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Serviço Educativo promove Oficina «Uma mão cheia de objetos»

15 de Dezembro, 2023
Louças de Barcelos, pintado por Eduardo Viana, em 1915

Público | Famílias com crianças e jovens dos 6 aos 16 anos

Valor | Gratuita

Oficina orientada pelo Serviço de Educação

Inscrições: se@mnsr.dgpc.pt

Entre pintura, escultura e artes decorativas da exposição de longa duração do Museu Nacional Soares dos Reis, apuramos o “olho de lince” mas também o pensar e sentir o que se não vê, nesta Visita para Famílias.

 

Somos desafiados a descobrir pormenores e a conhecer histórias, técnicas, formas, funções, usos e significados. E tudo vai ficar registado na construção de um móbil.

 

Participe em família!

Museu Soares dos Reis acolhe Concerto por Ensemble Music Theater

14 de Dezembro, 2023
Ensemble Music Theater

O Ensemble Music Theater apresenta-se, no próximo sábado, dia 16 dezembro, pelas 16 horas, no Auditório do Museu Nacional Soares dos Reis. Entrada livre.

 

Um elenco de 12 obras são executadas por piano, dois violinos, violoncelo e uma narradora-personagem.

 

O Ensemble Music Theater traz ao palco do Museu Nacional Soares dos Reis música-cénica, pela mão de compositores como Kurt Weill, Hans Eisler, Paul Dessau, que emergem através de um repertório criativo e reproduzem ideias cénicas.

Sobre os Compositores

 

Ennio Morricone

As suas composições são como rios que fluem em sons, pintando paisagens. Cada acorde é um convite à imaginação, à surpresa, ao encantamento. As suas melodias convidam-nos a voar para além do tudo

 

Philip Glass

Um minimalismo que nos transporta para um universo desconhecido de sensações. As suas notas são cristais em suspensão

 

Kurt Weill

A sua música cénica é uma mistura de jazz, cabaret e clássica, é um quadro que nos desperta para um bailado de notas, vibrantes e livres, que nos convida a imaginar estórias de gloria

 

Karl Jenkins

Compositor genial e visionário. Mistura géneros e tradições, desafiando os limites das sensações

 

Jacob de Haan

Cada nota é uma estória, por vezes um sussurro que nos obriga a escutar, como se tratasse do fluir de um rio sereno

 

Hans Zimmer

É considerado um dos maiores compositores de trilhas sonoras e é conhecido por seu estilo único e emocional, numa abordagem épica e emotiva

 

Hanns Eisler

As suas melodias são eco de resistência onde arte e política se entrelaçam. Da parceria eterna com Brecht nasceu uma magia cénica

Estatísticas da Cultura 2022: Museus com mais 8,3 milhões de visitantes

14 de Dezembro, 2023
Visitantes no MNSR

O Instituto Nacional de Estatística acaba de disponibilizar para consulta online a publicação Estatísticas da Cultura – 2022.

 

No documento é divulgada informação estatística do sector cultural e criativo nomeadamente: ensino; emprego; índice de preços no consumidor de bens e serviços culturais; empresas do sector cultural e criativo; comércio internacional de bens culturais; participação cultural; património cultural; artes plásticas; materiais impressos e de literatura; audiovisual e multimédia; artes do espetáculo; radiodifusão e financiamento público das atividades culturais e criativas.

Em 2022, o número de visitantes dos museus foi 15,8 milhões, representando um aumento de 8,3 milhões (+110,3%) relativamente a 2021. Apesar da recuperação registada no período em análise, o número de visitantes foi inferior ao registado nos anos pré-pandemia (19,8 milhões de visitantes em 2019).

 

O número de visitantes estrangeiros atingiu 7,7 milhões (mais 4,8 milhões do que no ano anterior), passando a representar 48,6% do total de visitantes nos museus (representavam 38,6% em 2021).

 

Os visitantes inseridos em grupos escolares totalizaram 1,2 milhões, mais 786,5 mil (+294,3%) do que em 2021.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, parcialmente encerrado em 2022, registou 44.166 entradas. Recorde-se que a reabertura plena do museu, depois da intervenção de requalificação, ocorreu no dia 13 abril 2023.

 

A renovada exposição de longa duração reúne a coleção mais importante de arte portuguesa do século XIX. No total são 1133 peças que contam a história do museu e da arte, distribuídas por 27 salas.

 

Outros dados a reter na publicação Estatísticas da Cultura – 2022

 

Em 2022, realizaram-se 41 388 sessões de espetáculos ao vivo (24 469 em 2021), às quais assistiram 14,9 milhões de espectadores (3,6 milhões em 2021), e foram vendidos 6,6 milhões de bilhetes (2,0 milhões em 2021), que geraram 147,3 milhões de euros de receitas de bilheteira (28,0 milhões de euros em 2021).

 

A circulação total de publicações periódicas (jornais e revistas) foi de 338,9 milhões, da qual 30,9% foi circulação paga e 69,1% correspondeu a circulação gratuita. Neste ano foram editados-impressos 11 449 livros (dados provisórios), a que correspondeu um decréscimo de 5,2% em relação a 2021.

 

O emprego cultural foi estimado em 190,6 mil pessoas, representado 3,9% do total da economia. A remuneração bruta mensal média por trabalhador nas atividades do sector cultural e criativo foi 1 417 euros (mais 4,0% do que em 2021).

Serviço de Documentação e Informação divulga novidades bibliográficas

13 de Dezembro, 2023

O Serviço de Documentação e Informação do Museu Nacional Soares dos Reis acaba de lançar para consulta o catálogo das novidades bibliográficas registadas no Sistema Integrado de Gestão de Bibliotecas, durante os meses de outubro e novembro 2023.

 

Todas as obras listadas no catálogo encontram-se disponíveis para consulta na Biblioteca do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Entre as novidades cita-se, a título de exemplo, “Portugal, memória do futuro: cultura, moda, um povo”, que inclui texto temático de António Ponte, Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis: Encajes de Bolillos : un arte del passado para el futuro.

O Serviço de Documentação e Informação integra a Biblioteca e o Arquivo do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

A Biblioteca é especializada em História da Arte, nomeadamente nas áreas temáticas das suas coleções — Pintura, Escultura, Artes Decorativas, Gravura, Desenho, Arqueologia — e ainda em História da cidade do Porto e Museologia.

 

O fundo documental é composto por obras de referência, monografias, publicações periódicas, catálogos de museus, catálogos de exposições, catálogos de leilões, teses académicas e ainda coleções de cartazes, postais e desdobráveis.

 

O Arquivo, reflexo da atividade e da história da instituição, divide-se em dois fundos, o do Museu Nacional Soares dos Reis e o do Museu Municipal do Porto. O tratamento e controlo da documentação e informação, bem como a consulta e divulgação são alguns dos serviços disponibilizados.

 

A Biblioteca funciona nos dias úteis, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h00, exceto feriados nacionais e municipais.

O acesso à Biblioteca requer marcação prévia por e-mail: biblioteca@mnsr.dgpc.pt

 

Catálogo da Biblioteca acessível aqui

Regulamento disponível aqui

Visita Orientada dedicada a intervenções de conservação e restauro

13 de Dezembro, 2023

Sábado, 16 dezembro, 11H00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Salomé Carvalho
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

No âmbito da programação proposta para o mês de dezembro, decorre no dia 16, pelas 11 horas, uma visita orientada em torno da intervenção de Conservação e Restauro das pinturas sobre madeira, «Natividade» e «Apresentação do Menino no Templo», atribuídas ao Grupo dos “maneiristas de Antuérpia”.

 

A visita irá abordar as principais questões técnicas e materiais que a obra apresenta.

 

A Conservação e Restauro promove a salvaguarda e consequente transmissão do Património Cultural às gerações futuras. Engloba todas as ações e medidas, diretas e indiretas, que garantem a preservação material dos objetos culturais e artísticos.

 

Na intervenção em análise, houve uma ênfase na camada pictórica, ou seja, no estrato de tinta que constitui a composição. Salienta-se a substituição do verniz envelhecido, processo comum em conservação e restauro de pintura, e que altera completamente o aspeto visual da peça.

 

Os vernizes eram aplicados sobre a camada de óleo completamente seco, para proteção da tinta e para saturação das cores. Com o passar do tempo, os vernizes sofrem degradação fotoquímica, isto é, vão envelhecendo e perdendo propriedades, por ação da radiação UV presente na luz solar.

 

Consoante vão escurecendo e amarelecendo, vão perdendo a capacidade de proteger as pinturas, e, por esse motivo, são substituídos por um verniz novo, selecionado de acordo com as suas características químicas e óticas, para que a camada de cor se mantenha salvaguardada.

Faça parte dos Amigos do Museu

Beneficie de vantagens exclusivas. Saiba mais aqui.

Portreto de la Animo: Visita Comentada «Poesia e Arte Bruta»

12 de Dezembro, 2023

Sábado 19 dezembro, 18H00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Maria Reis e Ana Mântua

Inscrições online

No âmbito da programação proposta para o mês de dezembro, decorre no dia 19, pelas 18 horas, uma visita comentada à Exposição Portreto de la Animo Art Brut Etc., dedicada ao tema «Poesia e Arte Bruta».

 

Esta visita pretende cruzar a poesia e a arte bruta, através de um exercício de leitura em voz alta. Entre retratos e versos da alma, pretende-se estimular os visitantes a percorrer o que mais os desassossega. Falaremos de Camilo Pessanha, Alejandra Pizarnik, Mário de Sá Carneiro, Adília Lopes e João Miguel Fernandes Jorge.

 

Maria Miguel Reis é licenciada em História e mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A sua dissertação de mestrado explora as relações entre poesia e cinema, a partir do livro Pickpocket, de João Miguel Fernandes Jorge. Encontra-se a realizar um estágio profissional no Museu Nacional Soares dos Reis e interessa-se, de sobremaneira, pelo diálogo entre a literatura e as outras artes.

 

Ana Mântua é licenciada em História, variante de História da Arte, e pós-graduada em Arte, Património e Restauro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É coordenadora da Casa-Museu Fernando de Castro, no Porto, desde 2021. Anteriormente, desempenhou funções de coordenação da Casa-Museu Anastácio Gonçalves, investigação e curadoria de exposições no Mosteiro dos Jerónimos/Torre de Belém e no Museu Nacional do Azulejo. É ainda autora de uma série de artigos científicos nas áreas do património e do colecionismo.

Museu Nacional Soares dos Reis volta a ser sala de aula da U. Porto

12 de Dezembro, 2023

Já se encontram abertas as inscrições para todos os estudantes de 1.º e 2.º ciclo da Universidade do Porto que pretendam frequentar como complemento ao plano de estudos, ao longo do 2.º semestre do ano letivo 2023/2024, mais uma edição das unidades curriculares de competências transversais “Cultura, Arte e Património”.

 

Este programa proporciona aos participantes uma formação multidisciplinar em ligação com instituições culturais da cidade, entre as quais o Museu Nacional Soares dos Reis.

Neste momento, já estão abertas as inscrições para as unidades curriculares Jardim: o Desenho e Cultivo da Biodiversidade, lecionada no Jardim Botânico da Universidade do Porto, e O Museu como Lugar de Fruição, lecionada no Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Na unidade curricular O Museu como Lugar de Fruição, sediada na Faculdade de Letras (FLUP), as questões a colocar são: Como é, afinal, o trabalho num museu? Como é feita a conservação das peças? Como é que se conceptualiza e organiza, de forma prática, uma exposição? Que formas são utilizadas para comunicar com o(s) público(s)?

 

Acompanhados pelos profissionais do Museu Nacional Soares dos Reis, os participantes ficarão familiarizados com tudo o que é necessário para fazer funcionar e atrair o público àquele que foi o primeiro museu nacional de arte em Portugal.

Simulacro de Intervenção e Evacuação de Bens Culturais

11 de Dezembro, 2023

Decorreu, esta manhã, um simulacro de incêndio no Museu Nacional Soares dos Reis, no âmbito da contínua revisão e atualização do Plano de Segurança existente.

 

A iniciativa contou com o envolvimento e participação da Proteção Civil Municipal, Polícia de Segurança Pública, Regimento de Sapadores Bombeiros e empresa responsável pela realização do simulacro.

 

O objetivo do exercício visa a melhoria da capacidade de resposta da equipa do Museu a um eventual caso de incêndio nas instalações do Palácio dos Carrancas, garantindo não só a evacuação de pessoas, mas também a salvaguarda das obras que integram o acervo museológico (Simulacro de Intervenção e Evacuação de Bens Culturais).

A realização destes simulacros permite criar novas sinergias e cooperações mais estreitas entre o Museu Nacional Soares dos Reis – enquanto instituição que gere bens culturais – e os diferentes serviços que integram a Proteção Civil, tendo em vista uma gestão mais eficaz em situações de crise, com controlo e redução de perdas e danos.

 

A Direção do Museu Nacional Soares dos Reis agradece a participação de todas as entidades envolvidas, bem como de todos os funcionários que ativamente se empenharam para o sucesso do simulacro.

93º Aniversário de Nascimento da Escultora Irene Vilar

11 de Dezembro, 2023

Irene Vilar nasceu a 11 dezembro de 1930, em Matosinhos. Apesar de ter trabalhado em diferentes áreas, foi à escultura que Irene Vilar dedicou grande parte da sua vida.

 

Nos estudos enveredou, desde cedo, por esta arte. Licenciou-se na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e obteve 20 valores na sua tese de escultura, tendo sido discípula de Barata Feyo e Dórdio Gomes.

 

Em Portugal, o espólio de Irene Vilar encontra-se disperso pelo Museu Nacional Soares dos Reis, Museu Amadeo Souza-Cardoso, Biblioteca-Museu de Vila Franca de Xira, Museu do Chiado, Património Artístico de Matosinhos, entre outros.

Em 1958, como bolseira do Instituto de Alta Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian, estudou em Itália e viajou por Espanha, França e Suíça.

 

Estagiou na Escola de Gomes Teixeira e na Escola Secundária de Clara de Resende, no Porto, lecionou as disciplinas de Desenho, Educação Visual e História do Traje. Foi também diretora da antiga Escola Industrial Aurélia de Sousa (hoje Escola Secundária), igualmente no Porto.

 

Depois de um interregno no período pós 25 de Abril de 1974, viria a terminar a sua carreira de docente na Escola Secundária Clara de Resende, em 1987. A partir desta data passou a dedicar-se inteiramente à Arte.

 

É autora de uma variada, ampla e riquíssima obra plástica, nas áreas da escultura, da medalhística, da numismática, da ourivesaria e da pintura, mostrada num sem número de exposições (individuais e coletivas) e distinguida com vários prémios.

 

A escultura em bronze, datada de 1954, da escritora Maria de Castro Henriques Oswald (na foto), de autoria de Irene Vilar e pertencente ao acervo do Museu Nacional Soares dos Reis, reflete a ligação que muitas vezes se gera entre escultores e intelectuais, aspeto que é notório na coleção de escultura do MNSR. Tal relação teve na obra de Irene Vilar um significado especial, como fica claro nos seus retratos de poetas, entre eles, Fernando Pessoa, Florbela Espanca e Cesário Verde.

 

Irene Vilar faleceu a 12 maio de 2008, com 77 anos, no Porto, vítima de doença prolongada.

 

(Créditos)

800 Anos do primeiro Presépio criado por São Francisco de Assis

11 de Dezembro, 2023

No Natal de 1223, São Francisco de Assis criou o primeiro presépio da história. Na cidade de Greccio, São Francisco de Assis reuniu pessoas que representaram o nascimento de Jesus.

 

No Museu Nacional Soares dos Reis, várias peças do acervo evocam cenas alusivas ao presépio e à Sagrada Família, como o exemplo aqui apresentado «Sagrada Família, São João e um Anjo», óleo sobre cobre, datado dos séculos XVI-XVII, proveniente da doação de Berta Pinto dos Santos Villares (1204 Pin MNSR).

 

Segundo o primeiro biógrafo de São Francisco, Tomás de Celano, daquele presépio do Natal de 1223, “todos voltaram para suas casas, cheios de inefável alegria”.  A Igreja considera que com a simplicidade daquele gesto, São Francisco realizou uma grande obra de evangelização.

Símbolo icónico do Cristianismo, o presépio tem como objetivo representar o Menino Jesus nascido em Belém. Naquela época, a ação de São Francisco tinha um propósito didático, visando facilitar a compreensão das pessoas sobre o nascimento de Jesus.

 

Escreveu S. Boaventura, a propósito do presépio de Greccio: «Três anos antes da morte [S. Francisco] resolveu celebrar com a maior solenidade possível a festa do Nascimento do Menino Jesus, ao pé da povoação de Greccio, a fim de estimular a devoção daquela gente. Mas para que um tal projeto não fosse tido por revolucionário, pediu para isso licença ao Sumo Pontífice, que lha concedeu.

 

Mandou preparar uma manjedoira com palha, e trazer um boi e um burrito. Convocaram-se muitos Irmãos; vieram inúmeras pessoas; pela floresta ressoaram cânticos alegres… Essa noite venerável revestiu-se de esplendor e solenidade, iluminada por uma infinidade de tochas a arder e ao som de cânticos harmoniosos. O homem de Deus estava de pé diante do presépio, cheio de piedade, banhado em lágrimas e irradiante de alegria. O altar dessa missa foi a manjedoira.

 

Francisco, que era diácono, fez a proclamação do Evangelho. Em seguida dirigiu a palavra à assembleia, contando o nascimento do pobre Rei, a quem chamou, com ternura e devoção, o Menino de Belém. (…) O exemplo de Francisco correu mundo e ainda hoje consegue excitar à fé de Cristo muitos corações adormecidos.»

150 anos do gesso original do «Cristo Morto» de Soares dos Reis

7 de Dezembro, 2023

“As escassas sete obras de pendor religioso realizadas nos primeiros anos da carreira de Soares dos Reis resumem a sua breve incursão pela temática. Entre os poucos modelos de cariz devoto, que o Museu Nacional Soares dos Reis conserva, figura o gesso do Cristo Morto, que serviu de modelo para a imagem oferecida por Soares dos Reis à Igreja de Mafamude, em Gaia (altar de S. Vicente).

 

Destinado a um altar e apresentando-se originalmente como um nú, para ter aceitação, teve de ser sujeito a encobrimento com uma faixa em tela endurecida, tal como se observa no Cristo de madeira. Essa degeneração não se vê, felizmente, na maquete em gesso do Museu Nacional Soares dos Reis, que apresenta o jacente em estado original.

O corpo é esbelto, mas não musculado quanto seria mister para que se apresentasse corpulento. Tem a cabeça proporcionada, pendente sobre o lado direito, a cabeleira é farta e mostra um ondulado largo, o tronco exibe musculatura correta, as pernas altas, delgadas, mas vigorosas.

 

Tão sujeito a uma interpretação naturalista, como acontece a um modelo humano em geral, este Cristo apresenta modelado correto, graças à técnica apurada no estrangeiro e à influência benéfica de António Luís da Silva Cruz.

 

Para o belo efeito da composição contribui a liberdade de movimentos, notável no arqueado do peito, na fronte caída e nas mechas pendentes do cabelo.

 

Em Soares dos Reis, o modo de trabalhar o barro diferenciou-se, nalguns casos, da obra acabada, com prejuízo desta. Não é o caso do Cristo em madeira de Mafamude, que apresenta uma extraordinária perfeição no modelado mas sem que isso se traduza num acabamento excessivo ou polimento exagerado; pelo contrário, daí resulta vantajoso aumento de vibração, ao invés do original em gesso do Museu Nacional Soares dos Reis, onde se observa menos vigor quer no relevo quer no movimento”[1].

 

A versão em madeira policromada do «Cristo Morto» foi oferecida por António Soares dos Reis à Igreja de S. Cristóvão de Mafamude, sua freguesia de origem, assinalando o local onde foi batizado.

 

[1] SANTOS, Paula M. Mesquita Leite, A escultura religiosa de Soares dos Reis e a iconografia da Virgem para Guimarães. Revista de Guimarães, 112 Jan.-Dez. 2002, p. 385-408.

Visita «Escultura de Devoção do século XIII ao século XVIII»

7 de Dezembro, 2023

Público
Jovens e adultos

 

Duração
50 minutos

 

Inscrições
Formulário online (com 48 horas de antecedência)

 

Valor
Bilhete de entrada + 2 Eur

No âmbito da programação proposta para o mês de dezembro, decorre no dia 15, pelas 11 horas, uma visita orientada dedicada ao tema «Escultura de Devoção do século XIII ao século XVIII».

 

De diferentes épocas, proveniências e materiais. Assim é a escultura que vamos observar nesta visita orientada. Descontextualizada do espaço original, a sua história interliga-se com a do Museu.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis tem origem no Museu de Pinturas e Estampas e outros objetos de Belas Artes, criado em 1833 por D. Pedro IV de Portugal, primeiro Imperador do Brasil, para salvaguarda dos bens sequestrados aos absolutistas e conventos abandonados na guerra civil (1832-34).

 

Com a extinção das ordens religiosas recolheram-se obras, entre outros, nos mosteiros de Tibães e de Santa Cruz de Coimbra. Conhecido como Museu Portuense, ficou instalado no extinto Convento de Santo António da Cidade, na praça de S. Lázaro, vindo a ser formalizado por decreto em 1836 por D. Maria II.

Visita Orientada «Uma casa onde não nos perdemos»

7 de Dezembro, 2023

Público
Jovens e adultos

 

Duração
50 minutos

 

Inscrições
Formulário online (com 48 horas de antecedência)

 

Valor
Gratuita

Agendada para o próximo dia 14 dezembro, com entrada gratuita, nesta visita o participante é desafiado a explorar a arquitetura do edifício onde está instalado o Museu Nacional Soares dos Reis desde 1940.

 

Numa comparação feita com outros edifícios e outras funcionalidades, será possível compreender a planta do Palácio dos Carrancas.

 

A partir de uma dupla visão de fora para dentro e de dentro para fora, o visitante percorre múltiplos espaços e toma consciência das formas e módulos que estão na base do pensamento neoclássico.

 

O Palácio dos Carrancas foi mandado construir em 1795 pela família Morais e Castro, descendente de cristãos-novos, pertencente à burguesia portuense e que enriqueceu com a Fábrica de Tirador de Fio de Ouro e Prata aqui instalada. O edifício, com unidade fabril e residência, testemunhou e foi palco de acontecimentos sociais, militares e políticos ao longo do século XIX.

 

Marcadamente urbano e seguidor do estilo Neoclássico, que se instalava então no Porto, o Palácio teve um carater único em contexto de construção privada. Tudo aponta para a intervenção dos arquitetos municipais Joaquim da Costa Lima Sampaio e José Francisco de Paiva. A fachada, de grande clareza de desenho, dividia o edifício em dois corpos horizontais.

 

A distribuição seguia a hierarquia do antigo regime e os tratados de Arquitetura: andar nobre, pátio fechado com muro alteado, separação da manufatura e operários e a quinta recuada. O luxo afirmava-se nos espaços interiores, nomeadamente no andar nobre, permanecendo ainda dessa época a Sala de Jantar e a Sala da Música.

 

A grandiosidade do edifício associou-o ao cenário dos grandes acontecimentos político-militares da cidade. Por exemplo, durante a primeira invasão francesa, foi considerado um local estratégico e ocupado pelo marechal Soult. Pouco depois, estabelecia-se aqui o seu sucessor no comando militar da cidade, chefe do exército libertador, o general Arthur Wellesley.

145 anos da escultura «Flor Agreste» de Soares dos Reis

6 de Dezembro, 2023

Considerada uma das obras mais emblemáticas de António Soares dos Reis, a escultura Flor Agreste, em gesso patinado, foi executada em 1878, há precisamente 145 anos.

 

Supõe-se que o modelo da Flor Agreste era filha de uma carvoeira que passava por perto do atelier de Soares dos Reis. A menina foi retratada em 1878, quando Soares dos Reis aguardava a construção da sua casa-oficina na Rua Luís de Camões, em Vila Nova de Gaia.

 

A escultura em mármore foi vendida numa exposição-bazar do Centro Artístico Portuense, de que Soares dos Reis foi um dos fundadores, realizada em 1881, no Palácio de Cristal.

 

Postumamente, o modelo em gesso da Flor Agreste serviu de matriz para diversos tipos de reprodução, em vários tamanhos e materiais, conferindo à obra uma difusão extraordinária.

Considerado um dos maiores escultores portugueses do séc. XIX, António Manuel Soares dos Reis nasceu a 14 de Outubro de 1847, na freguesia de S. Cristóvão de Mafamude, Vila Nova de Gaia.

 

Era filho de Manuel Soares Júnior, proprietário de uma mercearia a retalho, e de sua mulher Rita do Nascimento de Jesus.

 

Aos 20 anos, António Soares dos Reis tornou-se pensionista do Estado no estrangeiro. Em 1867 partiu para Paris, onde frequentou o atelier de M. Jouffroy e a École Imperiale et Speciale des Beaux Arts.

 

Findo o período do pensionato regressou a Portugal, chegando a Vila Nova de Gaia nos primeiros dias de Setembro de 1872. Foi nessa altura que Soares dos Reis apresentou O Desterrado como prova documental do aproveitamento dos seus estudos, de modo a justificar a sua permanência no estrangeiro, ao abrigo da bolsa de Estudo.

 

Ainda nesse ano, a 23 de Dezembro, foi nomeado Académico de Mérito pela Academia do Porto.

 

A partir de 1881, leciona Escultura na Escola de Belas-Artes do Porto, embora discorde da orgânica do ensino.

 

Soares dos Reis é admirado pelos seus contemporâneos, recebe encomendas, participa em concursos e exposições, concebe monumentos públicos. A doença e insatisfação levam-no ao suicídio, em 1889, no seu atelier.

Portreto de la Animo: Exposição regista mais de 31.500 visitantes

6 de Dezembro, 2023

Mais de 31.500 pessoas já visitaram a Exposição “Portreto de la Animo Art Brut Etc.”, no Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Trata-se de uma exposição de retratos e autorretratos que integram a coleção Treger Saint Silvestre, uma das mais importantes e extensivas coleções privadas de Arte Bruta no mundo.

 

Composta por cerca de 150 obras de 99 artistas, a mostra integra, igualmente, várias peças do acervo do Museu Nacional Soares dos Reis, colocadas em diálogo com as peças da Coleção Treger Saint Silvestre, de que são exemplo o Busto-Relicário de São Pantaleão; a Máscara mortuária de Soares dos Reis, de José Joaquim Teixeira Lopes; o Escarrador, de Rafael Bordallo Pinheiro; e o óleo Mãe e Filha, de Sarah Afonso; entre outras.

Iniciada na década de 1980, a Coleção Treger Saint Silvestre, em depósito no Centro de Arte Oliva, integra um numeroso acervo de obras de Arte Bruta, sendo uma das mais importantes e extensivas coleções privadas no mundo e contando com um largo número de autores reconhecidos.

 

A exposição “Portreto de la Animo“ é um recorte desta magnífica coleção que reúne um núcleo de obras focadas no retrato e no autorretrato.

 

Os retratos revelam uma figura interior, uma criatividade e invenção particularmente viva, como se pode observar nas obras de Aloïse Corbaz, Ted Gordon, James Deed, Edemund Monsiel, Aleksander Lobanov, Alessandra Michelangelo ou do português Jaime Fernandes, entre outros. Muitos deles parecem ser autorretratos que reivindicam uma existência da qual estes artistas foram e se sentiram privados.

 

A exposição “Portreto de la Animo” é promovida em parceria com a Câmara Municipal de São João da Madeira, o Centro de Arte Oliva e os colecionadores António Saint Silvestre e Richard Treger, com o apoio mecenático da Fundação Millennium bcp e da Lusitânia Seguros e o apoio institucional do Círculo Dr. José de Figueiredo – Associação de Amigos do MNSR.

 

Estará patente ao público até 31 dezembro 2023. Consulte a programação paralela da exposição e participe.

Em dezembro, descobrimos a Visitação de Aurélia de Souza

5 de Dezembro, 2023

Público
Jovens e adultos

 

Ingresso
Entrada gratuita

 

Inscrições
Formulário online  (com 48 horas de antecedência)

Peça do Mês: Visitação de Aurélia de Souza

13 dezembro (4ª feira), 18h00
15 dezembro (6ª feira), 13h30

Público | Jovens e adultos
Sessão comentada por Paula Azeredo

 

Numa visão pessoal, reveladora da sua espiritualidade, Aurélia de Souza transporta a passagem bíblica da Visitação da Virgem Maria à sua prima Isabel (Lc.1, 36-56) para o seu espaço de trabalho e convida-nos a contemplar uma outra narrativa onde o sagrado e o humano se conjugam de forma singular.

 

Antiga estudante da Academia Portuense de Belas Artes, Maria Aurélia Martins de Souza (1866-1922) é reconhecida, essencialmente, pela sua pintura inconvencional e vanguardista, mas, também pelos seus trabalhos de desenho, ilustração e fotografia.

 

Natural da cidade de Valparaíso (Chile), onde nasceu a 13 de junho de 1866, fixou-se no Porto, aos três anos de idade, juntamente com os pais, emigrantes portugueses na América Latina. Foi na Invicta que iniciou a sua aprendizagem artística com lições particulares de desenho e pintura de Caetano Moreira da Costa Lima. Aos 27 anos, entrou na Academia Portuense de Belas-Artes, que frequentou entre 1893 e 1898.

 

Em 1899, Aurélia de Souza partiu para Paris para, durante três anos, completar os cursos ministrados por Jean-Paul Laurens e Benjamin Constant, na Academia Julien. Foi nesse período que pintou o famoso “Autorretrato” (1900), hoje integrado na coleção do Museu Nacional Soares dos Reis.

Visita Comentada dedicada ao artista Jaime Fernandes

5 de Dezembro, 2023

A exposição “Portreto de la Animo” e as atividades paralelas são o foco do programa «Arte & Saúde» em 2023, prosseguindo com oferta cultural orientada à minimização do impacto da doença mental.

 

Portreto de la Animo pode ser visitada de terça a domingo, das 10h00 às 18h00.

 

Inscrições online

A programação paralela da Exposição Portreto de la Animo Art Brut Etc. propõe, no dia 13 dezembro, pelas 13h30, uma visita comentada por Miguel Almeida, do Centro de Arte Oliva, dedicada ao artista Jaime Fernandes (Portugal, 1899 – 1969). Inscrições a decorrer.

 

“Jaime Fernandes é inequivocamente o mais reconhecido artista da Arte Bruta/Outsider Portuguesa. Porém, este reconhecimento acontece sobretudo fora do país, facto que se explica quer pela perda de uma grande parte da sua obra, quer porque a maioria remanescente se encontra dispersa em coleções no estrangeiro.

 

Esta obscuridade prende-se com factos a que não são estranhas as circunstâncias da sua vida isolada, a forma como desenvolveu a sua obra e como esta posteriormente circulou: diagnosticado com esquizofrenia em 1938, Jaime foi internado por mais de três décadas no Hospital Miguel Bombarda (Lisboa), onde viria a morrer em 1969.

 

De acordo com testemunhos e referências feitas aos desenhos nos registos clínicos do hospital, e com as cartas que escrevia à mulher,  Jaime Fernandes começou, de forma inesperada, a desenhar aos 66 anos, quatro anos antes da sua morte.

 

A totalidade da sua obra conhecida é composta por desenhos não datados, feitos com esferográficas coloridas sobre diversos tipos de papel. Neles um reduzido formulário de figuras, entre as quais animais imaginários, figuras humanas ou antropomórficas surgem e ressurgem em inúmeras variações, sempre desenhadas numa densa trama de linhas.

 

As cartas, outros escritos e os seus desenhos foram filmados, já depois da sua morte, por António Reis e Margarida Cordeiro, dando origem ao filme Jaime (1974), que marcou o primeiro momento público de divulgação da obra do artista.

 

Recuperando as palavras de António Reis, Jaime Fernandes «tinha perfeita noção do espaço a ocupar pelo desenho ou pintura. Como estava limitado pelas pequenas dimensões do papel, muitas das suas figuras-homens têm os braços caídos ou levantados, enquanto as figuras-animais têm a cauda caída. Portanto, as atitudes do desenho estão sempre em função da delimitação do papel, para a qual ele achava sempre uma solução plástica genial. É possível que também estejam ligadas a uma estereotipia emocional, obsessiva e a arquétipos…»”

 

Fonte: Centro de Arte Oliva

124º Aniversário de Nascimento de Salvador Barata Feyo

5 de Dezembro, 2023

Nascido a 5 dezembro de 1899, em Angola, Salvador Barata Feyo destacou-se como figura maior da segunda geração de escultores modernistas portugueses, sendo autor de uma obra vasta e diversificada.

 

Salvador Barata Feyo foi diretor do Museu Nacional Soares dos Reis de 1950 a 1961. Ficou reconhecido por uma política dinâmica de aquisições de obras de arte. Deve-se à direção do escultor Salvador Barata Feyo a aquisição de obras de autores contemporâneos, adeptos de correntes artísticas ainda em definição.

 

Salvador Barata Feyo cria uma sala dedicada à Arte Contemporânea, reedita o roteiro sumário do Museu, lança o catálogo da coleção da Lapidária e o guia da coleção do Museu Nacional Soares dos Reis.

Escultor, ensaísta e pedagogo, foi como estatuário que mais se notabilizou. Ingressa na Escola de Belas-Artes de Lisboa em 1923, frequentando os cursos de Pintura e Arquitetura, antes de se dedicar à Escultura, curso que conclui em 1929.

 

Em 1933 ganha uma bolsa do Instituto de Alta Cultura e parte para Itália. Participa na Exposição do Mundo Português em 1940 (estátua de D. João I) e, em 1949, começa a lecionar na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, fixando residência na cidade.

 

Ao longo das décadas de 40 e 50, o seu trabalho ganha notoriedade e reconhecimento, recebendo numerosos prémios, como o prémio de Escultura Mestre Manuel Pereira (1945 e 1951), o Grande Prémio de Escultura da Fundação Calouste Gulbenkian (1957) ou o primeiro lugar no concurso para o monumento ao Infante D. Henrique (Sagres, 1958). É autor, por exemplo, do busto de Silva Porto, inaugurado em 1950, no Jardim de S. Lázaro, no Porto (na foto).

 

Entre 1950 e 1960, Barata Feyo acumula a atividade artística e docente com a direção do Museu Nacional Soares dos Reis, assumindo posteriormente o cargo de Conservador Adjunto dos Museus e Palácios Nacionais.

 

Também se dedica ao desenho e à atividade como escritor, sendo autor dos livros A Escultura de Alcobaça (1945) e José Tagarro (1960), e de inúmeros artigos sobre artistas no jornal O Comércio do Porto. (a partir de texto de Joana Baião)

Visita Orientada dedicada ao tema «Escultura de Devoção»

4 de Dezembro, 2023

Sábado, 9 dezembro, 11H00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Adelaide Carvalho
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

No âmbito da programação proposta para o mês de dezembro, decorre no dia 9, pelas 11 horas, uma visita orientada dedicada ao tema «Escultura de Devoção do século XIII ao século XVIII».

 

De diferentes épocas, proveniências e materiais. Assim é a escultura que vamos observar nesta visita orientada. Descontextualizada do espaço original, a sua história interliga-se com a do Museu.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis tem origem no Museu de Pinturas e Estampas e outros objetos de Belas Artes, criado em 1833 por D. Pedro IV de Portugal, primeiro Imperador do Brasil, para salvaguarda dos bens sequestrados aos absolutistas e conventos abandonados na guerra civil (1832-34).

 

Com a extinção das ordens religiosas recolheram-se obras, entre outros, nos mosteiros de Tibães e de Santa Cruz de Coimbra. Conhecido como Museu Portuense, ficou instalado no extinto Convento de Santo António da Cidade, na praça de S. Lázaro, vindo a ser formalizado por decreto em 1836 por D. Maria II.

Faça parte dos Amigos do Museu

Beneficie de vantagens exclusivas. Saiba mais aqui.

134º Aniversário de Nascimento de Heitor Cramez

1 de Dezembro, 2023

Assinala-se, hoje, 1 de dezembro, o aniversário de nascimento de Heitor Cramez, artista transmontano de nascimento e portuense de adoção. Nas suas obras destacam-se os retratos e as paisagens, mas foi como professor de desenho que legou um valioso contributo para a renovação do ensino académico.

 

Heitor Cramez nasceu em Vila Real em 1889, tendo vindo para o Porto em 1905, para frequentar a Escola de Belas Artes, onde teve como professores mais marcantes José de Brito, em Desenho, e Marques de Oliveira, em Pintura. Teve sempre boas classificações e os ensinamentos dos mestres vincaram a sua obra, sobretudo pela correção do desenho.

 

De entre os companheiros de Escola é de salientar Joaquim Lopes (na imagem ao lado, num retrato de autoria de Heitor Cramez), seu futuro colega na docência da mesma Escola, Diogo de Macedo, grande amigo de toda a vida e que fará parte do grupo de artistas com quem convive em Paris, bem como Armando de Basto. Terminado o curso, ganhou uma bolsa para prosseguir os estudos em Paris, como pensionista do Estado, o que só se concretizou depois de terminada a 1ª Guerra Mundial.

 

Matriculou-se na Escola de Belas Artes, onde teve como professor Cormon e frequentou o círculo de artistas portugueses que, nos anos 20, se encontravam naquela cidade, alguns dos quais, de regresso a Portugal, iriam ter um papel relevante na renovação do panorama artístico nacional. Foram seus amigos e companheiros de tertúlia artistas como Francisco Franco, Manuel Jardim, Abel Manta, Diogo de Macedo ou Dórdio Gomes. Com este último manteria sempre uma relação de amizade, reforçada mais tarde pela vinda de ambos para o Porto, onde ensinaram na Escola de Belas Artes.

Regressado de Paris, Heitor Cramez foi durante alguns anos professor do Ensino Técnico em Vila Real e, posteriormente, da Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, no Porto, ingressando em 1948 na Escola de Belas Artes desta cidade, como professor de Desenho, lugar que ocupou até ao jubileu em 1959.

 

Foi, aliás, neste âmbito que o contributo de Cramez para a evolução artística, sobretudo no que diz respeito ao meio portuense, se revelou mais valioso, porque pertenceu a uma geração de professores cuja atividade proporcionou a renovação do ensino académico, formando gerações de novos artistas em moldes mais modernos e com uma maior abertura a novas correntes e formas de expressão.

 

A obra de Heitor Cramez é variada, mas nela sobressaem os retratos, de cariz intimista, e as paisagens, onde predominam as serranias transmontanas, reflexo das suas raízes de que tanto se orgulhava. A estadia em Paris e o convívio com os artistas já citados não podiam deixar de influenciar a sua obra. Exigente e modesto em relação ao seu trabalho, Heitor Cramez participou em poucas exposições, confinando-se quase exclusivamente ao Porto.

 

A obra de Heitor Cramez encontra-se sobretudo em coleções particulares, quer em Portugal, quer em França, o que a torna pouca conhecida do grande público.

 

Morreu em Mira, Coimbra, em 30 de Agosto de 1967.

Reunião preparatória para simulacro de incêndio no Museu

30 de Novembro, 2023

Decorreu, esta manhã, uma reunião preparatória do simulacro de incêndio que, em breve, será realizado no Museu Nacional Soares dos Reis, no âmbito da contínua revisão e atualização do Plano de Segurança existente.

 

A reunião contou com a presença de representantes da Proteção Civil, Polícia de Segurança Pública, Batalhão de Sapadores Bombeiros e da empresa responsável pela realização do simulacro.

O objetivo do exercício a realizar visa a melhoria da capacidade de resposta da equipa do Museu a um eventual caso de incêndio nas instalações do Palácio dos Carrancas, garantindo não só a evacuação de pessoas, mas também a salvaguarda das obras que integram o acervo museológico (Simulacro de Intervenção e Evacuação de Bens Culturais).

 

A realização destas reuniões permite criar novas sinergias e cooperações mais estreitas entre o Museu Nacional Soares dos Reis – enquanto instituição que gere bens culturais – e os diferentes serviços que integram a Proteção Civil, tendo em vista uma gestão mais eficaz em situações de crise, com controlo e redução de perdas e danos.

130º Aniversário da Morte do artista Francisco José Resende

30 de Novembro, 2023

Assinala-se hoje, 30 novembro, o 130º Aniversário da Morte de Francisco José Resende, artista que, seguindo na esteira de Roquemont com uma pintura de género a valorizar o lado pitoresco dos costumes, marcou lugar na história do romantismo português.

 

Francisco José Resende de Vasconcelos nasceu no Porto a 3 de dezembro de 1825. Estudou no ateliê de Augusto Roquemont, cuja influência se fez sentir na sua pintura, e frequentou a Academia Portuense de Belas Artes.

 

A partir de 1851, passou a ocupar nesta mesma Academia o cargo de professor substituto da cadeira de Pintura Histórica, nomeação feita por decreto especial, firmado pela Rainha D. Maria II.

Com o objetivo de finalizar a sua aprendizagem artística partiu para Paris em 1854, custeado particularmente pelo rei D. Fernando II, ingressando no ateliê de Adolphe Yvon, onde trabalhou sob a sua direção durante 5 anos. De volta a Portugal, retomou o seu lugar na Academia Portuense de Belas Artes, prosseguindo com as mesmas funções de regente da cadeira de Pintura Histórica até ser jubilado.

 

Realizou obra vasta e variada, marcada por algumas quebras da qualidade que lhe valeram, ainda em vida, acesas críticas por parte de alguns colegas. Conhecido pela pintura de género, onde fixou tipos e costumes populares das regiões nortenhas, Resende pintou também inúmeros retratos, algumas paisagens, flores e naturezas mortas. A sua atividade artística passou pela miniatura, pontualmente pela escultura, estendendo-se à crítica literária colaborando em vários jornais, com destaque para “O Comércio do Porto”.

 

Participou em numerosas exposições em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente Paris, Madrid e Londres, onde foi premiado com uma medalha de prata atribuída ao quadro “Pescadores de Leça”. Seguindo na esteira de Roquemont com uma pintura de género a valorizar o lado pitoresco dos costumes, Resende marcou lugar na história do romantismo português.

 

Francisco José Resende faleceu a 30 novembro de 1893. Seis anos após a morte do artista, Claire, sua filha, doou a tela “Amai-vos uns aos outros” (pormenor na foto) à Academia Portuense de Belas Artes, quadro que hoje integra o acervo do Museu Nacional Soares dos Reis.

Programação de Natal no Museu Nacional Soares dos Reis

30 de Novembro, 2023

O Museu Nacional Soares dos Reis oferece, em dezembro, um programa de atividades evocativo da quadra natalícia, tendo como inspiração a renovada exposição de longa duração.

 

Visitas temáticas, sessões comentadas, oficinas e concertos fazem parte do calendário proposto.

A primeira iniciativa decorre a 2 e 9 de dezembro, com uma oficina de criação do cartão postal dirigida a maiores de 16 anos.

 

A pensar nas famílias será realizada uma oficina de construção de um móbil alusivo ao Natal a 16 de dezembro.

 

Em período de férias escolares, a 20 e 21 de dezembro, o Serviço de Educação dinamiza oficinas de construção de postais de Natal para crianças e jovens dos 7 aos 12 anos.

 

Nas sessões comentadas, destaca-se a sessão dedicada à pintura Visitação, de Aurélia de Souza, escolhida pelos seguidores das redes sociais do Museu Nacional Soares dos Reis como peça do mês. Na tela, a artista representa num espaço interior doméstico uma mulher vestida de negro a fazer uma vénia a um anjo. A sessão comentada realiza-se a 13 de dezembro, às 18h, com repetição dia 15, às 13h30.

 

Já as visitas temáticas decorrem entre os dias 8 e 22 de dezembro e percorrem cenas alusivas à natividade em pinturas e esculturas presentes na exposição de longa duração. O Museu Nacional Soares dos Reis propõe, igualmente, visitas comentadas que estimulam a abordagem sobre a descoberta de novos lugares, percorrendo as origens da produção artística, e a importância da Arte portuguesa na encruzilhada dos tempos (1900) e dos materiais utilizados para a produzir, tanto na pintura como no têxtil.

 

Ainda em dezembro, o Auditório do Museu Nacional Soares dos Reis acolhe dois concertos com entrada gratuita. A 16 de dezembro (sábado), às 16h, o Ensemble Music Theater traz música-cénica num repertório de 12 obras para piano, violino e violoncelo.

 

A 19 de dezembro (terça-feira), às 21h30, o Coral Vox Cantabile, o Grupo vocal “MSS Voices” e o Ensemble de Cordofones da Escola de Música Maestro Samuel Santos apresentam um Concerto de Natal, abarcando diferentes estilos, desde a música gospel à música tradicional americana.

Obra de Augusto Roquemont causa “forte sensação” em Lisboa

29 de Novembro, 2023

Em 1843 (há precisamente 180 anos), Augusto Roquemont causou “forte sensação” em Lisboa, na Exposição Trienal da Academia de Belas Artes, com alguns quadros de costumes.

 

Considerada até então uma temática sem interesse, valeu o comentário de Almeida Garrett quando, defronte de um dos quadros expostos, proclama acerca do pintor: “artista português legítimo, como oxalá que sempre sejam todos os nossos naturalistas”.

Filho natural do príncipe e general alemão Frederico Augusto de Hesse-Darmstad, nasceu a 2 de junho de 1804, em Genebra, Suíça. Aos 8 anos inicia os seus estudos num colégio em Paris e com 14 anos vai para Itália onde se fixa até ao ano de 1827, para fazer a sua formação artística. Roma, Veneza, Bolonha e Florença são as cidades escolhidas para a sua aprendizagem. Alcança em 1820, na Academia de Belas Artes de Veneza, o 1º prémio numa prova de exame.

 

Veio para Portugal em 1828 a pedido do pai. O príncipe apoiava politicamente D. Miguel I que conhecera em Viena. Roquemont, na qualidade de seu secretário particular, acompanhou-o durante a sua permanência em Portugal e por cá ficou depois de regressar à Alemanha.

 

A zona Norte do país foi a escolhida para fixar residência e Guimarães e Porto são as cidades mais importantes onde decorre a sua vida. À primeira liga-o o início da sua estadia em Portugal, onde foi hóspede do conde da Azenha – miguelista convicto – ali permanecendo longas temporadas. Influência miguelista, não foi alheia a sua nomeação em 1831 para professor da Aula de Desenho da Academia Real da Marinha e do Comércio, cargo que recusou para se dedicar inteiramente à pintura.

 

Com estadias pontuais em Lisboa, fixa-se em 1847 definitivamente na cidade do Porto, onde vem a falecer em 1852.

 

Mestre de Francisco José Rezende e João Correia, marca profundamente a primeira geração de pintores românticos. Estes, atentos ao realismo com que Roquemont tratava os seus retratos e à grande novidade introduzida na pintura portuguesa, através de quadros de paisagem e de costumes – um dos temas preferidos do Romantismo – deixam-se influenciar, contribuindo para um professorado benéfico que viria a colher os seus frutos na segunda metade do século XIX. Para além da técnica da pintura a óleo, Roquemont executou também trabalhos a lápis, carvão e esfuminho.

 

Imagem: Óleo sobre tela Procissão de Augusto Roquemont

Henrique Pousão: o regresso a Portugal há 140 anos

28 de Novembro, 2023

Henrique Pousão nasceu em Vila Viçosa, onde viria também a morrer, aos 25 anos.

 

Ingressou na Academia Portuense de Belas-Artes, tendo-se sagrado como pintor da primeira geração naturalista, e foi pensionista do Estado em França e Itália.

 

A pintura de caminhos e ruas, pátios, casas, aspetos de Paris, testemunha o seu percurso criativo, que culmina nas estadias em Roma e Capri.

 

Desde cedo que a família lhe reconhecera talento, manifesto sobretudo em retratos a lápis. Com 10 anos passa a residir em Barcelos e, em 1872, fixa-se no Porto. É nesta cidade que frequenta o atelier do pintor António José da Costa para preparar a entrada na Academia Portuense de Belas-Artes (1872).

 

Muito influenciado por Marques de Oliveira, regressado de Paris em 1879, Pousão ganha o concurso de pensionista, chegando a Paris no final do ano de 1880, acompanhado de Sousa Pinto (1856 – 1939).

Antes de ingressar no atelier de Cabanel e de Yvon, visitou galerias de arte e museus tanto em Paris, como em Madrid.

 

Neste ano, muda-se para Roma, onde aluga um atelier e, em 1882, produz significativas obras, também em Nápoles e Capri.

Paisagens de um poético e vibrante cromatismo, em exercícios de captação de luz, pinturas de género como Cecília, e retratos, com Senhora Vestida de Preto, realizado já em Paris, revelam a sua modernidade, invulgar no panorama artístico português.

 

No final de 1883, já doente, decide regressar a Portugal. A viagem foi efetuada via Génova, passando por Marselha e Barcelona, onde pinta “Cais de Barcelona” (na imagem ao lado).

 

Em março de 1884, poucos dias antes de falecer pinta “Um ramo de flores” (na imagem superior).

 

A sua obra, que revela o arrojo e o talento do jovem pintor e o seu interesse absoluto nos valores da pintura em si em detrimento dos temas ou da narrativa, foi entregue, após a sua morte prematura, à Academia Portuense de Belas Artes.

 

Na coleção do Museu Nacional Soares dos Reis, a obra de Henrique Pousão está fortemente representada com destaque para as obras “Casas Brancas de Capri”, “Senhora Vestida de Preto” e “Janelas das Persianas Azuis”, todas classificadas como tesouros nacionais.

Cais de Barcelona, Henrique Pousão

142º Aniversário de Nascimento de Eduardo Afonso Viana

28 de Novembro, 2023

Considerado um dos maiores pintores da primeira geração do modernismo nacional, Eduardo Afonso Viana nasceu a 28 novembro de 1881, em Lisboa.

 

Frequentou a Academia de Belas Artes de Lisboa, onde foi discípulo, entre outros, de Veloso Salgado, entre 1896 e 1905. Neste mesmo ano partiu para Paris, tendo frequentado o ateliê de Jean-Paul Laurens na Academia Julian.

 

Ao longo de todo este período participou em várias exposições em Portugal. Regressa de Paris em 1915 e, durante cerca de dois anos, convive com Sonia e Robert Delaunay, refugiados em Portugal em consequência da guerra e instalados em Vila do Conde.

Eduardo Viana realizou a sua 1ª exposição individual no Porto, na Galeria da Misericórdia, em 1920 e, em 1921 outra, em Lisboa. Nesta cidade realizará a sua terceira e última exposição individual, em 1923.

 

Neste ano colabora em Lisboa, na exposição dos Cinco Independentes (Dórdio Gomes, Henrique e Francisco Franco, Alfredo Migueis e Diogo de Macedo). Organizou o primeiro Salão de Outono na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), em 1925, exposição que marcou uma nova fase artística no país e, logo em 1926, participa no segundo Salão de Outono, ao lado de António Soares, José Tagarro e Carlos Botelho, entre outros.

 

Entre 1930 e 1940, Viana reside durante longos períodos em Paris e Bruxelas. Em 1965 recebe o Prémio Nacional de Arte do Secretariado Nacional de Informação e, em 1967, participa na Exposição Internacional de Bruxelas.

 

No Porto, em dezembro de 1967, passados poucos meses da sua morte, realiza-se, na Galeria Alvarez, uma mostra dos quadros, alguns inacabados, deixados no ateliê do pintor. Logo no ano seguinte, em abril, realizou-se a primeira exposição retrospetiva da sua obra, organizada pelo Secretariado Nacional de Informação.

 

Eduardo Viana é o mais velho de um grupo de pintores, nascidos entre 1881 e 1893, que marcaram a primeira geração moderna portuguesa: Viana, Amadeo, Santa Rita e Almada.

 

O convívio com Amadeo e com Robert e Sónia Delaunay levaram-no a fazer experiências e a compor obras de tendência abstratizante. Documentos fundamentais da modernidade portuguesa, as pinturas que realiza, em 1925, para a decoração do café A Brasileira, paisagens de Sintra e do Algarve, a par dos nus deste mesmo ano, “pintura-programa” do artista, são exemplos da maturidade que atinge e expressa em sensualismo cromático.

 

A partir de 1940, definitivamente em Portugal, isolado de tudo e de todos, concentra-se na natureza-morta, tema quase exclusivo da sua pintura a partir de então.

Inscrições para a Visita Orientada «O Mundo no Museu»

27 de Novembro, 2023

Público
Jovens e adultos

 

Duração
50 minutos

 

Inscrições
Formulário online (com 48 horas de antecedência)

A primeira visita orientada do mês de dezembro, no Museu Nacional Soares dos Reis, propõe um roteiro exploratório pela Exposição de Longa Duração.

 

Agendada para o próximo dia 8 dezembro, com entrada gratuita, nesta visita inicia-se uma viagem que permite falar sobre novos lugares e construir novas memórias.

 

Poderá o mundo caber num Museu? Uma viagem começa num lugar que tem em si muitos lugares e muitas memórias: o Museu. Mas até onde seremos capazes de ir e que lugares poderemos conhecer?

 

As inscrições estão a decorrer.

 

Um dos pontos de paragem desta visita será junto aos Biombos Namban (Japão/ Escola de Kano).

A presença dos portugueses nos portos do sul do Japão e o contacto com uma nova cultura em finais do século XVI é o tema destes biombos. A composição de grande formato apresenta uma colorida panorâmica sobre um fundo de ouro.

 

Uma meticulosa representação interpreta os trajes e os símbolos de um lucrativo comércio de produtos de luxo, as sedas, as porcelanas, os pequenos móveis e um elemento poucas vezes retratado, a arca da prata.

 

No primeiro biombo, destaca-se uma nau, embarcação de grande porte, e o desembarque dos viajantes e suas mercadorias. No segundo biombo mantém-se a narrativa da atividade comercial e documenta, ainda, a presença dos missionários da Companhia de Jesus. Em plano de fundo a missão cristã é assinalada por uma cruz e os portugueses testemunham, exibindo práticas locais, um amplo encontro cultural.

Salão Piolho: cine-concerto em estreia absoluta

27 de Novembro, 2023

O ciclo Salão Piolho, iniciativa da Fundação Inatel, estreia-se, este ano, no Museu Nacional Soares dos Reis, com uma sessão agendada para o próximo dia 1 dezembro.

 

Dando seguimento ao espírito dos antigos Cinemas Piolho, que se “propagavam” pelas grandes cidades do país, por locais tantas vezes improvisados, assim segue o Salão Piolho na sua 7ª edição, percorrendo as cidades de Leiria, Porto e Lisboa.

O ciclo Salão Piolho, iniciativa da Fundação Inatel, estreia-se, este ano, no Museu Nacional Soares dos Reis, com uma sessão agendada para o próximo dia 1 dezembro, pelas 15 horas. Será exibido o filme «A Rosa do Adro», pelo projeto musical Hibridux, num cine-concerto em estreia absoluta. Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.

 

1 Dez | Sex. | 15h | Museu Nacional Soares do Reis

A ROSA DO ADRO de Georges Pallu | Com Hibridux | M/12

1919 | 76 min. | Portugal | Com Maria de Oliveira, Carlos Santos Erico Braga

 

Hibridux

Projeto musical que surge da fusão criativa de Luís Peixoto – Dazkarieh, Ana Bacalhau, Júlio Pereira – e DJDeão – Charanga, Tem.pô, Eliseo Parra, Hibridux é a confluência de duas espécies musicais preexistentes na cena da música eletrónica tradicional portuguesa. Com um amplo espectro de estilos, desde techno melódico até dubstep, esta espécie única harmoniza essas vertentes sem esforço. Além disso, incorpora elementos da tradição musical ibérica na sua composição genética, proporcionando uma experiência musical inovadora que é, ao mesmo tempo, surpreendentemente familiar. Uma viagem musical que desafia os limites dos géneros e expande horizontes.

 

O Salão Piolho reabre assim as suas “portas” a todos aqueles que adoram o Cinema, a Música e o Património, estreando-se no Museu Nacional Soares dos Reis.

 

A sétima edição do ciclo Salão Piolho, iniciativa da Fundação Inatel, conta com um total de 12 concertos em diferentes espaços, convidando músicos portugueses a criar abordagens sonoras a clássicos do cinema mudo.

 

No Salão Piolho, que vai buscar o nome aos sítios onde, antigamente, era exibido cinema, estes clássicos surgem acompanhados de bandas sonoras de música portuguesa, desde a folk, à música tradicional, ao jazz e eletrónica.

135º Aniversário de Nascimento de Fernando de Castro

26 de Novembro, 2023

Assinala-se, hoje, 26 novembro, o 135º aniversário de nascimento de Fernando de Castro, colecionador e empresário portuense. O Museu Nacional Soares dos Reis é responsável pela gestão da sua Casa-Museu, no Porto.

 

O acervo da Casa-Museu Fernando de Castro é constituído por diferentes coleções reunidas ao longo de várias décadas. É composto, maioritariamente, por arte religiosa com representações eruditas e de cariz popular, pintura naturalista portuguesa e artes decorativas. Destaca-se, ainda, um interessante núcleo de caricaturas e alguns livros da autoria de Fernando de Castro, colecionador, artista e poeta.

Fernando de Castro (Sé, 26 nov. 1888 – Paranhos, 7 out. 1946) foi um colecionador e empresário portuense reconhecido pela sua veia poética manifesta em publicações, com gosto pela leitura e inclinação para o desenho tendo criado várias séries de caricaturas.

 

Fernando de Castro viveu na rua das Flores junto da loja do pai, cujo negócio prosperou em vidros, espelhos e papéis pintados. Entre 1893-1908, o empresário empenhou-se na construção de uma nova casa situada na Rua de Costa Cabral, no Porto.

 

Desde cedo, Fernando de Castro cresceu dentro de um imaginário pleno de figuras de estilo e de ícones, em particular no que diz respeito ao mobiliário e recheio da casa de Costa Cabral— património que conservou e respeitou após a morte do pai em 1918.

 

Na idade adulta, desenvolveu os seus interesses culturais num círculo de amigos ligados aos negócios e com um gosto particular pelas artes e letras. Terá sido após a morte da mãe em 1925 que Fernando de Castro fez novas aquisições de peças.

 

A Casa-Museu Fernando de Castro é administrada pelo Museu Nacional Soares dos Reis desde 1952, promovendo diversas visitas guiadas ao espaço.

 

O acesso à Casa-Museu Fernando de Castro é feito, sempre, por marcação prévia online e sujeita a confirmação de disponibilidade. Em visitas de grupo, o número máximo é de 10 participantes.

 

 

Imagem de capa

Retrato de Fernando de Castro, óleo sobre tela, de Alberto Joaquim da Silva, 1933

Serviço Educativo propõe Oficina «Cartão postal e as memórias de Natal»

24 de Novembro, 2023

Cartão postal e as memórias de Natal

2 dezembro (sábado), 10h30-12h30 | 14h30-17h30
9 dezembro (sábado), 10h30-12h30 | 14h30-17h30
Público | Maiores de 16 anos
Valor | 5 Euros
Oficina orientada pelo Serviço de Educação

 

Inscrições
se@mnsr.dgpc.pt (até 48 horas de antecedência)

Os cartões-postais estiveram no auge no final do século XIX e no início do século XX. Eram uma forma de comunicação rápida e barata e não implicavam as formalidades textuais das cartas comuns.

 

Transformaram-se rapidamente na forma de comunicação mais utilizada e, aos poucos, em verdadeiros registos documentais de viagens e experiências, que se comunicavam aos familiares e amigos, e também na forma como se transmitiam notícias, boas ou más, e ainda se manifestava saudade ou desejava felicidades.

 

Nesta oficina propomos que cada participante elabore, recorrendo a várias técnicas e diferentes materiais, o seu postal 3D personalizado e recupere o hábito e a tradição de desejar um Feliz Natal com um cartão-postal.

 

A oficina é dirigida a maiores de 16 anos e serão realizadas duas sessões, podendo os interessados inscrever-se na data que lhes for mais conveniente: 2 dezembro (sábado), entre as 10h30-12h30 e as 14h30-17h30 ou 9 dezembro (sábado), entre as 10h30-12h30 e as 14h30-17h30.

 

Inscrições a decorrer, através do endereço se@mnsr.dgpc.pt (até 48 horas de antecedência).

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