Loading...

Representação da Mulher na Coleção de Pintura do Museu

8 de Março, 2024

Assinala-se hoje, 8 março, o Dia Internacional da Mulher, instituído pela ONU – Organização das Nações Unidas. Com este dia, a ONU pretende homenagear as mulheres de todas as nações, que viram o seu papel na sociedade menorizado e os seus direitos violados por terem nascido mulheres e que lutaram por direitos de cidadania, iguais aos direitos reconhecidos aos homens.

 

O Dia da Mulher foi celebrado pela primeira vez em 1911, após iniciativa de Clara Zetkin, aprovada no congresso internacional das mulheres na Internacional Socialista em 1910. Nos primeiros anos foi celebrado em dias diferentes, mas sempre em Março, a 19 e a 25, dependendo dos diferentes contextos ou países.

 

Após a greve das operárias russas, a 8 de Março de 1917, que marcou o início da Revolução Russa, passou a ser celebrado a 8 de Março. A Organização das Nações Unidas instituiu oficialmente esta data como Dia Internacional da Mulher em 1975.

 

A representação da mulher sempre foi um tema recorrente na arte e o acervo de pintura do Museu Nacional Soares dos Reis possui vários exemplos.

 

Elegemos Aurélia de Souza para evocar todas as mulheres artistas. Nasceu a 13 de Junho de 1866, na cidade de Valparaíso, no Chile, filha de portugueses emigrados. Com apenas três anos de idade veio para Portugal com a família, que se instalou no Porto, numa propriedade nas margens do rio Douro, a Quinta da China.

 

A sua aprendizagem artística inicia-se com as lições particulares de desenho e pintura de Caetano Moreira da Costa Lima. Tinha já 27 anos quando se matriculou na Academia Portuense de Belas-Artes, que frequentou entre 1893 e 1898. Em 1899, partiu para Paris suportada financeiramente pela família. Ali permaneceu cerca de três anos e frequentou os cursos de Jean-Paul Laurens e Benjamin Constant na Academia Julien.

 

À semelhança do programa dos bolseiros do Estado, antes de regressar a Portugal, viajou por vários países europeus na companhia da irmã Sofia, também ela pintora, que se juntara a Aurélia em Paris. Regressada ao Porto desenvolveu uma carreira reservada, algo tanto arredada dos meios artísticos da cidade, apesar da participação regular em exposições coletivas.

A sua produção artística assenta num conjunto reduzido de temáticas: as que preferiu e trabalhou ao longo de toda a carreira foram o retrato, a paisagem e as cenas intimistas do quotidiano doméstico. Os motivos para as suas pinturas, além do seu próprio rosto, procurava-os no universo familiar, fonte inesgotável de inspiração: as pessoas, os recantos da casa, os aspetos do jardim, os trechos de paisagem com o rio ao fundo.

 

É da autoria de Aurélia de Souza uma das obras de referência da arte portuguesa na viragem dos dois séculos: o Autorretrato da coleção do Museu Nacional Soares dos Reis realizado por volta de 1900. Morre no Porto em 1922, com 55 anos.

 

Aurélia de Souza é uma das poucas mulheres portuguesas que tem, por direito próprio, lugar na galeria dos grandes pintores portugueses da segunda metade do século XIX, a par de artistas de renome como Marques de Oliveira, Henrique Pousão ou António Carneiro.

Aurélia de Souza

Legendas das imagens @Museu Nacional Soares dos Reis

 

Óleo sobre tela ‘A tigela partida’, de Silva Porto | Óleo sobre tela ‘Cabeça de rapariga’, de Marques de Oliveira | Óleo sobre papel colado em madeira ‘Cabeça de Velha’, de Augusto Roquemont | Óleo sobre tela ‘Cecília’, de Henrique Pousão | Óleo sobre madeira ‘Costume de campanha romana (Napolitana)’, de Silva Porto | Óleo sobre madeira ‘Costume de Capri (Cabeça)’, de Silva Porto | Óleo sobre tela ‘Cuidados de amor’, de José Malhoa | Óleo sobre madeira ‘Napolitana’, de Marques de Oliveira | Óleo sobre madeira ‘Lavadeira’, de Artur Loureiro | Óleo sobre madeira ‘Raparigas minhotas’, de Agostinho Salgado | Óleo sobre tela ‘Figura de Senhora com flores’, de João Augusto Ribeiro | Óleo sobre tela ‘Auto-Retrato’, de Aurélia de Souza

António Ponte moderou debate no ‘Porto de Arquitetura’

7 de Março, 2024

O programa “Porto de Arquitetura” prosseguiu, no passado sábado, com mais uma visita, desta vez, ao M.Ou.Co Hotel, da autoria do ateliê Arquitectos Aliados, a que se seguiu uma conversa sobre “Turismo e cultura como ativos da cidade”.

 

A iniciativa é desenvolvida, em conjunto, pela Câmara Municipal do Porto e a Casa da Arquitectura.

Este sábado, os participantes ficaram a conhecer melhor a unidade hoteleira, localizada no Bonfim, através da apresentação dos Arquitetos Aliados, Susana Leite e Luís Barbosa, e que contou também com a participação do vereador do Urbanismo e Espaço Público, Pedro Baganha. Divididos em dois grupos, por questões de logística e eficácia da visita, conheceram um edifício, outrora uma fábrica de componentes elétricos, reconvertido num espaço múltiplo, tendo como programa base o alojamento orientado para o universo musical.

 

Após a visita, o programa prosseguiu com uma conversa sobre “turismo e cultura como ativos da cidade”. No debate participaram, para além dos arquitetos do M.Ou.Co, a vereadora do Turismo e Internacionalização, Catarina Santos Cunha, o arquiteto João Paulo Rapagão, e o diretor do Coliseu Porto Ageas, Miguel Guedes. O debate foi moderado pelo diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, António Ponte.

 

“Porto de Arquitetura” é um programa desenvolvido, em conjunto, pela Câmara Municipal do Porto e a Casa da Arquitectura. Entre fevereiro e julho, oito edifícios da cidade, representativos da mais recente arquitetura contemporânea, vão ser alvo de visitas gratuitas e abertas ao público mediante inscrição prévia.

 

Todas as visitas são guiadas pelos arquitetos autores das obras e começam sempre às 16 horas. No final de cada visita, haverá lugar a uma conversa com um conjunto de personalidades ligadas às obras.

 

Mais informação aqui.

 

Créditos: Câmara Municipal do Porto @Andreia Merca e @Nuno Coelho

‘Hora dos Portugueses’ gravado na Casa-Museu Fernando de Castro

7 de Março, 2024

A Casa-Museu Fernando de Castro será palco do próximo programa ‘Hora dos Portugueses’, emitido pela RTP 1 e RTP Internacional. Apresentado por Jorge Gabriel, o programa será exibido no sábado de manhã, dia 9 março.

 

‘Hora dos Portugueses’ é um magazine semanal com diferentes olhares, junto de comunidades de portugueses espalhados pelo mundo, para retratar as atuais formas de viver a portugalidade nos diferentes territórios e reconhecer os feitos e conquistas dos portugueses emigrantes.

 

A Casa-Museu Fernando de Castro foi a residência de uma família de colecionadores dedicada à Pintura, Escultura e Artes Decorativas.

 

Coube à última herdeira, Maria da Luz de Araújo Castro, fazer a doação ao Estado do imóvel e recheio cumprindo postumamente o desejo do seu irmão, Fernando de Castro, em fundar um museu público. Por decreto de 15 dezembro de 1951, a Casa-Museu Fernando de Castro foi classificada e anexada ao Museu Nacional Soares dos Reis.

O acervo da Casa-Museu Fernando de Castro é composto por diferentes coleções reunidas ao longo de várias décadas. É constituído, maioritariamente, por arte religiosa com representações eruditas e de cariz popular, pintura naturalista portuguesa e artes decorativas.

 

Destaca-se, ainda, um interessante núcleo de caricaturas e alguns livros da autoria de Fernando de Castro, colecionador, artista e poeta. No essencial, a disposição dos objetos pelas salas é bastante fiel à deixada pela sua irmã, Maria da Luz.

 

Fernando de Castro (Sé, 26 nov. 1888 – Paranhos, 7 out. 1946) foi um colecionador e empresário portuense reconhecido pela sua veia poética manifesta em publicações, com gosto pela leitura e inclinação para o desenho tendo criado várias séries de caricaturas.

 

Fernando de Castro viveu na rua das Flores junto da loja do pai, cujo negócio prosperou em vidros, espelhos e papéis pintados. Entre 1893-1908, o empresário empenhou-se na construção de uma nova casa situada na rua de Costa Cabral.

 

Desde cedo, Fernando de Castro cresceu dentro de um imaginário pleno de figuras de estilo e de ícones, em particular no que diz respeito ao mobiliário e recheio da casa de Costa Cabral— património que conservou e respeitou após a morte do pai em 1918.

 

Na idade adulta, desenvolveu os seus interesses culturais num círculo de amigos ligados aos negócios e com um gosto particular pelas artes e letras. Terá sido após a morte da mãe em 1925 que Fernando de Castro fez novas aquisições de peças.

 

A Casa-Museu Fernando de Castro é administrada pelo Museu Nacional Soares dos Reis desde 1952. As visitas estão sujeitas a marcação prévia. Saiba mais aqui.

Conferência Internacional sobre Escultura na Revista ECR

6 de Março, 2024

Encontra-se publicado o número 13 da Revista ECR (Estudos de Conservação e Restauro), editada pelo CITAR (Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa), dedicado aos trabalhos de investigação apresentados na conferência SCULPT 2021: Shaping Genealogies: 1st International Conference on late 19th and early 20th century sculpture.

 

Na referida publicação constam três artigos relacionados com o Museu Nacional Soares dos Reis, quer na vertente do estudo da vida e obra de António Soares dos Reis, quer na temática do estudo e conservação de obras em gesso, no seguimento do Projeto GEO-SR (Abordagem multidisciplinar à alteração, alterabilidade e conservação da obra escultórica geomaterial de Soares dos Reis: reavaliação de paradigmas museológicos e criação de valor para sociedades em mudança, através do Património Cultural).

O projeto GEO-SR visou o estudo de 35 esculturas de Soares dos Reis, no sentido de colmatar uma lacuna profunda de conhecimento científico e tecnológico respeitante às componentes materiais, conservativas e simbólicas da escultura geomaterial europeia do século XIX.

 

Liderado pela Universidade Católica Portuguesa, o projeto contou com participação da Universidade de Aveiro (GeoBioTec), Universidade do Minho (Centro de Física) e Museu Nacional Soares dos Reis.

 

De entre os autores publicados na Revista ECR, destacamos duas técnicas superiores doutoradas do Museu Nacional Soares dos Reis, e ainda três conservadoras-restauradoras de escultura do Laboratório José de Figueiredo.

 

Lista dos artigos publicados

– António Soares dos Reis and Augustus Saint-Gaudens: an artistic friendship
Thayer Tolles (6-21)

 

– Soares dos Reis’ plaster models: technical production and the challenge of the conservation and restoration
Elsa Murta, Michèle Portela, Inês Sardinha, Paula Santos (22-41)

 

– Exploring portable ultrasonic pulse velocity avails in the conservation assessment of plaster sculptures in museum environment
António Mário Almeida, Mário António Pereira, Graça Vasconcelos, Salomé Carvalho, Rui Bordalo, Eduarda Vieira (42-59)

Visita «Uma casa incomum – a Casa-Museu Fernando de Castro»

6 de Março, 2024

Sábado, 9 março, 11H00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Ana Mântua
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

No âmbito da programação proposta para o mês de março, decorre no dia 9, pelas 11 horas, uma visita orientada à Casa-Museu Fernando de Castro, no Porto.

 

O acervo da Casa-Museu Fernando de Castro é constituído por diferentes coleções reunidas ao longo de várias décadas. É composto, maioritariamente, por arte religiosa com representações eruditas e de cariz popular, pintura naturalista portuguesa e artes decorativas. Destaca-se, ainda, um interessante núcleo de caricaturas e alguns livros da autoria de Fernando de Castro, colecionador, artista e poeta.

 

Fernando de Castro (Sé, 23 nov. 1888 – Paranhos, 7 out. 1946) foi um colecionador e empresário portuense reconhecido pela sua veia poética manifesta em publicações, com gosto pela leitura e inclinação para o desenho tendo criado várias séries de caricaturas.

 

Fernando de Castro viveu na rua das Flores junto da loja do pai, cujo negócio prosperou em vidros, espelhos e papéis pintados. Entre 1893-1908, o empresário empenhou-se na construção de uma nova casa situada na rua de Costa Cabral.

 

Desde cedo, Fernando de Castro cresceu dentro de um imaginário pleno de figuras de estilo e de ícones, em particular no que diz respeito ao mobiliário e recheio da casa de Costa Cabral— património que conservou e respeitou após a morte do pai em 1918.

 

Na idade adulta, desenvolveu os seus interesses culturais num círculo de amigos ligados aos negócios e com um gosto particular pelas artes e letras. Terá sido após a morte da mãe em 1925 que Fernando de Castro fez novas aquisições de peças.

 

A Casa-Museu Fernando de Castro é administrada pelo Museu Nacional Soares dos Reis desde 1952. As visitas estão sujeitas a marcação prévia. Saiba mais aqui.

Faça parte dos Amigos do Museu

Beneficie de vantagens exclusivas. Saiba mais aqui.

Visita ‘Uma leitura histórica do Museu a partir das suas coleções’

6 de Março, 2024

Público
Geral

 

Duração
50 minutos

 

Inscrições
Formulário online (até 48 horas de antecedência)

 

Valor
Bilhete de entrada no Museu

A história do Museu Nacional Soares dos Reis cruza-se com diversos acontecimentos políticos, sociais e culturais de Portugal dos últimos 190 anos.

 

Nesta visita estabelece-se uma relação entre as obras e os artistas representados na Exposição de Longa Duração e esses acontecimentos, numa cronologia que se cruza também com a história do próprio edifício onde o Museu Nacional Soares dos Reis se encontra instalado: o Palácio dos Carrancas.

 

Sobre o Museu Nacional Soares dos Reis

O Museu Nacional Soares dos Reis tem origem no Museu de Pinturas e Estampas e outros objetos de Belas Artes, criado em 1833 por D. Pedro IV de Portugal, primeiro Imperador do Brasil, para salvaguarda dos bens sequestrados aos absolutistas e conventos abandonados na guerra civil (1832-34).

 

Com a extinção das ordens religiosas recolheram-se obras, entre outros, nos mosteiros de Tibães e de Santa Cruz de Coimbra. Conhecido como Museu Portuense, ficou instalado no extinto Convento de Santo António da Cidade, na praça de S. Lázaro, vindo a ser formalizado por decreto em 1836 por D. Maria II.

 

Em 1839, passou para a direção da Academia Portuense de Belas Artes, que promoveu uma série de exposições em que foram premiados notáveis artistas como Soares dos Reis, Silva Porto, Marques de Oliveira e Henrique Pousão, em sucessivas gerações de mestres e discípulos.

 

Com a proclamação da República passou a designar-se Museu Soares dos Reis em memória de um dos mais destacados nomes da Arte Portuguesa. Em 1932, passou à categoria de Museu Nacional, época marcada por uma reorganização significativa de Vasco Valente, através da incorporação dos objetos do Paço Episcopal do Porto (Mitra) e do Museu Industrial, bem como do depósito das coleções do extinto Museu Municipal. Segue-se, em 1940, a instalação do Museu no Palácio dos Carrancas, onde ainda se mantém.

Visitas Orientadas à Exposição de Fotografia ‘Paisagem’

5 de Março, 2024

Com curadoria de Rui Pinheiro, a exposição Paisagem apresenta uma seleção de fotografias do arquivo familiar de José Zagalo Ilharco, fotógrafo amador que deixou relevante obra, por poucos conhecida, num valioso testemunho de paisagens de Portugal do final do século XIX e início do século XX.

 

Nos próximos dias 8 e 15 março, pelas 11 horas, serão realizadas visitas a esta exposição, orientadas pelo curador Rui Pinheiro e por Maria Carneiro (familiar de José Zagalo Ilharco), respetivamente. Inscrições a decorrer aqui.

José Zagalo Ilharco (Lamego, 1860 – Porto, 1910), fotógrafo amador, premiado internacionalmente com uma imagem do rio Souza, dedicou-se primordialmente à fotografia de paisagem, mas também à antropologia dos espaços, de que são exemplo as imagens agora reveladas do Porto e de Matosinhos.

 

As reproduções das melhores imagens que produziu foram reunidas em álbum pelo filho Norberto de Melo Zagalo Ilharco em dois volumes (1947) e, sendo propriedade dos herdeiros, são tornadas públicas num reconhecimento ao seu legado.

 

A seleção apresentada no Museu Nacional Soares dos Reis inclui, entre originais e reproduções, sobretudo paisagens de Matosinhos, Leça da Palmeira, Porto e Douro. Das imagens apresentadas destaca-se, igualmente, um núcleo de fotografias realizadas em 1893 do velódromo Maria Amélia, produzidas antes da sua inauguração nos terrenos do Paço Real do Porto, onde se encontra instalado, atualmente, o Museu Nacional Soares dos Reis.

Programa ‘Visita Guiada’ dá a conhecer Exposição de Longa Duração

5 de Março, 2024

No dia em que completou 10 anos de existência, o programa ‘Visita Guiada’ esteve em gravações no Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR). Conduzido por Paula Moura Pinheiro, o programa dedicado à nova Exposição de Longa Duração do MNSR será exibido em abril, na RTP2.

 

Ao longo da última década, o programa ‘Visita Guiada’ já esteve por diversas ocasiões no Museu Nacional Soares dos Reis, mas regressa agora na nova temporada, dando a conhecer todos os pormenores que conduziram à reformulação da Exposição de Longa Duração, através da conversa com António Ponte, Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Com um percurso de quase 200 anos, aquele que é o primeiro museu público de arte do país apresenta um renovado olhar sobre as suas coleções, valorizando sempre o património cultural que integra e honrando a história de que é herdeiro.

Na nova exposição de longa duração, o MNSR propõe um percurso com duas leituras complementares. Uma primeira leitura, que reflete a sua história e a forma como as coleções foram sendo integradas, e numa segunda leitura são valorizados os artistas e as suas obras. A exposição apresenta um total de 1133 peças distribuídas por 27 salas.

 

Com autoria e apresentação de Paula Moura Pinheiro, o Visita Guiada conta a História do território português e das suas relações com o resto do mundo através do património histórico, material e imaterial.

 

‘No extremo ocidental do continente europeu, o território que há cerca de 900 anos passou a ser Portugal está, naturalmente, sobre-exposto ao contacto com outras geografias. As provas de uma extensa e complexa rede de relações com outros povos e culturas datam logo desde a pré-História e não param de se suceder: como em qualquer outro território, tudo o que se produziu e aconteceu no território português ao longo dos tempos está sempre, direta ou indiretamente, ligado a outros lugares e a outras gentes.

 

É essa leitura global, integrada da História e do património que Paula Moura Pinheiro procura junto dos melhores investigadores nas áreas da História, da Arqueologia, da Geografia, das Artes, da Arquitetura’.

 

Produzido pela RTP2, o Visita Guiada começou a ser emitido semanalmente em 2014.

Depois da Exposição ‘Portreto de la Animo’, Arte Bruta viaja até Paris

5 de Março, 2024

Patente ao público no Museu Nacional Soares dos Reis de julho a dezembro 2023, a exposição temporária Portreto de la Animo. Art Brut Etc. proporcionou o encontro entre obras do acervo do Museu Nacional Soares dos Reis e da coleção Treger Saint Silvestre, em depósito no Centro de Arte Oliva (S. João da Madeira). A curadoria esteve a cargo de António Saint Silvestre e partiu de uma seleção de retratos e de autorretratos das duas coleções, em desenho, escultura, pintura e fotografia.

 

O surpreendente design expositivo potenciou encontros inusitados entre os visitantes da exposição e a obra de mais de 100 autores da designada Arte Bruta.

 

Parte dessas obras estará agora patente na galeria parisiense Halle Saint Pierre, de 12 de março a 14 de agosto, na mostra “L’Esprit Singulier”, com 150 obras de Arte Bruta da Coleção Treger Saint Silvestre, em depósito no Centro de Arte Oliva.

Especializada em Arte Bruta, Arte Singular e Cultura Pop, a galeria francesa Halle Saint Pierre classifica o espólio dos colecionadores privados Richard Treger e António Saint Silvestre como “uma das mais importantes coleções europeias de Arte Bruta e Arte Singular”.

 

A exposição é comissariada por Martine Lusardy, que, dirigindo a Halle Saint Pierre desde 1994, reconhece à nova mostra – cujo título significa “O Espírito Singular” – “a magia de um intermúndio ao mesmo tempo familiar e desconhecido”.

 

Agnès Baillon, Henry Darger, Jacques Deal, Jaime Fernandes, Martha Grünenwaldt, David Houis, Foma Jaremtschuk, Alexander Lobanov, Marilena Pelosi e Adolph Wölfli são apenas alguns dos autores cujo trabalho se dará a conhecer na Halle Saint Pierre.

 

No Museu Nacional Soares dos Reis, a exposição Portreto de la Animo. Art Brut Etc. permitiu estabelecer uma relação entre as duas coleções, explorando distintos modos de representação da figura humana e da autorrepresentação através da arte, de universos pessoais e mundos interiores tão diversos, entre soluções formais canónicas e outras não convencionais.

 

A mostra integrou várias peças do acervo do Museu Nacional Soares dos Reis, colocadas em diálogo com as peças da Coleção Treger Saint Silvestre, de que são exemplo o Busto-Relicário de São Pantaleão; a Máscara mortuária de Soares dos Reis, de José Joaquim Teixeira Lopes; o Escarrador, de Rafael Bordallo Pinheiro; e o óleo Mãe e Filha, de Sarah Afonso; entre outras.

 

Como parte do eixo programático “Arte & Saúde” do Museu Nacional Soares dos Reis, a exposição foi complementada por um extenso programa de atividades de mediação, apoiado cientificamente pela Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental, que incluiu visitas comentadas, conversas, oficinas e performance. No período em que esteve patente ao público registou um total de 35 mil visitantes.

Museu acolhe Concerto de Laureados do Prémio Ilda Moura

4 de Março, 2024

O Museu Nacional Soares dos Reis será palco do Concerto de Laureados do Prémio Ilda Moura, a realizar no próximo dia 28 de abril.

 

A 8ª edição do Prémio Ilda Moura decorrerá de 26 a 28 de abril, em homenagem a Ilda Moura, a quem a Academia Musical dos Amigos das Crianças – Escola de Música Guilhermina Suggia (AMAC-EMGS) deve a sua existência. Para dar continuidade ao seu legado, a Academia Musical dos Amigos das Crianças – Escola de Música Guilhermina Suggia, fundada em 1953, decidiu criar um concurso e um prémio com o seu nome, em sinal de agradecimento e homenagem a uma personalidade que sempre reconheceu a importância da música na formação das crianças e jovens.

 

Nesta 8.ª edição, além dos vários prémios atribuídos a diferentes categorias e escalões, serão entregues prémios especiais:

 

PRÉMIO DUO SUGGIA

Prémio para o melhor duo constituído por violoncelo e piano. Com o Prémio Duo Suggia, a AMAC-EMGS pretende distinguir jovens talentosos em duos de violoncelo e piano e simultaneamente homenagear, não só a figura incontornável de Guilhermina Suggia, como também resgatar a memória de sua irmã, a pianista Virgínia Suggia.​

PRÉMIO ILDA MOURA

Prémio para o melhor intérprete, de entre todos os vencedores do escalão D de todas as categorias. Com o Prémio Ilda Moura, a AMAC-EMGS irá distinguir um dos concorrentes, procurando homenagear o talento e o trabalho do jovem músico e contribuir para o sucesso do seu percurso artístico. ​

PRÉMIO DANIEL CUNHA

Prémio para o melhor intérprete de uma obra portuguesa na categoria Piano, em qualquer escalão aberto a concurso. Com o Prémio Daniel Cunha, a AMAC-EMGS homenageia um seu professor e membro do júri deste concurso, falecido em 2020, que foi um dos mais destacados pianistas da sua geração e um dos mais dedicados à interpretação da música portuguesa. A AMAC-EMGS contribui, deste modo, para que o nome de Daniel Cunha, já merecidamente associado à música portuguesa, possa continuar a servir de inspiração e estímulo à participação de novos intérpretes da nossa música, para que seja mais tocada, incitando os concorrentes a apresentarem mais repertório nacional.

A Ourivesaria e a Joalharia: da época pré-romana ao século XIX

1 de Março, 2024

Os núcleos de Ourivesaria e Joalharia do Museu Nacional Soares dos Reis foram constituídos em 1932, com a incorporação de um conjunto de objetos do espólio do Paço Episcopal do Porto. A coleção foi crescendo com a incorporação de peças provenientes de conventos extintos, de acervos de palácios reais, de doações e de aquisições pontuais.

 

O depósito das coleções da Câmara Municipal do Porto no Museu, ocorrido em 1937, valorizou o núcleo de Joalharia de forma significativa, enriquecendo-o com um variado conjunto de joias pertencentes ao acervo do extinto Museu Municipal.

 

A Exposição de Longa Duração do Museu Nacional Soares dos Reis apresenta vários exemplares que cobrem distintas épocas cronológicas, desde a pré-romana (900 a.C.) até ao século XIX.

Os adereços eram usados como adorno corporal, amuleto, forma de distinção social ou símbolo de poder. O par de Pulseiras de ouro e o Tesouro de Estela são relevantes testemunhos da história da Ourivesaria e dos metais nobres em Portugal.

 

Estas peças de joalharia comprovam que já se dominava o trabalho dos metais num passado mais longínquo. Evidenciando contactos com povos de culturas centro-europeias e mediterrânicas, refletem o conhecimento de formas e técnicas decorativas, bem como do processo da fusão de metais que se mantiveram até aos dias de hoje.

 

Ourivesaria do século XVIII

A exploração das minas de ouro e pedras preciosas no Brasil teve forte impacto na joalharia portuguesa a partir da primeira metade do século XVIII, refletindo o luxo e opulência de uma sociedade abastada. A Guarnição de corpete, joia de adorno da imagem de Nossa Senhora do Monte do Carmo de Lisboa, é uma expressão notável deste esplendor.

 

O gosto desmedido por joias vai repercutir-se na diversidade de adornos de uso pessoal, masculinos e femininos: gargantilhas, alfinetes e anéis, fivelas de sapatos, insígnias, entre outros.

 

No conjunto de peças de prata civil e religiosa sobressai a produção nacional com a representação de dois grandes centros – Porto e Lisboa. A expressão estrangeira cabe a artífices e oficinas de Itália e Alemanha.

 

Joias e acessórios de uso pessoal

As joias e os acessórios de uso pessoal do século XVII ao XIX acompanharam as alterações da moda europeia. No século XIX difunde-se o gosto pelas joias ligadas a momentos importantes da vida pessoal e à expressão de sentimentos, como os pendentes com retratos em miniatura servindo de lembrança de um ente querido ou acontecimento familiar. Os anéis eram usados como mero adorno ou símbolo de autoridade, de amor, viuvez ou amizade. As joias de temática religiosa podem incluir crucifixos ou pendentes com a Virgem, Cristo ou santos. As caixas de rapé (tabaco moído), algumas exibindo delicados retratos, testemunham o hábito generalizado deste consumo pela Europa.

Evocação dos 140 anos da morte do pintor Henrique Pousão

1 de Março, 2024

Considerado um dos nomes maiores da pintura portuguesa da segunda metade do século XIX, Henrique Pousão faleceu aos 25 anos, a 20 março de 1884, vítima de tuberculose.

 

O jovem artista frequentou a Academia Portuense de Belas-Artes e foi pensionista do Estado em França e Itália. A pintura de caminhos e ruas, pátios, casas, aspetos de Paris, testemunha o seu percurso criativo, que culmina nas estadias em Roma e Capri.

 

Desde cedo que a família lhe reconhecera talento, manifesto sobretudo em retratos a lápis. Com 10 anos passa a residir em Barcelos e, em 1872, fixa-se no Porto. É nesta cidade que frequenta o atelier do pintor António José da Costa para preparar a entrada na Academia Portuense de Belas-Artes (1872).

 

Muito influenciado por Marques de Oliveira, regressado de Paris em 1879, Pousão ganha o concurso de pensionista, chegando a Paris no final do ano de 1880, acompanhado de Sousa Pinto (1856 – 1939).

Antes de ingressar no atelier de Cabanel e de Yvon, visitou galerias de arte e museus tanto em Paris, como em Madrid.

 

Neste ano, muda-se para Roma, onde aluga um atelier e, em 1882, produz significativas obras, também em Nápoles e Capri.

Paisagens de um poético e vibrante cromatismo, em exercícios de captação de luz, pinturas de género como Cecília, e retratos, com Senhora Vestida de Preto, realizado já em Paris, revelam a sua modernidade, invulgar no panorama artístico português.

 

No final de 1883, já doente, decide regressar a Portugal. A viagem foi efetuada via Génova, passando por Marselha e Barcelona, onde pinta “Cais de Barcelona” (na imagem ao lado).

 

Em março de 1884, poucos dias antes de falecer pinta “Um ramo de flores” (na imagem superior).

 

A sua obra, que revela o arrojo e o talento do jovem pintor e o seu interesse absoluto nos valores da pintura em si em detrimento dos temas ou da narrativa, foi entregue, após a sua morte prematura, à Academia Portuense de Belas Artes.

 

Na coleção do Museu Nacional Soares dos Reis, a obra de Henrique Pousão está fortemente representada com destaque para as obras “Casas Brancas de Capri”, “Senhora Vestida de Preto” e “Janelas das Persianas Azuis”, todas classificadas como tesouros nacionais.

Cais de Barcelona, Henrique Pousão

Em março, descobrimos os «Esmaltes com cenas do Ciclo da Paixão de Cristo»

29 de Fevereiro, 2024

Público
Jovens e adultos

 

Ingresso
Entrada gratuita

 

Inscrições
Formulário online (até 48 horas de antecedência)

O Museu Nacional Soares dos Reis apresenta, na rubrica A Peça do Mês – A Escolha do Público, a série «Esmaltes com cenas do Ciclo da Paixão de Cristo». As sessões comentadas, por Ana Paula Machado, decorrem nos dias 7 março (18h00) e 21 março (13h30). Inscrições a decorrer.

 

O esmalte pintado sobre cobre é uma arte do fogo, que se desenvolveu particularmente na segunda metade do século XVI, em França, na região de Limoges. Aí se estabeleceram numerosas oficinas de esmaltador.

 

Nesta sessão, vamos conhecer em pormenor a série de vinte e seis placas com cenas do Ciclo da Paixão de Cristo, que integra a Exposição de Longa Duração do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

A série de 26 placas de esmalte pintado sobre cobre representa cenas da Paixão de Cristo, reproduzindo e recriando 24 das 36 gravuras que constituem a série denominada “Pequena Paixão”, da autoria do artista alemão Albrecht Dürer, publicada em 1511.

 

Estão atribuídos ao mesmo artista outras placas em esmalte, representado cenas da Pequena Paixão, como uma série da Wallace Collection, placas do Museu de Lyon, do Museu Hermitage de São Petersburgo e do Museu das artes Decorativas de Paris, entre outras.

 

As placas não são assinadas nem datadas, mas integram um grupo de peças atribuídas a uma mesma oficina, em Limoges, entre 1550 e 1625. Além das 26 placas do Museu Nacional Soares dos Reis, são hoje conhecidas cerca de 98 placas, (distribuídas por diversas coleções europeias), que se considera terem sido produzidas nessa oficina atualmente designada pelo nome de convenção “Oficina da Pequena Paixão de Santa Cruz de Coimbra”.

 

A série provém do Santuário do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra onde já se encontrava em 1752 e de onde foi retirada em 1834, na sequência do decreto de extinção das ordens religiosas. No Santuário do Mosteiro de Santa Cruz conserva-se ainda o elemento do altar em madeira em que as placas se inseriam.

Museu Nacional Soares dos Reis promove ‘Visita Incógnita’

29 de Fevereiro, 2024

Público
Jovens e adultos

 

 Duração
50 minutos

 

Inscrições
Formulário online (até 48 horas de antecedência)

 

Valor
Gratuita

O Museu Nacional Soares dos Reis promove mensalmente uma visita orientada, com tema incógnito. Os participantes são desafiados a explorar o Museu e as suas coleções, descobrindo outras narrativas e outros espaços. Este mês, a ‘Visita Incógnita’ está agendada para o próximo dia 3 março, pelas 11 horas, sendo orientada pela gestora de coleção Paula Oliveira. Inscrições a decorrer.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis procura desenvolver a sua função de lugar de educação, mediante um programa articulado com as políticas públicas sectoriais respeitantes à família, à juventude, apoio às pessoas com deficiência, às instituições de ensino formal, turismo e combate à exclusão social.

 

O propósito é dar a conhecer o património presente nas suas coleções, permitindo que a comunidade o desfrute, mas também o compreenda, pelo envolvimento ativo – físico, intelectual e emocional -, construindo significados sobre as suas experiências.

 

Um programa que promova a função educativa no respeito pela diversidade cultural tendo em vista a educação ao longo da vida, a participação da comunidade, o aumento e a diversificação dos públicos.

 

Constituído por diferentes estratégias de educação e mediação, tais como visitas orientadas, oficinas, sessões comentadas, visitas comentadas, projetos de sensibilização ambiental e de mediação cultural, performances teatro, este programa fundamenta-se sempre nas coleções e procura explorar e desconstruir os conteúdos expostos visando a aproximação e a promoção do espaço museológico enquanto lugar de construção de conhecimento, de entendimento ou de simples fruição.

Projeto ‘Siza Baroque’: Museu acolhe Ciclo de Aulas Abertas

28 de Fevereiro, 2024

No âmbito do projeto de investigação Siza Barroco, desenvolvido pelo Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, o Museu Nacional Soares dos Reis acolhe, no próximo dia 7 março, o ciclo de aulas abertas da unidade curricular História da Arquitetura Moderna.

 

Apesar de ser especialmente dirigido aos estudantes, o ciclo de aulas abertas será disponibilizado ao público em geral, sendo de entrada gratuita, mas sujeito à lotação do espaço e a prévia inscrição através do email comunicacao@mnsr.dgpc.pt

 

Ciclo de Aulas Abertas

‘Bernini e a Ideia de Barroco 1’
Por José Miguel Rodrigues | 7 de março 2024, 14h30
Auditório do Museu Nacional Soares dos Reis

 

‘Borromini e a Ideia de Barroco 2’
Por Joana Couceiro | 7 de março 2024, 16h30
Auditório do Museu Nacional Soares dos Reis

O barroco enquanto ideia pode ser melhor compreendido através de um díptico que confronta dois autores-arquitetos que nasceram, com um ano de diferença, na primeira dobra do dealbar do século barroco (XVI-XVII). A rivalidade e disputa entre ambos é histórica.

 

Este ciclo de duas aulas propõe-se retomar o que une estes dois adversários (que se respeitavam mutuamente) e cuja disputa ajudou ao desenvolvimento das respetivas expressões arquitetónicas individuais e, sobretudo, contribuiu para a mais espantosa reconstrução crítica da arquitetura clássica que o projeto Siza Barroco visa continuar.

 

Siza Barroco é um projeto de investigação que visa pôr em evidência a relação entre a ideia de Barroco e a obra de Álvaro Siza. Enquanto tendência na arte em geral e na arquitetura em particular, o Barroco quer construir um mundo novo com base no antigo que este crê não estar preparado para o presente e o futuro que há-de-vir. As relações entre a arquitetura de Álvaro Siza e o Barroco estão presentes em vários autores que escreveram sobre Siza, além de permanecerem no modo como o próprio Siza, referindo-se ao Porto e a Nasoni em textos escritos, anuncia o seu interesse e empenho em conhecer melhor a arquitetura e a cidade Barrocas.

 

José Miguel Rodrigues é arquiteto e professor catedrático na FAUP, onde leciona a disciplina de História da Arquitectura Moderna e, no âmbito do Programa de Doutoramento, Projecto de tese [perfil E]. É co-autor do projeto da Nova Aldeia da Luz (1995-2002). Desde 2011 desenvolve um projeto de tradução para português da obra escrita de Giorgio Grassi. Em 2013, publicou a tese de doutoramento ‘O Mundo Ordenado e Acessível das Formas da Arquitectura’ e em 2020 o livro ‘Palladio e o Moderno’, distinguido com o prémio FAD, pensamento e crítica (2021). Atualmente é director do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da FAUP (CEAU-FAUP) e coordenador do grupo de investigação T2P, sendo o Investigador Responsável do projeto Siza Barroco.

 

Joana Couceiro é arquiteta, licenciada pelo DAarq/FCTUC (2005) e doutorada pela FAUP (2018). Foi colaboradora no aNC arquitectos e no atelier Pedra Líquida, sendo co-autora de obras já publicadas. É co-fundadora da editora de arquitetura Circo de Ideias (tendo integrado a equipa da direção até 2018) e da Pechakucha Night Porto. A convite da Casa da Arquitectura, foi curadora do V Open House Porto, com o epíteto ‘Vida Interior’. Entre 2013 e 2021 foi professora convidada de História da Arquitectura Moderna, na FAUP. Entre 2021 e 2023 foi investigadora na esad-idea e assistente de curadoria do programa de conferências das segunda e terceira edições da Porto Design Biennale. Atualmente é investigadora no CEAU, onde se encontra a desenvolver, enquanto Co-IR, o projeto Siza Barroco.

 

Créditos de imagem:

Francesco Borromini, desenho de San Carlo alle Quattro Fontane, Roma, 1660

Albertina Collection AZRom175

Curso de Ilustração Científica superou as melhores expetativas

28 de Fevereiro, 2024

Decorreu, durante este mês de fevereiro, o Curso ‘A Natureza Ilustrada’, promovido pelo Serviço de Educação do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Destinado em exclusivo a membros do Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis, este Módulo da Ilustração Científica incidiu na aprendizagem das técnicas clássicas do desenho, nomeadamente grafite sobre papel e carvão composto.

 

A adesão e entusiasmo dos participantes superaram todas as expetativas, estando já a ser ponderada a realização de uma segunda edição.

 

Independentemente da forma como uma ilustração científica possa ser apreciada, importa referir os objetivos que guiaram a sua conceção: atrair, informar, descrever, explicar, sensibilizar, transmitir um facto ou conceito científico, com honestidade.

 

Nesta formação foram produzidas pelos participantes várias ilustrações monocromáticas (preto e branco), dando relevo à estrutura e volumetria dos objetos representados.

 

O Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis é uma associação criada em 1940, pessoa coletiva de carácter cultural, sem fins lucrativos, com estatuto de utilidade pública, que tem como objetivo concorrer para o desenvolvimento da cultura, das artes, da defesa do património cultural, tendo como principal objetivo a progressiva valorização do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

A Associação tem centrado a sua atividade no apoio ao desenvolvimento do Museu, aumento das suas coleções, aquisições e doações, complementando a programação do Museu com viagens, cursos e visitas várias, organização de conferências, congressos, concertos, etc.

 

O Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis conta, atualmente, com muitas centenas de amigos individuais tornando-a, no panorama das associações culturais de amigos dos museus, uma associação de referência, para além de um conjunto muito alargado de associados institucionais que apoiam as várias iniciativas levadas a cabo em nome do Museu Nacional Soares dos Reis.

Faça parte dos Amigos do Museu

Beneficie de vantagens exclusivas. Saiba mais aqui.

As camélias na coleção de pintura e no Jardim do Museu

28 de Fevereiro, 2024

No próximo fim-de-semana (dias 2 e 3 março), o Parque de São Roque é, novamente, o local escolhido para mais uma edição da Exposição de Camélias do Porto. Associando-se ao evento que homenageia a flor de eleição da cidade do Porto, o Museu Nacional Soares dos Reis apresenta uma seleção de obras representando as camélias, que integram o seu acervo de pintura.

 

Desde o ‘Vaso com camélias’, de António José da Costa, à ‘Natureza Morta’, de Alberto Aires de Gouveia, até à obra ‘Flores’, de Henrique Pousão, passeamos ainda pelo Jardim das Camélias, localizado no centro do Palácio dos Carrancas.

 

Conhecidas como “rainhas do Inverno”, as camélias florescem na estação mais fria do ano e “emprestam”, também, o seu colorido ao Museu Nacional Soares dos Reis.

O Palácio dos Carrancas começou a ser construído em 1795. Em 1861, o Palácio dos Carrancas foi adquirido pelo rei D. Pedro V para passar a residência oficial da família real nas suas visitas ao Norte do País e foi remodelado.

 

Foi doado, em 1915, à Misericórdia, através do testamento de D. Manuel II, que pretendia aí construir um hospital, o que nunca chegou a concretizar-se. Mais tarde, o Estado comprou o palácio para aqui instalar o Museu Nacional de Soares dos Reis que tinha sido fundado em 1833 e funcionava no Convento de Santo António, atual Biblioteca Pública Municipal do Porto.

 

O Palácio das Carrancas foi novamente alvo de remodelações para a sua nova função e, em 1940, foi aqui inaugurado o Museu Nacional Soares dos Reis, o mais antigo museu público de arte em Portugal.

 

Entre 1992 e 2001, o edifício sofreu uma série de profundas remodelações da autoria do arquiteto Fernando Távora. No exterior há um pátio com paredes cor-de-rosa e azulejos que dá lugar ao jardim resguardado pelas paredes do edifício. O espaço verde com relvados dá total destaque às camélias.

MNSR no Encontro de Profissionais de Conservação e Restauro

27 de Fevereiro, 2024

A equipa de conservadores-restauradores do Museu Nacional Soares dos Reis participou, ontem, em Lisboa, no Encontro de Profissionais de Conservação e Restauro, promovido pela Museus e Monumentos de Portugal, E.P.E. (na imagem).

 

A iniciativa “foi uma oportunidade para partilhar experiências e boas práticas entre todos os profissionais responsáveis pela conservação dos bens culturais à guarda das instituições museológicas nacionais, e para debater o trabalho em rede que se pretende implementar, em estreita ligação com o Laboratório José de Figueiredo”.

O conservador-restaurador é um profissional altamente qualificado, que estuda matérias interdisciplinares, desde a química à biologia, passando pela história da arte, arqueologia e museologia. Este profissional tem a seu cargo tarefas de elevada complexidade e responsabilidade e trabalha frequentemente em redes multidisciplinares.

 

No Museu Nacional Soares dos Reis é desenvolvido um trabalho contínuo nas áreas de conservação e restauro, no contexto da gestão e acompanhamento das diferentes coleções, formação contínua, orientação de estagiários e investigação, realizada em colaboração com universidades.

 

A equipa de conservadores-restauradores participa regularmente em projetos de investigação com o objetivo de contribuir para novos estudos sobre técnicas e procedimentos de conservação e restauro.

 

Em 2023, foram intervencionadas 163 obras (115 pela equipa do MNSR e 48 realizadas por profissionais externos).

António Ponte modera debate no ‘Porto de Arquitetura’

27 de Fevereiro, 2024

O Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, António Ponte, será o moderador da conversa ‘Turismo e cultura como ativos da cidade’, a qual contará com as participações de Miguel Guedes, João Paulo Rapagão e Catarina Santos Cunha.

 

Agendada para o próximo sábado, dia 2 março, a conversa terá lugar após a visita conduzida pelo atelier Arquitectos Aliados ao M.Ou.Co Hotel, no âmbito da primeira edição do “Porto de Arquitetura”.

 

“Porto de Arquitetura” é um programa desenvolvido, em conjunto, pela Câmara Municipal do Porto e a Casa da Arquitectura. Entre fevereiro e julho, oito edifícios da cidade, representativos da mais recente arquitetura contemporânea, vão ser alvo de visitas gratuitas e abertas ao público mediante inscrição prévia.

Cada visita surge acompanhada de uma conversa com os arquitetos autores e outras personalidades ligadas aos espaços que vai permitir conhecer o processo de conceção, construção e recuperação das obras de um modo privilegiado.

 

Os edifícios representam algumas das mais relevantes intervenções recentes na cidade, da habitação até às infraestruturas, passando pelos edifícios destinados ao ensino, cultura, turismo e serviços municipais.

 

Todos eles são referências urbanas que, revelados e desvendados deste modo, pretendem inspirar intervenções futuras de qualidade e evidenciar o referencial de exigência que desejamos para a cidade que habitamos.

 

Todas as visitas são guiadas pelos arquitetos autores das obras e começam sempre às 16 horas. No final de cada visita, haverá lugar a uma conversa com um conjunto de personalidades ligadas às obras.

 

Mais informação aqui.

 

Créditos fotográficos: Câmara Municipal do Porto @Andreia Merca

MNSR lança Programa «Olhares Cruzados sobre as Coleções»

27 de Fevereiro, 2024

‘A Pintura vista por quem pinta’ é o tema da primeira sessão do Programa «Olhares Cruzados sobre as Coleções», a realizar no próximo dia 14 março, pelas 18 horas, com entrada livre, sujeita a inscrição prévia que pode ser efetuada aqui.

Nesta sessão, estará em destaque a obra “Casas brancas de Capri”, de Henrique Pousão, contando com a participação de Ana Paula Machado, gestora da coleção de pintura do Museu Nacional Soares dos Reis, e de Francisco Araújo, aluno de Mestrado em Artes Plásticas na Faculdade de Belas Artes do Porto, e autor de cópias de pormenores da obra em questão, no âmbito da disciplina de Técnicas da Pintura.

 

Na sessão ‘A Pintura vista por quem pinta’ será feita uma apresentação breve da pintura do ponto de vista da História da Arte, seguida da análise das técnicas e modos de fazer, desafios, recursos e respostas do pintor. Os participantes serão depois convidados a visitar a obra “Casas brancas de Capri” no seu espaço de exposição.

 

O Programa «Olhares Cruzados sobre as Coleções» pretende fomentar espaços de reflexão participada, através do cruzamento de diferentes olhares, leituras e interpretações sobre as obras das coleções do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Tendo presente que cada um dos objetos que integra as coleções tem o poder de transmitir mensagens, despertar emoções e provocar reflexões sobre questões sociais, políticas ou mesmo filosóficas, o Museu Nacional Soares dos Reis considera que as peças que integram o seu acervo são um recurso fundamental na construção de conhecimento e entendimento, não só dos objetos em si, mas também da pessoa, das instituições e do mundo.

 

É este o ponto de partida que, ao longo dos próximos meses, permitirá lançar ‘Olhares Cruzados sobre as Coleções’, abordando temas tão diversos como ‘Liberdades e transgressões à luz de obras escolhidas de Cristóvão de Figueiredo, Domingos Sequeira e José Tagarro’; ‘A Pintura do Romantismo como documento etnográfico do Minho’ ou as ‘Artes decorativas portuguesas’.

Oficina para Famílias ‘Pigmentos e Ciência da Cor’

27 de Fevereiro, 2024

Oficina Pigmentos e Ciência da Cor

3 mar, 10h30/12h30, domingo

 

Público-alvo Famílias com crianças e adolescentes a partir dos 12 anos
Entrada 2 Euros/pessoa
Responsável Salomé Carvalho e Filipe Fernandes
Inscrições se@mnsr.dgpc.pt

A história da utilização da cor está intimamente relacionada com a história dos pigmentos naturais e artificiais.

 

A cor em si é mais do que pigmento, pode ser cor luz, perceção, soma ou subtração de radiação. Trata-se de uma matéria de estudo muito interessante, quer para a compreensão da nossa perceção do mundo, quer para o entendimento da produção artística.

 

Os pigmentos dizem muito sobre uma obra de arte, e convidamo-lo a descobrir connosco todos os mistérios que esta matéria pictórica esconde.

 

‘Uma pintura, seja ela mural ou de cavalete, é formada por um conjunto de materiais de diferente natureza química organizados numa estrutura em camadas.

 

A face visível da pintura, onde se misturam cores e formas, é constituída pelas camadas mais superficiais, de que fazem parte o verniz, quando existente, por um lado, e os pigmentos, os corantes e os aglutinantes, por outro, camadas estas aplicadas sobre uma preparação, ela própria contendo pigmentos, e esta sobre o suporte ou então encontram-se estas camadas cromáticas diretamente colocadas sobre o suporte – que, em qualquer um dos casos, pode ser de tela, madeira, alvenaria, vidro, metal ou outro material.

 

Os pigmentos, no sentido restrito do termo, são geralmente materiais de origem inorgânica, cristalinos e insolúveis, utilizados pela cor que apresentam. Distinguem-se dos corantes, igualmente usados por causa da sua cor, pelo facto de estes serem materiais orgânicos normalmente solúveis’.[i]

 

 

[i] Cruz, António João. «A matéria de que é feita a cor. Os pigmentos utilizados em pintura e a sua identificação e caracterização» Comunicação aos “1.os Encontros de Conservação e Restauro – Tecnologias”, Instituto Politécnico de Tomar, 2000.

Visita Orientada ao ‘Serviço de Documentação e Informação’

26 de Fevereiro, 2024

Sábado, 2 março, 11H00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Teresa Pinheiro Torres
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

 

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

No âmbito da programação proposta para o mês de março, decorre no dia 2, pelas 11 horas, uma visita orientada dedicada à reestruturação em curso do Serviço de Documentação e Informação.

 

A Biblioteca e o Arquivo do Museu Nacional Soares dos Reis dispõem de um espólio muito diverso, sendo a sua principal missão gerir e fornecer a informação necessária à atividade do museu e à investigação académica.

 

Nesta visita, damos a conhecer o projeto – atualmente em curso – de remodelação dos serviços: os espaços, o acervo, os fundos documentais, a sua organização, arrumação e tratamento.

 

A Biblioteca é especializada em História da Arte, nomeadamente nas áreas temáticas das suas coleções — Pintura, Escultura, Artes Decorativas, Gravura, Desenho, Arqueologia — e ainda em História da cidade do Porto e Museologia.

 

O fundo documental é composto por obras de referência, monografias, publicações periódicas, catálogos de museus, catálogos de exposições, catálogos de leilões, teses académicas e ainda coleções de cartazes, postais e desdobráveis.

 

O Arquivo, reflexo da atividade e da história da instituição, divide-se em dois fundos, o do Museu Nacional Soares dos Reis e o do Museu Municipal do Porto. O tratamento e controlo da documentação e informação, bem como a consulta e divulgação são alguns dos serviços disponibilizados.

Faça parte dos Amigos do Museu

Beneficie de vantagens exclusivas. Saiba mais aqui.

Conversa dedicada à Exposição Teresa G. Lobo e Domingos Sequeira

26 de Fevereiro, 2024

António Filipe Pimentel, Diretor do Museu Calouste Gulbenkian (desde 2021), estará presente no Museu Nacional Soares dos Reis, no próximo sábado, dia 2 março, pelas 16 horas, numa conversa dedicada à Exposição «Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira – um diálogo no tempo».

 

A iniciativa, integrada no programa paralelo da exposição temporária, contará ainda com as participações do Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, António Ponte, do curador da exposição Bernardo Pinto de Almeida e da artista Teresa Gonçalves Lobo.

 

A entrada é gratuita, sujeita a inscrição prévia através do formulário online.

Entre 2010 e 2019, António Filipe Pimentel assumiu as funções de Diretor do Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa), e de Subdiretor-Geral do Património Cultural. Foi ainda coordenador científico da Candidatura da Universidade de Coimbra a Património da Humanidade UNESCO.

 

Galardoado com o Prémio Gulbenkian de História da Arte 1992/94, pela obra Arquitectura e Poder, o Real Edifício de Mafra, é académico correspondente nacional da Academia Nacional de Belas Artes, académico correspondente da Academia da Marinha e membro da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa. Conta com mais de três centenas de títulos publicados, em Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Polónia, Eslováquia, Eslovénia e Brasil.

 

Inaugurada no passado dia 27 janeiro, a mostra coloca em diálogo a nova exposição de desenhos de Teresa Gonçalves Lobo com obras de Domingos Sequeira, o grande artista português da transição do século XVIII para XIX.

 

No diálogo que sustenta esta exposição, percebe-se como uma semelhante aproximação ao desenho e ao modo do riscar acontece nas obras destes dois artistas apesar da longa distância no tempo que os separa, mas cujo propósito de fazer nascer a forma desse uso do risco os aproxima.

 

Teresa Gonçalves Lobo nasceu em 1968 no Funchal. Vive e trabalha em Lisboa e no Funchal. Estudou desenho, pintura, gravura e fotografia no Ar.Co Centro de Comunicação Visual e no Cenjor, respetivamente. Encontra-se representada em diversas coleções, privadas e institucionais, em Portugal e no estrangeiro.

141 Anos da Morte do percursor do realismo no retrato em Portugal

26 de Fevereiro, 2024

Miguel Ângelo Lupi, retratista da sociedade burguesa entre 1870 e 1880, é considerado o percursor do realismo no retrato em Portugal. Natural de Lisboa, faleceu a 26 fevereiro de 1883.

 

O pintor encontra-se representado no Museu Nacional Soares dos Reis, nomeadamente através dos retratos de Pedro Paulo Ferreira de Sousa, 1º barão de Pernes e bravo combatente da Batalha de Pernes de 1834, e sua esposa, a baronesa, Helena de Águeda Bom (na imagem).

 

Nestas obras, o artista destaca as duas personalidades representando-as sobre fundos trabalhados em esquemas de gradação de cor, conferindo ilusão de profundidade. O casal é retratado onze anos após a morte do barão, o que terá obrigado o artista a recorrer a uma imagem, ao passo que a sua esposa ainda terá pousado para o artista.

Miguel Ângelo Lupi nasceu em Lisboa a 8 maio de 1826, filho de pai italiano e mãe portuguesa. Aos 15 anos entra para a Academia de Belas Artes de Lisboa. De 1841 a 1843 foi aluno de Joaquim Rafael na aula de Desenho Histórico, tendo obtido dois prémios. Discípulo de António Manuel da Fonseca na aula de Pintura Histórica de 1844 a 1846, abandona nesse ano a Academia e passa a frequentar a Escola Politécnica.

 

Entre 1849 e 1860 exerceu vários cargos como funcionário público, um deles na província de Angola. Desses anos conhecem-se alguns trabalhos pouco relevantes no percurso do pintor. Em 1859, então com 33 anos, é convidado a realizar o retrato de D. Pedro V para o Tribunal de Contas de Lisboa, onde trabalhava. Com o agrado do rei e da Academia obtém o pensionato do Estado para completar a sua aprendizagem em Roma. Instalado no Hospício de Santo António dos Portugueses desde o Outono de 1860 até fins de 1863, nunca procurou o ensino direto de um mestre.

 

Interessado no estudo de anatomia, do nu e do retrato, copia, em pequenos formatos, obras de Ticiano, Corregio, Rubens, Andrea del Sartro, Velásquez. Trabalha também a partir do modelo vivo, cenas e figuras locais e esboça pequenas composições inspiradas em temas literários como Fausto e Margarida (MNSR). Prepara a prova final de pensionista – a pintura histórica D. João de Portugal.

 

No regresso de Roma e depois em 1867 visitou Paris. Este contacto revelou-se crucial na formação do pintor. Tocado pela corrente realista, particularmente pela obra de Courbet, introduziu nova intensidade na análise e interpretação dos temas que futuramente trabalhou, especialmente no retrato. Chegado a Lisboa em 1864, foi de imediato nomeado Académico de Mérito e professor de Desenho de Figura da Academia de Belas Artes de Lisboa, vindo em 1868 a ocupar o cargo de professor de Pintura Histórica que exerceu até à sua morte, ocorrida a 26 fevereiro de 1883.

 

 

Créditos de Imagem
Foto Capa: Revista Occidente, Volume VI, Nº 153 de 21 de Março de 1883 – Hemeroteca Digital

146º Aniversário de Nascimento de Acácio Lino Magalhães

25 de Fevereiro, 2024

Natural de Travanca, Amarante, onde nasce a 25 fevereiro de 1878, Acácio Lino Magalhães foi para o Porto frequentar o Liceu Central. Concluído o curso, matriculou-se na Academia Portuense de Belas Artes tendo como colegas as irmãs Aurélia e Sofia de Sousa. Enquanto aluno da Academia, participou nas exposições aí promovidas, dos “alunos considerados dignos de distinção”. Na Academia Portuense foi discípulo de Marques de Oliveira.

 

Em 1904 partiu para Paris como pensionista do Estado, onde continuou os estudos junto a Jean Paul Laurens e F. Cormon. Daí enviava assiduamente trabalhos que eram expostos na Academia do Porto. Em Paris conviveu com Constantino Fernandes, Alves Cardoso, Sousa Lopes, João da Silva e Simões de Almeida (sobrinho). Depois da permanência nesta cidade, seguiu-se uma viagem a Itália.

De regresso ao Porto, concorreu ao lugar de Professor da Academia na cadeira de Pintura Histórica, aí iniciando uma longa carreira docente, abandonando-a como professor jubilado. Autor de uma vasta obra, distinguiu-se sobretudo como paisagista, pintor de trechos rústicos e animalista. Do retrato, de que é autor de uma vasta galeria, foi intérprete sóbrio.

 

Acácio Lino dedicou-se às grandes composições históricas, revelando preocupação pelo rigor histórico. A temática preferencial incidiu em grandes dramas da História de Portugal: o artista é autor do célebre quadro “O Grande Desvairo” (Câmara Municipal do Porto) que representa a tragédia de D. Pedro e D. Inês. Realizou trabalhos de decoração no Museu da Artilharia (1907) e no Palácio da Assembleia Nacional (1921 – 1922). No Porto, em colaboração com José de Brito, executou a pintura do teto da sala de espetáculos do Teatro Nacional de S. João.

 

Em Portugal, Acácio Lino expôs regularmente nos salões da Sociedade de Belas Artes do Porto, desde 1910 e noutros, como o Salão Silva Porto, recebendo a Medalha de Ouro de Mérito Artístico da Câmara Municipal. Em Lisboa, obteve a Medalha de Honra na Sociedade Nacional de Belas Artes, expondo “Moleirinhas da Minha Aldeia” e, consequentemente, foi nomeado professor na Academia Nacional de Belas Artes. O artista recebeu ainda a Comenda da Ordem de Santiago de Espada. Em 1943, a Sociedade Nacional de Belas Artes promoveu uma Exposição de Homenagem. Acácio Lino morreu no Porto, em 1956.

 

Imagens
Arrancada, Acácio Lino, 1928 @Museu Nacional Soares dos Reis
Palhaços Músicos, Acácio Lino, 1903 @Museu Nacional Soares dos Reis

187º Aniversário de Nascimento de Teixeira Lopes (Pai)

24 de Fevereiro, 2024

Escultor e ceramista português, José Joaquim Teixeira Lopes, ou Teixeira Lopes (Pai), nasceu em São Mamede de Ribatua, concelho de Alijó, no dia 24 fevereiro de 1837. Entre as suas numerosas obras, destacam-se a estátua de Passos Manuel, em Matosinhos, e a estátua de D. Pedro V, na Praça da Batalha, no Porto.

 

José Joaquim Teixeira Lopes foi trabalhar, aos 13 anos, como aprendiz no atelier do Professor de escultura da Academia Portuense de Belas Artes, Manuel da Fonseca Pinto, na confeção de ornamentos de proas de navios, onde permaneceu 6 anos.

 

Estudou ainda na Escola Industrial do Porto e, com dois professores da referida Academia, João António Correia e Francisco José Resende, desenvolveu a sua técnica de desenho e modelação do barro.

Passou depois cerca de um ano em Paris, onde estudou com o célebre escultor François Jouffroy e, ao retornar, dedicou-se intensamente à cerâmica. Na Fábrica de Cerâmica das Devesas, da qual foi fundador, sócio e principal artista, criou um curso de desenho e modelação, o qual eventualmente deu origem à Escola Industrial Passos Manuel, em Vila Nova de Gaia.

 

Entre as suas numerosas obras, destacam-se a estátua de Passos Manuel em Matosinhos, a estátua de D. Pedro V, na Praça da Batalha do Porto; o relevo Baptismo de Cristo em bronze no batistério da Sé do Porto, estando o gesso original na Igreja Matriz de S. Mamede de Ribatua; o desastre da Ponte das Barcas, ocorrido em 1809;  as estátuas “União faz a força”, “Filho pródigo”, “Caridade”, “Conde Ferreira”, e diversas estátuas alegóricas.

 

José Joaquim Teixeira Lopes (pai do escultor António Teixeira Lopes e do arquiteto José Teixeira Lopes) foi também pintor de azulejos e criador de dezenas de figuras em terracota pintada, representando figuras e costumes regionais. Atendendo à grande quantidade de artistas a quem ensinou ou que com ele privaram, Teixeira Lopes (Pai) foi uma das mais influentes figuras da Arte em Portugal, no período do Romantismo.

 

Foi agraciado com a Ordem de Cristo, condecoração que lhe foi atribuída por El-Rei D. Luís, e ganhou diversos prémios em exposições nacionais e internacionais. José Joaquim Teixeira Lopes faleceu em 1918, em Vila Nova de Gaia, estando sepultado no jazigo-capela da família, na sua terra natal.

 

Foi um ceramista criativo e um inovador pedagogo, justamente considerado como o primeiro impulsionador da “Escola de Gaia” de escultura.

 

Foto @Direitos Reservados

Ministro defende “capacidade de abertura e de diálogo dos museus”

23 de Fevereiro, 2024

O Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, visitou hoje o Museu Nacional Soares dos Reis, onde teve oportunidade de apreciar a recém-inaugurada exposição temporária «Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira: um diálogo no tempo», bem como «Paisagem», exposição temporária de fotografia de José Zagalo Ilharco.

 

Acompanhado por Pedro Sobrado, Presidente do Conselho de Administração da Museus e Monumentos de Portugal, EPE, o Ministro da Cultura foi recebido por Paula Oliveira, em representação do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

A visita contou ainda com as presenças do curador da exposição Bernardo Pinto de Almeida e da artista Teresa Gonçalves Lobo.

Pedro Adão e Silva referiu que a visita foi motivada pelo seu “interesse e curiosidade em ver esta exposição em particular [«Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira: um diálogo no tempo»], porque se trata de uma mostra que corresponde àquilo que deve ser a afirmação de um museu como o Museu Nacional Soares dos Reis. Ou seja, a possibilidade de abertura e de cruzamento entre as coleções que pertencem ao museu e o diálogo com aquilo que se faz atualmente a nível artístico”.

 

Considerando que os museus não devem ser encarados como uma espécie de ‘arquivo morto’, onde são depositadas várias peças de interesse histórico, o Ministro da Cultura salientou a necessidade de “estimular a capacidade de abertura e de diálogo [dos acervos dos museus] com a contemporaneidade, neste caso particular, das artes visuais”, acrescentando que “esse diálogo e esse cruzamento são fundamentais para que os museus se abram à sociedade”, conquistando assim novos públicos.

 

Teresa Gonçalves Lobo (Funchal, 1968), cujo trabalho se iniciou há mais de duas décadas, centrou-se logo de início no desenho como campo expressivo onde tem desenvolvido notável pesquisa. Está representada em diversas coleções, privadas e institucionais, em Portugal e no estrangeiro.

 

Domingos Sequeira (Lisboa, 1768 – Roma, 1837), considerado por alguns o mais talentoso e original pintor português do seu tempo, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da arte portuguesa de início do século XIX.

 

As exposições temporárias «Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira: um diálogo no tempo» e «Paisagem» estarão patentes ao público, no Museu Nacional Soares dos Reis, até 28 abril.

Visita Orientada ‘Pintura de Flores, Aves e Costumes Nórdicos’

23 de Fevereiro, 2024

Público
Jovens e adultos

 

Duração
50 minutos

 

Inscrições
Formulário online (até 48 horas de antecedência)

 

Valor
Bilhete de entrada no MNSR

Tomando como ponto de partida uma Merenda ao ar livre, tema popular que fazia eco das famosas “bambochatas flamengas”, nesta visita orientada vamos ao encontro da pintura dos Países-Baixos através de algumas das melhores obras dos Museus do Porto.

 

A visita será orientada por Paula Santos Triães no próximo dia 1 março, sexta-feira, pelas 11 horas. Inscrições a decorrer.

 

A pintura dos Países-Baixos do sul conheceu grande expansão a partir da cidade de Antuérpia (Bélgica), em torno da corporação de artistas Guilda de São Lucas. A produção repartia-se por especialidades em que a Pintura de História, Paisagem, Natureza-morta (objetos e seres inanimados) e temas de costumes alcançaram extraordinária difusão.

 

A burguesia procurava na obra de arte a representação do seu género de vida, que se traduziu na produção em série de cenas do quotidiano, interiores de catedrais e composições de flores e frutos.

 

No norte dos Países-Baixos (Holanda), sob influência da religião protestante, a pintura tende a ser mais austera e a desenvolver aspetos de metáfora, que conduzem a uma reflexão sobre a conduta humana.

 

Créditos de Imagem
Natureza-morta, de Pieter Claesz, Século XVII, acervo do Museu Nacional Soares dos Reis

145 anos da pintura ‘Mártir Cristão’ de Joaquim Vitorino Ribeiro

23 de Fevereiro, 2024

Produzida em 1879, a obra “Mártir Cristão” de Joaquim Vitorino Ribeiro, que integra a exposição de longa duração do Museu Nacional Soares dos Reis, foi exposta em 1880 no Salon (França), tendo sido referida pelo jornal “Le Figaro”.

 

Joaquim Vitorino Ribeiro cursou a Academia Portuense de Belas-Artes, onde teve como professor João António Correia.

 

Em 1873 foi para Paris completar a sua educação artística, como pensionista particular e depois do Estado. Aí estudou com o célebre professor da Escola de Belas-Artes Alexandre Cabanel, tal como os seus conterrâneos Silva Porto, Henrique Pousão, Sousa Pinto.

Mereceu o epíteto de Père Ingres pela preocupação obsessiva e o rigor do desenho que utilizava na pintura, depois dos inúmeros estudos e esbocetos em que se aplicava. Nas suas composições “frias e literárias”, sobressaem os temas históricos como a “Partida de Vasco da Gama para a índia” e “O Juramento de Viriato”, e os mais interessantes temas bíblicos, de que são bons exemplos o “Cristo no Túmulo” e “O Mártir Cristão”, expostos em Paris nos Salons de 1879 e 1880.

Adquirida pouco depois para o Museu Municipal do Porto, O Mártir, estará presente desta vez em Madrid na Exposição de Bellas Artes de 1881.

 

No Porto, para além de expor nas Trienais da APBA (1869, 1874, 1881), tomou parte nas Exposições d’Arte de 1888, 1889, 1893 e 1894. As suas obras irão aparecendo regularmente nas mais conhecidas exposições realizadas nesta cidade em 1917, 1927, 1932, 1933, 1936.

 

Outra faceta da sua personalidade foi a de colecionador apaixonado, enchendo a sua casa de um numeroso e interessante núcleo de peças, tendo sido transformada na Casa-Museu Vitorino Ribeiro graças à doação que os seus filhos, o Dr. Pedro Vitorino e o Arquiteto Emanuel Ribeiro, fizeram à Câmara Municipal do Porto.

Casa da Família Vitorino Ribeiro @Arquivo Municipal do Porto

Casa da Família Vitorino Ribeiro @Arquivo Municipal do Porto

118º Aniversário de Nascimento de José Dominguez Alvarez

23 de Fevereiro, 2024

Filho de pais de naturalidade galega mas nascido no Porto, a 23 de fevereiro de 1906, chamou-se de seu nome completo José Cândido Dominguez Alvarez.

 

Aos 20 anos matricula-se no curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes do Porto, mudando logo a seguir para o curso de Pintura, onde teve como mestres Dórdio Gomes, Acácio Lino, Aarão de Lacerda e Joaquim Lopes. Só terminaria a sua formação académica em 1940, com a classificação de 20 valores e durante os dois anos seguintes foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura e professor da Escola Infante D. Henrique.

 

Integrara, entretanto, como um dos mais empenhados protagonistas, o grupo de artistas da Escola de Belas Artes do Porto que lança, em 1929, o manifesto “+ Além”, contra o ensino académico, contra os valores naturalistas de Marques de Oliveira, contra a arte como fenómeno mundano, acontecimento que marcará toda a sua vida de marginalidade em relação aos valores instituídos.

José Augusto França integra-o no segundo modernismo português, juntamente com Mário Eloy e Júlio Reis Pereira. Na pintura de Dominguez Alvarez reside uma espontaneidade que resulta numa composição de formas e cores aparentemente ingénua.

 

Fernando Lanhas caraterizou a produção do artista em diferentes fases. Na fase vermelha, iniciada em 1927, Dominguez Alvarez utilizou cores intensas e pouco trabalhadas, ao mesmo tempo que descreveu um paisagismo urbano e primário, de que é exemplo o Aspecto da Sé do Porto e a série das fábricas.

 

Numa outra fase, após algumas incursões inconsequentes no âmbito da abstração, mantendo o mesmo colorido, regressou ao paisagismo, com outra maturidade técnica, voltando ao Porto e às paisagens nortenhas como as de S. João da Ribeira em Ponte de Lima.

 

Em 1936, Dominguez Alvarez realiza no Salão Silva Porto a sua única exposição individual. Dois anos depois verá as suas obras recusadas na III Exposição de Arte Moderna do Secretariado de Propaganda Nacional, mas logo aceites na exposição do ano seguinte.

 

Em 1942, meses depois da sua morte, tem lugar, mais uma vez no Salão Silva Porto, a primeira exposição retrospetiva da sua obra, organizada, entre outros, por seu pai e os pintores Guilherme Camarinha e Dórdio Gomes e sob a égide do Instituto de Alta Cultura, na qual se expõem, sem seleção nem critério, cerca de 300 obras suas, e que será repetida no ano seguinte em Lisboa, na Sociedade Nacional de Belas Artes.

 

Nos anos 50 vários acontecimentos trazem para primeiro plano a sua figura de inconformista e solitário e dá-se a abertura da Galeria Alvarez, homenagem de Jaime Isidoro e António Sampaio. Nos anos 80, e à volta do centenário do seu nascimento, várias manifestações procuram posicioná-lo na arte moderna portuguesa. Assim a revista “Prelo”, da Imprensa Nacional Casa da Moeda, dedica-lhe um número e em 1987 a Secretaria de Estado da Cultura organiza, em Lisboa e Porto, uma exposição retrospetiva da sua obra.

 

Foto: Obras de José Dominguez Alvarez na Exposição de Longa Duração do Museu Nacional Soares dos Reis

Foto Capa: Autorretrato de José Dominguez Alvarez, óleo sobre cartão, sem data @Fundação Calouste Gulbenkian

×