecer», nos quais inclui duas obras de Henrique Pousão: Vila de St. Sauves e Rapariga deitada num tronco de árvore (na foto), ambas pertencentes ao acervo do Museu Nacional Soares dos Reis e disponíveis na Exposição de Longa Duração.

 

Para além de Henrique Pousão, o editorial «10 Pintores Portugueses que tem de conhecer» inclui referências a Grão Vasco, Nuno Gonçalves, Paula Rego, Amadeo de Souza-Cardoso, José Malhoa, Almada Negreiros, Joaquim Rodrigo, Columbano Bordalo Pinheiro e Vieira da Silva.

Henrique Pousão nasceu a 01 de janeiro de 1859, em Vila Viçosa, onde viria também a morrer, aos 25 anos.

 

Ingressou na Academia Portuense de Belas-Artes, tendo-se sagrado como pintor da primeira geração naturalista, e foi pensionista do Estado em França e Itália.

 

A sua obra está fortemente representada na coleção do Museu Nacional Soares dos Reis, onde se encontram as obras “Casas Brancas de Capri”, “Senhora Vestida de Preto” e “Janelas das Persianas Azuis”, todas classificadas como tesouros nacionais.

 

A pintura de caminhos e ruas, pátios, casas, aspetos de Paris, testemunha o seu percurso criativo, que culmina nas estadias em Roma e Capri.

 

A sua obra, que revela o arrojo e o talento do jovem pintor e o seu interesse absoluto nos valores da pintura em si em detrimento dos temas ou da narrativa, foi entregue, após a sua morte prematura, à Academia Portuense de Belas Artes.

 

Henrique Pousão (1859-1884)

Desde cedo que a família lhe reconhecera talento, manifesto sobretudo em retratos a lápis. Com 10 anos passa a residir em Barcelos e, em 1872, fixa-se no Porto. É nesta cidade que frequenta o atelier do pintor António José da Costa para preparar a entrada na Academia Portuense de Belas-Artes (1872). Muito influenciado por Marques de Oliveira, regressado de Paris em 1879, Pousão ganha o concurso de pensionista, chegando a Paris no final do ano de 1880, acompanhado de Sousa Pinto (1856 – 1939).

 

Em Espanha, tinha visitado já o Museu do Prado e antes de ingressar no atelier de Cabanel e de Yvon, visitou também galerias de arte e museus em Paris, e conheceu o Impressionismo, especialmente em 1881 na região francesa de Puy-de-Dômes, aldeia de Saint-Sauves.

 

Neste ano, muda-se para Roma, onde aluga um atelier e, em 1882, produz significativas obras, também em Nápoles e Capri. Paisagens de um poético e vibrante cromatismo, em exercícios de captação de luz, pinturas de género como Cecília (na foto de capa), e retratos, com Senhora Vestida de Preto, realizado já em Paris, revelam a sua modernidade, invulgar no panorama artístico português. Vitimado aos 25 anos pela tuberculose, a sua obra adquire importância décadas mais tarde.

Exposição Portreto de la Animo propõe Oficina Máscaras

16 de Novembro, 2023

Máscaras

Oficina pela Sociedade Portuguesa de Psicodrama

26 novembro, 14h30-17h30

Mentores: Luciano Moura e Ana Silva Pinto

Participação gratuita, sujeita a inscrições online obrigatória.

A programação paralela da Exposição Portreto de la Animo Art Brut Etc. propõe, no dia 26 novembro, uma oficina de máscaras, conduzida por Luciano Moura e Ana Silva Pinto.  Inscrições a decorrer.

 

“Antes de conhecer os metais, quando os cavalos eram selvagens e o homem convivia com os animais, já a máscara existia. Vivia em cavernas onde gravava a imagem dos seres com os quais convivia (renas, ursos, etc.) e a sua própria imagem, mas mascarada. Antes de pintar o seu rosto, pintou a sua máscara”. (Ardiles, 1949)

Trata-se de uma cara artificial, antropomórfica ou zoomórfica, que colocamos sobre a cara, ou uma cobertura total ou parcial desta, de maneira a falsificar ou a ocultar a nossa individualidade.

A máscara é um elemento generalizado nas culturas. A máscara que esconde a sua própria expressão, transformando o rosto, protegendo, ocultando, e ao mesmo tempo mostrando a sua interioridade, desnudando o seu mundo interior e quem se é na realidade.

(Adaptado – “Teoría y Técnica Psicodramática”; J. Rojas Bermúdez)

 

Luciano Moura
Médico psiquiatra, Luciano Moura exerceu funções de Assistente graduado no Serviço de Psiquiatria do Hospital de S. João no Porto, onde além da atividade clínica, dirigiu diversos grupos de psicodrama nomeadamente Psicodrama com Crianças e grupos específicos de doentes: Psicóticos, Perturbações do Comportamento Alimentar, Seropositivos, Perturbações de Pós- Stress Traumático e Psicoterapia Psicodramática de casal e individual (desde 1990).

 

Sócio didacta e membro da Comissão de Ensino da Sociedade Portuguesa de Psicodrama (SPP), onde exerce atividades de formação e de supervisão. Dirigiu 2 grupos de supervisão no âmbito da Formação de Diretores de Psicodrama da SPP, um no Porto e um outro em Lisboa.

 

Faz parte do Comité de Ética da FEPTO (Federation of European Psychodrama Training). Foi “Chairman” deste Comité desde 2013 até 2015.

 

Ana Silva Pinto
Assistente Hospitalar Graduada de Psiquiatria, no Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar Universitário de Santo António (CHUdSA).

 

Membro da Coordenação Regional de Saúde Mental da ARS Norte. Membro da Direção Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos.

 

Docente convidada, nas cadeiras de Saúde Mental e de Psicologia Médica do Mestrado integrado em Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Terapeuta Cognitivo-comportamental e Psicodramatista faz parte da atual Direção da Sociedade Portuguesa de Psicodrama.

Visita Orientada inspirada no tema «Fogo que arde sem se ver»

15 de Novembro, 2023

Visita «Fogo que arde sem se ver»

25 novembro (sábado), 11h00
Público | Jovens e adultos
Valor | Bilhete de entrada + 2 EUR
Orientada por Paula Azeredo

 

Inscrições
Formulário online (com 48 horas de antecedência)

Nesta visita, sob o fio condutor do amor e seus contrários, detemo-nos em obras singulares de António Soares dos Reis (1847-1889), Marques de Oliveira (1853-1927), Henrique Pousão (1859-1884), Teixeira Lopes (1866-1942), José Malhoa (1855-1933), António Carneiro (1872-1930), Canto da Maia (1890-1981), Abel Salazar (1889-1946) e Augusto Gomes (1910-1976).

 

António Soares dos Reis (1847-1889)

Considerado um dos maiores escultores portugueses do séc. XIX, foi o grande renovador da escultura portuguesa do seu tempo. Patrono do Museu desde 1911.

 

Marques de Oliveira (1853-1927)

Ligado à pintura histórica por dever de pensionato e, mais tarde, de docência, Marques de Oliveira manifestou sempre uma grande sensibilidade pela natureza e pelos estudos de paisagem.

 

Henrique Pousão (1859-1884)

Muito influenciado por Marques de Oliveira, regressado de Paris em 1879, Pousão ganha o concurso de pensionista, chegando a Paris no final do ano de 1880, acompanhado de Sousa Pinto (1856 – 1939).

 

Teixeira Lopes (1866-1942)

António Teixeira Lopes iniciou a aprendizagem de escultura com o seu pai, o escultor José Joaquim Teixeira Lopes, e foi discípulo de Soares dos Reis, na Academia Portuense de Belas-Artes, de Cavalier e Barrias, na École de Paris.

 

José Malhoa (1855-1933)

Foi pioneiro do Naturalismo em Portugal, tendo integrado o Grupo do Leão. Destacou-se também por ser um dos pintores portugueses que mais se aproximou da corrente artística Impressionista.

 

António Carneiro (1872-1930)

Um dos nomes maiores da pintura e do desenho em Portugal, foi discípulo de Soares dos Reis e de Marques de Oliveira na Academia Portuense de Belas-Artes. Retratista emérito e muito solicitado, interessou-se igualmente pela paisagem.

 

Canto da Maia (1890-1981)

Canto da Maia ou Canto da Maya, escultor português, destaca-se como uma figura de primeiro plano no quadro da primeira geração de artistas modernistas portugueses. Natural dos Açores, estudou, trabalhou e viveu longos anos no estrangeiro, principalmente em França e Espanha.

 

Abel Salazar (1889-1946)

Médico, professor catedrático, artista e escritor português. Reconhecido como pintor e desenhador, tem também qualificada obra como caricaturista, gravador, escultor e martelador de cobres, caso único entre os artistas contemporâneos.

 

Augusto Gomes (1910-1976)

Pintor português, Augusto Gomes formou-se em pintura na Escola de Belas-Artes do Porto. A fase inicial da sua obra, nos anos 30, foi profundamente marcada pela tendência naturalista vigente na época.

Visita «Uma casa incomum – a Casa-Museu Fernando de Castro»

15 de Novembro, 2023

Sábado, 25 novembro, 11H00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Ana Mântua
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

No âmbito da programação proposta para o mês de novembro, decorre no dia 25, pelas 11 horas, uma visita orientada à Casa-Museu Fernando de Castro, no Porto.

 

O acervo da Casa-Museu Fernando de Castro é constituído por diferentes coleções reunidas ao longo de várias décadas. É composto, maioritariamente, por arte religiosa com representações eruditas e de cariz popular, pintura naturalista portuguesa e artes decorativas. Destaca-se, ainda, um interessante núcleo de caricaturas e alguns livros da autoria de Fernando de Castro, colecionador, artista e poeta.

 

Fernando de Castro (Sé, 23 nov. 1888 – Paranhos, 7 out. 1946) foi um colecionador e empresário portuense reconhecido pela sua veia poética manifesta em publicações, com gosto pela leitura e inclinação para o desenho tendo criado várias séries de caricaturas.

 

Fernando de Castro viveu na rua das Flores junto da loja do pai, cujo negócio prosperou em vidros, espelhos e papéis pintados. Entre 1893-1908, o empresário empenhou-se na construção de uma nova casa situada na rua de Costa Cabral.

 

Desde cedo, Fernando de Castro cresceu dentro de um imaginário pleno de figuras de estilo e de ícones, em particular no que diz respeito ao mobiliário e recheio da casa de Costa Cabral— património que conservou e respeitou após a morte do pai em 1918.

 

Na idade adulta, desenvolveu os seus interesses culturais num círculo de amigos ligados aos negócios e com um gosto particular pelas artes e letras. Terá sido após a morte da mãe em 1925 que Fernando de Castro fez novas aquisições de peças.

 

A Casa-Museu Fernando de Castro é administrada pelo Museu Nacional Soares dos Reis desde 1952. As visitas estão sujeitas a marcação prévia. Saiba mais aqui.

Faça parte dos Amigos do Museu

Beneficie de vantagens exclusivas. Saiba mais aqui.

136º Aniversário de Nascimento de Amadeo de Souza-Cardoso

14 de Novembro, 2023

Amadeo de Souza-Cardoso pertence à primeira geração de pintores modernistas portugueses, destacando-se pela qualidade excecional da sua obra e pelo diálogo que estabeleceu com as vanguardas históricas do início do século XX.

 

Nascido em Mancelos (Amarante) a 14 novembro 1887, faleceu a 25 outubro de 1918, em Espinho, vítima da epidemia “pneumónica” que assolou a Europa no final da Guerra.

A morte aos 30 anos de idade irá ditar o fim abrupto de uma obra pictórica em plena maturidade e de uma carreira internacional promissora, mas ainda em fase de afirmação.

 

Amadeo de Souza-Cardoso teve uma vida curta e intensa em Paris, onde fez contactos com os artistas modernistas, e regressou a Portugal no início da Primeira Guerra Mundial como um pintor reconhecido nos meios da vanguarda.

 

Participou em exposições coletivas em Paris, Berlim, Nova Iorque, Chicago, Boston e Londres, e chegou a exibir e a vender o seu trabalho nos Estados Unidos, sendo considerado, pelo crítico de arte norte-americano Robert Loescher, “um dos segredos mais bem guardados do início da arte moderna”.

 

Em 2016, mais de 40 mil pessoas visitaram a exposição dedicada a Amadeo de Souza-Cardoso no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto (que depois seguiu para o Museu do Chiado, em Lisboa), e, no mesmo ano, no Grand Palais, em Paris, uma outra exposição reuniu cerca de 250 obras em pintura, desenho e gravura do artista.

 

A mostra que esteve patente no Museu Nacional Soares dos Reis foi uma recriação da exposição que o próprio Amadeo de Souza-Cardoso fez no Porto, em 1916, a única exposição individual do artista (então, no salão de festas do Jardim Passos Manuel).

Teatro do Bolhão apresenta «O prazer dos objetos»

14 de Novembro, 2023

O Teatro do Bolhão apresenta, no Auditório do Museu Nacional Soares dos Reis, o espetáculo «O Prazer dos Objetos», dias 24 e 25 de novembro (sexta-feira e sábado), às 19h00, e dia 26 de novembro (domingo), às 16h00.

 

A sessão de domingo, às 16h00, terá tradução em Linguagem Gestual Portuguesa (LGP).

 

A apresentação tem um cariz solidário.

 

A entrada é gratuita e a plateia é convidada a fazer um donativo de qualquer valor para a campanha Unidos pelo Edu*.

 

Inscrição formulário online

Escrita e dirigida por Zeferino Mota, a peça «O Prazer dos Objetos» é apresentada em forma de palestra e aborda questões que se relacionam com património e memória, encontrando na sala de conferências de um museu o seu habitat natural.

 

Uma atriz na personagem de uma historiadora de arte apresenta a comunicação «O prazer dos objetos». A morte recente de uma pessoa próxima fizera-a descobrir como uma ausência significativa sacraliza fotografias, cartas, louças, gestos, etc e como são as relações de afinidade que tornam um objeto verdadeiro; torna-se real através de um vínculo e de uma proximidade.

 

Esta “revelação” é proposta diretamente ao público que ouve a “conferência”: o objeto sagrado pela memória é preservado, reciclado, convidado a ocupar um lugar, pode durar uma vida e pode mesmo ser um legado para futuras gerações; a sua contemplação demorada contrapõe-se ao ritmo do nosso tempo, em que as imagens passam de maneira fugaz pela retina e a multiplicidade de alternativas faz com que não tenhamos obrigação nem necessidade de nos demorarmos num lugar.

 

A biografia partilhada pela “performer” enquanto palestrante só aparentemente é individual; trata-se da história vivida por homens e mulheres que tentam chegar a um lugar que possam chamar lar.

 

Espetáculo precedido de conversa e apresentação da escultura O Desterrado

 

No dia da estreia do espetáculo (24 novembro), no Museu Nacional Soares dos Reis, a equipa técnica e artística do Teatro do Bolhão modera uma conversa, às 17h30, sobre os temas património e memória. Segue-se, às 18h40, e ainda antes do espetáculo, uma apresentação da obra-prima de António Soares dos Reis, O Desterrado. Paula Santos, do Museu Nacional Soares dos Reis, enquadra a emotividade saudosista que a escultura transmite no contexto em que a peça foi produzida, em Roma (1872), como prova final do curso de Escultura.

 

* A campanha Unidos pelo Edu reverte a favor da reabilitação de Eduardo Cunha, jovem de 17 anos e aluno do Curso de Intérprete (Ator/Atriz) na ACE Escola de Artes. Em abril deste ano, teve um acidente numa piscina e sofreu uma lesão grave na cervical, estando agora, depois de um processo difícil e longo nos cuidados intensivos do Hospital de Santo António, em processo intenso de reabilitação. A família que o tem apoiado permanentemente lançou uma campanha de angariação de fundos @unidospeloedu à qual a ACE Escola de Artes, o Teatro do Bolhão e o Museu Nacional Soares dos Reis se associam.

 

O Teatro do Bolhão foi formado em 2002 por um grupo de onze profissionais com direção artística de António Capelo, Glória Cheio, João Paulo Costa, Joana Providência e Pedro Aparício, a que mais tarde se juntou António Júlio. A companhia, sediada no Palácio do Bolhão, tem uma relação sinergética com a ACE Escola de Artes, integrando os/as jovens profissionais formados/as numa equipa de trabalho em constante renovação. Desde 2010, a companhia tem vindo a dinamizar um Serviço Educativo que promove uma relação contínua e orgânica com a região em que se insere através de workshops, laboratórios e oficinas, e ainda através do Teatro Portátil, que leva às escolas obras literárias lecionadas em diferentes níveis de ensino.

 

O Teatro do Bolhão é uma entidade financiada em regime quadrienal pela Direção Geral das Artes – Ministério da Cultura.

Oficina «Como construir uma câmara clara com materiais do dia-a-dia»

14 de Novembro, 2023

25 novembro (sábado), 14h00-16h00
Público | Maiores de 16 anos

 

Valor | Entrada gratuita
Oficina orientada pelo Serviço de Educação, Jorge Coutinho, e pelo Serviço de Conservação e Restauro, Salomé Carvalho

 

Inscrições
se@mnsr.dgpc.pt (até 48 horas de antecedência)

Nesta oficina, pretende-se partilhar um projeto que permite, com materiais simples, provar que é possível criar uma ferramenta ilustrativa de Arte e simultaneamente de Ótica, comprovando ainda que existe muita Ciência na Arte.

 

A câmara clara, ou camera lucida como também é conhecida, é um instrumento auxiliar do desenho muito importante para a fotografia e para a Física Ótica. Este instrumento permite ao utilizador a observação em simultâneo do objeto a desenhar e a superfície de desenho, como um decalque.

 

Através da observação pela câmara clara, o desenhador pode simplesmente documentar os pontos chave da escultura ou imagem a reproduzir, ou decalcar todas as linhas de força da forma ou da composição.

 

Esta atividade está inserida na programação da Semana da Ciência e Tecnologia 2023, a decorrer entre 20 e 26 novembro, com o objetivo de divulgar e promover os cientistas, o que investigam e os seus contributos para o avanço do conhecimento e o bem-estar da sociedade.

 

São realizadas centenas de ações de divulgação de ciência e tecnologia organizadas por instituições científicas, universidades, escolas, museus e centros de ciência em todo o país.

 

Colóquios, exposições, cafés de ciência ou atividades em laboratórios, são exemplos de iniciativas organizadas durante este período que têm vindo a contribuir para uma apropriação da ciência pelos cidadãos. O público, especialmente o mais jovem, tem assim a oportunidade de ficar a conhecer melhor a comunidade científica e os resultados de investigação mais recentes nas mais diversas áreas científicas.

 

A Semana da Ciência e da Tecnologia inclui o Dia Nacional da Cultura Científica , estabelecido a 24 de novembro em homenagem ao professor, poeta e divulgador de ciência Rómulo de Carvalho, que nasceu nesta data. O Dia Nacional da Cultura Científica foi estabelecido em 1996, tendo a celebração da cultura científica sido alargada a uma semana no ano seguinte.

Visita Orientada: O Douro nas coleções do Museu Soares dos Reis

13 de Novembro, 2023

23 novembro (5ª feira), 18h00
Público | Jovens e adultos
Visita orientada por Isabel Rodrigues

 

Valor | Entrada gratuita

 

Inscrições
Formulário online (com 48 horas de antecedência)

O ponto de partida desta visita é o catálogo da exposição “O Douro visto por Artistas Plásticos”, realizada no Museu Nacional Soares dos Reis em 1963, integrada nas comemorações da inauguração da Ponte da Arrábida.

 

Nesta visita, revisitam-se notícias de jornais da época, o álbum fotográfico da inauguração da exposição, bem como os catálogos de referência em que estas obras participaram, espólio documental da biblioteca do Museu.

 

Manuel Maria Lúcio, pintor amador, escolheu como mestre o pintor Artur Loureiro. Entre os artistas que frequentaram o atelier-escola nos jardins do Palácio de Cristal, Manuel Maria Lúcio foi um dos discípulos da sua preferência. O Museu Nacional de Soares dos Reis integra desde 1944 uma parte significativa do seu espólio de arte e biblioteca.

 

Em Gaia, na casa onde viveu toda a sua vida, reuniu uma coleção importante, sobretudo em pintura contemporânea, peças de mobiliário, faianças e esmaltes. Além de colecionador, Manuel Maria Lúcio foi um bibliófilo notável.

 

Não tendo cursado a Academia Portuense de Belas Artes, serviu-se de livros e publicações como veículos de cultura artística. Nas telas, tábuas e pastéis que pintou, abundam aspetos das regiões do Alto-Douro e do Vale do Vouga, de Gaia e do Porto, como o Rio Douro, de 1906, exposto no Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Joaquim Lopes matriculou-se na Escola de Belas Artes do Porto, em 1906, tendo como mestres José de Brito, em Desenho, e Marques de Oliveira, em Pintura. Este último teve grande influência na sua formação e a amizade e admiração que nutria pelo mestre estão bem patentes na obra que, mais tarde, escreveu sobre ele.

 

No Porto, Joaquim Lopes fez parte da Sociedade de Belas Artes do Porto, apresentando-se nas suas exposições desde 1918 e participando na tentativa de renovação levada a cabo por vários artistas.

 

Na sua vasta obra tocou vários géneros, como a paisagem, que constituiu motivo frequente da sua pintura, dando-lhe um colorido e vigor caraterísticos. Para além do Museu Nacional Soares dos Reis, a obra de Joaquim Lopes encontra-se espalhada por vários museus e instituições públicas, de que são exemplo o Museu do Chiado, em Lisboa, o Museu de Grão Vasco, em Viseu, ou o Museu do Abade de Baçal, em Bragança, e ainda em coleções particulares.

 

Imagem

Museu Nacional Soares dos Reis
N.º de Inventário: 900 Pin CMP/ MNSR
Denominação: Barcos à descarga no rio Douro
Autor: Lopes, Joaquim Francisco
Datação: 1927 d.C.

Visita Comentada «Curadoria de Arte Bruta» com Antonia Gaeta

13 de Novembro, 2023

A exposição “Portreto de la Animo” e as atividades paralelas são o foco do programa «Arte & Saúde» em 2023, prosseguindo com oferta cultural orientada à minimização do impacto da doença mental.

 

Portreto de la Animo pode ser visitada de terça a domingo, das 10h00 às 18h00.

 

Inscrições on-line

A programação paralela da Exposição Portreto de la Animo Art Brut Etc. propõe, no dia 22 novembro, uma visita comentada por Antonia Gaeta, dedicada ao tema «Curadoria de Arte Bruta».

 

A visita irá construir-se em torno da palavra “Considerar”, e abordará aborda as obras em exposição através de observações interrogativas, perspetivas de análise etiológica, causas e efeitos. A visita desenvolve-se como um texto que se transforma em opinião e na qual a observação se entrelaça com o pensamento até chegar a um certo discernimento.

 

Antonia Gaeta é Licenciada em Conservação dos Bens Culturais pela Universidade de Bolonha. Mestre em Estudos Curatoriais pela FBAUL e Doutora em Arte Contemporânea pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra.

 

Desde 2003 desenvolve projetos de investigação, edição e exposição com diversas instituições artísticas em Portugal e no estrangeiro e tem textos publicados em catálogos de arte, revistas especializadas e programas de exposições.

 

Foi coordenadora executiva das representações portuguesas nas Bienais de Arte de Veneza (edições 2009 e 2011) e de São Paulo (edições 2008 e 2010) pela DGARTES. Em 2015 inicia a sua colaboração regular com a Coleção Treger Saint Silvestre em depósito no Centro de Arte Oliva. Em Outubro de 2019 abre em Lisboa o VERÃO, um espaço de experimentação no âmbito das artes visuais.

 

Curadora da exposição Ninguém. Só eu., uma mostra que resulta do projeto de residência e de apoio à criação artística coordenado por Antonia Gaeta em torno da exposição Jaime: “vi uma cadela minha com lobos”. Os artistas foram convidados a dialogar com a vida e obra de Jaime Fernandes, artista outsider de culto, mas cuja produção se manteve sobretudo conhecida através do filme Jaime (1974) de António Reis e não tanto pelo contacto direto com os desenhos.

 

Antonia Gaeta propôs uma reflexão sobre o imaginário do autor e das particularidades da sua biografia: Jaime Fernandes (1899-1969) foi diagnosticado com esquizofrenia e internado por mais de três décadas no Hospital Miguel Bombarda (Lisboa); o desenho e a escrita surgiram tardia e inesperadamente nos últimos anos da sua vida, no contexto da reclusão hospitalar.

 

Assim, as obras em Ninguém. Só Eu. tecem fios condutores relacionados com ideias sobre “experiência restrita”; “complementaridade entre experiência e descrição”; “imaginação e memória”, reconfigurando e materializando um mundo interior de leis subjetivas e poéticas.

173º Aniversário de Nascimento do pintor Silva Porto

11 de Novembro, 2023

Assinala-se, hoje, 11 novembro, o 173º Aniversário de Nascimento de Silva Porto, um dos nomes de referência da pintura naturalista em Portugal.

 

António Carvalho da Silva nasceu no Porto (nome da terra natal que adotou para apelido artístico), em 1850, e faleceu em Lisboa, em 1893, com apenas 43 anos.

Após concluir estudos na Academia Portuense de Belas-Artes, parte em 1873 para Paris, pensionista do Estado em Pintura de Paisagem. Em França pinta em Barbizon, lugar mítico de nascimento do Naturalismo, e em Auvers convive com Daubigny, um dos mestres do movimento.

 

Expõe no Salon em 1876 e 78. Fixando-se em Roma, viaja com Marques de Oliveira por várias cidades de Itália.

 

Em 1879 regressa ao país. As paisagens que apresenta na histórica exposição da Sociedade Promotora das Belas-Artes, em 1880, introduzem a estética naturalista em Portugal. À sua volta, reúne-se um grupo de jovens pintores que se apresenta anualmente nas “Exposições de Quadros Modernos”, e que Columbano celebrizará em 1885 no retrato coletivo O Grupo do Leão.

 

Nos últimos anos de atividade, desenvolve uma pintura de tipos e costumes regionais, que será explorada, de forma mais exuberante, por Malhoa e Carlos Reis.

 

De entre as inúmeras obras de Silva Porto expostas no Museu Nacional Soares dos Reis destacamos o óleo sobre tela Colheita – Ceifeiras (na imagem). Esta obra integrou a Doação Honório de Lima (DHL) feita a favor da Câmara Municipal do Porto em 1941.

 

Elisa Adelaide Bessa Lima, viúva de Eduardo Honório de Lima, em cumprimento da disposição do marido, doou à Câmara Municipal do Porto, em 1941, 21 quadros da autoria de Silva Porto. O conjunto destas 21 obras consta do Inventário Geral do Museu Municipal do Porto de 1938/39, cujo acervo foi depositado no Museu Nacional de Soares dos Reis em 1940/41, conforme o Decreto-Lei 27.879 de 21 julho de 1937.

 

Foto da capa: António Carvalho da Silva Porto (1850-1893), artista português, numa gravura publicada em 1886, no Diario Illustrado (@Biblioteca Nacional de Portugal)

Lançamento do livro infantil «Era uma vez um bicho invisível»

10 de Novembro, 2023

«Era uma vez um bicho invisível» é o título do livro infantil que será apresentado no próximo dia 26 novembro, no Museu Nacional Soares dos Reis, a partir das 15 horas.

 

Com autoria de Maria Amélia Paiva e ilustrações de Joyce Veiga, o livro infantil “Era uma vez um bicho invisível” remete para o período da pandemia pelo vírus SARS-CoV-2 (Covid) e as suas consequências.

 

Os desafios enfrentados nessa altura são narrados e ilustrados com algum humor, para lembrar que o Mundo é feito de imprevistos, e que cada um de nós pode ter sempre um papel ativo a desempenhar.

Maria Amélia Paiva

Licenciada em História, variante Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e Mestre em História da Arte em Portugal pelo Departamento de Ciências e Técnicas do Património, professora e dinamizadora cultural.

 

Tem várias publicações académicas na área de arquitetura civil, com especial enfoque para a casa nobre do concelho de Ponte de Lima. É autora do livro “As portadas no concelho de Ponte de Lima: estruturas, funções e significados”, publicado pela Câmara Municipal de Ponte de Lima, e de diversos artigos em revistas.

 

Participou em congressos nacionais e internacionais com apresentações públicas de trabalhos resultantes da sua investigação. Trabalhou, igualmente, para empresas privadas com trabalhos escritos. Criadora de dois grupos seniores UPA (Unidos pela Arte) e Mais Além, que têm o objetivo de dinamizar a vida dos mais velhos, devolvendo-lhes dignidade e qualidade de vida através de novas experiências culturais.

 

Joyce Veiga

Formada em Engenharia Agronómica pela Universidade de São Paulo, e Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Trabalhou durante 15 anos nas áreas automotiva e do petróleo.

 

Há 8 anos mudou radicalmente a sua carreira para seguir o seu sonho de trabalhar com desenho. Vive em Portugal há 4 anos.

 

Criou mais de 700 desenhos para clientes no Brasil, Estados Unidos e Europa, e ilustrou os seguintes livros: Veiga, Joyce ­ Marina, a Menina Grande. São Paulo, Brasil: Chiado Editora, 2018; Fagundes, Antoniele ­ Sua Casa: Estilo de Vida, Organização e Decoração. São Paulo, Brasil: Chiado Editora, 2018; Camacho, Artur; Araújo, Eduardo Guilhon ­ Os Meninos que Gostavam de Escrever. Rio de Janeiro, Brasil: Editora Pragmatha, 2023; Paiva, Maria Amélia – Era uma vez um bicho invisível. Porto: Edições Esgotadas, 2023.

Museu acolhe Conferência «Escultura e a obra de Delfim Maya»

10 de Novembro, 2023

O Museu Nacional Soares dos Reis acolhe, no próximo dia 25 novembro, pelas 16 horas, a Conferência «Escultura e a obra de Delfim Maya», evento que integra a realização de uma Mesa-Redonda, Lançamento de Livro e apresentação do Prémio Delfim Maya.

 

A obra de Delfim Maya convoca diversas questões de inequívoco sincronismo com a modernidade da escultura portuguesa e europeia, sendo esses aspetos abordados por Fátima Lambert e Samuel Rama. Maria Maya, neta do escultor, apresentará o seu mais recente livro «O Modernismo de Delfim Maya», seguindo-se uma breve apresentação do prémio Delfim Maya.

 

O Prémio Escultor Delfim Maya visa dar a conhecer a obra do escultor Delfim Maya (Porto, 1886 – Lisboa, 1978), o primeiro a introduzir em Portugal a escultura em folha de metal recortada, em 1934.

Maria José Maya

Tem um Mestrado em História de Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, concluído em 2022.

 

Neta de Delfim Maya, investiga e escreve sobre ele desde há muitos anos.

 

É promotora do prémio escultor Delfim Maya, que decorre até final de dezembro de 2023, em colaboração com a ESAD.CR – Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha, com a Liga dos Amigos do Museu José Malhoa e com algumas Instituições de Ensino Superior.

 

Organizou a conferência e a exposição “Um modernista autodidata: Delfim Maya (1886- 1978)” na BNP- Biblioteca Nacional.

 

Participou no catálogo digital da “História das Exposições de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian”, escrevendo sobre Delfim Maia, Hein Semke, Canto da Maia e Emmerico Nunes, em 2019.

 

Fátima Lambert

Licenciada em Filosofia (1982), Mestre em Filosofia/Estética (1986) e Doutorada em Estética/Filosofia — Faculdade de Filosofia Braga/U. Católica Portuguesa (1998). É Professora Coordenadora — Estética e Educação — na Escola Superior Educação/Politécnico do Porto, onde coordena a licenciatura Gestão do Património e o Mestrado Património, Artes e Turismo Cultural.

 

Coordena a linha de investigação de Cultura, Arte e Educação — InED (FCT)/ESE-P.Porto, de que foi diretora. Integra várias comissões científicas e editoriais de revistas científicas em Portugal, Espanha e Brasil. É Crítica de Arte (membro da AICA) e Curadora Inde-pendente. Linhas de investigação privilegiadas: Educação Estética e Arte Contemporânea; [In]visibilidade da mulher na história: pensamento, obra e ação; Viajantes: escritores e artistas no séc. XIX; Paisagem, Viagem e Utopia; Escrita, Imagem e Performance — intermedialidade. Publica regularmente em revistas científicas, autora de livros e monografias.

 

Samuel Rama

Licenciado em Artes Plásticas, na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, onde é docente desde 2003. Doutorado em Artes Visuais em 2013. Investigador do LIDA – Laboratório de Investigação em Design e Artes.

 

A sua atividade incide na pesquisa da intrincada e complexa relação entre os meios da escultura, desenho e fotografia com as noções de paisagem. De entre as suas exposições individuais destacam-se: Habitar a Penumbra (2005), Módulo – Centro Difusor de Arte, Porto; MAGMA (2008), Galeria 111 – Lisboa e Porto, SCANNING (2010) Arquivo Fotográfico de Lisboa, Lisboa; MEGAPARSECS (2012) Teatro da Politécnica, Lisboa.

 

Finalista nos prémios IV International Expanded Painting Prize (2007), Museo de Bellas Artes de Castellón, Espanha e na X Mostra Internacional UNION FENOSA (2008), Museo de Arte Contemporâneo União Fenosa, Coruña, Espanha.

Exposição Portreto de la Animo propõe Oficina e Performance

10 de Novembro, 2023

A exposição “Portreto de la Animo” e as atividades paralelas são o foco do programa «Arte & Saúde» em 2023, prosseguindo com oferta cultural orientada à minimização do impacto da doença mental.

 

Portreto de la Animo pode ser visitada de terça a domingo, das 10h00 às 18h00.

 

Inscrições on-line

A programação paralela da Exposição Portreto de la Animo Art Brut Etc. propõe, no dia 19 novembro, uma oficina e uma performance relacionadas com o movimento e a coreografia.

 

Agendada para as 10h30, a Oficina «Um passeio pela natureza do corpo» pretende lançar um desafio relacionado com as múltiplas leituras sobre o corpo enquanto paisagem, máquina ou animal. Como o movimento e a sua coreografia nos podem abrir novas narrativas sobre o corpo, o olhar o outro e o sermos natureza.

 

A atividade, com duração de 1h30, é dirigida a famílias e público em geral, tendo participação gratuita.

 

Pelas 12h00, será apresentada a performance «IO – Paisagens, Máquinas, Animais», a primeira peça de uma série de trabalhos de Né Barros que se movem entre Paisagens, Máquinas e Animais. A peça IO vai buscar o nome a uma das quatro grandes luas de Júpiter que, apesar de estar localizada numa região gélida, se carateriza por ser o local com maior atividade vulcânica do Sistema Solar.

 

É com este título que José Alberto Gomes lança o seu disco, que parte da manipulação e desconstrução do timbre rico e hipnótico do saxofone barítono e que se estrutura numa obra de um só fôlego, paciente, de inúmeras camadas, assumidamente influenciado pelo universo da ficção científica e fortemente marcado pelos tons introspetivos sempre presentes no percurso de BlacKoyote (editora do disco). É este ambiente de extremos e de contrastes que também inspira a peça final dirigida por Né Barros, que assume uma forma híbrida entre concerto e performance.

 

A atividade, com duração de 50 minutos, é dirigida a famílias e público em geral, tendo entrada livre, sujeita à lotação do espaço.

 

Notas biográficas

NÉ BARROS

Coreógrafa e bailarina, investigadora no Instituto de Filosofia da Universidade do Porto no grupo de Estética, Política e Conhecimento. Tem desenvolvido o seu trabalho artístico em conexão com os seus estudos académicos e pesquisas. Iniciou a sua formação em dança clássica e, posteriormente, trabalhou em dança contemporânea e composição coreográfica nos Estados Unidos (Smith College). Doutorada em Dança (Universidade de Lisboa) e Master in Dance Studies (Laban Centre, Londres). Concluiu um Pós-Doutoramento no Instituto de Filosofia sobre a estética das performances. Estudou Teatro (ESAP). Como coreógrafa, tem colaborado com artistas visuais, fotógrafos, realizadores de cinema, encenadores e músicos.

 

 

JOSÉ ALBERTO GOMES

Músico, artista sonoro e curador. Completou o curso de piano do Conservatório do Porto e, em 2007, finalizou a licenciatura em Composição na ESMAE. Doutorado em Computer Music pela Universidade Católica Portuguesa, tem estado ligado ao ensino na área da arte e novos media. Atualmente é coordenador do Serviço Educativo Braga Media Arts (Cidade Criativa da UNESCO no domínio das Media Arts) onde desenvolve e orienta conteúdos, espetáculos e projetos de criação artística ligada às novas tecnologias na arte, comunidade e educação. É docente na Escola das Artes – UCP, no Mestrado em Engenharia em Desenvolvimento em Jogos Digitais – IPCA e no Doutoramento de Media e Arte Digital na Universidade Aberta.

Em novembro, descobrimos o conjunto de livros Mangá de Hokusai

9 de Novembro, 2023

Público
Jovens e adultos

 

Ingresso
Entrada gratuita

 

Inscrições
Formulário online (com 48 horas de antecedência)

Peça do Mês Mangá de Hokusai
29 novembro (4ª feira), 13h30
30 novembro (5ª feira), 18h30
Público | Jovens e adultos
Sessão comentada por Ana Anjos Mântua

 

O Museu Nacional Soares dos Reis apresenta, na rubrica A Peça do Mês – A Escolha do Público, o conjunto de livros Mangá de Hokusai. As sessões comentadas decorrem nos dias 29 novembro (13h30) e 30 novembro (18h30). Inscrições a decorrer.

 

Mangá de Hokusai é uma coleção de esboços de diversos temas realizados pelo artista japonês Katsushika Hokusai.

 

Paisagens, flora e fauna, vida quotidiana, religião e o universo sobrenatural são os assuntos abordados nos 15 volumes, cuja publicação teve início em 1814.

 

Dos 15 volumes originais, Fernando de Castro adquiriu 13 que integram um recorte da sua coleção dedicada ao Oriente.

 

O artista japonês Katsushika Hokusai (1760-1849) começou uma formação como escultor aos 15 anos de idade. Dedicou depois a sua longa vida quase exclusivamente à criação de estampas em blocos de madeira colorida e usou cerca de 30 nomes de artistas diferentes.

 

A sua obra mais famosa é “A Grande Onda de Kanagawa” da série “36 Views of Fuji”. O seu estilo inspirou artistas como Vincent van Gogh, Paul Gauguin e Gustav Klimt e contribuiu também para o movimento de Japonismo.

Visita baseada no Estudo científico da escultura de Soares dos Reis

8 de Novembro, 2023

Sábado 18 novembro, 11H00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Salomé Carvalho
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

No âmbito da programação proposta para o mês de novembro, decorre no dia 18, pelas 11 horas, uma visita orientada baseada no Estudo técnico-científico da escultura de Soares dos Reis.

 

Esta visita desenrola-se em formato de roteiro, abrangendo algumas esculturas estudadas no âmbito do projeto de investigação GEO-SR – Abordagem multidisciplinar à alteração, alterabilidade e conservação da obra escultórica geomaterial de Soares dos Reis: reavaliação de paradigmas museológicos e criação de valor para sociedades em mudança, através do Património Cultural.

 

GEO-SR é um consórcio de investigação liderado pelo CITAR (EA-UCP), contando ainda com investigadores do GeoBioTec (U. Aveiro), Centro de Física (U. Minho), Construct (FEUP) e do Museu Nacional Soares dos Reis (DGPC-MC) e com parcerias internacionais dos Museus Rodin e Camille Claudel e da Galeria Nacional de Arte Moderna – Roma.

 

O projeto visou o estudo de 35 esculturas de Soares dos Reis, no sentido de colmatar uma lacuna profunda de conhecimento científico e tecnológico respeitante às componentes materiais, conservativas e simbólicas da escultura geomaterial europeia do século XIX.

 

A informação obtida será aplicada à elaboração de métodos de avaliação portáteis, não invasivos e mais acessíveis com vista à redefinição de questões éticas e protocolos de conservação, exposição, armazenamento, manuseamento, segurança e transporte destes objetos.

Faça parte dos Amigos do Museu

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Visita Orientada pelo universo dos Escultores contemporâneos

8 de Novembro, 2023

Escultores contemporâneos
17 novembro (6ª feira), 11h00
Público | Jovens e adultos
Valor | bilhete de entrada + 2 EUR
Visita orientada por Paula Santos

 

Inscrições: Formulário online (com 48 horas de antecedência)

Artistas de renome da escultura do século XX retomaram o seu lugar na exposição de longa duração do Museu, ao fim de mais de três décadas de afastamento do público.

 

Neste reposicionamento, a seleção de peças foi alargada tornando possível uma noção mais clara acerca da continuidade da disciplina, do naturalismo à escultura modernista.

 

Nesta visita, conduzida por Paula Santos Triães, Gestora de Coleção, são apresentados escultores portugueses relevantes, alguns na linhagem de Teixeira Lopes, o Grand Prix da Exposição Universal de 1900.

 

Biografia de António Teixeira Lopes

Discípulo de António Soares dos Reis e autor, entre outras, da icónica escultura Infância de Caim (na imagem), António Teixeira Lopes nasceu a 27 outubro 1866, em Vila Nova de Gaia.

 

António Teixeira Lopes (1866-1942) iniciou a aprendizagem de escultura com o seu pai, o escultor José Joaquim Teixeira Lopes, e foi discípulo de Soares dos Reis, na Academia Portuense de Belas-Artes, de Cavalier e Barrias, na École de Paris.

 

Em 1889, assume já um estilo próprio em Caim (Museu Nacional de Soares dos Reis), caraterizado pelo dramatismo da expressão facial e corporal que manterá ao longo da sua obra, como nas peças A Viúva e Caridade (Museu do Chiado), nas alegorias à História (no jazigo de Oliveira Martins, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa) e à Dor (estátua funerária no Cemitério de Agramonte, no Porto).

 

Tratou, essencialmente, temas religiosos para igrejas e hospitais, como Rainha Santa Isabel (Igreja de Santa Clara-a-Nova), Senhora de Fátima (Hospital de Fátima) e Santo Isidoro (Igreja Paroquial de Santo Isidoro, em Marco de Canaveses).

 

Pontualmente dedicou-se à escultura monumental nas homenagens a Soares dos Reis (Gaia), Infante D. Henrique, Afonso de Albuquerque, Camões, Antero de Quental, Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós (esta no Largo Barão de Quintela, em Lisboa).

 

Foi professor de escultura na Escola de Belas-Artes do Porto e foi condecorado com a 1.ª medalha do Grémio Artístico (1897), com o Grand Prix do Salon de Paris (1900) e a Grã-Cruz de Santiago da Espada.

Capa da Vogue Portugal fotografada no Museu Soares dos Reis

7 de Novembro, 2023

Já está disponível a edição de novembro da revista Vogue Portugal, cujo editorial é dedicado às artes. Uma das capas deste mês apresenta a modelo Kirsi Pyrhönen fotografada na Sala de Escultura do Museu Nacional Soares dos Reis, junto ao gesso da Estátua de Brotero, de autoria de António Soares dos Reis.

 

Este número da revista Vogue Portugal é “dedicado a todo o género de artes, como a Moda, celebrando obra e artista mas, acima de tudo, a criatividade e a audácia de quebrar barreiras através da expressão artística”.

 

“Quando a poeira dos séculos assenta, o que resta de cada civilização não são os seus dogmas e as suas ideologias, nem as suas razões para ir à guerra, mas as suas artes”, escreve a diretora da revista, Sofia Lucas, para a edição de novembro desta revista mensal, direcionada para o público feminino.

 

Recorde-se que esta não é a primeira experiência do Museu Nacional Soares dos Reis na ligação ao universo da moda. Em outubro do ano passado, por exemplo, o Museu Nacional Soares dos Reis foi um dos palcos do Portugal Fashion.

 

As coleções de Diogo Miranda, Huarte e Alves/Gonçalves foram apresentadas no Jardim das Camélias, no Picadeiro e no Jardim do Velódromo Rainha D. Amélia, com o Museu Nacional Soares dos Reis a servir de cenário para as novas criações.

149º Aniversário de Nascimento de António Fernandes de Sá

7 de Novembro, 2023

O escultor e professor António Fernandes de Sá nasceu em Avintes, Vila Nova de Gaia, a 7 de Novembro de 1874.

 

Entre as principais obras de António Fernandes de Sá conta-se, entre muitas outras, «A Cabeça de Velha», com evidentes influências de Rodin, cuja versão em bronze foi comprada pelo governo francês e a versão de mármore (na foto) se guarda no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto.

António Fernandes de Sá nasceu em Avintes, Vila Nova de Gaia, a 7 de Novembro de 1874. Na infância acompanhava o pai até à oficina de marmorista e fundidor de trabalhos em gesso na antiga Rua dos Lavadouros, no Porto, rua que veio a dar lugar à Avenida dos Aliados.

 

Em 1888 inscreveu-se na Escola de Belas Artes do Porto onde frequentou os cursos de Arquitetura, Pintura, Escultura e Desenho Histórico e foi discípulo, entre outros, do mestre Marques de Oliveira, na disciplina de Desenho.

 

Em 1895, com Tomás Alberto de Moura, Eduardo da Costa Alves Júnior e Abel de Vasconcelos Cardoso concorreu ao pensionato do Estado no estrangeiro, na classe de Escultura. Depois de classificado em primeiro lugar, Fernandes de Sá seguiu até Paris em 1896.

 

Na capital francesa, onde sofreu a influência da obra de Auguste Rodin (1840-1917), frequentou a Academia Julien, na qual foi discípulo de Denys Puech (1854-1942); a classe de Escultura de Alexandre Falguière (1831-1900), na École des Beaux-Arts; e a classe de Desenho de Louis-Auguste Girardot (1856-1933), na Académie Colarossi.

 

Foi admitido no Salon (1898) e participou na Exposição Universal de Paris (1900), mas não confraternizou com os artistas portugueses aí residentes, nem mesmo com o condiscípulo António Carneiro. O seu único companheiro foi o pintor Eugénio Moreira, com quem passou uns dias na Bélgica e na Holanda, na Páscoa de 1899.

 

Terminado o pensionato regressou a Portugal, em 1901. Casou com Lúcia de Araújo Lima, sua conterrânea, mulher culta e com vocação para o ensino, da qual teve três filhos: Manuel, António e Álvaro. No Porto, montou um atelier, na Rua Álvares Cabral.

 

Em 1902 enviou trabalhos para a Exposição de Belas Artes de Lisboa, sendo, de novo, premiado. No ano seguinte foi eleito Académico de Mérito da Academia Portuense de Belas Artes.

 

Anos depois, em 1917, transferiu o seu atelier para a Rua da Constituição, localização mais próxima do Colégio Araújo Lima, propriedade da família da mulher. Nesta escola, participou na formação artística dos seus alunos e, após a morte da companheira, assumiu a direção do estabelecimento de ensino.

 

A viuvez e a morte de Álvaro, o seu filho mais novo, isolaram-no do mundo.

 

Entre as principais obras de António Fernandes de Sá conta-se, entre muitas outras, «A Cabeça de Velha», com evidentes influências de Rodin, cuja versão em bronze foi comprada pelo governo francês e a versão de mármore (na foto) se guarda no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto.

 

Morreu na sua casa do Largo de Magarão, em Vila Nova de Gaia, a 26 de Novembro de 1959.

(Fonte: Universidade Digital / Gestão de Informação, 2009)

 

O busto «A Cabeça de Velha», de contorno irregular, deixa evidente a pedra mármore, matéria onde emerge a figura de uma idosa, de pálpebras descaídas e ossos salientes de um rosto magro; o tronco despido deixa ver as clavículas e o pescoço esguio.

 

O artista confronta-nos com a crua realidade da beleza perdida. Baseia-se seguramente num tema que recua a 1887 referindo-se, em concreto, a uma das pilastras das Portas do Inferno de Auguste Rodin, a quem se fica a dever também, com esta figuração, o impressionante mármore Celle qui fut la Belle Heaulmière.

 

Foto de capa: António Fernandes de Sá @Arquivo Municipal do Porto

Visita O pintor em busca do arco-íris – algumas histórias da cor

6 de Novembro, 2023

10 novembro (6ª feira), 15h00
Público | Jovens e adultos
Valor | bilhete de entrada + 2 EUR

Visita orientada por Ana Paula Machado

 

Inscrições
Formulário online (com 48 horas de antecedência)

 

Nesta visita à exposição de longa duração do Museu Nacional Soares dos Reis são narrados alguns episódios da atribulada história das cores e dos artistas e artesãos que as produziram e usaram.

 

Propõem-se novas perspetivas e modos de aproximação à pintura. Faz-se a ponte entre a pintura dos séculos XVI a XIX e os nossos dias, através da cor e dos materiais usados para a produzir, tanto na arte como na roupa que usamos todos os dias.

“Uma pintura, seja ela mural ou de cavalete, é formada por um conjunto de materiais de diferente natureza química organizados numa estrutura em camadas.

 

A face visível da pintura, onde se misturam cores e formas, é constituída pelas camadas mais superficiais, de que fazem parte o verniz, quando existente, por um lado, e os pigmentos, os corantes e os aglutinantes, por outro.

 

Estas camadas são aplicadas sobre uma preparação, ela própria contendo pigmentos, e esta sobre o suporte ou então encontram-se estas camadas cromáticas diretamente colocadas sobre o suporte – que, em qualquer um dos casos, pode ser de tela, madeira, alvenaria, vidro, metal ou outro material.

 

Os pigmentos, no sentido restrito do termo, são geralmente materiais de origem inorgânica, cristalinos e insolúveis, utilizados pela cor que apresentam. Distinguem-se dos corantes, igualmente usados por causa da sua cor, pelo facto de estes serem materiais orgânicos normalmente solúveis.

 

Nalgumas situações, porém, têm sido utilizados materiais compósitos que resultam da deposição dos corantes à superfície das partículas de um pigmento branco transparente, materiais estes que em português recebem o nome de lacas (…)”*.

 

 

* António João Cruz «A matéria de que é feita a cor. Os pigmentos utilizados em pintura e a sua identificação e caracterização» Comunicação aos “1.os Encontros de Conservação e Restauro – Tecnologias”, Instituto Politécnico de Tomar, 2000.

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