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Pedro Vitorino, pioneiro da radiografia em obras de arte

20 de Janeiro, 2024

A Roberto de Carvalho e a Pedro Vitorino se deve a realização das primeiras radiografias efetuadas a obras de arte em Portugal.

 

Especialista em Radiologia, enquanto estudioso e divulgador da História, da Pintura e da Arqueologia do Porto, Pedro Vitorino produziu um extenso conjunto de livros e artigos editados em diversas publicações periódicas.

 

A primeira radiografia de pinturas em Portugal foi efetuada em 1923, por solicitação de Carlos Bonvalot, numa ocasião em que iniciativas semelhantes ocorriam noutros países. Tratou-se de um caso isolado que só teve continuidade em 1928, quando Roberto de Carvalho e Pedro Vitorino iniciaram um projeto sistemático que deu origem a um número muito significativo de radiografias.

 

Entre as pinturas radiografadas e mencionadas em publicações encontram-se várias que pertencem ao acervo do Museu Nacional Soares dos Reis: Retrato da Princesa Margarida de Valois, de Francisco Clouet; Santíssima Trindade, de Cristóvão de Figueiredo; Anunciação, de Gaspar Vaz; Virgem do Leite ou S. Jerónimo, do Mestre da Lourinhã.

Joaquim Pedro Vitorino Ribeiro nasceu, no Porto, a 20 janeiro de 1882. Frequentou a Escola Médico-Cirúrgica do Porto, onde, em 1910, concluiu o curso de Medicina. De seguida, partiu para Paris, onde se especializou em Radiologia.

 

Regressou ao Porto em 1911. Em 1919, foi nomeado clínico auxiliar da Santa Casa da Misericórdia e chefe do Laboratório de Radiologia e Fotografia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, onde, desde 1913, exercia as funções de chefe do Gabinete de Fotografia e Eletroterapia.

 

Em paralelo com a formação académica e a carreira médica, desenvolveu muitas outras atividades humanitárias e culturais. Foi militar (voluntário de Infantaria em 1901, alferes em 1911, tenente-médico em 1915 e capitão em 1918), tendo chegado a participar na I Guerra Mundial, pois integrou como capitão-médico miliciano o Corpo Expedicionário Português que partiu para Paris em Abril de 1918.

 

Trabalhou no Museu Municipal do Porto (1922-1938), onde desempenhou as funções de conservador e Vice-diretor, mas abandonou esta instituição em 1938 para assumir o cargo de chefe dos Serviços de Radiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

 

Viajou por vários países da Europa, como Espanha, França, Bélgica e Suíça e participou em jornadas arqueológicas e artísticas pelo país, desenhando, pintando e tirando fotografias.

 

Possuidor de um vasto património iconográfico e de uma extensa biblioteca, a qual se encontra conservada pela Biblioteca Pública Municipal do Porto, Pedro Vitorino viveu com o irmão, em Contumil, na casa que pertencera ao pai e que acabou por se converter na Casa-Museu Vitorino Ribeiro.

 

Faleceu em Vila Nova de Gaia, a 10 novembro de 1944.

 

Créditos fotográficos: Arquivo Municipal do Porto

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