Loading...

Visita Orientada «Entre o sol que desenha e a sombra do atelier»

6 de Novembro, 2023

No âmbito da programação proposta para o mês de novembro, decorre no próximo dia 9, pelas 18 horas, a visita orientada por Paula Azeredo «Entre o sol que desenha e a sombra do atelier», com participação gratuita.

 

Nesta visita, as atenções recaem sobretudo nas pinturas de Silva Porto (1850-1893), Marques de Oliveira (1853-1927) e Henrique Pousão (1859-1884). O circuito completa-se, contudo, com outros artistas que deixaram marcas na cidade do Porto da primeira metade do século XX.

 

Formulário online (com 48 horas de antecedência)

Em 1867, as Academias de Belas Artes iniciam a atribuição de bolsas a alunos no estrangeiro. Silva Porto (1850-1893) e Marques de Oliveira (1853-1927) foram os primeiros bolseiros em Pintura.

 

Ingressaram na École des Beaux-Arts de Paris em 1873 e, na floresta de Barbizon, conviveram com um grupo de artistas seguidores da pintura de ar livre focando-se nos efeitos da luz sobre a paisagem.

 

Também Henrique Pousão seguiu para Paris em 1880. A pintura de caminhos e ruas, pátios, casas, aspetos de Paris, testemunha o seu percurso criativo, que culmina nas estadias em Roma e Capri.

 

A sua obra, que revela o arrojo e o talento do jovem pintor e o seu interesse absoluto nos valores da pintura em si em detrimento dos temas ou da narrativa, foi entregue, após a sua morte prematura, à Academia Portuense de Belas Artes.

 

Biografias

António Carvalho da Silva Porto (1850 – 1893)

Após concluir estudos na Academia Portuense de Belas-Artes, parte em 1873 para Paris, pensionista do Estado em Pintura de Paisagem. Em França pinta em Barbizon, lugar mítico de nascimento do Naturalismo, e em Auvers convive com Daubigny, um dos mestres do movimento.

 

Expõe no Salon em 1876 e 78. Fixando-se em Roma, viaja com Marques de Oliveira por várias cidades de Itália.

 

Em 1879 regressa ao país. As paisagens que apresenta na histórica exposição da Sociedade Promotora das Belas-Artes, em 1880, introduzem a estética naturalista em Portugal. À sua volta, reúne-se um grupo de jovens pintores que se apresenta anualmente nas “Exposições de Quadros Modernos”, e que Columbano celebrizará em 1885 no retrato coletivo O Grupo do Leão.

 

Nos últimos anos de atividade, desenvolve uma pintura de tipos e costumes regionais, que será explorada, de forma mais exuberante, por Malhoa e Carlos Reis.

 

João Marques de Oliveira (1853 – 1927)

Começou a sua aprendizagem artística muito novo com o mestre particular António José da Costa, matriculando-se em seguida na Academia Portuense de Belas Artes.

 

Colega de curso de Silva Porto, com ele continuaria, entre 1873 e 1879, como pensionista do Estado no estrangeiro, Marques de Oliveira na classe de Pintura Histórica, Silva Porto na de Pintura de Paisagem. Partiu para Paris no final de 1873 e em 1874 inscreveu-se na Escola Nacional de Belas Artes de Paris.

 

Ligado à pintura histórica por dever de pensionato e, mais tarde, de docência, Marques de Oliveira manifestou sempre uma grande sensibilidade pela natureza e pelos estudos de paisagem, que tentou fixar em pequenas impressões. A sua atividade como professor foi notável, levando os alunos ao contacto direto com a natureza, mas insistindo sempre na qualidade do desenho como base de qualquer obra.

 

À semelhança de Silva Porto, foi um dos principais elementos na introdução do naturalismo em Portugal. Faleceu em 1927 e em 1929 foi-lhe prestada homenagem no Porto com a inauguração de um monumento (de autoria de Soares dos Reis) em sua honra, no Jardim de S. Lázaro.

 

Henrique César de Araújo Pousão (1859-1884)

Desde cedo que a família lhe reconhecera talento, manifesto sobretudo em retratos a lápis. Com 10 anos passa a residir em Barcelos e, em 1872, fixa-se no Porto. É nesta cidade que frequenta o atelier do pintor António José da Costa para preparar a entrada na Academia Portuense de Belas-Artes (1872). Muito influenciado por Marques de Oliveira, regressado de Paris em 1879, Pousão ganha o concurso de pensionista, chegando a Paris no final do ano de 1880, acompanhado de Sousa Pinto (1856 – 1939).

 

Em Espanha, tinha visitado já o Museu do Prado e antes de ingressar no atelier de Cabanel e de Yvon, visitou também galerias de arte e museus em Paris, e conheceu o Impressionismo, especialmente em 1881 na região francesa de Puy-de-Dômes, aldeia de Saint-Sauves.

 

Neste ano, muda-se para Roma, onde aluga um atelier e, em 1882, produz significativas obras, também em Nápoles e Capri. Paisagens de um poético e vibrante cromatismo, em exercícios de captação de luz, pinturas de género como Cecília (MNSR), e retratos, com Senhora Vestida de Preto (MNSR), realizado já em Paris, revelam a sua modernidade, invulgar no panorama artístico português.

 

Vitimado aos 25 anos pela tuberculose, a sua obra adquire importância décadas mais tarde.

94º Aniversário de Falecimento de Columbano Bordalo Pinheiro

6 de Novembro, 2023

No dia 6 novembro de 1929, faleceu Columbano Bordalo Pinheiro, pintor naturalista e realista português.

 

Fazia parte do “Grupo do Leão” (do qual Silva Porto era considerado o chefe), que integrava José Malhoa, António Ramalho, João Vaz e Moura Girão, entre outros.

Columbano era filho do escultor e também pintor Manuel Maria Bordalo Pinheiro.

Anos após completar a sua formação (pintor Miguel Ângelo Lupi e o escultor Simões de Almeida foram seus mestres), rumou a Paris, beneficiado por uma bolsa de estudos custeada pelo rei consorte D. Fernando II de Portugal, já viúvo da rainha D. Maria II de Portugal.

 

De regresso a Portugal, juntou-se ao “Grupo do Leão”, o qual tencionava renovar a estética das composições na arte do país. Deste período, ficaram celebres os retratos de Ramalho Ortigão, Teófilo Braga, Eça de Queirós e Antero de Quental, por ele pintados.

 

Tornou-se, em 1901, professor de pintura histórica na Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde se formara na sua juventude.

 

Na cervejaria Leão d’Ouro, reunia-se habitualmente um grupo de artistas e escritores que ficou conhecido pela designação de “Grupo do Leão”. Deste grupo, que ficaria imortalizado no quadro de Columbano com o mesmo título (na foto), e no meio do qual Silva Porto era considerado o chefe, faziam parte os pintores da “geração naturalista de Lisboa”, José Malhoa, António Ramalho, João Vaz, Columbano, Moura Girão, Rafael Bordalo Pinheiro, Ribeiro Cristino, Rodrigues Vieira e Cipriano Martins.

 

Proporcionava-se o convívio entre artistas que tinham em comum o desejo de renovar os conceitos estéticos dominantes no panorama artístico português e que se propunham promover anualmente uma exposição de quadros modernos.

 

Imagem da capa: Auto-retrato inacabado de Columbano Bordalo Pinheiro. 1929
Columbano Bordalo Pinheiro // © Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado

 

Imagem: O Grupo do Leão. 1885
Columbano Bordalo Pinheiro // © Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado

Ponte D. Maria no Porto inaugurada, neste dia, há 146 anos

4 de Novembro, 2023

A 4 de novembro de 1877 foi inaugurada a Ponte D. Maria no Porto (projeto e obra dos engenheiros Téophile Seyrig e Gustave Eiffel), que permitiu a chegada do comboio à cidade.

 

A Ponte de D. Maria Pia é uma infraestrutura ferroviária, que transportava a Linha do Norte sobre o Rio Douro, entre as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, no Norte de Portugal.

 

Foi inaugurada em 4 de novembro de 1877 e foi encerrada em 24 de junho de 1991, tendo sido substituída pela Ponte de São João.

 

É considerada, junto com o Viaduto de Garabit, uma das maiores obras-primas executadas pelo engenheiro Gustave Eiffel. Na altura da sua inauguração, era a ponte com o maior arco em ferro do mundo.

 

A propósito desta efeméride, recordamos a Exposição “Entre Margens – Representações da Engenharia na Arte Portuguesa” (na foto) que o Museu Nacional Soares dos Reis acolheu em 2013, por ocasião do 50º aniversário da Ponte da Arrábida e do 100º aniversário do nascimento de Edgar Cardoso, reunindo obras de alguns dos mais significativos artistas plásticos portugueses.

 

Ao todo, a mostra integrou 140 pinturas e instalações assinadas por 61 artistas, que retratam inúmeras pontes e outras obras emblemáticas da engenharia e arquitetura portuguesas, entre elas o óleo sobre tela «Ponte Maria Pia», de Eduardo Viana, que pode ser apreciado no Museu Nacional Soares dos Reis.

 

O evento foi coorganizado pelas faculdades de Engenharia (FEUP) e de Belas Artes (FBAUP) da Universidade do Porto.

Comunicação sobre Casa-Museu Fernando de Castro em Congresso no Brasil

3 de Novembro, 2023

A Casa-Museu Fernando de Castro, e as suas particularidades, será apresentada no Colóquio Internacional de Coleções de Arte, promovido pela Entresséculos – mudanças e continuidades nas artes no Brasil nos séculos XIX e XX, grupo que se dedica à investigação do desenvolvimento histórico das artes e ofícios na sociedade brasileira.

 

O XIV Seminário do Museu D. João VI – Grupo Entresséculos e X Colóquio Internacional Coleções de Arte em Portugal e Brasil, nos Séculos XIX e XX, vai realizar-se de 7 a 11 novembro, na Cidade Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Sob o mote «Estranhamentos na História da Arte e em Coleções», o segundo dia do colóquio será dedicado a comunicações enquadradas no tema geral Coleções estranhas e estrangeiras, onde se inclui a comunicação Um “altar sem culto”: a Casa-Museu Fernando de Castro (Porto), por Ana Anjos Mântua e Vera Gonçalves.

 

De acordo com os objetivos enunciados pela organização do evento, “é diante da perspetiva do inesperado, do invulgar e singular, da visão primeira ainda sem reconhecimento, ou do estranhamente familiar, que propomos pensar juntos as várias formas de estranhamento na arte e em coleções. Com isso, pretendemos revisar a historiografia da arte e a história das coleções, no sentido de melhor compreender como os historiadores, críticos, teóricos da arte e os colecionadores lidaram com os estranhamentos a eles colocados ou deliberadamente buscados”.

 

Neste enquadramento, o tema Coleções estranhas e estrangeiras propõe a apresentação de estudos sobre coleções e colecionadores “estranhos”, seja pelo tipo de peças colecionadas ou pela forma como as coleções se formaram.

 

O acervo da Casa-Museu Fernando de Castro é constituído por diferentes coleções reunidas ao longo de várias décadas. É composto, maioritariamente, por arte religiosa com representações eruditas e de cariz popular, pintura naturalista portuguesa e artes decorativas. Destaca-se, ainda, um interessante núcleo de caricaturas e alguns livros da autoria de Fernando de Castro, colecionador, artista e poeta.

 

A Casa-Museu Fernando de Castro é administrada pelo Museu Nacional Soares dos Reis desde 1952.

A chegada a Paris de Henrique Pousão e a viagem para Roma

2 de Novembro, 2023

A 2 de novembro de 1880, Henrique Pousão chega a Paris para frequentar os ateliers de Alexandre Cabanel e, posteriormente, de Adolphe Yvon. A prática do desenho constitui o motivo central da sua aprendizagem.

 

Em 1881, é admitido na Escola de Belas-Artes de Paris. Visita o Salon de Paris na companhia de Soares dos Reis e de Sousa Pinto.

 

O agravamento do seu estado de saúde leva-o a viajar para Roma, em dezembro deste ano, instalando-se no Instituto de Santo António dos Portugueses.

 

No ano seguinte, decide não frequentar a Academia de Belas-Artes e aluga um espaço de atelier, tendo-se inscrito no Círculo Artístico de Roma. Pinta, entre muitas obras, Esperando o Sucesso (na foto).

 

Esta pintura seria, mais tarde, enviada para a Academia do Porto, fazendo parte da remessa de trabalhos correspondentes ao seu segundo ano de «pensionista» no estrangeiro.

 

A pintura foi exibida em 1883, na Galeria Atheneu D. Pedro e, depois, na Exposição Trienal da Academia de Belas-Artes do Porto, no mesmo ano da morte do jovem pintor, a qual ocorre a 25 de março de 1884.

 

Nesta obra, Henrique Pousão subverte o tema clássico do ciociaro, habitante da região italiana do Lácio, aqui representado como um rapazinho traquina, meio andrajoso, captado não em pose, mas no momento em que precisamente descansa da pose e que, atrevido, esboça ele próprio o retrato de alguém.

 

A ideia do artista improvisado, génio precoce e natural, que aproveita a ausência do pintor para tomar o seu lugar e mostrar a sua obra, na expetativa de incerto acolhimento, são aspetos que funcionam quase como uma projeção da circunstância do artista sobre a do seu modelo e revelam nesta obra uma inesperada dimensão de “manifesto” artístico enviado de Roma pelo jovem pintor aos seus mestres.

 

Vitimado aos 25 anos pela tuberculose, a sua obra adquire importância décadas mais tarde.

Museu Nacional Soares dos Reis palco do ciclo Salão Piolho

2 de Novembro, 2023

O ciclo Salão Piolho, iniciativa da Fundação Inatel, estreia-se, este ano, no Museu Nacional Soares dos Reis, com uma sessão agendada para o próximo dia 1 dezembro.

 

Dando seguimento ao espírito dos antigos Cinemas Piolho, que se “propagavam” pelas grandes cidades do país, por locais tantas vezes improvisados, assim segue o Salão Piolho na sua 7ª edição, percorrendo as cidades de Leiria, Porto e Lisboa.

Apresentando géneros cinematográficos e musicais distintos, do jazz à eletrónica, passando pela música tradicional portuguesa, este ano as sessões serão realizadas em emblemáticos locais das cidades de Leiria, Porto e Lisboa.

 

Uma das principais novidades da edição é a inclusão do Museu Nacional Soares dos Reis na lista dos palcos escolhidos, sendo que, no Porto, o ciclo vai passar também pela Estação de São Bento, Cinema Trindade e Casa das Artes.

 

O Salão Piolho reabre assim as suas “portas” a todos aqueles que adoram o Cinema, a Música e o Património.

 

No total, serão realizados 12 cineconcertos, entre novembro e dezembro, na sétima edição do ciclo Salão Piolho, iniciativa da Fundação Inatel que convida músicos portugueses a criar abordagens sonoras a clássicos do cinema mudo.

 

A edição deste ano começa com três espetáculos em Leiria, nos dias 3, 4 e 5 de novembro, numa aposta do Inatel para levar mais longe o ciclo. No Salão Piolho, que vai buscar o nome aos sítios onde, antigamente, era exibido cinema, estes clássicos surgem acompanhados de bandas sonoras de música portuguesa, desde a folk, à música tradicional, ao jazz e eletrónica.

A Arte de António Carneiro leva O Inferno de Dante até Matosinhos

2 de Novembro, 2023

Uma interpretação inédita da viagem de Dante por meio das obras de António Carneiro é a proposta cultural do Lionesa Business Hub (LBH), em parceria com o Museu Nacional Soares dos Reis, para toda comunidade e aberta à população.

A exposição Inferno – A Viagem de Dante pela mão de António Carneiro chega dia 7 de novembro, às 17:30, ao Lionesa Business Hub e termina a 30 de março de 2024, apresentando uma nova interpretação que traz a visão de uma poderosa viagem num grande barco, com velas que simbolizam o Inferno e o Paraíso.

 

Inferno – A Viagem de Dante pela mão de António Carneiro, exposição baseada nos 42 desenhos do pintor, resulta de uma parceria entre o Lionesa Business Hub, o Lionesa Group, o Museu Nacional Soares dos Reis e a ASCIPDA – Associazione Socio-Culturale Italiana del Portogallo Dante Alighieri.

 

A instalação será composta por nove círculos, cada um representando diferentes histórias e conceitos num ciclo eterno de experiências e renascimento. Uma metáfora da vida humana, com um começo, complexidade e um ponto de chegada que também é um novo começo. O objetivo é estimular na comunidade do Lionesa Business Hub um momento único de reflexão e decisão.

 

Esta parceria entre o Museu Nacional Soares dos Reis e o Lionesa Business Hub é fruto de um protocolo de mecenato que o Lionesa Group assinou com o museu e que reverteu para a requalificação de salas do Palácio dos Carrancas. Esta iniciativa reforça a orientação para democracia cultural, despertando para os temas do bem-estar através da arte e da cultura.

 

O programa Outros Lugares tem como propósito afirmar o Museu Nacional Soares dos Reis como um lugar que extravasa o seu espaço e organização formais para envolver curadorias improváveis e diferenciadoras atendendo à natureza dos parceiros, ao local de apresentação e aos respetivos contextos.

 

Num estreito trabalho colaborativo com a Lionesa Business Hub desenhou-se uma exposição singular a partir de um conjunto de obras de António Carneiro, pintor com importante presença na coleção do Museu. A exposição traz a público um trabalho gráfico dos desenhos traçados pelo artista entre 1928-30 para ilustrar o Inferno, a primeira parte da obra literária renascentista Divina Comédia, do poeta italiano Dante Alighieri.

 

A exposição tem acesso gratuito e estará patente até final do primeiro trimestre de 2024.

Visita Comentada faz cruzamento entre «Poesia e Arte Bruta»

2 de Novembro, 2023

Sábado 11 novembro, 11H00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Maria Reis e Ana Mântua
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

No âmbito da programação proposta para o mês de novembro, decorre no dia 11, pelas 11 horas, uma visita comentada à Exposição Portreto de la Animo Art Brut Etc., dedicada ao tema «Poesia e Arte Bruta».

 

Esta visita pretende cruzar a poesia e a arte bruta, através de um exercício de leitura em voz alta. Entre retratos e versos da alma, pretende-se estimular os visitantes a percorrer o que mais os desassossega. Falaremos de Camilo Pessanha, Alejandra Pizarnik, Mário de Sá Carneiro, Adília Lopes e João Miguel Fernandes Jorge.

 

Maria Miguel Reis é licenciada em História e mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A sua dissertação de mestrado explora as relações entre poesia e cinema, a partir do livro Pickpocket, de João Miguel Fernandes Jorge. Encontra-se a realizar um estágio profissional no Museu Nacional Soares dos Reis e interessa-se, de sobremaneira, pelo diálogo entre a literatura e as outras artes.

 

Ana Mântua é licenciada em História, variante de História da Arte, e pós-graduada em Arte, Património e Restauro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É coordenadora da Casa-Museu Fernando de Castro, no Porto, desde 2021. Anteriormente, desempenhou funções de coordenação da Casa-Museu Anastácio Gonçalves, investigação e curadoria de exposições no Mosteiro dos Jerónimos/Torre de Belém e no Museu Nacional do Azulejo. É ainda autora de uma série de artigos científicos nas áreas do património e do colecionismo.

Faça parte dos Amigos do Museu

Beneficie de vantagens exclusivas. Saiba mais aqui.

Inscrições para o Workshop de joalharia criativa e sustentável

30 de Outubro, 2023

4, 11 e 18 novembro (sábado), 10h30-12h30 | 14h30-17h30

Público | Maiores de 18 anos

Valor | 25 EUR

 

Oficina orientada pelo Serviço de Educação / Jorge Coutinho

 

Inscrições
se@mnsr.dgpc.pt (até 48 horas de antecedência)

O Serviço de Educação do Museu Nacional Soares dos Reis propõe um Workshop de joalharia criativa e sustentável, para maiores de 18 anos, a decorrer nos dias 4, 11 e 18 novembro, no seguinte horário 10h30-12h30 e 14h30-17h30.

 

Trata-se de uma oficina criativa dividida em três sessões, sendo que as inscrições já estão a decorrer, devendo ser formalizadas através do email se@mnsr.dgpc.pt, até 48 horas de antecedência.

 

Cada vez se produz mais lixo devido ao consumo excessivo de produtos e à incorreta gestão dos resíduos. Todos os dias, vários materiais são considerados inúteis e colocados no lixo, mas existem vários caminhos que cada um de nós pode trilhar para encontrar soluções para este problema. A reutilização é uma das opções, o que significa utilizar um produto dando-lhe uma nova função.

 

Nesta oficina, propõe-se a reutilização de materiais comuns como latas de refrigerante (ou parte delas) transformando-as, com uma pitada de genialidade e criatividade, num objeto com uma nova função: uma joia sustentável. Todo o processo se desenvolve em três sessões com a utilização de diferentes técnicas e produtos.

Visita Orientada: A pintura Naturalista da Escola do Porto

27 de Outubro, 2023

Sábado 4 novembro, 11h00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Ana Mascimento
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

No âmbito da programação proposta para o mês de novembro, decorre no dia 4, pelas 11 horas, uma visita orientada dedicada ao tema A pintura de paisagem no Naturalismo.

 

A visita permitirá conhecer exemplos da obra de alguns naturalistas da escola do Porto, nomeadamente, Silva Porto, Artur Loureiro, Henrique Pousão e Sousa Pinto.

 

O Naturalismo foi um movimento estético e artístico que surgiu em França a partir de 1830, com a criação da Escola de Barbizon e através das pinturas de Théodore Rousseau (1812-1867), de Jean-François Millet (1814-1875) ou de Gustave Courbet (1819-1877).

 

Em Portugal, a estética naturalista e realista da Escola de Barbizon foi introduzida pelos pintores Silva Porto (1850-1893) e Marques de Oliveira (1853-1927), e durou até aos anos 20 do século XX.

 

Os pintores entraram em contacto com este novo movimento artístico durante a sua estadia em França, como pensionistas do Estado português.

 

Em 1867, as Academias de Belas Artes iniciam a atribuição de bolsas a alunos no estrangeiro. Silva Porto e Marques de Oliveira foram os primeiros bolseiros em Pintura.

 

Ingressaram na École des Beaux-Arts de Paris em 1873 e, na floresta de Barbizon, conviveram com um grupo de artistas seguidores da pintura de ar livre focando-se nos efeitos da luz sobre a paisagem.

 

Também Henrique Pousão seguiu para Paris em 1880. A pintura de caminhos e ruas, pátios, casas, aspetos de Paris, testemunha o seu percurso criativo, que culmina nas estadias em Roma e Capri.

 

A sua obra, que revela o arrojo e o talento do jovem pintor e o seu interesse absoluto nos valores da pintura em si em detrimento dos temas ou da narrativa, foi entregue, após a sua morte prematura, à Academia Portuense de Belas Artes.

Faça parte dos Amigos do Museu

Beneficie de vantagens exclusivas. Saiba mais aqui.

157º Aniversário de Nascimento de António Teixeira Lopes

27 de Outubro, 2023

Discípulo de António Soares dos Reis e autor, entre outras, da icónica escultura Infância de Caim, António Teixeira Lopes nasceu a 27 outubro 1866, em Vila Nova de Gaia. O escultor passava grandes temporadas na aldeia onde nasceram os seus pais, São Mamede de Ribatua, em plena região do Alto Douro Vinhateiro.

 

António Teixeira Lopes (1866-1942) iniciou a aprendizagem de escultura com o seu pai, o escultor José Joaquim Teixeira Lopes, e foi discípulo de Soares dos Reis, na Academia Portuense de Belas-Artes, de Cavalier e Barrias, na École de Paris.

Dotado de um profundo sentimento plástico, foi influenciado pelos neoflorentinos e desenvolveu um particular gosto pelo lirismo no tratamento da figura humana. As suas primeiras obras parisienses, Ofélia e Botão de Rosa, denunciam uma admiração pela escultura de Falguière.

 

Em 1889, assume já um estilo próprio em Caim (Museu Nacional de Soares dos Reis), caraterizado pelo dramatismo da expressão facial e corporal que manterá ao longo da sua obra, como nas peças A Viúva e Caridade (Museu do Chiado), nas alegorias à História (no jazigo de Oliveira Martins, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa) e à Dor (estátua funerária no Cemitério de Agramonte, no Porto).

 

Tratou, essencialmente, temas religiosos para igrejas e hospitais, como Rainha Santa Isabel (Igreja de Santa Clara-a-Nova), Senhora de Fátima (Hospital de Fátima) e Santo Isidoro (Igreja Paroquial de Santo Isidoro, em Marco de Canaveses).

 

Pontualmente dedicou-se à escultura monumental nas homenagens a Soares dos Reis (Gaia), Infante D. Henrique, Afonso de Albuquerque, Camões, Antero de Quental, Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós (esta no Largo Barão de Quintela, em Lisboa).

 

Praticou também a arte do retrato nos bustos e estátuas de Teófilo Braga (em bronze na Câmara Municipal de Lisboa e em mármore na Casa-Museu Teixeira Lopes, em Gaia), de Ramalho Ortigão (Museu Nacional de Soares dos Reis) e Augusto Rosa (Museu do Chiado).

 

Foi professor de escultura na Escola de Belas-Artes do Porto e foi condecorado com a 1.ª medalha do Grémio Artístico (1897), com o Grand Prix do Salon de Paris (1900) e a Grã-Cruz de Santiago da Espada.

Infância de Caim

 

Infância de Caim
António Teixeira Lopes (1866-1942)
Paris, 1890
Mármore de Carrara

 

Obra premiada em Paris na exposição do Salon de 1890. O modelo é tratado com forte torção do tronco, de expressão perturbada e mãos encrespadas que evocam o infortúnio de Caim. Dominada pela inveja, a criança visiona-se a cometer o assassínio de Abel, o seu próprio irmão.

 

O tema recria a figura de Caim retirada do Antigo Testamento. A carga emotiva da obra e o domínio de técnica antecipam o futuro promissor de Teixeira Lopes, o célebre discípulo de Soares dos Reis.

Visita Orientada: Dilemas Técnicos na Conservação e Restauro de Arte Bruta

26 de Outubro, 2023

Sábado 28 outubro, 11h00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Salomé Carvalho
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

A Arte Contemporânea apresenta desafios específicos à Conservação e Restauro, e, sob este prisma, desenvolve-se esta visita guiada, com o objetivo de abordar problemáticas e desafios inerentes às peças expostas na exposição PORTRETO DE LA ANIMO ART BRUT ETC., a maior exposição de Arte Bruta da Península Ibérica.

 

Ser artista sem intenção de o ser define a nota biográfica comum a grande parte dos autores que contribuíram para o nascimento do conceito de Arte Bruta. Quando o conservador analisa e define uma metodologia para a conservação deste espólio, não poderá descurar o contexto social, cultural e biográfico do autor.

 

A obra é a obra e a sua circunstância – a singularidade e a contingência dos materiais reflete a autoria. O gesto percursor de pensar, criar com o que está à mão; a precaridade material presente nos suportes e superfícies; a memória do simples objeto antes do cunho artístico. A conservação deverá, assim, contribuir para a permanência imaterial respeitando a fragilidade da matéria.

 

Salomé Carvalho é licenciada e doutorada em Conservação e Restauro pela Universidade Católica do Porto, professora e investigadora na área da Conservação e Restauro há 17 anos. Conservadora-restauradora no Museu Nacional Soares dos Reis há 12 anos, tem formação complementar em diversas áreas da Conservação e Restauro, como escultura, cerâmica e vidro, têxteis, conservação preventiva, História da Arte, gestão de risco, gestão de ciência, gestão de projeto SCRUM e gestão editorial. Foi membro da Direção da ARP (Associação Profissional de Conservadores-restauradores de Portugal) de 2016 a 2020 e faz parte de comités executivos e científicos em encontros e publicações científicas.

Faça parte dos Amigos do Museu

Beneficie de vantagens exclusivas. Saiba mais aqui.

Diretor do MNSR reeleito para novo mandato no DEMHIST

26 de Outubro, 2023

António Ponte, Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, acaba de ser reeleito para o DEMHIST – International Committee for Historic House Museums (Comité Internacional para Casas Históricas e Casas-Museu), do ICOM, representando Portugal neste órgão.

 

A Assembleia Geral do DEMHIST, na qual foram apresentados os novos membros, teve lugar esta manhã, com participação em formato híbrido, conjugando participações por videoconferência com as presenças dos membros que estão a participar na Conferência Anual do DEMHIST, a decorrer em Belgrado, capital da Sérvia.

O DEMHIST é um fórum internacional para o debate de problemas e soluções relacionados com a conservação e administração de museus de casas históricas.

 

Um dos objetivos do comité é criar um sistema de classificação metodológica para os inúmeros tipos de museus de casas históricas, visando ajudar os profissionais na melhor compreensão dos locais históricos e na definição eficiente da sua missão e objetivos, política de conservação, gestão, segurança e comunicação entre esses profissionais e o público.

 

Este comité faz parte do Conselho Internacional de Museus (ICOM), organização mundial dos museus e dos profissionais de museus. O ICOM dedica-se à promoção e proteção do património natural e cultural, presente e futuro, material e imaterial.

 

Com mais de 35 000 membros em 135 países, a rede do ICOM é formada por profissionais que abarcam um grande leque de disciplinas relacionadas com os museus e o património.

 

O ICOM é uma organização não-governamental (ONG), que mantém uma relação formal com a UNESCO e tem estatuto de órgão consultivo do Conselho Económico e Social das Nações Unidas.

 

Nota Curricular

Natural de Mindelo (Vila do Conde), António Ponte (1970) é Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, desde abril 2021. Anteriormente, foi Diretor Regional de Cultura do Norte (2013-2021), e Diretor do Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães (2009 e 2012). Desenvolveu grande parte da sua carreira museológica no Museu de Vila do Conde (de 1994 a 2009, e também entre 2012-2013), tendo estado ligado a diversas intervenções no domínio da museologia, das quais se destacam a Alfândega Régia – Museu da Construção Naval / Nau Quinhentista e a renovação da Casa de José Régio.

 

Doutorado em Museologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), é licenciado em Ciências Históricas pela Universidade Portucalense (1993), tendo frequentado, no mesmo ano, uma Pós-Graduação em Museologia na FLUP. Regressaria mais tarde à FLUP para completar o Mestrado em Museologia (2007) com uma tese sobre o tema das Casas-Museu.

90º Aniversário de Falecimento do pintor José Malhoa

26 de Outubro, 2023
José Malhoa

Natural das Caldas da Rainha (28 abril de 1855), José Malhoa faleceu em Figueiró dos Vinhos, no dia 26 outubro de 1933.

 

Foi pioneiro do Naturalismo em Portugal, tendo integrado o Grupo do Leão. Destacou-se também por ser um dos pintores portugueses que mais se aproximou da corrente artística Impressionista.

 

Frequentou a Academia de Belas Artes de Lisboa, entre 1867 e 1875. Foi aluno de outros pintores e escultores de renome nacional como Miguel Ângelo Lupi (1826-1883), Vítor Bastos (1832-1894), Tomás da Anunciação (1818-1879) ou José Simões de Almeida (1844-1926).

 

José Malhoa dividiu a sua vida entre Lisboa e Figueiró dos Vinhos, onde se situava a sua residência, mais conhecida como o Casulo de Malhoa.

 

Preterido por duas vezes na Bolsa de Estado para Paris abandona temporariamente a pintura até que, em 1881, a exposição do quadro “A Seara Invadida em Madrid” lhe granjeou apreço crítico.

 

Sendo um dos fundadores do Grupo do Leão, ligou-se ao movimento Naturalista gerado então em redor de Silva Porto. Foi expositor da Sociedade Promotora de Belas-Artes (1880, 1884, 1887), do Grupo do Leão (1881 a 1889), do Grémio Artístico (1891 a 1899) e, desde 1901, foi presença regular nos salões da Sociedade Nacional de Belas-Artes (SNBA).

 

Recebeu a Medalha de Honra (1903) e várias Primeiras Medalhas da SNBA e foi eleito seu Presidente em 1918.

 

Imagem: Auto-retrato de José Malhoa (1928) @Museu José Malhoa

Exposição “Portreto de la Animo” prolongada até final do ano

25 de Outubro, 2023

A Exposição “Portreto de la Animo Art Brut Etc.”, patente no Museu Nacional Soares dos Reis, vai ser prolongada até 31 dezembro 2023 (assim com o seu programa paralelo). Inaugurada a 13 julho, a mostra tem despertado o interesse de centenas de visitantes, registando até ao momento cerca de 23 mil entradas.

 

Trata-se de uma exposição de retratos e autorretratos que integram a coleção Treger Saint Silvestre, uma das mais importantes e extensivas coleções privadas de Arte Bruta no mundo.

Composta por cerca de 150 obras de 99 artistas, a mostra integra, igualmente, várias peças do acervo do Museu Nacional Soares dos Reis, colocadas em diálogo com as peças da Coleção Treger Saint Silvestre, de que são exemplo o Busto-Relicário de São Pantaleão; a Máscara mortuária de Soares dos Reis, de José Joaquim Teixeira Lopes; o Escarrador, de Rafael Bordallo Pinheiro; e o óleo Mãe e Filha, de Sarah Afonso; entre outras.

 

Iniciada na década de 1980, a Coleção Treger Saint Silvestre, em depósito no Centro de Arte Oliva, integra um numeroso acervo de obras de Arte Bruta, sendo uma das mais importantes e extensivas coleções privadas no mundo e contando com um largo número de autores reconhecidos.

 

A exposição “Portreto de la Animo“ é um recorte desta magnífica coleção que reúne um núcleo de obras focadas no retrato e no autorretrato.

 

Os retratos revelam uma figura interior, uma criatividade e invenção particularmente viva, como se pode observar nas obras de Aloïse Corbaz, Ted Gordon, James Deed, Edemund Monsiel, Aleksander Lobanov, Alessandra Michelangelo ou do português Jaime Fernandes, entre outros. Muitos deles parecem ser autorretratos que reivindicam uma existência da qual estes artistas foram e se sentiram privados.

 

A exposição “Portreto de la Animo” é promovida em parceria com a Câmara Municipal de São João da Madeira, o Centro de Arte Oliva e os colecionadores António Saint Silvestre e Richard Treger, com o apoio mecenático da Fundação Millennium bcp e da Lusitânia Seguros e o apoio institucional do Círculo Dr. José de Figueiredo – Associação de Amigos do MNSR.

 

Estará patente ao público até 31 dezembro 2023.

105º Aniversário de Falecimento de Amadeo de Souza-Cardoso

25 de Outubro, 2023

Amadeo de Souza-Cardoso pertence à primeira geração de pintores modernistas portugueses, destacando-se pela qualidade excecional da sua obra e pelo diálogo que estabeleceu com as vanguardas históricas do início do século XX.

 

Nascido em Mancelos (Amarante) a 14 novembro 1887, faleceu a 25 outubro de 1918, em Espinho, vítima da epidemia “pneumónica” que assolou a Europa no final da Guerra.

A morte aos 30 anos de idade irá ditar o fim abrupto de uma obra pictórica em plena maturidade e de uma carreira internacional promissora, mas ainda em fase de afirmação.

 

Amadeo de Souza-Cardoso teve uma vida curta e intensa em Paris, onde fez contactos com os artistas modernistas, e regressou a Portugal no início da Primeira Guerra Mundial como um pintor reconhecido nos meios da vanguarda.

 

Participou em exposições coletivas em Paris, Berlim, Nova Iorque, Chicago, Boston e Londres, e chegou a exibir e a vender o seu trabalho nos Estados Unidos, sendo considerado, pelo crítico de arte norte-americano Robert Loescher, “um dos segredos mais bem guardados do início da arte moderna”.

 

Em 2016, mais de 40 mil pessoas visitaram a exposição dedicada a Amadeo de Souza-Cardoso no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto (que depois seguiu para o Museu do Chiado, em Lisboa), e, no mesmo ano, no Grand Palais, em Paris, uma outra exposição reuniu cerca de 250 obras em pintura, desenho e gravura do artista.

 

A mostra que esteve patente no Museu Nacional Soares dos Reis foi uma recriação da exposição que o próprio Amadeo de Souza-Cardoso fez no Porto, em 1916, a única exposição individual do artista (então, no salão de festas do Jardim Passos Manuel).

82º Aniversário de Falecimento de Robert Delaunay

25 de Outubro, 2023

Robert Delaunay – artista francês que, juntamente com a sua esposa Sonia Delaunay e outros, co-fundou o movimento de arte Orfismo – nasceu em Paris. Faleceu a 25 outubro de 1941, em em Montpellier, aos 56 anos, vítima de cancro.

 

Foi educado pelos tios maternos, que o iniciaram, de um modo muito clássico, na pintura. Entre 1902 e 1904, trabalhou como aprendiz nos estúdios Ronsin, especializados em pintura para teatro. A sua formação artística foi, no entanto, essencialmente autodidacta, com as primeiras telas pintadas na Bretanha, durante o Verão de 1903.

 

Em 1907, conhece Sonia Terk, com quem virá a casar-se três anos mais tarde.

Robert Delaunay e Sonia Delaunay – um casal de artistas que se destacou no impulsionamento do Orfismo – viveram cerca de um ano em Portugal durante o período da primeira Guerra Mundial, e travaram conhecimento com os artistas portugueses Amadeo de Souza-Cardoso e Almada Negreiros, de quem se tornaram amigos.

 

Foi no Verão de 1915, que o casal de artistas se estabeleceu em Vila do Conde.

 

A estadia de Sónia Delaunay em Portugal foi o ponto de partida de uma exposição sobre esta artista, intitulada «Sónia Delaunay – Tecidos Simultâneos», que o Museu Nacional Soares dos Reis acolheu no ano em que o Porto foi Capital Europeia da Cultura (2001), tendo por objetivo ilustrar a inspiração que Portugal representou na sua obra.

 

A referida exposição incidiu sobre a obra de Sónia Delaunay enquanto designer, com grande número dos seus desenhos para tecidos a assumirem o núcleo principal da exposição.

 

Imagens:

Robert Delaunay, 1905–06, Autoportrait, oil on canvas, Musée National d’Art Moderne, Paris

Catálogo da Exposição «Sónia Delaunay – Tecidos Simultâneos», 2001/12/13 a 2002/02/24, Museu Nacional Soares dos Reis, Porto [Comissariado – Petra Timmer; Coordenação – Instituto Português de Museus (Manuela Correia, Anabela Carvalho e Maria Amélia Fernandes) e MNSR (Ana Paula Machado)]

Visita Comentada «Os desafios da conservação e restauro de Arte Bruta»

24 de Outubro, 2023

No âmbito do programa paralelo da Exposição Portreto de la Animo. Art Brut etc, patente no Museu Nacional Soares dos Reis, decorre no próximo dia 7 novembro, pelas 18 horas, a Visita Comentada « Os desafios da conservação e restauro de Arte Bruta», por Joana Guerreiro e Salomé Carvalho.

 

A visita faz parte de um ciclo de iniciativas a decorrer com o apoio da Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental.

Os desafios da conservação e restauro de Arte Bruta
Visita comentada | Joana Guerreiro e Salomé Carvalho
7 de novembro, 18h00
Local: Museu Nacional Soares dos Reis
Entrada livre, sujeita à capacidade da sala e a inscrição prévia, através do email comunicacao@mnsr.dgpc.pt

 

A conservação e restauro de Art Brut desperta novos desafios. Ser artista sem intenção de o ser define a nota biográfica comum a grande parte dos autores que contribuíram para o nascimento do conceito de Arte Bruta. Quando o conservador analisa e define uma metodologia para a conservação deste espólio, não poderá descurar o contexto social, cultural e biográfico do autor.

 

A obra é a obra e a sua circunstância – a singularidade e a contingência dos materiais reflete a autoria. O gesto percursor de pensar, criar com o que está à mão; a precaridade material presente nos suportes e superfícies; a memória do simples objeto antes do cunho artístico. A conservação deverá, assim, contribuir para a permanência imaterial respeitando a fragilidade da matéria.

 

Joana Guerreiro é Conservadora-Restauradora na Divisão Municipal de Arquivo Histórico do Município do Porto. Mestre em História do Império Português pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, licenciada em Arte, Conservação e Restauro pela Escola das Artes, UCP e licenciada em Arqueologia pela Universidade do Minho. Durante dez anos colaborou com o Centro de Conservação e Restauro da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, onde participou em inúmeros projetos, incluindo intervenções de conservação e restauro de obras da coleção Treger Saint Silvestre, em depósito no Centro de Arte Oliva.

 

Salomé Carvalho é licenciada e doutorada em Conservação e Restauro pela Universidade Católica do Porto, professora e investigadora na área da Conservação e Restauro há 17 anos. Conservadora-restauradora no Museu Nacional Soares dos Reis há 12 anos, tem formação complementar em diversas áreas da Conservação e Restauro, como escultura, cerâmica e vidro, têxteis, conservação preventiva, História da Arte, gestão de risco, gestão de ciência, gestão de projeto SCRUM e gestão editorial. Foi membro da Direção da ARP (Associação Profissional de Conservadores-restauradores de Portugal) de 2016 a 2020 e faz parte de comités executivos e científicos em encontros e publicações científicas.

49ª Conferência Internacional «Undoing conflict in museums»

24 de Outubro, 2023

49ª Conferência Internacional do ICAMT – ICOM International Committee for Architecture and Museum Techniques, organizada pela Universidade do Porto, de 25 a 27 de outubro de 2023, no Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto. O Museu Nacional Soares dos Reis é um dos parceiros oficiais do evento.

 

Amanhã, os participantes da Conferência terão oportunidade de efetuar visitas ao Museu Nacional Soares dos Reis.

O International Committee for Architecture and Museum Techniques (ICAMT) do International Council of Museums (ICOM) organiza anualmente uma importante conferência internacional que reúne especialistas de diferentes áreas, nomeadamente museografia, museologia, arquitetura e design de exposições.

 

Este ano, a 49ª Conferência Internacional do ICAMT – ICOM International Committee for Architecture and Museum Techniques, será organizada pela Universidade do Porto, de 25 a 27 de outubro de 2023. Conjuntamente com o ICAMT, as entidades portuguesas responsáveis pela organização deste evento são o Centro de Investigação Transdisciplinar “Cultura, Espaço e Memória” (CITCEM) e o Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU).

 

O tema principal da conferência será “Undoing conflict in museums: materiality and meaning of museum architecture and exhibition design”. Os participantes da conferência irão poder concentrar as suas reflexões no Poder do Conflito. Debatendo como ideias opostas podem potenciar mudanças e evoluções em museus e exposições, e qual o papel da arquitetura e do design de exposições na gestão do conflito em museus.

 

No âmbito da parceria estabelecida com o Museu Nacional Soares dos Reis, no dia 25 outubro, os participantes da conferência terão oportunidade de efetuar uma visita ao museu, focando-se nos aspetos curatoriais relacionados com o processo de desenvolvimento e montagem da exposição de longa duração, bem como nos aspetos arquitetónicos do edifício.

Visita Comentada por Christian Berst «Os Limites da Arte Bruta»

23 de Outubro, 2023

No âmbito do programa paralelo da Exposição Portreto de la Animo. Art Brut etc, patente no Museu Nacional Soares dos Reis, decorre no próximo dia 4 novembro, 17 horas, a Visita Comentada «Os limites da Arte Bruta», por Christian Berst (sessão conduzida em Francês).

 

A visita faz parte de um ciclo de iniciativas a decorrer com o apoio da Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental.

Os limites da Arte Bruta

4 novembro, 17 horas

Por Christian Berst

Local: Museu Nacional Soares dos Reis
Entrada livre, sujeita à capacidade da sala e a inscrição prévia, através do email comunicacao@mnsr.dgpc.pt

 

Christian Berst, galerista, é também colecionador, curador e teórico. No início da década de 90, especializou-se no domínio da arte bruta contemporânea e abriu a sua primeira galeria chamada “Objet Trouvé” em Paris.

 

Enquanto especialista no domínio da arte bruta, Christian Berst trabalha com vários museus.

 

Assim, em 2012, a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (Lisboa) confiou-lhe “Arte Bruta – terra incógnita, Coleção Treger Saint-Silvestre”.

 

Com o sócio Daniel Klein, Christian Berst abriu um segundo espaço de 300 m2 em Nova Iorque, em 2014. As duas galerias adotam o novo nome “Christian Berst Art Brut (Klein & Berst)”.

 

Em 2017, é responsável por “Brut Now: art brut in technological era”, uma exposição de referência na história de arte, sendo que é a primeira a considerar e a apresentar a arte digital como um possível campo dentro da Arte Bruta.

 

A exposição “Portreto de la Animo” integra peças selecionadas da Coleção Treger Saint Silvestre, incluindo peças de cerca de 30 artistas representados pela Christian Berst Art Brut, que se relacionam com processos de autorrepresentação. O Museu Nacional Soares dos Reis proporciona, assim, o encontro destas obras de arte, inscritas em correntes que vão além das tradicionais, com outras do seu próprio acervo.

 

A exposição tem o apoio mecenático da Fundação Millenium bcp e da Lusitânia Seguros, bem como o apoio institucional do Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

“O Poder e o Prazer da Leitura” com Isabel Alçada e Sobrinho Simões

23 de Outubro, 2023

“O Poder e o Prazer da Leitura” é o mote da próxima sessão do Ciclo de Conversas “Poesia ao encontro das outras Artes e do Conhecimento”, iniciativa promovida pelos Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

A sessão “O Poder e o Prazer da Leitura” contará com as participações de Isabel Alçada e Manuel Sobrinho Simões, estando agendada para o dia 6 de novembro, pelas 18 horas, no Auditório do Museu Nacional Soares dos Reis.

Isabel Alçada, escritora e consultora para a Educação do Presidente da Républica, e Manuel Sobrinho Simões, médico e professor emérito da Universidade do Porto, unem-se para lhe dar uma nova perspetiva em temas relacionados com a leitura e o seu papel nos nossos dias.

 

Inscrições através do email: amigosdomnsr@gmail.com

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Desde a sua fundação, em 1940, os Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis têm colaborado com o Museu na realização, evolução, – promoção dos seus projetos e programas, na aquisição de obras de arte, – valorização e organização de espaços para o enriquecimento de coleções com nomes ligados ao mais ilustre do mundo das Artes e Letras.

Faça parte dos Amigos do Museu

Beneficie de vantagens exclusivas. Saiba mais aqui.

158º Aniversário de Nascimento do pintor Manuel Maria Lúcio

21 de Outubro, 2023

Natural de Vila Nova de Gaia, Manuel Maria Lúcio nasceu a 21 outubro de 1865.

 

Em Gaia, na casa onde viveu toda a sua vida, reuniu uma coleção importante, sobretudo em pintura contemporânea, peças de mobiliário, faianças e esmaltes. Além de colecionador, Manuel Maria Lúcio foi um bibliófilo notável. O Museu Nacional de Soares dos Reis integra desde 1944 uma parte significativa do seu espólio de arte e biblioteca.

Não tendo cursado a Academia Portuense de Belas Artes, serviu-se de livros e publicações como veículos de cultura artística. Nas telas, tábuas e pastéis que pintou, abundam aspetos das regiões do Alto-Douro e do Vale do Vouga, de Gaia e do Porto, como o Rio Douro, de 1906, exposto no Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Embora mais apreciado pelas paisagens, que executou, Manuel Maria Lúcio foi-o também pelos trabalhos de figura, como é o caso do Retrato da Mãe, de1907 (na foto).

 

Manuel Maria Lúcio, pintor amador, escolheu como mestre o pintor Artur Loureiro. Entre os artistas que frequentaram o atelier-escola nos jardins do Palácio de Cristal, Manuel Maria Lúcio foi um dos discípulos da sua preferência.

Delegação do Met Museum visita Museu Nacional Soares dos Reis

20 de Outubro, 2023

Uma delegação do Met Museum – The Metropolitan Museum of Art, de Nova Iorque, visitou hoje o Museu Nacional Soares dos Reis. Para além de elementos do Met Museum, o grupo integrou alumni das Universidades de Harvard e de Chicago.

 

Após serem recebidos, numa sessão de boas-vindas, por António Ponte, Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, os participantes tiveram oportunidade de deter atenção sobre a obra “Auto-retrato de José Tagarro”, numa sessão conduzida por Rika Burnham, Coordenadora do Serviço de Educação do Met Museum.

Neste duplo autorretrato, datado de 1929, o artista pinta-se no próprio ato da representação. Jogo de tempos contrários premeditadamente concretizado entre os dois universos em que se moveu o artista — o do desenho e o da pintura — com reforço evidente do primeiro, uma vez que o retrato pintado é aqui o momento de passagem e o desenho, apurado no rigor e na síntese, a obra final.

 

Esta é uma obra singular que José Tagarro realizou no final da vida e foi, aliás, prematuramente interrompida. É considerada das mais reveladoras do entendimento que o artista teve da sua própria produção e percurso e um dos mais marcantes autorretratos da arte portuguesa.

 

A delegação do Met Museum – The Metropolitan Museum of Art prosseguiu a visita orientada ao Museu Nacional Soares dos Reis, com passagens pelas salas do Romantismo e Naturalismo, adquirindo conhecimentos sobre o movimento de artistas portugueses e os seus percursos formativos no estrangeiro, assim como sobre a importância das trocas comerciais e culturais dos portugueses com os povos dos novos continentes.

Visita Orientada explora a relação «Arte e a Morte dos Artistas»

20 de Outubro, 2023

Ao longo da vida, cruzamo-nos com diversos movimentos artísticos, artistas e suas obras, mas raramente pensamos na morte dos criadores como parte integral desse cenário.

 

A visita orientada «A Arte e a Morte dos Artistas» propõe um olhar sobre a forma como a arte transcende a mortalidade dos seus criadores.

 

A visita vai decorrer no dia 31 de outubro, às 18 horas, com entrada livre, sujeita a inscrição prévia (com 48 horas de antecedência) através do formulário online.

A Arte e a Morte dos Artistas
31 outubro (3ª feira), 18h00
Público | Jovens e adultos
Valor | Entrada gratuita
Visita orientada por Cátia Ferreira

 

Ao longo da vida, cruzamo-nos com diversos movimentos artísticos, artistas e suas obras, mas raramente pensamos na morte dos criadores como parte integral desse cenário. Podemos perguntar: Estará a vida de um artista entrelaçada com a sua obra? O que é que a Conservação e o Restauro revelam sobre essa relação? Em dia de Halloween, convidamo-lo a mergulhar neste mistério. Descubra como a arte transcende a mortalidade dos seus criadores e desvende segredos ocultos na conservação das obras.

 

“(…) os labirintos da mente humana, capazes de abrigar as mais diferentes formas de pensamentos e acenar para a humanidade com possibilidades infinitas, diante de um tema que ao ser evitado não se torna desencantado, muito pelo contrário. Leva todos os seres a refletirem e buscarem os sentidos particulares que suas existências e a morte têm para cada um. Trata-se do destino certo, tal qual a luta pela vida. Torna-se a pergunta sem resposta que a arte e a esperança humana vão tentar trazer em suas mais profundas expressões. Pois é onde a Morte se torna bela, na Arte.” GALESCO, Mirna 2011

«A minha vida dava um livro – Da interioridade ao encontro do outro»

19 de Outubro, 2023

O Museu Nacional Soares dos Reis acolhe, no próximo dia 28 outubro, duas oficinas promovidas pela Associação Compassio, intituladas «A minha vida dava um livro – Da interioridade ao encontro do outro», tendo como facilitadora Leonor Mexia.

 

As sessões destinam-se a adultos e jovens, a partir dos 16 anos, e irão decorrer nos seguintes horários: a sessão da manhã, das 10h30 às 12h30; e a sessão da tarde, das 14h30 às 16h30.

 

As inscrições estão a decorrer e podem ser efetuadas através do email se@mnsr.dgpc.pt (até 48 horas de antecedência).

28 outubro (sábado), 10h30-12h30
28 outubro (sábado), 14h30-16h30
Público | Adultos e jovens a partir dos 16 anos
Valor | 10 Euros
Oficina orientada por Leonor Mexia (Associação Compassio)

 

Nesta atividade vamos ao mais fundo de nós procurar inspiração para escrever a história mais bonita do mundo: a nossa! Através dos cinco sentidos e da nossa memória agradecida, vamos procurar a poesia escondida da nossa vida. Quanto melhor nos conhecermos, mais livres estamos para acolher o outro e compreendê-lo melhor.

 

Leonor Mexia é escritora de literatura infantil. Nasceu no Porto, em 1970. Desde 2010, faz sessões de leitura em escolas, bibliotecas, lares, e também workshops de escrita criativa para crianças. Facilitadora de workshops de acompanhamento de doentes e interioridade na associação Compassio. Formações de escrita, educação para a sexualidade, comunicação não violenta, orientadora de grupos de crianças e jovens. Colabora com vários grupos de doentes, cuidadores e pessoas em situação vulnerável.

 

Obras publicadas:

“A caixa da Avó Maria”, Porto Editora, 2009 (6 edições), recomendado pelo Plano Nacional de Leitura desde 2010

“Nós nas palavras”, Edita-me, 2010

“Onde se meteu a Lua?”, da coletânea “Mar de Contos” – Lulu Editora, 2011 (menção honrosa)

“Colar de contos”, Porto Editora, 2012 (3 edições)

“O rapaz que limpava os beijos da cara”, Editorial Novembro, 2018

“12 Histórias para Benedita” – O dia de fazer biscoitos, Editorial Novembro, 2019

“O jardim das Alfazemas”, Edição de Autor, 2019

“O Segredo da Girafa”, Editorial Novembro, 2023

Visitas à Casa-Museu Fernando de Castro também ao domingo

18 de Outubro, 2023

A partir do próximo mês, a Casa-Museu Fernando de Castro, no Porto, passará também a disponibilizar visitas guiadas em alguns domingos. A medida é implementada para dar resposta à elevada procura registada por parte dos visitantes.

 

O acesso à Casa-Museu Fernando de Castro é feito, sempre, por marcação prévia online e sujeita a confirmação de disponibilidade. Em visitas de grupo, o número máximo é de 10 participantes.

O acervo da Casa-Museu Fernando de Castro é constituído por diferentes coleções reunidas ao longo de várias décadas. É composto, maioritariamente, por arte religiosa com representações eruditas e de cariz popular, pintura naturalista portuguesa e artes decorativas. Destaca-se, ainda, um interessante núcleo de caricaturas e alguns livros da autoria de Fernando de Castro, colecionador, artista e poeta.

 

Fernando de Castro (Sé, 23 nov. 1888 – Paranhos, 7 out. 1946) foi um colecionador e empresário portuense reconhecido pela sua veia poética manifesta em publicações, com gosto pela leitura e inclinação para o desenho tendo criado várias séries de caricaturas.

 

Fernando de Castro viveu na rua das Flores junto da loja do pai, cujo negócio prosperou em vidros, espelhos e papéis pintados. Entre 1893-1908, o empresário empenhou-se na construção de uma nova casa situada na rua de Costa Cabral.

 

Desde cedo, Fernando de Castro cresceu dentro de um imaginário pleno de figuras de estilo e de ícones, em particular no que diz respeito ao mobiliário e recheio da casa de Costa Cabral— património que conservou e respeitou após a morte do pai em 1918.

 

Na idade adulta, desenvolveu os seus interesses culturais num círculo de amigos ligados aos negócios e com um gosto particular pelas artes e letras. Terá sido após a morte da mãe em 1925 que Fernando de Castro fez novas aquisições de peças.

 

A Casa-Museu Fernando de Castro é administrada pelo Museu Nacional Soares dos Reis desde 1952. As visitas estão sujeitas a marcação prévia. Saiba mais aqui.

82º Aniversário de Falecimento de Manuel Teixeira Gomes

18 de Outubro, 2023

Manuel Teixeira Gomes, sétimo presidente da Primeira República Portuguesa (de 6 outubro de 1923 a 11 de dezembro de 1925), faleceu no dia 18 outubro de 1941, em Bougie, na Argélia.

 

Natural de Portimão, Manuel Teixeira Gomes era filho de José Libânio Gomes, proprietário endinheirado, exportador de frutos secos e cônsul da Bélgica no Algarve, e de Maria da Glória Teixeira Gomes.

Depois de cumprido o serviço militar, Teixeira Gomes fixou-se no Porto, em 1881.

 

Nesse ano frequentou a Academia Politécnica do Porto (1831-1832), conviveu com intelectuais e artistas como Soares dos Reis, Marques de Oliveira e Basílio Teles. Colaborou em diversas publicações periódicas da cidade, como “O Primeiro de Janeiro” e “Folha Nova”.

 

Teixeira Gomes foi uma figura cultural de relevo. Quando foi eleito para presidente da República, tinha já obra literária publicada e uma carreira diplomática que ajudara a credibilizar e consolidar o regime republicano em Londres, principal aliado português na época.

 

Colecionador de arte, diplomata de talento, viajante incansável, apaixonado visitante de museus e galerias, Teixeira Gomes legou a sua coleção particular de arte a vários museus nacionais, entre os quais o Museu Nacional Soares dos Reis. Aqui pode contemplar o retrato de Manuel Teixeira Gomes, por Marques de Oliveira, numa obra datada de 1881 (na foto).

 

Em 2010, o Museu Nacional Soares dos Reis acolheu a exposição “Manuel Teixeira Gomes – Os anos do Porto”, organizada por ocasião do Centenário da Implantação da República. Uma iniciativa do Instituto dos Museus e da Conservação, em parceria com a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.

Museu Nacional Soares dos Reis acolhe Performance Porto Sombrio

18 de Outubro, 2023

A exposição de longa duração do Museu Nacional Soares dos Reis serve de palco a uma performance inspirada no tema Porto Sombrio, a realizar no dia 29 outubro, pelas 16 horas. Entrada livre.

 

A iniciativa é produzida por alunos do curso de Técnico de Organização de Eventos do Instituto de Emprego e Formação Profissional do Porto, em parceria com a Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE).

Ao longo dos diferentes espaços do Museu Nacional Soares dos Reis, vozes, corpos, sons e poesia vagueiam por entre as obras que compõem o vasto espólio do museu. Os visitantes serão surpreendidos por diferentes formas de expressão artística.

 

Da seleção de poemas escolhidos para esta atividade consta «Tristezas do Desterro», poema de exílio de Alexandre Herculano que serviu de inspiração a António Soares dos Reis para a execução da escultura O Desterrado (na foto).

 

A peça foi a prova final do curso de Escultura tendo sido realizada em Roma, onde Soares dos Reis se acolheu, no Instituto de Santo António dos Portugueses, para conclusão da bolsa no estrangeiro.

 

A emotividade saudosista que a obra transmite traduz-se no mármore pela postura nostálgica da figura assente numa rocha batida pelo mar. Num sentido mais amplo, a obra devolve-nos a imagem de um homem solitário e pensativo, que está intimamente ligada à ideia de evasão no imaginário romântico.

 

A saudade, o desejo de regresso à Pátria, a nostalgia da terra-mãe parecem formar um estado de espírito dominante na experiência marítima dos portugueses, plano em que O Desterrado de Soares dos Reis assume uma dimensão superior, de representação coletiva.

 

 

Direção artística
Cláudia Marisa

 

Organização do eventoDina Chamusca
Lucas Reis
Milagros Chacón
Raissa Marins
Sara Duarte

Sob a orientação de Paulo Correia

 

Interpretação 

Ariana Santos
Poema: AS NOITES DO PORTO – Nuno Júdice

 

Cláudia Marisa
Poema: HINO AO PORTO  – Pedro Homem de Mello

 

Constança Antunes
Poema: CHUVA OBLÍQUA – Fernando Pessoa

 

Filipa Araújo
Poema: O NOIVADO DO SEPULCRO – António Augusto Soares de Passos

 

Gonçalo Duarte Lopes
Poema: NASCI NO PORTO – Sophia de Mello Breyner Anderson

 

Helena Magalhães
Poema: METAMORFOSE – Jorge de Sena

 

Margarida Bezerra
Poema: O EUGÉNIO DE ANDRADE ESPERA-ME NUM CAFÉ – José Gomes Ferreira

 

Pedro Carvalho
Poema: MIRAGAIA – Sophia de Mello Breyner Andresen

 

Mónica Perestrello
Poema: BALADA DO RIO DOURO – Pedro Homem de Mello

 

Nuno Meireles
Poema: TRISTEZAS DO DESTERRO – Alexandre Herculano
Poema: RIBEIRA – João Pedro Mésseder

 

Nuno Tudela
Poema: O PORTO É SÓ…  – Eugénio de Andrade

Nova data: Conversa «Arte, Direitos Humanos e Saúde Mental – E os Museus?»

17 de Outubro, 2023

No âmbito do programa paralelo da Exposição Portreto de la Animo. Art Brut etc, patente no Museu Nacional Soares dos Reis, decorre no próximo dia 4 novembro, pelas 16 horas, a Conversa «Arte, Direitos Humanos e Saúde Mental – Há um lugar para os Museus?», tendo como convidados Paula Távora Vítor e António Ponte, com moderação de Pedro Morgado.

 

A iniciativa faz parte de um ciclo de conversas a decorrer no Museu Nacional Soares dos Reis, contando com o apoio da Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental.

Intervenientes

 

Paula Távora Vítor
Professora Auxiliar da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Licenciada (2001), Mestre (2005) e Doutora (2017) pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra; Investigadora Integrada (Instituto Jurídico); Presidente da Direção do Centro de Direito da Família (FDUC); Membro do Conselho Executivo da International Society of Family Law e do Coordinating Group de Family Law in Europe Academic Network (FL-EUR); Autora de diversas monografias e artigos na área do Direito da Família e das Sucessões e do Direito das Pessoas (capacidade). Co-autora de projetos legislativos. Membro do Grupo de Trabalho de revisão da Lei de Saúde Mental.

 

António Ponte
Atual Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, António Ponte é licenciado em Ciências Históricas (1993) pela Universidade Portucalense, Mestre (2007) e Doutor em Museologia (2014), pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Desempenhou o cargo de Diretor Regional de Cultura do Norte, entre 2013 e 2021.

 

Pedro Morgado
Médico psiquiatra do Hospital de Braga, investigador e professor na Escola de Medicina da Universidade do Minho, e vencedor da 1.ª edição do FLAD Science Award Mental Health, o maior prémio na área da saúde mental em Portugal com um projeto na área da perturbação obsessivo-compulsiva. Desde fevereiro 2022, é Coordenador Regional do Norte para a Saúde Mental.

 

 

O Museu Nacional Soares dos Reis tem vindo a realizar várias ações enquadradas no eixo programático «Arte & Saúde».

 

A exposição “Portreto de la Animo” e as atividades paralelas são o foco deste programa em 2023, prosseguindo com oferta cultural orientada à minimização do impacto da doença mental, aumentando a autoconfiança e bem-estar, possibilitando a construção de um ambiente seguro, aliviando o sofrimento e diminuindo a angústia das pessoas que neles participam.

 

A exposição “Portreto de la Animo” integra peças selecionadas da Coleção Treger Saint Silvestre que se relacionam com processos de autorrepresentação e que foram produzidas, maioritariamente, em contextos de doença. O Museu Nacional Soares dos Reis proporciona, assim, o encontro destas obras de arte, inscritas em correntes que vão além das tradicionais, com outras do seu próprio acervo.

 

A exposição tem o apoio mecenático da Fundação Millenium bcp e da Lusitânia Seguros, bem como o apoio institucional do Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Arte, Direitos Humanos e Saúde Mental – Há um lugar para os Museus?

4 de novembro, 16h00 – 17h30

Paula Távora Vítor e António Ponte

Moderação: Pedro Morgado

Local: Museu Nacional Soares dos Reis
Entrada livre, sujeita à capacidade da sala e a inscrição prévia, através do email comunicacao@mnsr.dgpc.pt

Curso livre «A Arte Nova e as suas Múltiplas Expressões»

17 de Outubro, 2023

Local
Museu Nacional Soares dos Reis

 

Preço
Associados AMNSR: 65€
Não associados: 80€

 

Mais info
https://www.facebook.com/amigosdomnsr

O Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis promove o curso livre “A Arte Nova e as suas Múltiplas Expressões”.

 

A formação será orientada pelo Prof. Doutor Gonçalo Vasconcelos e Sousa e irá decorrer nos dias 8, 15, 22 e 29 novembro e 6 dezembro 2023, das 18h30 às 19h30. Inscrições a decorrer até 3 novembro.

 

Gonçalo de Vasconcelos e Sousa é professor Catedrático da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, onde é diretor do CIONP – Centro Interpretativo da Ourivesaria do Norte de Portugal (CITAR-EA/UCP). Preside ao Conselho Científico da Escola das Artes (entre 2011-2013 e desde 2017), sendo coordenador científico da licenciatura em Arte – Conservação e Restauro, do mestrado em Conservação e Restauro de Bens Culturais e do doutoramento em Estudos do Património. Doutor (2002) e Agregado (2006) em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde defendeu a sua dissertação de mestrado (1997). Académico Correspondente da Academia Portuguesa da História (2003) e da Academia Nacional de Belas-Artes (2001).

 

O Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do MNSR é uma associação criada em 1940, pessoa coletiva de carácter cultural, sem fins lucrativos, com estatuto de utilidade pública, que tem como objetivo concorrer para o desenvolvimento da cultura, das artes, da defesa do património cultural, tendo como principal objetivo a progressiva valorização do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Desde 1942, o CDJF – Amigos do MNSR publica a revista de Artes Decorativas MVSEV, dirigida, na altura, por Vasco Valente, então Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, entre outras publicações dentro da sua atividade editorial.

 

A Associação tem centrado a sua atividade no apoio ao desenvolvimento do Museu, aumento das suas coleções, aquisições e doações, complementando a programação do Museu com viagens, cursos e visitas várias, organização de conferências, congressos, concertos, etc.

 

O CDJF – Amigos do MNSR conta, atualmente, com muitas centenas de amigos individuais tornando-a, no panorama das associações culturais de amigos dos museus, uma associação de referência, para além de um conjunto muito alargado de associados institucionais que apoiam as várias iniciativas promovidas.

×