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MNSR e Quarteirão Bombarda desenvolvem projeto ‘Afinidades’

17 de Abril, 2024

No âmbito da ação estratégica de ativação da sua relação com os ‘Vizinhos’, o Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR) estabeleceu uma parceria com a Associação Quarteirão Criativo para o desenvolvimento de um projeto inédito, com duração de cinco anos.

 

O objetivo é ativar a comunidade local, aproximando-a da identidade e quotidiano do Museu, bem como potenciar a abertura do MNSR ao diálogo interdisciplinar e à facilitação da inovação de discursos artísticos presentes no quarteirão criativo da cidade do Porto.

 

O projeto ‘Afinidades’ é um ciclo de cinco edições, com temáticas anuais, compostas por exposições, workshops e conversas que exploram momentos de sintonia, empatia e semelhança entre a cultura da comunidade criativa do quarteirão Bombarda e a história e acervo do Museu Nacional Soares dos Reis.

Em 2024, o tema será a Joalharia Contemporânea, tendo a artista Inês Nunes como Curadora. O período de manifestação de interesse por parte dos participantes vai decorrer entre finais de abril e meados de junho.

 

A ativa comunidade artística será, assim, chamada a desenvolver propostas criativas e inovadoras de joalharia contemporânea em estreita relação com obras selecionadas do acervo do Museu Nacional Soares dos Reis. O resultado dessas participações será, posteriormente, apresentado numa exposição anual que demonstre as “afinidades” entre a peça do Museu e as criações dos diversos artistas, a qual englobará um programa paralelo de conversas e workshops relacionados com o tema.

 

O projeto é desenvolvido pelo Museu Nacional Soares dos Reis em parceria com a Associação Quarteirão Criativo, contando com o apoio mecenático do Super Bock Group, bem como o apoio do Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

 

Sobre o Museu Nacional Soares dos Reis

O Museu Nacional Soares dos Reis tem origem no Museu de Pinturas e Estampas e outros objetos de Belas Artes, criado em 1833 por D. Pedro IV de Portugal. Conhecido como Museu Portuense, ficou instalado no extinto Convento de Santo António da Cidade, na praça de S. Lázaro.

 

Em 1839, passou para a direção da Academia Portuense de Belas Artes e, com a proclamação da República, passou a designar-se Museu Soares dos Reis em memória de um dos mais destacados nomes da Arte Portuguesa.

 

Em 1932, passou à categoria de Museu Nacional e, em 1940, procedeu-se à instalação do Museu no Palácio dos Carrancas, onde ainda se mantém.

 

 

Sobre a Quarteirão Criativo

A Quarteirão Criativo é uma associação para o desenvolvimento local da zona conhecida como Bombarda, ou o Quarteirão das Artes, no Porto.

 

Tem por missão coordenar as ações da comunidade local e a partilha de recursos para melhorar a vivência neste quarteirão, assegurando a conjugação das suas múltiplas dimensões: Social, Cultural, Ambiental, Urbanística e Económica.

 

O Quarteirão Bombarda é, há cerca de três décadas, um epicentro de negócios e de criativos. A concentração de galerias de arte contemporânea nesta zona, alimenta aquela que é uma marca reconhecida internacionalmente – Bombarda Porto Art District. Bombarda acolhe, atualmente, mais de 178 estabelecimentos, nas áreas do comércio, serviços de media e lazer, cultura e entretenimento.

 

 

Sobre Inês Nunes

Inês Nunes, 1979. Portuguesa, vive e trabalha em Lisboa. Artista e docente. Licenciada em Ciências Psicológicas – Ispa. Completou o Curso de Joalharia, o Curso Avançado de Artes Plásticas – Ar.Co, onde foi aluna, bolseira e docente no Departamento de Joalharia e ainda o Curso de Formação Artística de Desenho – SNBA. Estudou Arte e Design Têxtil – Escola Artística António Arroio e é docente no Curso de Produção Artística, Projeto e Tecnologias – Especialização de Ourivesaria.

 

A nível nacional e internacional, desenvolve o seu trabalho artístico nas áreas da Arte, do Design, da Psicologia da Arte e da Moda. Desde sempre colaborou ativamente em inúmeros acontecimentos, ações e projetos ligados às suas atividades – Da Pedagogia às Exposições. Através dos convites e desafios que lhes são apresentados, participa em colaborações específicas quer com particulares, quer com empresas. Realiza consultoria e gestão de projetos artísticos tendo sido convidada para palestras e apresentações do seu trabalho, no qual experimenta e explora a sua expressividade no conhecimento da Joalharia Contemporânea enquanto área multidisciplinar e artística.

 

O seu trabalho é representado em exposições, livros, revistas, plataformas e integra as coleções do MUDE, do Ar.Co e de colecionadores particulares.

 

 

Créditos Fotográficos @Matilde Cunha

‘O horizonte urbano industrial do Porto através da Fotografia’

17 de Abril, 2024

Público
Jovens e adultos

 

Duração
50 minutos

 

Entrada
Gratuita

 

Inscrições
Formulário online (até 48 horas de antecedência)

No âmbito do programa paralelo da exposição temporária «A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia», o Museu Nacional Soares dos Reis promove, no próximo dia 18 abril, pelas 18 horas, uma visita comentada pelo historiador Nuno Resende.

 

A fotografia de paisagem é uma categoria com relevo na história da imagem urbana do Porto. Desde cedo, isto é, quando as notícias da invenção da fotografia chegaram à cidade na década de 1840, que os primeiros fotógrafos começaram a capturar as vistas urbanas, seguindo modelos da pintura e da gravura – sobretudo britânicas.

 

Houve um tempo em que chaminés de fábrica definiam o horizonte do Porto. Estas estruturas, assim como elementos de arquiteturas fabris, foram desparecendo à medida que a cidade expulsou a indústria dos seus limites e se tornou urbe de serviços e hoje plataforma para o turismo.

 

Através da fotografia procuramos observar e entender essas transformações, numa visita comentada pelo historiador Nuno Resende, no âmbito do programa paralelo da Exposição Temporária “A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia”. Entrada livre, sujeita a inscrição prévia através do formulário.

Olhares Cruzados: A pintura vista por quem pinta

17 de Abril, 2024

Atendendo ao elevado número de pré-inscrições para a sessão realizada em março, o Museu Nacional Soares dos Reis promove, na próxima sexta-feira, dia 19 abril, pelas 18 horas, uma nova sessão do Programa «Olhares Cruzados sobre as Coleções» dedicada ao tema ‘A Pintura vista por quem pinta’.

 

A entrada é livre, sujeita a inscrição prévia que pode ser efetuada aqui.

Nesta sessão, estará em destaque a obra “Casas brancas de Capri”, de Henrique Pousão, contando com a participação de Ana Paula Machado, gestora da coleção de pintura do Museu Nacional Soares dos Reis, e de Francisco Araújo, aluno de Mestrado em Artes Plásticas na Faculdade de Belas Artes do Porto, e autor de cópias de pormenores da obra em questão, no âmbito da disciplina de Técnicas da Pintura.

 

Na sessão ‘A Pintura vista por quem pinta’ será feita uma apresentação breve da pintura do ponto de vista da História da Arte, seguida da análise das técnicas e modos de fazer, desafios, recursos e respostas do pintor. Os participantes serão depois convidados a visitar a obra “Casas brancas de Capri” no seu espaço de exposição.

 

O Programa «Olhares Cruzados sobre as Coleções» pretende fomentar espaços de reflexão participada, através do cruzamento de diferentes olhares, leituras e interpretações sobre as obras das coleções do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Tendo presente que cada um dos objetos que integra as coleções tem o poder de transmitir mensagens, despertar emoções e provocar reflexões sobre questões sociais, políticas ou mesmo filosóficas, o Museu Nacional Soares dos Reis considera que as peças que integram o seu acervo são um recurso fundamental na construção de conhecimento e entendimento, não só dos objetos em si, mas também da pessoa, das instituições e do mundo.

 

É este o ponto de partida que, ao longo dos próximos meses, permitirá lançar ‘Olhares Cruzados sobre as Coleções’, abordando temas tão diversos como ‘Liberdades e transgressões à luz de obras escolhidas de Cristóvão de Figueiredo, Domingos Sequeira e José Tagarro’; ‘A Pintura do Romantismo como documento etnográfico do Minho’ ou as ‘Artes decorativas portuguesas’.

Conferência ‘A atualidade do Barroco’ por Eduardo Souto de Moura

16 de Abril, 2024

A conferência A Atualidade do Barroco foi apresentada, pela primeira vez, por Eduardo Souto de Moura, em Maio de 2015, encerrando o ciclo de Conferências dos Clérigos. Dada a sua importância e pertinência, enquanto estado da arte para esta investigação, será repetida pelo autor (“repetir nunca é repetir”– Siza), inaugurando a programação do Programa Siza Baroque.

 

A conferência terá lugar, no próximo sábado, pelas 16h00, no Museu Nacional Soares dos Reis. Entrada gratuita, mediante inscrição AQUI.

 

O Programa Siza Baroque vai decorrer ao longo de todo o ano com a participação dos investigadores do projeto e dos respetivos consultores. Inclui ainda uma exposição no Museu Nacional Soares dos Reis e um concerto de encerramento, com uma composição ‘barroca-contemporânea’ (como a obra de Siza), na Igreja dos Clérigos.

Natural do Porto (25 de Julho de 1952), Eduardo Souto de Moura diplomou-se em Arquitetura pela ESBAP – Escola Superior de Belas Artes do Porto (antecessora das atuais faculdades de Arquitetura e de Belas Artes da U.Porto) em 1980.

 

Ao longo de mais de 30 anos de carreira, Souto de Moura assinou projetos como os do mercado municipal de Braga (1980-84), a ponte Dell Accademia, em Veneza, Itália (1985), o Centro Português de Fotografia – Edifício da Cadeia da Relação do Porto (1997-2001), a Casa do Cinema Manoel de Oliveira (1998-2003), parte da rede de metro do Porto (1997) ou o Estádio Municipal de Braga (2000-2003). Paralelamente, desenvolve uma vasta atividade académica em Portugal e no estrangeiro.

 

Em 2011, Souto de Moura foi distinguido com o Prémio Pritzker de Arquitetura, o mais importante galardão do mundo na área. Entre as inúmeras distinções que arrecadou ao longo da carreira, incluem-se ainda o Prémio Wolf (2012), o Prémio Carreira da Bienal Ibero-americana de Arquitectura e Urbanismo (2016), o Leão de Ouro na Bienal de Veneza (2018) e o Prémio Arnold W. Brunner, da Academia Americana de Artes e Letras (2019).

 

Créditos fotográficos @DR

Olhares em Diálogo | ‘Entre Viagens: Portugueses e Genes’

16 de Abril, 2024

‘Entre Viagens: Portugueses e Genes’ é o tema da próxima sessão do programa «Olhares em Diálogo no Museu Nacional Soares dos Reis. Ciclo de Visitas Orientadas a Duas Vozes», promovido pelo MNSR em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto.

 

A sessão está marcada para amanhã, 17 abril, sendo dirigida em exclusivo aos estudantes e profissionais do ICBAS, proporcionando visitas temáticas que permitem explorar as ligações entre a medicina, as ciências da vida e da saúde e a arte, colocando lado a lado as visões e perspetivas de gestores de coleção do Museu e de docentes do ICBAS.

 

Paula Oliveira, gestora de coleção do MNSR, e Rosário Almeida, Professora Associada do ICBAS, serão as orientadoras desta visita comentada dedicada ao tema ‘Entre Viagens: Portugueses e Genes’.

Rosário Almeida é Professora Associada do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto (UP) desde 2006. Licenciou-se em Bioquímica pela UP em 1986 e ingressou no ICBAS como Assistente Estagiária em 1987. Doutorou-se em Ciências Biomédicas, Especialidade de Bioquímica no ICBAS em 1995.

 

No ICBAS, é membro do departamento de Biologia Molecular e é responsável ou co-responsável por unidades curriculares na área da bioquímica estrutural e metabólica e, em particular, estrutura e função de proteínas.

 

A sua investigação foca-se principalmente no estudo das amiloidoses de transtirretina (TTR) tendo desenvolvido o seu projeto de doutoramento no Centro de Estudos de Paramiloidose do Hospital Geral de Santo António. Prosseguiu os seus trabalhos científicos no Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), sendo atualmente investigadora senior no Grupo de Neurobiologia Molecular no I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde.  Os trabalhos que tem desenvolvido visam conhecer os mecanismos moleculares e a patofisiologia da doença.

Em abril, descobrimos a ‘Dobra de 1728 do Reinado de D. João V’

15 de Abril, 2024

Público
Jovens e adultos

 

Ingresso
Entrada gratuita

 

Inscrições
Formulário online (até 48 horas de antecedência)

O Museu Nacional Soares dos Reis apresenta, na rubrica A Peça do Mês – A Escolha do Público, a moeda «Dobra de 1728 do Reinado de D. João V». As sessões comentadas, por Adelaide Carvalho e Diana Cardoso, decorrem nos dias 17 abril (18h00) e 18 abril (13h30). Inscrições a decorrer.

 

A coleção de Numismática do Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR) é composta por uma grande variedade de moedas, correspondendo a distintas épocas, numa cronologia que se estende desde o período romano até ao século XX.

 

Na numismática portuguesa, destaca-se o reinado do rei D. João V (1706-1750), uma vez que as suas moedas refletem a opulência de um período muito suportado pelo ouro do Brasil, estando hoje referenciadas como as moedas de ouro mais belas do mundo, destacando-se, por exemplo, o Dobrão, o Meio-Dobrão, a Dobra, a Peça, a Meia Peça, a Moeda e a Meia-Moeda.

 

Em Portugal, o monarca cunhou moeda em Lisboa e no Porto e no Brasil usou as da Baía, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Entre as moedas que integram a coleção de Numismática do MNSR, destaca-se a Dobra de 1728, cunhada em Minas Gerais, tema das próximas sessões da ‘Peça do Mês’.

MNSR assinala Dia Internacional dos Monumentos e Sítios

15 de Abril, 2024

No Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, assinalado a 18 de abril, o Museu Nacional Soares dos Reis promove uma visita orientada dedicada ao edifício do Palácio dos Carrancas, onde se encontra instalado, classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1934.

 

A participação é gratuita e as inscrições estão a decorrer aqui.

O edifício foi palco de grandes acontecimentos na cidade na 1ª metade do século XIX, como as Invasões Francesas e o Cerco do Porto, e, a partir de 1861, foi a residência da família real no Porto.

 

O Palácio dos Carrancas começou a ser construído em 1795 como habitação e fábrica da família Moraes e Castro, proprietária da Fábrica do Tirador de Ouro e Prata, na Rua dos Carrancas. A designação do Palácio remonta, precisamente, à antiga localização desta abastada família de negócios portuense.

 

Embora tenha sofrido, ao longo dos tempos, diferentes reutilizações, a traça original mantém-se, não se afastando muito do projeto original, atribuído a Joaquim da Costa Lima Sampaio. O Palácio dos Carrancas insere-se na corrente neoclássica que marcaria a arquitetura civil portuense no final do século XVIII com a construção do Hospital de Santo António, avançando significativamente pelo século XIX em edifícios como a Alfândega Nova, entre outros.

 

O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios (DIMS) foi criado pelo Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios (ICOMOS) a 18 de Abril de 1982, e aprovado pela UNESCO no ano seguinte, com o objetivo de sensibilizar os cidadãos para a diversidade e vulnerabilidade do património, bem como para a necessidade da sua proteção e valorização.

 

Celebrando o património nacional, comemoramos também a solidariedade internacional em torno do conhecimento, da salvaguarda e da valorização do património em todo o mundo.

 

Em 2024, o tema proposto para o DIMS pelo ICOMOS Internacional é “Catástrofes e conflitos à luz da carta de Veneza”, o qual propõe um olhar sobre o passado, como forma de reflexão sobre o património partilhado e os desafios que se colocam hoje e para o futuro.

À conversa com o curador de arte contemporânea João Silvério

12 de Abril, 2024

João Silvério, curador de arte contemporânea, estará presente no Museu Nacional Soares dos Reis, no próximo dia 21 abril, pelas 16 horas, numa conversa dedicada à Exposição «Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira – um diálogo no tempo».

 

A iniciativa, integrada no programa paralelo da exposição temporária, contará ainda com as participações do Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, António Ponte, do curador da exposição Bernardo Pinto de Almeida e da artista Teresa Gonçalves Lobo.

 

A entrada é gratuita, sujeita a inscrição prévia através do formulário online.

Patente ao público até 28 abril, a mostra coloca em diálogo a nova exposição de desenhos de Teresa Gonçalves Lobo com obras de Domingos Sequeira, o grande artista português da transição do século XVIII para XIX.

 

No diálogo que sustenta esta exposição, percebe-se como uma semelhante aproximação ao desenho e ao modo do riscar acontece nas obras destes dois artistas apesar da longa distância no tempo que os separa, mas cujo propósito de fazer nascer a forma desse uso do risco os aproxima.

 

Teresa Gonçalves Lobo nasceu em 1968 no Funchal. Vive e trabalha em Lisboa e no Funchal. Estudou desenho, pintura, gravura e fotografia no Ar.Co Centro de Comunicação Visual e no Cenjor, respetivamente. Encontra-se representada em diversas coleções, privadas e institucionais, em Portugal e no estrangeiro.

MNSR celebra um ano da reabertura da Exposição de Longa Duração

11 de Abril, 2024

O Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR) assinala, no próximo sábado, dia 13 abril, um ano sobre a inauguração da renovada Exposição de Longa Duração e consequente reabertura plena ao público daquele que é o primeiro museu de arte do País.

 

Após uma intervenção de requalificação, que determinou o encerramento parcial do Museu Nacional Soares dos Reis durante três anos, foi inaugurada, em abril 2023, a nova Exposição de Longa Duração, a qual reúne a coleção mais importante de arte portuguesa do século XIX.

 

No total são 1133 peças que contam a história do museu e da arte, distribuídas por 27 salas.

O Museu Nacional Soares dos Reis procura proporcionar oportunidades para novas leituras e novas narrativas, valorizando sempre o património cultural que integra e honrando a história de que é herdeiro.

 

A renovada Exposição de Longa Duração permite, assim, uma visão global do Museu Nacional Soares dos Reis num percurso narrativo que se entrecruza com a sua história e a forma como as coleções foram sendo integradas, bem como com os artistas aqui representados e as suas obras.

 

Desde a reabertura, o Museu Nacional Soares dos Reis totalizou cerca de 86 mil visitantes (60% nacionais e 40% estrangeiros), promoveu oito exposições temporárias e realizou cerca de 700 atividades de mediação (visitas, oficinas, sessões comentadas, entre outras).

 

O Museu Nacional Soares dos Reis é uma instituição cultural e artística de referência, detentora de uma coleção de dimensão internacional, estando em curso uma ação estratégica que visa afirmar o MNSR como um lugar de construção de significados a partir das suas coleções, um lugar de pertença e identidade promovendo a reflexão, a criatividade e o pensamento crítico contemporâneo.

 

A aproximação do Museu à comunidade tem sido consolidada através de parcerias com entidades externas que são parte do tecido cultural e social da cidade do Porto, permitindo a realização de atividades de proximidade comunitária, de que são exemplo os programas ‘Outros Lugares’, ‘Arte & Saúde’ e ‘Vizinhos’.

 

Ao longo do último ano, o MNSR tem conseguido reunir o contributo de vários mecenas, contando com o apoio permanente do Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

Neto de Teixeira Lopes decisivo na recuperação dos Bonecos de Estremoz

11 de Abril, 2024

Nascido na freguesia de Mafamude, em Vila Nova de Gaia, a 11 abril de 1892, o escultor e professor José Maria de Sá Lemos era neto de Teixeira Lopes (pai), sendo filho de Adelino Augusto de Sá Lemos e de Emília Teixeira Lopes de Sá Lemos (filha de José Joaquim Teixeira Lopes).

 

Emília Teixeira Lopes casou com Adelino Sá Lemos, que se especializou na fundição de bronzes, tendo colaborado com os Teixeira Lopes (Pai e Filho) e criado uma empresa de sucesso nesse ramo. De notar que Emília estudou na Academia Portuense de Belas Artes, o que revela a abertura de espírito e modernidade de seu pai, numa época em que era raro as mulheres estudarem no ensino superior. Da sua descendência destaca-se o escultor José Maria Sá Lemos.

 

‘Cursou Escultura na Escola de Belas Artes do Porto e fez carreira no ensino. Foi professor e diretor da Escola Industrial e Comercial de Vila Nova de Gaia (atual Escola Secundária António Sérgio), diretor da Escola Industrial António Augusto Gonçalves, em Estremoz, entre 1932 e 1945, e lecionou na Escola Industrial Infante D. Henrique, no Porto, a partir de 1945.

 

Durante os anos em que viveu em Estremoz teve um papel fulcral na recuperação dos Bonecos de Estremoz, então em decadência, ao conseguir que a bonequeira Ana da Silva, conhecida como tia Ana das Peles, transmitisse o seu saber. Este foi depois fixado pelo oleiro mestre Mariano da Conceição (1893-1940) a partir da Olaria Alfacinha (1868-1995), fundada pelo seu avô Caetano Augusto da Conceição.

 

Com o artista Mariano da Conceição, Sá Lemos concebeu, durante os anos 40, o famoso Presépio de Altar do Figurado em barro de Estremoz, que associa a tradição dos presépios à dos tronos dos santos populares, gerando, assim, uma nova peça que hoje é uma das mais representativas da estética do barro local e do artesanato português em geral.

 

Em 20 abril de 2015, a Produção de Figurado em Barro de Estremoz foi inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, por proposta do Município de Estremoz, dando assim continuidade ao processo de valorização e salvaguarda deste património encetado pelo escultor gaiense discípulo de António Teixeira Lopes. Finalmente, a 7 dezembro de 2017, a Produção de Figurado em Barro de Estremoz foi inscrita na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade’.

Sá Lemos escreveu um pequeno, mas significativo artigo eivado de ternura e admiração pelo seu avô Teixeira Lopes (Pai), que constitui um testemunho essencial de alguém que privou com este e presenciou o seu labor.

 

José Joaquim Teixeira Lopes (1837-1918), também conhecido como Teixeira Lopes (Pai), dedicou-se desde muito cedo à criação de miniaturas em barro cozido, representando costumes populares que constituíram uma pequena mas significativa área dentre as diversas que a sua multifacetada produção artística abrangeu.

 

A proliferação de figurinhas e grupos atingiu a dimensão das dezenas e, apostando numa qualidade esculturo/pictórica elevada, conseguiu defrontar e vencer a vasta concorrência que invadia um mercado sôfrego de figuras, mas com limitadas apetências artísticas.

 

A sua fonte de inspiração principal foi a observação que fez dos costumes, trajes, profissões, personagens típicas, humorísticas ou que desenvolvem atividades lúdicas, de várias regiões do país num quase mapeamento da alma do povo português.

 

Dirigindo-se ao avô, Sá Lemos escreveu: “Tu, que conhecias até ao ámago os teus modêlos, reproduzia-los conversando com eles, mesmo ausentes, por que os tinhas dentro de ti, no coração: olha aquele “Aguadeiro”, Tanagra popular da saudosa R. do Laranjal, o que te levava a água todos os dias e contigo conversava, aquele que tu curaste de uma grande gripe com uma aplicação de ortigas”.

 

 

Fontes documentais:

Sá Lemos, José Maria de – “O Avô, alma de artista – Teixeira Lopes (Pai)” in Boletim Cultural de Gaia, nº 2, Novembro de 1966

Universidade Digital / Gestão de Documentação e Informação, 2017

Créditos de Imagem: José Maria Sá Lemos com Ti Ana das Peles na Escola Industrial António Augusto Gonçalves, 1935(?). In: Guerreiro, Hugo. 2018. Figurado de Estremoz. Produção património imaterial da humanidade. Estremoz/Porto. Edições Afrontamento.pp.30

D. Pedro IV ordena a criação do Museu de Pinturas e Estampas

11 de Abril, 2024

Em 11 de abril de 1833 foi expedida uma portaria ao pintor João Batista Ribeiro (na imagem) comunicando-lhe a intenção de Sua Majestade Imperial D. Pedro de Bragança em estabelecer um Museu de Pinturas e Estampas e outros objetos de Belas Artes, na cidade do Porto.

 

O Museu foi instalado no extinto Convento de Santo António da Cidade, na praça de S. Lázaro, e ficou conhecido como Ateneu D. Pedro IV, o qual deu origem ao Museu Nacional Soares dos Reis.

 

João Baptista Ribeiro, figura do liberalismo portuense, foi nomeado, em 1836, Diretor do Museu, inaugurando a exposição Creação do Museo Portuense: com documentos officiaes para servir à História das Bellas Artes em Portugal, e à do Cêrco do Porto. Pelo trabalho desenvolvido enquanto responsável do Museu até 1839, foi considerado pioneiro da Museologia.

 

Pintor, desenhador, gravador e diretor da Academia Politécnica do Porto, João Batista Ribeiro foi aluno de Domingos Sequeira que o declarou como seu discípulo favorito. Nomeado agente cultural da cidade do Porto, organizou academias, museus, associações e coordenou a recolha do espólio dos conventos abandonados. Foi com este espólio que se constituiu o primeiro museu público português: o Museu de Pinturas e Estampas, mais tarde transformado em Museu Nacional Soares dos Reis.

 

As obras de João Batista Ribeiro centram-se essencialmente no retrato de grande dimensão e na pintura religiosa, patentes em várias igrejas e museus do país.

Em 1839, o Museu passou para a direção da Academia Portuense de Belas Artes, que promoveu uma série de exposições onde foram premiados notáveis artistas como Soares dos Reis, Silva Porto, Marques de Oliveira e Henrique Pousão, em sucessivas gerações de mestres e discípulos.

 

Com a proclamação da República passou a designar-se Museu Soares dos Reis em memória de um dos mais destacados nomes da Arte Portuguesa e, em 1932 passou à categoria de Museu Nacional.

Programa Siza Baroque inaugura com Conferência de Souto de Moura

10 de Abril, 2024

Eduardo Souto de Moura é o orador convidado da primeira conferência do Programa Siza Baroque, desenvolvido pelo Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. A conferência está agendada para o dia 20 abril, no Museu Nacional Soares dos Reis.

 

O Programa Siza Baroque inaugura com a Conferência de Eduardo Souto de Moura e decorre ao longo de todo o ano com a participação dos investigadores do projeto e dos respetivos consultores. Inclui ainda uma exposição no Museu Nacional Soares dos Reis e um concerto de encerramento, com uma composição ‘barroca-contemporânea’ (como a obra de Siza), nos Clérigos de Nasoni.

 

O projeto de investigação Siza Barroco está na sua fase final, sendo que a divulgação dos resultados da investigação foi pensada para um público alargado através de um programa diverso e aberto à cidade do granito, segundo Siza, “de «oiro velho» ou «azulado».”

As relações entre a arquitetura de Álvaro Siza e o Barroco estão presentes em vários autores que escreveram sobre Siza, além de permanecerem no modo como o próprio, referindo-se ao Porto, e a Nasoni, em textos escritos, seus, anuncia o seu interesse e empenho em conhecer melhor a arquitetura e a cidade Barrocas.

 

O presente programa integra um conjunto de eventos que cruzam e entrecruzam a arquitetura de Siza, a arquitetura de Nasoni, a talha dourada, a música barroca-contemporânea, etc.

 

A 12 de setembro inaugura a exposição Siza Baroque, uma mostra patente até 31 de dezembro no Museu Nacional Soares dos Reis, lado a lado com a arte antiga e o projeto de Fernando Távora para o Museu.

 

A entrada é livre em todos os eventos, sujeita à lotação dos espaços.

Programa Siza Baroque

MNSR e Henrique Pousão em destaque na revista ‘A Magazine’

10 de Abril, 2024

Numa altura em que se assinalam os 140 anos da morte do artista Henrique Pousão, a revista ‘A Magazine’ fará o lançamento da sua nova edição no próximo dia 12 abril, na Cordoaria Nacional, no âmbito da LAAF – Lisbon Art and Antiques Fair.

 

Esta nova edição dedica particular atenção a Vila Viçosa, terra natal de Henrique Pousão, e integra, entre outros, textos de autoria de António Ponte, Diretor, e de Ana Paula Machado, Gestora de Coleção de Pintura, do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Considerado um dos nomes maiores da pintura portuguesa da segunda metade do século XIX, Henrique Pousão frequentou a Academia Portuense de Belas-Artes e foi pensionista do Estado em França e Itália.

Na coleção do Museu Nacional Soares dos Reis, a obra de Henrique Pousão está fortemente representada com destaque para as obras “Casas Brancas de Capri”, “Senhora Vestida de Preto” e “Janelas das Persianas Azuis”, todas classificadas como tesouros nacionais.

 

A revista ‘A Magazine’ resulta de uma candidatura vencedora ao Apoio ao Empreendedorismo Criativo pelo Magallanes ICC, do Centro Magalhães para o Empreendedorismo das Indústrias Culturais e Criativas.

 

De acordo com o seu editorial, ‘A Magazine comunica as várias dimensões do património cultural, das artes performativas, visuais e populares, do artesanato, da arqueologia, do enoturismo e gastronomia, da música, da literatura, e dos valores contemporâneos, criando conhecimento e reconhecimento dos mesmos’.

Visita Orientada: A pintura de Paisagem e o Naturalismo

10 de Abril, 2024

Sábado, 13 abril, 11h00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Ana Paula Machado
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

No âmbito da programação proposta para o mês de abril, decorre no dia 13, pelas 11 horas, uma visita orientada dedicada ao tema A pintura de paisagem e o Naturalismo.

 

A visita permitirá conhecer exemplos da obra de alguns naturalistas da escola do Porto, nomeadamente, Silva Porto, Artur Loureiro, Henrique Pousão e Sousa Pinto.

 

O Naturalismo foi um movimento estético e artístico que surgiu em França a partir de 1830, com a criação da Escola de Barbizon e através das pinturas de Théodore Rousseau (1812-1867), de Jean-François Millet (1814-1875) ou de Gustave Courbet (1819-1877).

 

Em Portugal, a estética naturalista e realista da Escola de Barbizon foi introduzida pelos pintores Silva Porto (1850-1893) e Marques de Oliveira (1853-1927), e durou até aos anos 20 do século XX.

 

Os pintores entraram em contacto com este novo movimento artístico durante a sua estadia em França, como pensionistas do Estado português.

 

Em 1867, as Academias de Belas Artes iniciam a atribuição de bolsas a alunos no estrangeiro. Silva Porto e Marques de Oliveira foram os primeiros bolseiros em Pintura.

 

Ingressaram na École des Beaux-Arts de Paris em 1873 e, na floresta de Barbizon, conviveram com um grupo de artistas seguidores da pintura de ar livre focando-se nos efeitos da luz sobre a paisagem.

 

Também Henrique Pousão seguiu para Paris em 1880. A pintura de caminhos e ruas, pátios, casas, aspetos de Paris, testemunha o seu percurso criativo, que culmina nas estadias em Roma e Capri.

 

A sua obra, que revela o arrojo e o talento do jovem pintor e o seu interesse absoluto nos valores da pintura em si em detrimento dos temas ou da narrativa, foi entregue, após a sua morte prematura, à Academia Portuense de Belas Artes.

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Visitas Orientadas à Exposição de Fotografia ‘Paisagem’

9 de Abril, 2024

Com curadoria de Rui Pinheiro, a exposição Paisagem apresenta uma seleção de fotografias do arquivo familiar de José Zagalo Ilharco, fotógrafo amador que deixou relevante obra, por poucos conhecida, num valioso testemunho de paisagens de Portugal do final do século XIX e início do século XX.

 

Nos próximos dias 12 e 26 abril, pelas 18 horas, serão realizadas visitas a esta exposição, orientadas pelo curador Rui Pinheiro e por Maria Carneiro (familiar de José Zagalo Ilharco), respetivamente. Inscrições a decorrer aqui.

José Zagalo Ilharco (Lamego, 1860 – Porto, 1910), fotógrafo amador, premiado internacionalmente com uma imagem do rio Souza, dedicou-se primordialmente à fotografia de paisagem, mas também à antropologia dos espaços, de que são exemplo as imagens agora reveladas do Porto e de Matosinhos.

 

As reproduções das melhores imagens que produziu foram reunidas em álbum pelo filho Norberto de Melo Zagalo Ilharco em dois volumes (1947) e, sendo propriedade dos herdeiros, são tornadas públicas num reconhecimento ao seu legado.

 

A seleção apresentada no Museu Nacional Soares dos Reis inclui, entre originais e reproduções, sobretudo paisagens de Matosinhos, Leça da Palmeira, Porto e Douro. Das imagens apresentadas destaca-se, igualmente, um núcleo de fotografias realizadas em 1893 do velódromo Maria Amélia, produzidas antes da sua inauguração nos terrenos do Paço Real do Porto, onde se encontra instalado, atualmente, o Museu Nacional Soares dos Reis.

Visita à Exposição ‘A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia’

9 de Abril, 2024

Público
Jovens e adultos

 

Valor
8 Euros

 

Inscrições
Formulário online (até 48 horas de antecedência)

No âmbito do programa paralelo da exposição temporária «A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia», o Museu Nacional Soares dos Reis promove, no próximo dia 11 abril, pelas 15 horas, uma visita orientada pelo curador José da Costa Reis.

 

A organização museológica da exposição promove a relação desta coleção com outras coleções de artes decorativas do Museu Nacional Soares dos Reis, anteriores ao moderno conceito de design, valorizando a sua contextualização e interpretação com aproximações à história e às artes plásticas europeias, nomeadamente Pintura, Desenho e Gravura.

 

A exposição e respetivo roteiro pretendem reforçar a visibilidade e o conhecimento da coleção de cerâmica do Museu Nacional Soares dos Reis, um dos mais importantes acervos cerâmicos à guarda dos museus nacionais portugueses, estabelecendo a relação das influências da cultura inglesa na produção da Fábrica de Miragaia.

 

No conjunto das diferentes proveniências, o acervo de cerâmica do Museu inclui, atualmente, cerca de 4.000 peças de distintas tipologias: azulejaria, cerâmica de autor, núcleos de faiança portuguesa e espanhola (séculos XVI a XX), de porcelana chinesa e japonesa (séculos XVI a XX), de porcelana europeia (séculos XIX e XX) e de faiança holandesa de Delft (séculos XVII e XVIII).

 

A mostra estará patente até 23 junho 2024, contando com o apoio mecenático da AOF-Augusto Oliveira Ferreira e Lusitânia Seguros, bem como o apoio do Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

Museu acolhe Conversa ‘Mulheres, Liberdade e Transgressões’

8 de Abril, 2024

O Museu Nacional Soares dos Reis acolhe, no próximo dia 14 abril, pelas 10h30, a tertúlia ‘Mulheres, Liberdade e Transgressões’, iniciativa organizada pela Secção da Mulher da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.

 

A participação é gratuita, estando sujeita a inscrição prévia que poderá ser efetuada aqui.

 

A conversa visa evocar o Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de março, ao mesmo tempo que se associa às comemorações dos 50 Anos do 25 de abril, criando um momento de discussão e partilha sobre os desafios e as conquistas das mulheres na sociedade portuguesa e no mundo.

A tertúlia contará com a participação de quatro mulheres, com trabalho desenvolvido em áreas relacionadas com as Mulheres: Joana Ramos, Psiquiatra; Carla Cerqueira, Doutorada em Ciências da Comunicação – especialização em Psicologia da Comunicação pela Universidade do Minho; Vera Silva, Antropóloga da Universidade de Coimbra; Irina Gorgal Carvalho, sexóloga da ULS Santo António.

 

A moderação estará a cargo de Ana Silva Pinto e Ana Matos Pires, da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.

Almada Negreiros: figura ímpar no panorama artístico português

7 de Abril, 2024

Nascido a 7 abril de 1893, Almada Negreiros foi uma das figuras de proa da primeira geração do modernismo português. Começou como caricaturista, mas foi sobretudo como poeta que participou no movimento futurista lisboeta.

 

Em 1915, participa na génese de uma revista marcante para a literatura portuguesa — a revista Orpheu — com a qual colabora, juntamente com Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Amadeo de Souza Cardoso e outros nomes das letras e das artes.

 

Essencialmente autodidata (não frequentou qualquer escola de ensino artístico), a sua precocidade levou-o a dedicar-se desde muito jovem ao desenho de humor. Mas a notoriedade que adquiriu no início de carreira prende-se acima de tudo com a escrita, interventiva ou literária.

Em 2017, o Museu Nacional Soares dos Reis, em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, acolheu a exposição “José de Almada Negreiros: desenho em movimento”. Com curadoria de Mariana Pinto dos Santos, a mostra reuniu 90 trabalhos reveladores da importância da linguagem cinematográfica na sua obra plástica.

 

Várias das obras selecionadas para a mostra estiveram na exposição “Almada Negreiros. Uma Maneira de Ser Moderno” que, no início desse ano, ocupou vários espaços do Museu Gulbenkian e da programação da Fundação, em Lisboa.

 

Em grande parte do trabalho de Almada Negreiros é bem visível a sua vontade de contar histórias com imagens, muitas das quais com apontamentos de humor, tanto em séries de desenhos, como em obras integradas em edifícios e mesmo em tapeçarias. Fascinado com a possibilidade de dar vida ao desenho e de o pôr em movimento, Almada Negreiros teve a intenção por diversas vezes de experimentar a animação, mas não chegou a concretizar o seu desejo.

 

A conjugação entre cinema e desenho surge em obras como a lanterna mágica La Tragedia de Doña Ajada (1929) e no filme desenhado O Naufrágio da Ínsua (1934), trabalhos especificamente concebidos para apresentações públicas em écran de cinema, real ou imaginado. A hibridez entre desenho e cinema está também expressa em alguns dos seus textos literários, poéticos e ensaísticos, onde se notam intersecções plásticas e cinematográficas.

 

“José de Almada Negreiros: desenho em movimento” esteve patente, no Museu Nacional Soares dos Reis, entre 30 de novembro 2017 e 18 de março 2018.

Visita Guiada à Exposição «Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira»

5 de Abril, 2024

Por motivos imprevistos e alheios ao Museu Nacional Soares dos Reis, a conversa dedicada à Exposição «Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira – um diálogo no tempo», com a participação de José Manuel dos Santos, curador e programador cultural, foi cancelada.

 

A iniciativa será substituída por uma visita guiada à exposição conduzida pela artista Teresa Gonçalves Lobo, amanhã, dia 6 abril, às 16 horas, com entrada livre.

A mostra coloca em diálogo a nova exposição de desenhos de Teresa Gonçalves Lobo com obras de Domingos Sequeira, o grande artista português da transição do século XVIII para XIX.

 

No diálogo que sustenta esta exposição, percebe-se como uma semelhante aproximação ao desenho e ao modo do riscar, acontece nas obras destes dois artistas apesar da longa distância no tempo que os separa, mas cujo propósito de fazer nascer a forma desse uso do risco os aproxima.

 

Teresa Gonçalves Lobo nasceu em 1968 no Funchal. Vive e trabalha em Lisboa e no Funchal. Estudou desenho, pintura, gravura e fotografia no Ar.Co Centro de Comunicação Visual e no Cenjor, respetivamente.

 

Tendo iniciado a sua carreira há quase duas décadas, Teresa Gonçalves Lobo centrou-se logo de início no desenho, campo expressivo onde tem desenvolvido notável pesquisa. Encontra-se representada em diversas coleções, privadas e institucionais, em Portugal e no estrangeiro.

‘Soares dos Reis e a relação com a anatomia humana’

5 de Abril, 2024

‘Soares dos Reis e a relação com a anatomia humana’ é o tema da próxima sessão do programa «Olhares em Diálogo no Museu Nacional Soares dos Reis. Ciclo de Visitas Orientadas a Duas Vozes», promovido pelo MNSR em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto.

 

A sessão está marcada para o próximo dia 9 abril, sendo dirigida em exclusivo aos estudantes e profissionais do ICBAS, assim proporcionando visitas temáticas que permitem explorar as ligações entre a medicina, as ciências da vida e da saúde e a arte, colocando lado a lado as visões e perspetivas de gestores de coleção do Museu e de docentes do ICBAS.

 

Paula Santos, gestora de coleção do MNSR, Maria João Oliveira e Paula Proença, do Departamento de Anatomia do ICBAS, serão as orientadoras desta visita comentada dedicada ao tema ‘Soares dos Reis e a relação com a anatomia humana’.

António Soares dos Reis nasceu a 14 de outubro de 1847, no lugar de Santo Ovídio, freguesia de Mafamude, concelho de Vila Nova de Gaia. Com apenas 14 anos, matriculou-se na Academia Portuense de Belas Artes, onde – durante a frequência do curso – colheu vários prémios e louvores. Em poucos anos o curso estava concluído, obtendo o 1º prémio nas cadeiras de desenho, arquitetura e escultura.

 

Aos 20 anos, António Soares dos Reis tornou-se pensionista do Estado no estrangeiro. Entre 1867 e 1870 permanece em Paris como pensionista, recebendo lições de Jouffroy, Yvon e Taine. Em Paris recebe vários prémios pelos seus trabalhos.

 

Após breve estada em Portugal, em 1871 parte para Roma, etapa decisiva na sua formação. É em Roma que inicia a execução de O Desterrado (1872), obra de inspiração clássica, ensaio de transição para o naturalismo, premiada na Exposição Geral de Belas-Artes de Madrid de 1881.

 

Regressado ao Porto em 1873 para se dedicar à carreira artística, Soares dos Reis colabora em publicações e preside ao Centro Artístico Portuense. A partir de 1881, leciona Escultura na Escola de Belas-Artes do Porto, embora discorde da orgânica do ensino. Soares dos Reis é admirado pelos seus contemporâneos, recebe encomendas, participa em concursos e exposições, concebe monumentos públicos.

 

Incapaz de se sobrepor à incompreensão e ao descrédito lançados contra o seu valor artístico e de enfrentar a obstrução sistemática aos seus esforços de inovação como docente, recorreu ao suicídio, deixando uma obra ímpar na escultura da segunda metade do século XIX.

Curated Porto – Mostra de projetos e conferência Let’s Talk

4 de Abril, 2024

O Museu Nacional Soares dos Reis acolhe, no próximo dia 9 abril, uma mostra dos 13 artistas que integram a 1ª fase do Curated Porto, bem como a conferência Let’s Talk, eventos promovidos pela Câmara Municipal do Porto. A participação é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia que pode ser efetuada aqui.

 

O objetivo é permitir a partilha de ideias que antecipam o futuro, partindo do papel que o turismo criativo desempenha no bem-estar da comunidade e nas economias locais.

 

A organização desafia todos os interessados a partilharem ideias sobre e para a cidade do Porto, contribuindo assim com a sua visão de turismo criativo, inovação e tecnologia. A conferência Let´s Talk visa promover “diálogos construtivos e a exploração de ideias disruptivas, fomentando parcerias nacionais e internacionais” em torno do turismo, pelo que englobará a sessão Pitch – Turismo Criativo, Inovação e Tecnologia. As inscrições para as apresentações de ideias estão a decorrer e as propostas podem ser submetidas até ao dia 7 abril, através do email visitporto@cm-porto.pt.

Inscrições para o Curso de Aguarela com artista Luis Cámara

4 de Abril, 2024

Dias 17, 18 e 19 maio
Das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30

Mais informações e Inscrições

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

Até 19 abril está a decorrer o período de inscrições para o Curso de Aguarela com Luis Cámara, a realizar nos dias 17, 18 e 19 maio, sendo esta uma atividade exclusiva para os membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Economista de profissão, Luis Cámara estudou com grandes aguarelistas espanhóis, sendo membro da Associação Espanhola de Aguarelas.

 

Os seus trabalhos foram já apresentados em inúmeras exposições de aguarela realizadas em diversos países: Albânia, Eslovénia, França, Chile, China, Itália, Índia, Japão, México, Portugal, Rússia, Espanha.

 

Luis Cámara trabalha como professor de aguarela em Madrid, onde vive e tem o seu atelier, promovendo igualmente vários cursos online. É um dos sócios fundadores da Plataforma Online de Ensino de Aguarela.

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Museu Nacional Soares dos Reis promove ‘Visita Incógnita’

3 de Abril, 2024

Público
Jovens e adultos

 

 Duração
50 minutos

 

Inscrições
Formulário online (até 48 horas de antecedência)

 

Valor
Gratuita

O Museu Nacional Soares dos Reis promove mensalmente uma visita orientada, com tema incógnito. Os participantes são desafiados a explorar o Museu e as suas coleções, descobrindo outras narrativas e outros espaços. Este mês, a ‘Visita Incógnita’ está agendada para o próximo dia 7 abril, pelas 11 horas, sendo orientada pela gestora de coleção Adelaide Carvalho. Inscrições a decorrer.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis procura desenvolver a sua função de lugar de educação, mediante um programa articulado com as políticas públicas sectoriais respeitantes à família, à juventude, apoio às pessoas com deficiência, às instituições de ensino formal, turismo e combate à exclusão social.

 

O propósito é dar a conhecer o património presente nas suas coleções, permitindo que a comunidade o desfrute, mas também o compreenda, pelo envolvimento ativo – físico, intelectual e emocional -, construindo significados sobre as suas experiências.

 

Um programa que promova a função educativa no respeito pela diversidade cultural tendo em vista a educação ao longo da vida, a participação da comunidade, o aumento e a diversificação dos públicos.

 

Constituído por diferentes estratégias de educação e mediação, tais como visitas orientadas, oficinas, sessões comentadas, visitas comentadas, projetos de sensibilização ambiental e de mediação cultural, performances teatro, este programa fundamenta-se sempre nas coleções e procura explorar e desconstruir os conteúdos expostos visando a aproximação e a promoção do espaço museológico enquanto lugar de construção de conhecimento, de entendimento ou de simples fruição.

Exposição ‘Paisagem’ evoca ‘Velódromo Maria Amélia’ nos seus 130 anos

3 de Abril, 2024

O Velódromo Maria Amélia foi inaugurado a 29 junho de 1894, celebrando este ano o 130º aniversário da sua abertura oficial.

 

Em 1894, quando a bicicleta se transformava num fenómeno social urbano, D. Carlos autorizou o Real Velo Clube a construir nos quintais do seu Paço, hoje Museu Nacional Soares dos Reis, uma pista para velocipedistas.

 

Inaugurado nesse mesmo ano, o velódromo Maria Amélia, de que ainda restam significativos vestígios, veio responder ao crescente entusiasmo que a elite do Porto dos finais do século XIX sentia pela bicicleta. A designação do velódromo resulta do nome da esposa do rei D. Carlos I: a rainha Dona Amélia.

Destinado para corridas dessas “loucas e velozes máquinas”, com um traçado que permitia percorrer um quilómetro em três voltas, este foi um dos primeiros recintos desportivos da cidade e integrava também dois campos de ténis.

 

Aberto no que seria então uma pequena mata e espaço de hortas, cedidos pelo rei D. Carlos à Associação Velo Club do Porto, o velódromo desenvolvia-se nas traseiras do neoclássico Palácio dos Carrancas mandado construir em 1795 pela família Morais e Castro e que, adquirido em 1861 pelo rei D. Pedro V, se convertera na residência oficial da família real em deslocações ao Porto.

 

José Zagalo Ilharco foi sócio fundador e diretor do Real Velo Club do Porto, tendo fotografado o grupo de membros da Direção e o Velódromo, localizado nas traseiras do Palácio das Carrancas, onde se encontra instalado o Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Com pista para velocípedes, a grande atração do espaço, e dois cortes de lawn-tennis ao centro, o Velódromo recebia novas modalidades em expansão entre as elites da cidade. José Zagalo Ilharco é o autor das únicas fotografias existentes deste equipamento, sendo agora possível apreciar essas imagens na exposição temporária Paisagem, patente no Museu Nacional Soares dos Reis, até ao próximo dia 28 abril.

 

José Zagalo Ilharco, fotógrafo amador de grande mérito, premiado a nível nacional e internacional, dedicou-se especialmente à fotografia de paisagem, com enfoque em Matosinhos, Leça da Palmeira, Porto, Lamego, Guarda e Penafiel. A sua obra fotográfica, composta por mais de 260 imagens, integra ainda uma série de retratos dos seus familiares e amigos, bem como das casas onde residiu e respetivos jardins.

 

Nasceu a 31 outubro de 1860 na freguesia da Sé, na cidade de Lamego, e faleceu a 5 novembro de 1910, no Porto, repentinamente, aos 50 anos de idade.

 

Atualmente, em exposição no Jardim do Museu (ex-velódromo) estão objetos em pedra ligados à história da cidade do Porto. A grande maioria destes objetos é proveniente de demolições de edifícios (conventos ou capelas), fontes e muralhas, que se verificaram no final do século XIX e início do XX, em consequência do crescimento urbanístico da cidade.

Visita Orientada «Artistas Mulheres, Poesia e Liberdade»

2 de Abril, 2024

Sábado, 6 abril, 11H00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Ana Magalhães e Liliana Aguiar
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

Para as artistas representadas na exposição de longa duração do Museu Nacional Soares dos Reis, ser mulher não foi uma condição limitadora à sua afirmação e reconhecimento num mundo de domínio maioritariamente masculino.

 

As obras, vivências e percursos destas artistas, nascidas entre os séculos XVII e XX, são o ponto de partida para uma visita que se completa com poesia assinada por mulheres que viveram na mesma época, em circunstâncias similares.

 

A partir da contemplação de peças de Josefa d’Óbidos, Francisca de Almeida Furtado, Maria da Glória Ribeiro, Sofia e Aurélia de Souza, Sarah Afonso e Irene Vilar e das circunstâncias em que trabalharam, faz-se a ligação a poetas como Soror Maria do Céu, Antónia Pusich, Marta Câmara, Judith Teixeira, Maria O’Neil, Maria Osswald e Sophia de Mello Breyner.

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António Ponte assinala três anos como Diretor do MNSR

1 de Abril, 2024

Tendo iniciado funções a 1 abril de 2021, António Ponte assinala, esta segunda-feira, o seu terceiro aniversário como Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR).

 

“Tem sido um mandato marcado por uma reformulação profunda da instituição, destacando-se a reabertura plena do Museu, com a inauguração da renovada Exposição de Longa Duração, ocorrida a 13 abril do ano passado”, sublinha António Ponte.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis é uma instituição cultural e artística de referência, detentora de uma coleção de dimensão internacional, pelo que a ação do último triénio tem sido conduzida no sentido de “afirmar o MNSR como um lugar de construção de significados a partir das suas coleções, um lugar de pertença e identidade promovendo a reflexão, a criatividade e o pensamento crítico contemporâneo”.

Por outro lado, acrescenta, “tem sido promovido um intenso e qualificado programa de exposições temporárias, de renovação nos serviços de educação e um trabalho que solidifica a aproximação do Museu às comunidades exteriores”. Os programas ‘Outros Lugares’, ‘Arte & Saúde’ e ‘Vizinhos’ consolidam a visão estratégia de abertura do Museu às redes de proximidade comunitária.

 

A par destes processos, deu-se continuidade ao processo de renovação de procedimentos internos, formação e reforço da equipa, sempre visando prestar um serviço de qualidade cada vez mais consolidado aos públicos do Museu.

 

Recorde-se que o Museu Nacional Soares dos Reis terminou o ano 2023 registando um total de visitantes superior a 74.500 entradas, o que corresponde a um recorde de afluência dos últimos cinco anos.

155º Aniversário de Nascimento do escultor Augusto Santo

1 de Abril, 2024

Escultor naturalista e simbolista, que assinou as suas obras como Augusto Santo, teve uma carreira breve e atribulada. Homem constantemente insatisfeito, Augusto Santo destruiu parte da sua produção escultórica.

 

Natural de Coimbrões, Vila Nova de Gaia, nasceu a 1 abril de 1869. Cursou a Academia Portuense de Belas Artes entre 1882 e 1889, tendo sido condiscípulo e rival de António Teixeira Lopes (ambos se matricularam no dia 20 de outubro de 1882).

 

Em 1891, Augusto Santo adquiriu a ferramenta do falecido mestre Soares dos Reis, antes de prosseguir os estudos em Paris, cidade onde se fixou durante três anos, usufruindo de uma subscrição particular do benemérito Joaquim Fernandes de Oliveira Mendes.

Em Paris, instalou-se na rua Denfert-Rochereau, onde residiam outros artistas portugueses como Teixeira Lopes, filho. Contactou com o artista parisiense Alexandre Falguière (1831-1900) e com vários compatriotas, entre os quais os escritores Eça de Queiroz (1845-1900) e António Nobre (1867-1900), os pintores Carlos Reis (1863-1940) e Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) e o historiador e crítico de arte José de Figueiredo (1872-1937).

 

Em 1893, com o fim do apoio financeiro e a falta de resultados, Augusto Santo viu-se obrigado a regressar a Portugal. Começou, então, a trabalhar no seu ateliê em Coimbrões e a frequentar os cafés portuenses da Praça Nova, onde conheceu intelectuais como Pádua Correia e Manuel Laranjeira, que o descreveu como um rosto triste, de misantropo sonâmbulo na multidão.

 

Entre as poucas obras que sobreviveram à destruição destaca-se a escultura Ismael, prova de final de curso na APBA, datada de 1889. O original, em gesso, conserva-se no Museu Nacional Soares dos Reis, onde se encontra em exposição a obra fundida em bronze.

 

Augusto Santo morreu no Hospital de Santo António, no Porto, em 26 setembro de 1907, vítima de tuberculose.

António Ponte em encontro brasileiro dedicado a casas-museu

28 de Março, 2024

A Casa Museu Ema Klabin, situada em São Paulo, Brasil, promove um conjunto de quatro encontros para discutir e divulgar as casas-museu. O primeiro encontro decorre, esta quinta-feira, pelas 14 horas, contando com a participação de António Ponte, diretor do Museu Nacional Soares dos Reis e membro do conselho diretivo do DEMHIST – Comité Internacional para Casas Históricas e Casas-Museu, do ICOM – Conselho Internacional de Museus.

 

‘Casa museu e a fronteira entre o público e o privado’ é o tema da conferência a realizar por António Ponte, a qual terá transmissão em direto através do canal YouTube da Casa Museu Ema Klabin.

 

O objetivo desta série de encontros é apresentar algumas casas-museu brasileiras e promover o intercâmbio de conhecimento e reflexões sobre esta tipologia de museu: um espaço íntimo e privado, destinado à moradia de colecionadores, artistas, escritores, que se tornaram públicos ao serem transformados em espaços de visitação.

O DEMHIST é um fórum internacional para o debate de problemas e soluções relacionados com a conservação e administração de museus de casas históricas. Este comité faz parte do Conselho Internacional de Museus (ICOM), organização mundial dos museus e dos profissionais de museus. O ICOM dedica-se à promoção e proteção do património natural e cultural, presente e futuro, material e imaterial.

 

Com mais de 35 000 membros em 135 países, a rede do ICOM é formada por profissionais que abarcam um grande leque de disciplinas relacionadas com os museus e o património.

 

Irmãs que uniram Rio e São Paulo pela arte: Ema e Eva Klabin

As empresárias, mecenas e colecionadoras de arte Ema Klabin (1907-1994) e Eva Klabin (1903-1991) deixaram como legado cultural para o país as suas residências, onde viveram mais de 30 anos, que se transformaram em casas-museu.

 

Em São Paulo, no Jardim Europa, a residência onde viveu Ema Klabin, de 1961 a 1994, conta com uma vasta coleção de arte, a qual inclui pinturas do russo Marc Chagall (1887-1985) e do holandês Frans Post (1612-1680), além de pintura moderna brasileira, artes decorativas e peças arqueológicas.

 

No Rio de Janeiro, na Lagoa, a Casa Museu Eva Klabin abriga um dos mais importantes acervos de arte clássica dos museus brasileiros, contando com mais de duas mil peças que cobrem um arco temporal de quase 50 séculos, do Egito Antigo ao Impressionismo e abrange pinturas, esculturas, mobiliário e objetos de arte decorativa.

Alexandre Herculano: um dos maiores defensores do património nacional

28 de Março, 2024

Escritor, historiador, jornalista e poeta português, Alexandre Herculano nasceu a 28 março de 1810. Autor do poema Tristezas do Desterro, que serviu de inspiração a António Soares dos Reis para criar O Desterrado, escultura de maior relevo e destaque da coleção do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Encontra-se representado na coleção de escultura do Museu Nacional Soares dos Reis, através de um busto em gesso de autoria de Anatole C. Calmels, datado de 1879.

 

Alexandre Herculano foi um dos maiores defensores do património nacional, sendo por isso patrono do Dia Nacional dos Centros Históricos, criado em 1993, comemorado anualmente a 28 de março. A data pretende recordar a importância dos centros históricos enquanto elementos de cultura e património que encerram um elevado valor histórico.

É considerado o pai da historiografia portuguesa e os seus poemas e romances transformam-no numa figura fundamental do romantismo. Colaborou e fundou várias revistas e jornais de âmbito cultural e noticioso.

 

Aprendeu os rudimentos da investigação histórica fora do circuito académico, que foi obrigado a abandonar por razões económicas. Devido à sua oposição ao Miguelismo é obrigado a exilar-se, primeiro em Inglaterra e depois em França, onde contacta com obras de historiadores, romancistas e poetas estrangeiros que vão ter grande influência no futuro do seu trabalho. Em 1832, desembarca no Mindelo com as tropas liberais e participa na defesa do Porto.

 

A parte mais significativa da obra literária de Alexandre Herculano concentra-se em seis textos em prosa, dedicados principalmente ao género conhecido como narrativa histórica. Esse tipo de narrativa combina a erudição do historiador, necessária para a minuciosa reconstituição de ambientes e costumes de épocas passadas, com a imaginação do literato, que cria ou amplia tramas para compor os seus enredos.

Excerto do Poema ‘Tristezas do Desterro’, de Alexandre Herculano

 

‘Não sentida uma lagryma fugiu-me,
E devorou-a o mar. A vaga incerta,
Que róla livre, peregrina eterna,
Mais que os homens piedosa, irá depo-la,
Minha terra natal, nas praias tuas.
Essa lagryma acceita: é quanto póde
Do desterro enviar-te um pobre filho’.

Na Semana Santa, destacamos Cenas da Paixão e Cristo Crucificado

28 de Março, 2024

Ao longo da sua história, o Museu Nacional Soares dos Reis foi reunindo coleções de diversas proveniências, de diferentes períodos e locais de produção. Esta diversidade tem a ver com uma tendência europeia para considerar o Património de uma forma multidisciplinar, relacionando Pintura e Escultura com as Artes Decorativas.

 

A evolução da escultura religiosa na Europa, desde meados da Idade Média, reflete a aproximação entre o crente e o Divino através da humanização das obras de arte. As representações solenes de Cristo e da Virgem vão dando lugar a expressões de maior humanidade.

 

A representação de Jesus Cristo crucificado é uma temática recorrente na religião católica, pela relevância deste episódio e simbologia da cruz, manifestando o sofrimento de Cristo, mas também a sua salvação. Este é representado tradicionalmente com os braços e pernas esticadas e pregadas, que acompanham o formato da própria cruz.

 

Da Exposição de Longa Duração do Museu Nacional Soares dos Reis destacamos, nesta Semana Santa, duas peças de referência: o Cristo Crucificado e a série de placas de esmalte que representa cenas da Paixão de Cristo.

Cristo crucificado em madeira do século XIII

Cristo crucificado faz parte de um restrito número de Cristos na cruz em madeira existentes em Portugal, entre os séculos XII-XIV e cuja qualidade aponta para uma produção peninsular. Desconhece-se a origem deste Cristo crucificado, atribuído à Escola de Valladolid ou Palência, no Instituto Amatller de Arte Hispânico.

 

Trata-se de uma imagem articulada nos braços permitindo a sua exposição como jazente em dia de Sexta-Feira Santa. A representação do Cristo sofredor (Christus patiens) evoluiu pelos meados do século XII em resposta a uma espiritualidade dirigida para a humanização de Cristo, culminante na Crucifixão.

Série de 26 Placas em esmalte com cenas da Paixão de Cristo

A série de 26 placas de esmalte pintado sobre cobre representa cenas da Paixão de Cristo, reproduzindo e recriando 24 das 36 gravuras que constituem a série denominada “Pequena Paixão”, da autoria do artista alemão Albrecht Dürer, publicada em 1511. Estão atribuídos ao mesmo artista outras placas em esmalte, representando cenas da Pequena Paixão, como uma série da Wallace Collection, placas do Museu de Lyon, do Museu Hermitage de São Petersburgo e do Museu das artes Decorativas de Paris, entre outras.

 

As placas não são assinadas nem datadas, mas integram um grupo de peças atribuídas a uma mesma oficina, em Limoges, entre 1550 e 1625. Além das 26 placas do Museu Nacional Soares dos Reis, são hoje conhecidas cerca de 98 placas (distribuídas por diversas coleções europeias), que se considera terem sido produzidas nessa oficina atualmente designada pelo nome de convenção “Oficina da Pequena Paixão de Santa Cruz de Coimbra”.

 

A série provém do Santuário do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra onde já se encontrava em 1752 e de onde foi retirada em 1834, na sequência do decreto de extinção das ordens religiosas. No Santuário do Mosteiro de Santa Cruz conserva-se ainda o elemento do altar em madeira em que as placas se inseriam.

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