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Visita Orientada Fontes e Chafarizes na coleção do Museu

31 de Janeiro, 2024

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Jovens e adultos

 

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O Museu Nacional Soares dos Reis propõe visitas com temas variados, para conhecer detalhes inesperados e surpreendentes sobre a sua história e coleções. No âmbito da programação do mês de fevereiro, decorre no próximo dia 2 fevereiro, pelas 11 horas, a Visita Orientada Fontes e Chafarizes nas coleções do MNSR.

 

A água, elemento essencial à vida, inspirou a construção de estruturas para a sua distribuição, fontes e chafarizes, que marcaram o urbanismo e a vivência nas cidades.

 

Pontos de vivacidade do município do Porto, as Fontes e os Fontanários espalhados pelas ruas, largos e praças da cidade constituem locais onde o património e a história do Porto é visível e som da água ecoa. Fonte dos Leões, Fonte Monumental Mouzinho da Silveira, Fonte da Cantareira, Chafariz do Passeio Alegre, Chafariz da Trindade e Fonte da Praça da Ribeira são alguns exemplos da Fontes mais emblemáticas da cidade.

 

Atualmente o Porto dispõe de um total de 170 Fontes e 65 Fontanários distribuídos pelo tecido urbano (fonte: Águas do Porto).

 

Nesta visita, propomos descobrir algumas estátuas fontanárias, que pertenceram a fontes desparecidas da cidade do Porto, entre outros objetos e representações, na exposição de longa-duração do Museu Nacional Soares dos Reis.

Catálogo da Exposição Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira

30 de Janeiro, 2024

A Sessão de Lançamento do Catálogo da Exposição Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira – um diálogo no tempo vai decorrer no próximo sábado, dia 3 fevereiro, pelas 16 horas, no Museu Nacional Soares dos Reis, contando com a presença de Teresa Gonçalves Lobo e do Comissário da Exposição, Bernardo Pinto de Almeida.

 

Após a apresentação do catálogo, será realizada uma visita orientada pela artista à exposição. Entrada gratuita com inscrição pelo email comunicacao@mnsr.dgpc.pt

 

Inaugurada no passado dia 25 janeiro, a mostra coloca em diálogo a nova exposição de desenhos de Teresa Gonçalves Lobo com obras de Domingos Sequeira, o grande artista português da transição do século XVIII para XIX.

 

No diálogo que sustenta esta exposição, percebe-se como uma semelhante aproximação ao desenho e ao modo do riscar acontece nas obras destes dois artistas apesar da longa distância no tempo que os separa, mas cujo propósito de fazer nascer a forma desse uso do risco os aproxima.

Teresa Gonçalves Lobo nasceu em 1968 no Funchal. Vive e trabalha em Lisboa e no Funchal. Estudou desenho, pintura, gravura e fotografia no Ar.Co Centro de Comunicação Visual e no Cenjor, respetivamente.

 

Teresa Gonçalves Lobo, cujo trabalho se iniciou há quase duas décadas, centrou-se logo de início no desenho, campo expressivo onde tem desenvolvido notável pesquisa. Tendo exposto em diversos espaços em Portugal, e também internacionalmente, é hoje representada em Inglaterra pela prestigiada galeria londrina WATERHOUSE & DODD, onde expôs quer individual quer coletivamente.

 

O seu trabalho tem merecido uma grande atenção crítica, tendo sido objeto de ensaios monográficos de autoria de vários críticos e curadores portugueses como Nuno Faria, João Pinharanda ou Bernardo Pinto de Almeida.

 

Teresa Gonçalves Lobo encontra-se representada em diversas coleções, privadas e institucionais, em Portugal e no estrangeiro.

Dia Internacional dos Museus 2024 | Museus, Educação e Investigação

30 de Janeiro, 2024

Este ano, a celebração do Dia Internacional dos Museus terá como tema agregador «Museus, Educação e Investigação», visando sublinhar o papel fundamental das instituições culturais na oferta de uma experiência educativa holística.

 

Os museus são centros educativos dinâmicos que fomentam a curiosidade, a criatividade e o pensamento crítico.

 

Em 2024, o ICOM reconhece o seu contributo para a investigação, proporcionando uma plataforma para a exploração e a divulgação de novas ideias. Da arte e da história à ciência e à tecnologia, os museus são espaços vitais onde a educação e a investigação convergem para moldar a nossa compreensão do mundo.

Todos os anos, desde 2020, o Dia Internacional dos Museus apoia um conjunto de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Em 2024, as atividades a promover irão focar-se no Objetivo 4: Educação de Qualidade – Assegurar uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos; e Objetivo 9: Indústria, Inovação e Infraestruturas – Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.

 

Celebrado anualmente a 18 de maio, o Dia Internacional dos Museus foi criado em 1977 pelo ICOM – Conselho Internacional de Museus, visando promover, junto da sociedade, uma reflexão sobre o papel dos Museus no seu desenvolvimento.

 

Cada vez mais museus em todo o mundo participam nesta celebração global. No ano passado, registou-se a adesão ao evento de 37 000 museus em 158 países e territórios.

Realizador da curta-metragem ‘Azul no Azul’ no Berlinale Talents

29 de Janeiro, 2024

Gianmarco Donaggio, realizador da curta-metragem ‘Azul no Azul’, foi selecionado para o programa de desenvolvimento de talentos do Festival Internacional de Cinema de Berlim – Berlinale Talents.

 

Dirigido a realizadores, atores, produtores, argumentistas, designers, representantes de festivais, compositores musicais, agentes de distribuição e venda, profissionais do som, críticos de cinema, etc., o Berlinale Talents abrange uma série de valências relacionadas com o universo do cinema e não só (criadores de séries e conteúdo de Realidade Aumentada, por exemplo), como palestras, workshops e think-tanks.

 

No total, na edição deste ano, concorreram 3.832 candidatos (recorde de participação) oriundos de 131 países, sendo escolhidas 202 pessoas, entre as quais se encontram os portugueses Rafael Morais, Cátia Rodrigues e Bruno Gularte Barreto.

‘Azul no Azul’ é uma curta-metragem experimental criada pelo cineasta italiano Gianmarco Donaggio e pelo pintor português Nelson Ferreira.

 

O filme foi produzido e distribuído em colaboração com o Museu Nacional de Arte Contemporânea, tendo sido criada uma segunda versão para o Museu Nacional de Soares dos Reis, no âmbito da comemoração dos 150 anos da escultura ‘O Desterrado’, de António Soares dos Reis.

 

A exposição Azul no Azul esteve patente no Museu Nacional Soares dos Reis de dezembro 2022 a março 2023. A mostra junta aguarelas do artista Nelson Ferreira e o filme do cineasta italiano Gianmarco Donaggio, permitindo aos jovens artistas demonstrar o quanto os mestres clássicos influenciam com as suas obras intemporais a criação de artistas contemporâneos.

 

Refira-se que o Festival Internacional de Cinema de Berlim decorre entre 15 e 25 de Fevereiro, enquanto o Berlinale Talents ocorrerá entre 17 e 22 de Fevereiro.

70 anos do retrato da escritora Maria Oswald, por Irene Vilar

29 de Janeiro, 2024

Datada de 1954, a escultura em bronze da escritora Maria de Castro Henriques Oswald (na foto), é de autoria de Irene Vilar e pertence ao acervo do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

A escultura, que agora completa 70 anos, reflete a ligação que muitas vezes se gera entre escultores e intelectuais, aspeto que é notório na coleção de escultura do MNSR.

 

Tal relação teve na obra de Irene Vilar um significado especial, como fica claro nos seus retratos de poetas, entre eles, Fernando Pessoa, Florbela Espanca e Cesário Verde.

 

Este retrato de Maria Oswald pertence a uma fase inicial em que Irene Vilar concluiu o curso de Escultura da Escola de Belas Artes do Porto, onde foi aluna do mestre Barata Feyo.

Para além de escritora, Maria Henrique Oswald era também tradutora e uma ativa colaboradora de várias publicações da época, como o Mocidade Portuguesa Feminina. Um boletim mensal, órgão da Mocidade Portuguesa Feminina, fundado pelo Estado Novo, e publicado mensalmente entre 1939 e 1947, com o objetivo de filiar na ideologia nacionalista e cristã a “mentalidade das raparigas portuguesas”, bem como criar uma “mulher nova”, sublinhando o sentido cristão na sua vida, nomeadamente no lar, na família e na sociedade.

 

Esta publicação contou com várias colaborações de relevo, entre as quais se encontram os nomes de Maria Guardiola, Maria Henriques Oswald, António Correia de Oliveira, Cottinelli Telmo, Diogo de Macedo, Fernanda de Castro ou Domitila Carvalho.

 

Irene Vilar nasceu a 11 dezembro de 1930, em Matosinhos. Apesar de ter trabalhado em diferentes áreas, foi à escultura que Irene Vilar dedicou grande parte da sua vida, tendo sido discípula de Barata Feyo e Dórdio Gomes.

 

É autora de uma variada, ampla e riquíssima obra plástica, nas áreas da escultura, da medalhística, da numismática, da ourivesaria e da pintura, mostrada num sem número de exposições (individuais e coletivas) e distinguida com vários prémios.

Dia Internacional do Conservador-Restaurador | 2024

27 de Janeiro, 2024

Assinala-se, hoje, 27 de janeiro, o Dia Internacional do Conservador-Restaurador, profissional que restaura e conserva os bens culturais protegidos, móveis ou integrados, preservando o seu valor histórico-cultural.

 

O património cultural influencia a identidade e a vida quotidiana dos povos, tanto o material, o imaterial, o natural como o digital. Rodeia-os nas aldeias, vilas e cidades, nas paisagens naturais, nos monumentos, nos museus, palácios e sítios arqueológicos…

 

Está presente não só na literatura, na arte e nos objetos expostos nos museus, mas também nas técnicas que se aprendem com os antepassados, nos ofícios tradicionais, na música, no teatro, nos ambientes e no espírito dos lugares, na gastronomia e no cinema.

A celebração do Dia Internacional do Conservador-Restaurador é, assim, uma oportunidade de sensibilizar a população, especialmente as gerações mais jovens, para os resultados carregados de valor que a conservação e restauro pode proporcionar ao património cultural e à sociedade.

 

Destaca-se o respeito pela história e os valores presentes nas intervenções, além dos artistas e ofícios, que garantem a integridade do testemunho material europeu e a autenticidade do património cultural, crucial para o processo de identificação individual e coletivo.

 

O conservador-restaurador é um profissional altamente qualificado, que estuda matérias interdisciplinares, desde a química à biologia, passando pela história da arte, arqueologia e museologia. Este profissional tem a seu cargo tarefas de elevada complexidade e responsabilidade e trabalha frequentemente em redes multidisciplinares.

 

No Museu Nacional Soares dos Reis é desenvolvido um trabalho contínuo nas áreas de conservação e restauro, no contexto da gestão e acompanhamento das diferentes coleções.

 

A equipa de conservadores e restauradores participa, ainda, em projetos de investigação com o objetivo de contribuir para novos estudos sobre técnicas e procedimentos de conservação e restauro.

151º Aniversário de Falecimento de Amélia de Leuchtenberg

26 de Janeiro, 2024

Amélia Augusta Eugênia Napoleona foi a segunda esposa de D. Pedro I Imperador do Brasil (Pedro IV, Rei de Portugal), foi Imperatriz Consorte do Império do Brasil de 1829 a 1831.

 

Nasceu a 31 julho de 1812 em Milão e faleceu a 26 janeiro de 1873, em Lisboa. Filha do príncipe Eugénio, Duque de Leuchtenberg, e da sua esposa, a princesa Augusta da Baviera.

 

Encontra-se representada no Museu Nacional Soares dos Reis, no óleo sobre tela de autoria de Friedrich Durck, retratista pintor alemão.

 

A Imperatriz é retratada a meio corpo, trajando um vestido de veludo negro (enviuvara havia pouco e envergaria luto até ao final da vida), com ornamentação de arminho nas mangas. Usa um colar de pérolas, e uma tiara fina também de pérolas. O cabelo dividido em três partes, com coque no alto da cabeça (seguro com um alfinete cónico, igualmente de pérolas) e cachos soltos, lateralmente. Está sentada numa cadeira da qual se vê um segmento do espaldar entalhado, dourado. Tem como cenário um reposteiro vermelho e, à esquerda, uma coluna com a respectiva base. Ao fundo vê-se um pequeno trecho de paisagem de mar ou rio.

 

Em 1838, D. Amélia terá viajado para a Baviera, onde, presume-se, se fez retratar, junto de sua filha D. Maria Amélia, pelo pintor Joseph Karl Stieler (Mainz 1781- Munique 1858).

 

Aparentemente, a partir desse retrato terão sido feitos vários outros em que a Imperatriz é representada rigorosamente na mesma pose, com a mesma indumentária e acessórios e tendo os mesmos elementos como cenário, mas sozinha, isto é, sem a figura da filha, D. Maria Amélia.

Estes retratos estão distribuídos por várias coleções na Europa e no Brasil (Paço Ducal de Vila Viçosa, Museu Militar de Lisboa, Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, São Paulo, Museu Imperial de Petropolis, Palácio Real de Estocolmo, além de outros em coleções particulares, no Brasil e na Alemanha).

 

Essas versões têm vindo a ser atribuídas a Friedrich Dürk, discípulo e sobrinho de Stieler, que terá preparado um retrato de D. Amélia para edição de uma gravura, na qual consta o seu nome como autor da pintura original. Porém, a matriz de todos esses retratos, mesmo do executado por Stieler, poderá ser afinal um retrato triplo, representando D. Pedro IV, D. Maria II e D. Amélia, (hoje no Centro Cultural da Casa Pia de Lisboa), datado de 1834 e assinado por Maurício do Carmo Sendim (1786-1870).

 

Nesse retrato D. Amélia é representada com o rosto na mesma posição e usando exatamente o mesmo penteado e joias. Diferem a torção do tronco e a cor do vestido (aliás do mesmo corte que o vestido representado nos retratos atribuídos a Stieler e Dürk).

 

O retrato de D. Amélia da coleção do Museu Nacional de Soares dos Reis difere de todos os outros pelo facto de a Imperatriz aí ser representada usando uma faixa de tecido azul, verde e branco, cruzada sobre o tronco.

Museu Nacional Soares dos Reis é palco da Wine & Travel Week

26 de Janeiro, 2024

De 18 a 25 fevereiro, a cidade do Porto acolhe a segunda edição da Wine & Travel Week. As reuniões profissionais decorrem no Museu Nacional Soares dos Reis, nos dias 19 e 20 de fevereiro, integrando responsáveis por projetos de Enoturismo, agentes e operadores, empresas de animação turística, especialistas, associações e outros profissionais da área.

 

A Wine & Travel Week pretende posicionar-se como um evento global dedicado ao Enoturismo de luxo, para impulsionar projetos e marcas.

 

As galerias do Museu Nacional Soares dos Reis, instituição cultural e artística de referência, ocupadas com uma coleção de dimensão internacional, serão “o cenário inspirador para a realização de bons negócios”.

A Wine & Travel Week, um encontro que agrega profissionais de todo o mundo, conta nesta segunda edição, com uma comitiva de mais de 100 compradores e jornalistas especializados em enoturismo, a que se somam membros das capitais dos grandes vinhedos do mundo, a Great Wine Capitals (GWC). África do Sul, Espanha, França, Índia, Inglaterra, Israel, Japão, Nigéria, Portugal são alguns dos países representados.

 

Entre as diversas atividades paralelas do evento, destaca-se, no dia 20 fevereiro, o almoço com autoria do chefe Rui Paula (duas estrelas Michelin no restaurante Casa de Chá – Paço da Boa Nova), a ser servido no Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Importa sublinhar que, pela primeira vez, WTW terá uma região convidada: Castela e Leão (Espanha), que aproveitará a presença na iniciativa para realizar, em paralelo, a estreia mundial do espetáculo “Merina: o ouro espanhol. Oteiza”. O palco será o Coliseu do Porto, ao final da tarde de 20 de fevereiro.

 

Wine & Travel Week é uma organização Essência Company.

Visita Guiada à Exposição «Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira»

25 de Janeiro, 2024

No âmbito da Exposição «Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira: um diálogo no tempo», o Museu Nacional Soares dos Reis promove, no dia 27 janeiro, pelas 11 horas, uma visita guiada pela artista Teresa Gonçalves Lobo.

 

A participação é gratuita. As inscrições já estão a decorrer e podem ser efetuadas em formulário online.

A mostra coloca em diálogo a nova exposição de desenhos de Teresa Gonçalves com obras de Domingos António de Sequeira, o grande artista português da transição do século XVIII para XIX.”

 

No diálogo que sustenta esta exposição, percebe-se como uma semelhante aproximação ao desenho e ao modo do riscar, acontece nas obras destes dois artistas apesar da longa distância no tempo que os separa, mas cujo propósito de fazer nascer a forma desse uso do risco os aproxima.

 

Teresa Gonçalves Lobo, cujo trabalho se iniciou há quase duas décadas, centrou-se logo de início no desenho, campo expressivo onde tem desenvolvido notável pesquisa.

 

Tendo exposto em diversos espaços em Portugal, e também internacionalmente, é hoje representada em Inglaterra pela prestigiada galeria londrina WATERHOUSE & DODD, onde expôs quer individual quer coletivamente.

 

O seu trabalho tem merecido uma grande atenção crítica, tendo sido objeto de ensaios monográficos de autoria de vários críticos e curadores portugueses como Nuno Faria, João Pinharanda ou Bernardo Pinto de Almeida.

 

Teresa Gonçalves Lobo encontra-se representada em diversas coleções, privadas e institucionais, em Portugal e no estrangeiro.

Visita «Escultura Devocional do século XIII ao século XVIII»

25 de Janeiro, 2024

Público
Jovens e adultos

 

Duração
50 minutos

 

Inscrições
Formulário online (com 48 horas de antecedência)

 

Valor
Bilhete de entrada no MNSR

No âmbito da programação proposta para o mês de janeiro, decorre no dia 31, pelas 15 horas, uma visita orientada dedicada ao tema «Escultura devocional do século XIII ao século XVIII».

 

De diferentes épocas, proveniências e materiais. Assim é a escultura que vamos observar nesta visita orientada. Descontextualizada do espaço original, a sua história interliga-se com a do Museu.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis tem origem no Museu de Pinturas e Estampas e outros objetos de Belas Artes, criado em 1833 por D. Pedro IV de Portugal, primeiro Imperador do Brasil, para salvaguarda dos bens sequestrados aos absolutistas e conventos abandonados na guerra civil (1832-34).

 

Com a extinção das ordens religiosas recolheram-se obras, entre outros, nos mosteiros de Tibães e de Santa Cruz de Coimbra. Conhecido como Museu Portuense, ficou instalado no extinto Convento de Santo António da Cidade, na praça de S. Lázaro, vindo a ser formalizado por decreto em 1836 por D. Maria II.

Em janeiro, descobrimos a antiga Porta dos Carros, no Porto

25 de Janeiro, 2024

Público
Jovens e adultos

 

Ingresso
Entrada gratuita

 

Inscrições
Formulário online (com 48 horas de antecedência)

O Museu Nacional Soares dos Reis apresenta, na rubrica A Peça do Mês – A Escolha do Público, a ilustração «Aspeto do Porto no Século XVIII – a antiga Porta dos Carros». As sessões comentadas, por Paula Oliveira, decorrem nos dias 27 janeiro (12h00) e 31 janeiro (13h30).

 

São raras as representações de um conjunto arquitetónico do Porto no século XVIII e esta gravura ilustra um trecho da cidade que teve grandes alterações urbanísticas nos últimos séculos.

 

A ilustração, do século XVIII, representa a rua que dava à Porta dos Carros e edifícios circundantes, tais como os extintos conventos dos Lóios e de São Bento de Avé Maria e a igreja dos Congregados, fora de portas.

 

A Porta dos Carros, uma das entradas da muralha medieval de defesa que circundava o burgo, foi demolida em finais do século XVIII para a abertura da Rua de Santo António (atual Rua 31 de Janeiro) e o mosteiro feminino de São Bento de Avé-Maria foi também demolido em finais do século XIX, dando lugar à construção da estação ferroviária de São Bento.

Programa «Conversas com História» dedicado ao Museu Soares dos Reis

24 de Janeiro, 2024

A estreia da segunda temporada do programa Conversas com História foi dedicada ao Museu Nacional Soares dos Reis.

 

O programa, apresentado pelo historiador Joel Cleto, e emitido pelo Porto Canal, percorreu diferentes galerias da Exposição de Longa Duração, integrando entrevistas com vários convidados, destacando-se António Ponte, Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis; Álvaro Sequeira Pinto, Presidente da Direção dos Amigos do MNSR e Henrique Cyrne Carvalho, Diretor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-UP) .

172º Aniversário de Falecimento de Auguste Roquemont

24 de Janeiro, 2024

Filho natural do príncipe e general alemão Frederico Augusto de Hesse-Darmstad, Auguste Roquemont nasceu a 2 de junho de 1804, em Genebra, Suíça.

 

Aos 8 anos inicia os seus estudos num colégio em Paris e com 14 anos vai para Itália onde se fixa até ao ano de 1827, para fazer a sua formação artística.

 

Roma, Veneza, Bolonha e Florença são as cidades escolhidas para a sua aprendizagem. Alcança em 1820, na Academia de Belas Artes de Veneza, o 1º prémio numa prova de exame.

 

Com estadias pontuais em Lisboa, fixa-se em 1847 definitivamente na cidade do Porto, onde faleceu a 24 janeiro de 1852.

Veio para Portugal em 1828 a pedido do pai. O príncipe apoiava politicamente D. Miguel I que conhecera em Viena. Roquemont, na qualidade de seu secretário particular, acompanhou-o durante a sua permanência em Portugal e por cá ficou depois de regressar à Alemanha. A zona Norte do país foi a escolhida para fixar residência e Guimarães e Porto são as cidades mais importantes onde decorre a sua vida. À primeira liga-o o início da sua estadia em Portugal, onde foi hóspede do conde da Azenha – miguelista convicto – ali permanecendo longas temporadas. Influência miguelista, não foi alheia a sua nomeação em 1831 para professor da Aula de Desenho da Academia Real da Marinha e do Comércio, cargo que recusou para se dedicar inteiramente à pintura.

 

Roquemont, conhecido pelos excelentes retratos que executava quer da nobreza nortenha quer da alta burguesia, causou forte sensação quando em 1843 se apresentou em Lisboa na Exposição Trienal da Academia de Belas Artes, com alguns quadros de costumes. Considerada até então uma temática sem interesse, valeu o comentário de Almeida Garrett quando, defronte de um dos quadros expostos, proclama acerca do pintor: “artista português legítimo, como oxalá que sempre sejam os nossos naturalistas”.

 

Mestre de Francisco José Rezende e João Correia, Auguste Roquemont marca profundamente a primeira geração de pintores românticos. Estes, atentos ao realismo com que Roquemont tratava os seus retratos e à grande novidade introduzida na pintura portuguesa, através de quadros de paisagem e de costumes – um dos temas preferidos do Romantismo – deixam-se influenciar, contribuindo para um professorado benéfico que viria a colher os seus frutos na segunda metade do século XIX. Para além da técnica da pintura a óleo, Roquemont executou também trabalhos a lápis, carvão e esfuminho.

 

Imagem: Óleo sobre tela Procissão de Auguste Roquemont

Evocação do fatídico naufrágio do vapor Saint André em 1901

24 de Janeiro, 2024

Com o tema «Balanço de um Século», a Exposição Universal de Paris de 1900 decorreu entre abril e novembro de 1900. Portugal foi um dos 40 países presentes, com dois pavilhões, ambos com projeto do arquiteto Ventura Terra.

 

A 24 de janeiro de 1901, um dos quatro navios – contratados para transportar as obras nacionais de regresso a Portugal – naufragou, perdendo-se a quase totalidade das peças.

 

As dificuldades de navegabilidade acompanharam toda a viagem, desde o porto Le Havre, mas foi já junto à costa portuguesa que, enfrentando maiores perigos, o Saint-André foi abandonado pela tripulação.

 

De Lisboa, para tentar o resgate, ainda foi enviado o arrastão Berrio, mas em vão. Deixado à deriva, o vapor foi arrastado e terá afundado algures a Sul de Portugal, à vista de Sagres.

Parte do casco, um barril de óleo mineral e um remo foi tudo o que foi encontrado. Perderam-se, então, quadros de Malhoa; Columbano; Carlos Reis; Alfredo Keil; Alberto Pinto; Sousa Pinto; Veloso Salgado; Carneiro Júnior, entre outros.

 

Esculturas, cerâmica e azulejaria de grande qualidade e beleza, nomeadamente da Real Fábrica Vista Alegre, Fábrica das Devesas (Vila Nova de Gaia); Cerâmica do Carvalhinho (Porto), Faianças das Caldas da Rainha, Fábrica de Louça de Avelino António Soares Belo, e também azulejos antigos pertencentes a coleções particulares.

 

No conjunto, estas preciosidades integravam a orgulhosa representação portuguesa e algumas chegaram mesmo a ser distinguidas pelo júri parisiense, vendo o seu valor artístico reconhecido com a atribuição de medalhas.

 

Só se salvaram as poucas que seguiram para Portugal por outras vias – comboio e mais três embarcações – ou se desviaram da sua rota destrutiva – como o quadro “As padeiras”, de José Malhoa – porque rumaram para outras exposições, na Rússia e na Alemanha.

 

O naufrágio ditou ainda a perda de outra carga preciosa a bordo do Saint-André e que se perdeu para sempre: a documentação pessoal de Eça de Queirós e os móveis da casa onde falecera em Neuilly-sur-Seine, nos arredores de Paris, em 16 de agosto de 1900. A viúva tinha pedido para serem transportados no navio que o governo fretara para o retorno de parte das obras expostas em Paris.

 

A Exposição Universal de Paris de 1900 acolheu cerca de 51 milhões de visitantes, tendo ocupado uma área de 216 hectares repartidos pelo centro de Paris, ao longo das duas margens do Sena, e Bois de Vincennes, deixando construções icónicas que ainda hoje perduram: a Ponte Alexandre III, o Grand e o Petit Palais, a Gare d’Orsay (hoje Museu) e o Metro de Paris, cuja primeira linha foi inaugurada para a Exposição.

 

Fontes: Blog O Sal da História e Tribunal de Contas

Créditos Fotográficos: Lucien Baylac (1851–1913) – Imagem disponível na Divisão de Gravuras e Fotografias da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América

Abertura da programação anual com duas novas exposições

23 de Janeiro, 2024

O Museu Nacional Soares dos Reis inaugura, no próximo dia 25 janeiro (quinta-feira), às 18 horas, duas novas exposições temporárias: «Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira: um diálogo no tempo» e «Paisagem – José Zagalo Ilharco».

 

Desafiando a novos olhares e a diálogos, por vezes, inesperados, o Museu Nacional Soares dos Reis tem vindo a partilhar as suas coleções com artistas contemporâneos.

 

É o caso da exposição de desenhos de Teresa Gonçalves Lobo que o curador Bernardo Pinto de Almeida enquadra “dentro deste programa, que privilegia uma revisão das obras da coleção do Museu Nacional Soares dos Reis, integrando os desenhos de Teresa Gonçalves Lobo num diálogo com obras de Domingos Sequeira, o grande artista português da transição do século XVIII para XIX.”

De acordo com o curador, “a sugestão da escolha de Sequeira para abrir um diálogo com as obras de Teresa Gonçalves Lobo foi o ter encontrado nas obras de ambos um mesmo sentido da invenção plástica e metamórfica do desenho que, claramente experimentado no seu plano expressivo, acentua a possibilidade de se espraiar sobre as superfícies, fazendo vibrar a coreografia de inúmeras linhas como modo de sugerir a presença de formas que, ainda que irreconhecíveis numa modalidade figurativa, não deixam de funcionar como formas de uma figuração.”

 

Teresa Gonçalves Lobo (Funchal, 1968), cujo trabalho se iniciou há mais de duas décadas, centrou-se logo de início no desenho como campo expressivo onde tem desenvolvido notável pesquisa. Está representada em diversas coleções, privadas e institucionais, em Portugal e no estrangeiro.

 

Domingos Sequeira (Lisboa, 1768 – Roma, 1837), considerado por alguns o mais talentoso e original pintor português do seu tempo, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da arte portuguesa de início do século XIX.

 

No diálogo que sustenta a presente exposição percebe-se como uma semelhante aproximação ao desenho e ao modo do riscar acontece nas obras de ambos os artistas, apesar da longa distância no tempo que os separa, mas cujo propósito de fazer nascer a forma desse uso do risco os aproxima.

 

Também no dia 25 janeiro, pelas 18 horas, inaugura a exposição «Paisagem», uma mostra composta por uma seleção de fotografias do arquivo familiar de José Zagalo Ilharco, fotógrafo amador que deixou relevante obra, por poucos conhecida, num valioso testemunho de paisagens de Portugal do final do século XIX e início do século XX.

 

José Zagalo Ilharco (Lamego, 1860 – Porto, 1910), fotógrafo amador, premiado internacionalmente com uma imagem do rio Souza, dedicou-se primordialmente à fotografia de paisagem, mas também à antropologia dos espaços, de que são exemplo as imagens agora reveladas do Porto e de Matosinhos.

 

As reproduções das melhores imagens que produziu foram reunidas em álbum pelo filho Norberto de Melo Zagalo Ilharco em dois volumes (1947) e, sendo propriedade dos herdeiros, são tornadas públicas num reconhecimento ao seu legado.

 

A seleção apresentada no Museu Nacional Soares dos Reis inclui, entre originais e reproduções, sobretudo paisagens de Matosinhos, Leça da Palmeira, Porto e Douro. Das imagens apresentadas destaca-se, igualmente, um núcleo de fotografias realizadas em 1893 do velódromo Maria Amélia, produzidas antes da sua inauguração nos terrenos do Paço Real do Porto, onde se encontra instalado, atualmente, o Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Sublinha-se ainda a existência de um exemplar da revista O Tripeiro (maio 1946), assinado e com dedicatória de Vasco Valente, no qual é publicado um artigo do então Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis sobre o Real Velo Club do Porto, de que José Zagalo Ilharco fazia parte, tendo sido seu sócio fundador.

500 Anos do Nascimento do poeta e dramaturgo Luís de Camões

23 de Janeiro, 2024

Embora não seja consensual, por falta de fontes documentais que o comprovem, Luís de Camões terá nascido a 23 janeiro de 1524.

 

Considerado uma das figuras mais importantes da literatura portuguesa, Camões é o autor d’Os Lusíadas, sendo aclamado como uma das principais vozes da literatura épica mundial.

 

Por muito que a sua vida tenha sido sofrida e atribulada, o poeta notabiliza-se por uma educação requintada, que lhe permitiu estabelecer o contacto íntimo e inspirativo com as referências da poesia de então.

 

Estima-se que o nascimento de Camões tenha ocorrido algures na primeira metade do século XVI, no ano de 1524, com a sua morte a proporcionar-se a 10 de junho de 1580, data em que se celebra o feriado nacional, o Dia de Portugal, de Camões e das comunidades portuguesas.

São mais as incertezas do que as certezas sobre os contornos da sua vida, mas consta-se que teve Lisboa como a cidade principal da sua vida, assim como a presença de Coimbra, na qual aprendeu o latim, e aquilo que se tinha vivido e escrito nos séculos anteriores ao da sua vida.

 

Foi membro da corte, na condição de poeta lírico, embora tenha assumido uma vida incauta, que o conduziu a um autoexílio em África. Foi lá, como militar do exército português, que Camões perdeu o seu olho direito, acabando por voltar a Portugal. No entanto, voltaria a viajar, desta feita para o Oriente, onde redigiu “Os Lusíadas”, obra que quase perdia em pleno alto mar.

 

A obra foi dedicada a D. Sebastião, que lhe asseguraria uma pensão pela sua anterior presença na coroa, embora morresse de forma depauperada, ainda antes do monarca se perder em Alcácer-Quibir. A sua poesia perduraria em “Rimas”, assim como algumas peças de teatro, que fomentariam um legado prestigioso, não só dentro de Portugal, mas também de fora, inspirando uma série de correntes literárias e de autores românticos.

 

A par d’Os Lusíadas, Camões escreveu três obras de teatro cómico mas, como frequentemente se queixava, a sua obra nunca foi realmente apreciada por aqueles para quem ele compunha: os portugueses.

 

O verdadeiro reconhecimento chegaria apenas após a sua morte, tinha então o poeta 55 anos. Os seus restos mortais encontram-se sepultados no Mosteiro dos Jerónimos.

Rafael Bordalo Pinheiro: o maior artista plástico português

23 de Janeiro, 2024

A 23 janeiro de 1905 faleceu Rafael Bordalo Pinheiro, considerado o maior artista plástico português do século XIX.

 

Virtuoso desenhador, caricaturista, ceramista, Rafael Bordalo Pinheiro colocou o seu imenso talento plástico ao serviço das suas convicções cívicas e políticas.

 

Rafael Bordalo Pinheiro nasceu em Lisboa, a 21 março de 1846. Irmão de Columbano, também ele segue a tradição familiar de uma vida dedicada às Artes.

 

Artista empreendedor e multifacetado, trilhou um percurso muito próprio, dedicando-se às artes gráficas, artes plásticas, cerâmica, desenho de objetos e decoração, produzindo uma vasta obra que reflete quase sempre de forma crítica o quotidiano cultural, político e social da época em que viveu.

Vivendo num período de mudança em que o Fontismo, promovendo o desenvolvimento tecnológico e industrial, imprimiu uma nova dinâmica nos diversos setores da sociedade, Rafael Bordalo Pinheiro foi também ele inovador, desenvolvendo o desenho humorístico e o cartoon como expressão artística.

 

Integrando o círculo de intelectuais e artistas que definiram a Geração de 70 e privando com personalidades dos diversos setores de influência da sociedade oitocentista, incluindo a própria Corte, Bordalo Pinheiro consegue, através da sua obra, mostrar um retrato fidedigno da sociedade de então.

 

Consciente do poder e da força da imprensa, funda diversos periódicos, utilizando a caricatura como veículo para a defesa dos seus ideais.

 

O acervo do Museu Nacional Soares dos Reis, bem como da Casa-Museu Fernando de Castro, integra várias peças de autoria de Rafael Bordalo Pinheiro, de que destacamos o Escarrador e o Penico John Bull.

Lançamento do catálogo da exposição “Fernando Távora. Pensamento Livre”

22 de Janeiro, 2024

O lançamento do catálogo da exposição “Fernando Távora. Pensamento Livre”, integrada nas comemorações do centenário do nascimento do arquiteto portuense (1923-2005) – Távora 100, decorre no dia 25 de janeiro, às 18h30, no Auditório Fernando Távora. É apresentado pelo curador e coordenador, Alexandre Alves Costa, a quem se juntam Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura.

 

A edição conta com uma nota interpretativa de críticos da nova geração sobre cada uma das sete obras expostas: Pedro Levi Bismarck; Pedro Baía; Carlos Machado e Moura; Eliana Sousa Santos; Bruno Gil; Beatriz Serrazina; e Joana Restivo, respetivamente.

‘Fernando Távora. Pensamento Livre’ é uma iniciativa da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Com curadoria de Alexandre Alves Costa (coordenador), Ana Alves Costa, Jorge Figueira, José António Bandeirinha, Luís Martinho Urbano, Maria Manuel Oliveira, a mostra propõe um percurso pela vida e obra do Arquiteto Fernando Távora.

 

A exposição é a ação central de Távora 100. Este programa comemorativo do Centenário de Fernando Távora constitui uma proposição comum da Ordem dos Arquitetos, da Fundação Marques da Silva e das três Escolas de Arquitetura onde se fez sentir a sua visão inovadora e, até, (re)fundacional, a Faculdade de Arquitetura da U. Porto, o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho.

 

O programa Távora 100 conta com o apoio institucional do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Instalado num edifício do século XVIII, denominado de Palácio dos Carrancas, o Museu Nacional de Soares dos Reis foi objeto de uma profunda remodelação e ampliação, segundo projeto do arquiteto Fernando Távora.

 

Fernando Távora inicia os projetos e obras de remodelação em 1988, divididas em sete fases e contemplando cada uma diferentes alas do Museu: as salas de exposição permanente, o edifício da direção, o serviço educativo, a cafetaria, o Piso Nobre, as reservas, a ampliação para exposição temporária e auditório, e a cerca ajardinada no exterior.

Visita Orientada «A Conservação invisível no Museu»

22 de Janeiro, 2024

Sábado, 27 janeiro, 11H00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Salomé Carvalho
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

O Museu Nacional Soares dos Reis acolhe, no próximo sábado, dia 27 janeiro, pelas 11 horas, uma visita orientada, exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis. Inscrições a decorrer.

 

A Conservação Preventiva é uma ciência frequentemente invisível, uma vez que se dedica a todas as ações indiretas (nos espaços e ambientes), que permitem minimizar os fatores de degradação dos objetos culturais e artísticos.

 

Pertence à área-mãe designada por Conservação e representa um papel fundamental no quotidiano dos museus. Nesta sessão, damos corpo ao invisível e abordaremos os dilemas, soluções e estratégias da Conservação Preventiva no Museu Nacional Soares dos Reis.

 

O conservador-restaurador é um profissional altamente qualificado, que estuda matérias interdisciplinares, desde a química à biologia, passando pela história da arte, arqueologia e museologia. Este profissional tem a seu cargo tarefas de elevada complexidade e responsabilidade e trabalha frequentemente em redes multidisciplinares.

 

No Museu Nacional Soares dos Reis é desenvolvido um trabalho contínuo nas áreas de conservação e restauro, no contexto da gestão e acompanhamento das diferentes coleções.

 

A equipa de conservadores e restauradores participa, ainda, em projetos de investigação com o objetivo de contribuir para novos estudos sobre técnicas e procedimentos de conservação e restauro.

Faça parte dos Amigos do Museu

Beneficie de vantagens exclusivas. Saiba mais aqui.

Pedro Vitorino, pioneiro da radiografia em obras de arte

20 de Janeiro, 2024

A Roberto de Carvalho e a Pedro Vitorino se deve a realização das primeiras radiografias efetuadas a obras de arte em Portugal.

 

Especialista em Radiologia, enquanto estudioso e divulgador da História, da Pintura e da Arqueologia do Porto, Pedro Vitorino produziu um extenso conjunto de livros e artigos editados em diversas publicações periódicas.

 

A primeira radiografia de pinturas em Portugal foi efetuada em 1923, por solicitação de Carlos Bonvalot, numa ocasião em que iniciativas semelhantes ocorriam noutros países. Tratou-se de um caso isolado que só teve continuidade em 1928, quando Roberto de Carvalho e Pedro Vitorino iniciaram um projeto sistemático que deu origem a um número muito significativo de radiografias.

 

Entre as pinturas radiografadas e mencionadas em publicações encontram-se várias que pertencem ao acervo do Museu Nacional Soares dos Reis: Retrato da Princesa Margarida de Valois, de Francisco Clouet; Santíssima Trindade, de Cristóvão de Figueiredo; Anunciação, de Gaspar Vaz; Virgem do Leite ou S. Jerónimo, do Mestre da Lourinhã.

Joaquim Pedro Vitorino Ribeiro nasceu, no Porto, a 20 janeiro de 1882. Frequentou a Escola Médico-Cirúrgica do Porto, onde, em 1910, concluiu o curso de Medicina. De seguida, partiu para Paris, onde se especializou em Radiologia.

 

Regressou ao Porto em 1911. Em 1919, foi nomeado clínico auxiliar da Santa Casa da Misericórdia e chefe do Laboratório de Radiologia e Fotografia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, onde, desde 1913, exercia as funções de chefe do Gabinete de Fotografia e Eletroterapia.

 

Em paralelo com a formação académica e a carreira médica, desenvolveu muitas outras atividades humanitárias e culturais. Foi militar (voluntário de Infantaria em 1901, alferes em 1911, tenente-médico em 1915 e capitão em 1918), tendo chegado a participar na I Guerra Mundial, pois integrou como capitão-médico miliciano o Corpo Expedicionário Português que partiu para Paris em Abril de 1918.

 

Trabalhou no Museu Municipal do Porto (1922-1938), onde desempenhou as funções de conservador e Vice-diretor, mas abandonou esta instituição em 1938 para assumir o cargo de chefe dos Serviços de Radiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

 

Viajou por vários países da Europa, como Espanha, França, Bélgica e Suíça e participou em jornadas arqueológicas e artísticas pelo país, desenhando, pintando e tirando fotografias.

 

Possuidor de um vasto património iconográfico e de uma extensa biblioteca, a qual se encontra conservada pela Biblioteca Pública Municipal do Porto, Pedro Vitorino viveu com o irmão, em Contumil, na casa que pertencera ao pai e que acabou por se converter na Casa-Museu Vitorino Ribeiro.

 

Faleceu em Vila Nova de Gaia, a 10 novembro de 1944.

 

Créditos fotográficos: Arquivo Municipal do Porto

90 Anos da escultura «O Beijo» de Ernesto Canto da Maya

19 de Janeiro, 2024

Incorporada na coleção do Museu Nacional Soares dos Reis em 2001, após ter sido adquirida no ano anterior no leilão da Coleção Canto da Maya, a escultura Baiser (O Beijo) completa, em 2024, 90 anos sobre a sua criação.

 

O Beijo é uma obra modernista em barro patinado fazendo valer aspetos de uma arte figurativa que explora o ideal de retorno às raízes europeias, nas linhas propostas pelos escultores Antoine Bourdelle e Aristide Maillol, uma corrente que ganhou adesão em Paris pela década de 1920.

 

No conjunto da obra de Canto da Maya, o Beijo enquadra-se numa fase em que o autor exalta o que é exuberante e o sensitivo, na procura da essência do ser humano. As figuras saem totalmente fora dos cânones e são modeladas em barro, a matéria-prima ideal para dar forma à noção de erotismo.

Canto da Maya reduz os corpos ao fundamental modelando em barro as figuras unidas num abraço, sentadas no solo; o volume denso mostra superfícies lisas e linhas curvas. Esta técnica é sugestiva da sua visão da Escultura como uma Arte Primitiva.

 

“Ernesto do Canto Faria e Maia nasceu em Ponta Delgada [em 1890]. Com formação artística em Lisboa, Paris, Genebra e Madrid, e a carreira mais consagrada e internacional de um escultor português na primeira metade do século, Canto da Maya destaca-se entre os percursores do modernismo figurativo com uma original estética decorativista.

 

Entre Paris e Lisboa, cria esculturas – grandes conjuntos, figurinhas de terracota ou gesso, bustos, baixos-relevos, figuras metafóricas dos ciclos da vida ou da feminidade – cuja expressividade anatómica e idealidade poética foi muito premiada, e escolhida para representar a arte francesa (Tóquio e Osaka, 1926), e Portugal, em várias exposições universais (Paris, 1937; Nova Iorque, S.Francisco, 1939) e na Bienal de S. Paulo (1957).

 

Desempenhou também um papel central na exploração da art déco, colaborando em projetos com célebres arquitetos. Uma viragem a meio da carreira leva-o da pioneira reinvenção da escultura figurativa ao academismo nacionalista, em longa campanha oficial de esculturas monumentais destinadas a enaltecer a propaganda patriótica do Estado Novo, que lhe atribui o Grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (1941).

 

Apesar de diferentes fases e faces, a obra de Canto da Maya continua a atrair sucessivas homenagens e retrospetivas desde a década de 30, em Portugal e França. Canto da Maya morreu em Ponta Delgada [em 1981]”[1].

 

[1] Créditos

A escultura Flor Agreste e os 200 Anos da Vista Alegre

19 de Janeiro, 2024

No ano em que a Fábrica de Porcelana da Vista Alegre celebra 200 anos de existência, recuperamos a história da escultura Flor Agreste, da autoria de António Soares dos Reis, que a Vista Alegre reproduziu em biscuit dando sequência às variadas reproduções da peça que lhe conferiram uma difusão extraordinária.

 

Considerada uma das obras mais emblemáticas do artista, o modelo em gesso da Flor Agreste, foi executado em 1878, quando Soares dos Reis aguardava a construção da sua casa-oficina na Rua Luís de Camões, em Vila Nova de Gaia.

 

O mármore data de 1881 tendo sido apresentado na 1ª Exposição-Bazar do Centro Artístico Portuense, onde foi adquirido pelo valor de 250.000 reis por Maria Francisca Archer. Coube ao Museu Nacional Soares dos Reis divulgar o historial da peça numa exposição itinerante que lhe dedicou em 1986.

O mármore tinha permanecido na posse da família durante mais de cinquenta anos, vindo a ser vendido ao Município do Porto em 1932, por um descendente do proprietário, Tomás Archer de Carvalho. Esta aquisição contou com a influência de Vasco Valente, um neto de Maria Francisca Archer, o qual, por sua vez, dirigia o setor artístico da Fábrica da Vista Alegre tendo promovido a reprodução do pequeno formato em biscuit da Flor Agreste.

 

Vasco Valente foi diretor do Museu Nacional Soares dos Reis entre 1932-1950, devendo-se-lhe importante contributo para história do vidro e da cerâmica portuguesa. Em paralelo, foi um dos responsáveis pela criação do Museu de Cerâmica da Vista Alegre e autor da medalha galardão de tempo de serviço prestado pelo pessoal da empresa.

 

Sobre a Vista Alegre

A Fábrica de Porcelana da Vista Alegre foi fundada em 1824, em Ílhavo, distrito de Aveiro. Ao longo do seu percurso, a marca esteve sempre intimamente associada à história e à vida cultural portuguesa tendo adquirido notoriedade internacional. Em 2001, o Grupo Vista Alegre (porcelana, faiança e grés) fundiu-se com o Grupo Atlantis (cristal e vidro de fabrico manual com elevada qualidade), fusão que deu origem a um dos maiores grupos de “tableware” e “giftware” da Europa: o grupo empresarial Vista Alegre Atlantis. Em 2009, o mesmo passou a integrar o portefólio de marcas do grupo Visabeira.

 

Todos os anos, o design desta marca portuguesa de porcelana, cristal e vidro chama a atenção dos mais prestigiados prémios de design internacionais, em países como Alemanha, Itália e Estados Unidos da América contribuindo, assim, para um considerável número de galardões com que conta a história da marca Vista Alegre.

Eugénio de Andrade e «Imagem e Louvor de Augusto Gomes»

18 de Janeiro, 2024

Está agendado para amanhã o encerramento das Comemorações do 1º centenário do nascimento de Eugénio de Andrade, um dos grandes poetas portugueses.

 

Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 janeiro de 1923. Manteve sempre uma postura de independência relativamente aos vários movimentos literários com que a sua obra coexistiu ao longo de mais de cinquenta anos de atividade poética.

 

Revelou-se em 1948, com As Mãos e os Frutos, a que se seguiria, em 1950, Os Amantes sem Dinheiro. Os seus livros foram traduzidos em muitos países e ao longo da sua vida foi distinguido com inúmeros prémios, entre eles o Prémio Camões, em 2001.

 

Morreu a 13 junho de 2005 no Porto, cidade que o acolheu mais de metade da sua vida.

 

O município do Fundão, de onde era natural Eugénio de Andrade, encerra as comemorações do centenário do poeta com a apresentação, amanhã 19 janeiro, do documentário “Com palavras amo”, que contou com a colaboração de centenas de pessoas do concelho.

 

“Com palavras amo” teve como objetivo transformar palavras escritas por Eugénio de Andrade em som, fazê-las habitar as vozes das pessoas.

 

A este propósito, evocamos a relação de recíproca admiração entre Eugénio de Andrade e o pintor modernista Augusto Gomes, representado na coleção do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Se a poesia de Eugénio de Andrade está povoada de heróis míticos, também por lá é lembrada a “gente real dos meios piscatórios portugueses, personagem coletiva, indistinta na dureza da sobrevivência quotidiana, por vezes entre as redes da vida e da morte.

No livro Os Afluentes do Silêncio (1997), referindo-se à pintura de Augusto Gomes, artista plástico de Matosinhos, Eugénio tece um elogio que abrange simultaneamente o mestre e os pescadores:

 

A sua memória está cheia de imagens: pescadores que regressam da faina ainda com o mar nos olhos e na boca, saltimbancos exibindo simultaneamente graça e miséria, mulheres que ora conversam à porta ora ameaçam as vagas por lhes terem roubado tudo: os homens, os filhos, o pão — imagens de todos os dias, que já são muitos (…). (…) não me lembro de quadro seu onde o povo não esteja de corpo inteiro, ora senhor dos gestos com que pega no seu destino ora exasperado e ameaçador diante da miséria e outras formas de morte. (Andrade, 1997: 105-106)

 

Neste excerto, Eugénio realça sobretudo o heroísmo da sobrevivência, tanto dos pescadores, que se debatem com as vagas para ultrapassar a miséria, como das mulheres que perderam os entes queridos.

 

Também Gomes, em telas como Família (1941), Gente do Mar (1941) ou Os Pescadores (1962), evidencia, em traços largos, a vida árdua da gente do mar, que bem conhece. Os seus pincéis realçam pormenores que recorrem em diversos quadros: os músculos dos homens surgem tensos, para denotarem o esforço; as bocas enormes gritam perante o naufrágio, e mostram o desespero; as mãos erguem-se, num ato que tem tanto de fé, quanto de revolta.

 

Eugénio reconhece o talento do mestre no poema Imagem e louvor de Augusto Gomes[1]:

 

Ele pinta lentamente uma luz supliciada,
porque tudo é amor e ama-se lentamente;
aqui e ali sublinha uma pálpebra, uns lábios,
e os olhos procuram o coração dos homens.

 

Nas suas mãos, raparigas passam despenteadas,
passa um pescador de rosto azul,
passa outra vez setembro, uma criança ainda,
e o mar irrompe de sombra em sombra,
porque tudo é amor, amor difícil, turvo,
lutando por ser diáfano em suas mãos.

 

Com alegria, descobre a cor da liberdade,
dos barcos, da juventude, e logo esquece.
Volta. Recomeça. Amorosamente
encontra um corpo – um corpo ? –
uma coluna de espanto e recomeça.

 

Escreve agora na terra um nome inocente,
cinco sílabas brancas, todas elas maduras,
e confia melancólico um segredo
à luz de cinza que se desprende da noite.

 

 

Créditos de Imagem

No texto: As Visitas, Augusto Gomes, 1953 @Museu Nacional Soares dos Reis

Na capa: Retrato do poeta Eugénio de Andrade – 1953, coleção [em 1978] do poeta Eugénio de Andrade (blog Cidade Surpreendente)

[1] Mancelos, João. Do Mediterrâneo aos Mares do Sul: Heróis Navegantes na Poesia de Eugénio de Andrade

IndieJúnior Porto – Oficina Do taumatrópio à liberdade

18 de Janeiro, 2024

O Museu Nacional Soares dos Reis será palco da Oficina Do taumatrópio à liberdade, de 23 a 26 janeiro, no âmbito do Festival de Cinema IndieJúnior.

 

A oficina é dirigida ao público escolar do 1º Ciclo do Ensino Básico.

A participação é gratuita, mediante inscrição prévia através do email se@mnsr.dgpc.pt

 

Horários: 23 jan – 14h30 | 24 jan – 10h30 | 25 jan – 14h30 | 26 jan – 10h30

Taumatrópio foi um brinquedo bastante popular no século XIX e cuja utilização conduz a uma ilusão de ótica animada. Partindo de diferentes obras de pintura do Museu Nacional Soares dos Reis e do diálogo entre estas obras e a imagem em movimento do cinema, os participantes são desafiados a construir um destes brinquedos, dando asas à criatividade.

 

Considerado o primeiro brinquedo ótico, o Taumatrópio foi inventado em 1824 por Peter Mark Roger para explicar a teoria da persistência da visão, ou seja, explicar o fenómeno que é provocado quando um objeto visto persiste na retina por uma fração de segundo após a sua perceção. Na realidade, trata-se de um fenómeno neurológico e não ocular a que Wertheimer em 1912 designou por fenómeno phi.

 

O Taumatrópio é composto por um disco, com um desenho numa das faces e outro desenho invertido no verso. É preso por dois cordões colocados paralelamente, que ao serem torcidos e por fim esticados, fazem o disco girar. Quando gira rapidamente, as duas imagens parecem ser uma só.

 

A Liberdade é o tema central da 8ª edição do IndieJúnior Porto. Um festival que enche as salas da cidade de miúdos e graúdos e que traz o que de mais incrível é feito em cinema para este público tão especial.

 

Em 2024, o IndieJúnior terá lugar entre os dias 22 e 28 de Janeiro, em vários locais da cidade, voltando a propor uma vasta programação de cinema, oficinas e outras atividades destinadas a crianças, jovens, professores, famílias e público em geral.

Passos Manuel: o fundador da Academia Portuense de Belas Artes

18 de Janeiro, 2024

Com origens na Aula de Debuxo e Desenho, a Academia Portuense de Belas Artes foi criada em 1836, por decreto de Passos Manuel, ficando sob a alta proteção da rainha D. Maria II e do rei D. Fernando. Na sua génese, estiveram a promoção e a difusão do estudo das belas artes e a sua aplicação à indústria.

 

Sedeada no extinto Convento de Santo António da Cidade – local onde se instalou, também, o Museu Portuense (atual Museu Nacional Soares dos Reis), a Escola Académica oferecia aulas nas áreas da Pintura, Escultura e Arquitetura, e ainda um curso preparatório de Desenho. Em 1881, este organismo dá origem à Escola Portuense de Belas Artes, passando a Academia a assumir exclusivamente funções ligadas à promoção da arte e da arqueologia, e à defesa e preservação do património museológico.

 

Manoel da Silva Passos (Passos Manuel) nasceu a 5 janeiro de 1805, em S. Martinho de Guifões, no antigo concelho de Bouças (Matosinhos), e morreu a 18 de janeiro de 1862, em Santarém.

Foi um dos mais importantes governantes do primeiro liberalismo português oitocentista.

 

Foi o principal impulsionador da criação do ensino liceal masculino em Portugal. Este ensino destinava-se a criar uma população preparada científica e tecnicamente, o que se concretizaria, dez anos mais tarde, com a criação de liceus nas capitais de distrito.

 

Por decreto de 25 de outubro de 1836, criou a Academia de Belas-Artes e, em 11 de janeiro de 1837, fundou a Academia Politécnica do Porto e a Escola Politécnica de Lisboa (esta assumiu as funções da Academia Real de Marinha). Através do decreto de 29 de dezembro de 1836, organizou as escolas médico-cirúrgicas de Lisboa e do Porto.

 

Créditos fotográficos

Oficina «A Escultura dos Valores» orientada por Dulce Silva

17 de Janeiro, 2024

Oficina A Escultura dos Valores

 

21 janeiro (domingo), 10h30/12h30
Público | Famílias (com crianças a partir dos 10 anos), jovens e adultos
Valor | 10€ pax (gratuito para crianças com idade inferior a 12 anos)
Oficina orientada por Dulce Silva – Diretora de Sociodrama

 

Inscrições
se@mnsr.dgpc.pt (até 48 horas de antecedência)

Orientada por Dulce Silva, diretora de Sociodrama, a oficina «A Escultura dos Valores» está agendada para o próximo domingo, dia 21 janeiro, das 10h30 às 12h30.

 

No Museu Nacional Soares dos Reis estamos rodeados de esculturas, todas com significados diferentes, intenções e inspirações distintas, fruto da imaginação e criação dos seus autores.

 

Neste workshop, vamos ser escultores e autores das nossas próprias obras de arte, inspirando-nos nos valores pessoais de cada participante, para construir uma escultura familiar.

 

O workshop será facilitado através do Sociodrama, um método orientado para uma experiência humana rica, profunda e transformadora, onde se integra a consciência, a emoção e a ação.

 

Mensagem de Dulce Silva

“O papel da mudança na nossa vida é muito poderoso. Desde as mudanças mais simples e pequenas às mais difíceis e dolorosas, todas elas nos dão a oportunidade de explorar, experimentar e abraçar novos caminhos, respostas e soluções.

Essa é a verdadeira transformação pessoal. Só cresceremos quando nos descobrirmos verdadeiramente, compreendermos o mundo à nossa volta e fizermos as nossas escolhas.

O poder está na compreensão, na ação e no movimento. Quando agimos, a nossa espontaneidade é despertada, a nossa criatividade é libertada e novas descobertas tomam forma.

A minha missão é ser uma catalisadora da mudança positiva, espalhar o bem e empoderar pessoas. A minha visão é construir um mundo em que as pessoas reconhecem o seu potencial e o colocam em prática, de forma espontânea e libertadora.

O meu papel é ajudar a encontrar o seu caminho, através do sociodrama, uma experiência humana transformadora, onde se integra a consciência, a emoção e a ação.

É uma experiência em grupo, em que cada pessoa é importante e está ali para encontrar as respostas às suas questões pessoais e evoluir na sua vida e /ou carreira.

O impacto do Sociodrama é sobre ser consciente. É sobre encontrar a sua motivação. É sobre ser confiante. É sobre encontrar respostas. É sobre descobrir novos caminhos. É sobre conectar-se com os outros. É sobre melhorar o seu bem-estar. É sobre realização pessoal. É sobre desenvolvimento humano e profissional. É sobre o que você precisa mudar, agora.”

41º Aniversário de Falecimento do poeta e pintor Julio-Saúl Dias

17 de Janeiro, 2024

Representado na Exposição de Longa Duração do Museu Nacional Soares dos Reis, com as obras «Duas Irmãs» e «O Circo» (na foto), o poeta e pintor Júlio Maria dos Reis Pereira faleceu a 17 janeiro de 1983.

 

Considerado um dos maiores nomes do Modernismo português, Julio era engenheiro civil, mas foi como poeta e artista plástico que o seu nome se eternizou.

 

Está representado nas mais importantes coleções de arte do século XX em Portugal, como a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu de Serralves, o Museu Nacional Soares dos Reis, ou a coleção de Arte do Estado, para além de inúmeras coleções privadas.

Julio dos Reis Pereira nasceu em Vila do Conde em 1902. Engenheiro de profissão, atividade que exerceu na Câmara Municipal de Vila do Conde e na DGEMN, frequentou, enquanto “aluno voluntário”, a Escola de Belas-Artes (Porto, 1919-1921) e a Académie de la Grande Chaumière (Paris, 1962).

 

Artista voluntariamente livre e independente encontrou na presença o espaço de criação e divulgação da sua obra. A presença, folha de arte e crítica (Coimbra, 1927-1940), teve como principal mentor e impulsionador José Régio, irmão do artista, contando com a colaboração e a participação de Julio/Saúl Dias, João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca, Alberto Serpa, Sarah Afonso, Almada Negreios, Mário Eloy, Arpad Szenes, Vieira da Silva, entre outros.

 

Em 1930 participa no I Salão dos Independentes, na Sociedade de Belas Artes, em Lisboa. A partir de então irá expor individualmente por diversas vezes.

 

Em 1953 participa na 2ª Bienal de São Paulo, Brasil. Em 1958 vence o primeiro prémio de desenho no IV Salão de Outono do Estoril. Manoel de Oliveira realiza o filme documentário As Pinturas do Meu Irmão Julio, com palava de José Régio e pinturas de Julio, em 1965. Em 1967 é publicada a Obra Poética de Saúl Dias. Realiza exposições retrospetivas no Museu de Évora (1964), na Cooperativa Árvore, Porto (1967), na Câmara Municipal de Vila do Conde (1979), e na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1980), entre outras mostras.

 

Em 1972 participa na exposição coletiva da Galeria S. Mamede e, no mesmo ano, participa também, por escolha do crítico Rui-Mário Gonçalves, na EXPO AICA SNBA 1972 organizada em Lisboa pela Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Críticos de Arte.

 

Ainda nesse ano passa a viver em Vila do Conde, na casa da Avenida Júlio Graça, que será a sua última residência e onde terá o seu último atelier. Participa num vasto conjunto de exposições e publica o livro de poesia e desenhos Essência. Em 1980 recebe o Prémio da Crítica, ex-aequo com António Ramos Rosa, pelo livro Obra Poética, de Saúl Dias*.

 

Faleceu na sua terra natal em 1983, com 81 anos.

 

* Adaptação de texto originalmente publicado pela Câmara Municipal de Vila do Conde

Mais de duas dezenas de peças do MNSR cedidas em 2023

17 de Janeiro, 2024

Mais de duas dezenas de peças do acervo do Museu Nacional Soares dos Reis foram cedidas, durante o ano passado, a outras instituições, como o Museu Nacional de Arte contemporânea – Museu do Chiado, o Museu do Oriente ou o Museu da Misericórdia do Porto.

 

Ainda em curso, encontra-se a cedência de quatro obras do MNSR ao Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, para integrar a Exposição temporária «Identidades Partilhadas – Pintura Espanhola em Portugal».

Lista de Cedências em 2023

Autorretrato de Isolino Vaz.

Biblioteca Municipal de Vila Nova de Gaia.

Exposição “Isolino Vaz, Um Traço Inconfundível (1922-2022)”

 

O Sonho, de Veloso Salgado. (na imagem)

Museu Nacional de Arte contemporânea – Museu do Chiado.

Exposição “Veloso Salgado, de Lisboa a Wissant”.

 

Prato em cerâmica.

Museu do Oriente

Exposição “Na senda dos leques orientais”.

 

Paisagem de Vila Real, de Heitor Cramez.

Ágora – Cultura e Desporto (CMP)

Exposição “Desejos Compulsivos: A Extração do Lítio e as Montanhas Rebeldes”.

 

Magia de um sorriso (Figura de mulher), de Pedro Figueiredo.

Autorretrato de Pedro Figueiredo.

Cabeça de velho, de Pedro Figueiredo.

Município de Tondela, Museu Municipal Terras de Besteiros.

Exposição “EXEMPLARIS – Pedro de Figueiredo”.

 

Cinco frades franciscanos (Mártires de Marrocos). – Pintura

Mártires de Marrocos. – Escultura

Museu de Lisboa

Exposição “Vita Prima. Os anos de Santo António em Portugal”.

 

Retrato do Almirante Napier de John Simpson (atrib.).

Museu da Misericórdia do Porto

Exposição “Porto e Reino Unido: 650 anos de história partilhada, 1373-2023”.

 

Ilustração para “A Velhice do Padre Eterno”, de Tomaz Leal da Câmara.

Aspecto do Porto Antigo – Escadas dos Grilos, de Armando de Basto. Autorretrato de Adriano Sousa Lopes.

Museu Machado de Castro.

Exposição “Manuel Jardim e os percursores do modernismo em Portugal”.

 

Paisagem – Homens no trabalho do campo [vindima].

Fruteiro.

Natureza morta.

Museu do Vinho do Porto

Exposição permanente.

 

Espada de D. Afonso Henriques.

Museu Militar do Porto

Celebrações da tomada de Lisboa aos Mouros em 1147, pelas tropas de D. Afonso Henriques, Patrono do Exército Português.

 

Retrato do Infante D. Carlos de Habsburgo, de Alonso Sánchez Coello.

Retrato de D. Manuel Rodrigues, de Rafael Tegeo Díaz.

São Francisco de Assis recebendo os estigmas com atrib. a Vincenzo Camuccini, e atrib. por Benito Navarrete em 2023 a Vicente López Portaña.

Composição, de Francisco Pradilla Ortiz.

Museu Nacional de Arte antiga.

Exposição «Pintura espanhola em Portugal: identidades partilhadas».

29º Aniversário do Falecimento do escritor Miguel Torga

17 de Janeiro, 2024

Assinala-se, hoje, dia 17 de janeiro, o 29º Aniversário do Falecimento de Miguel Torga, autor de vasta e variada produção literária, largamente reconhecida.

 

No livro «Portugal», Miguel Torga escreve sobre a sua relação com a cidade do Porto e o Museu Nacional Soares dos Reis, onde atualmente se encontra representado na Exposição de Longa Duração.

“Eu gosto do Porto. Não do porto erudito do Sampaio Bruno ou do burguês e literário do Ramalho. Gosto de um Porto cá muito meu, de que vou dizer já, e amo-o de um amor platónico, avivado de ano a ano à passagem para a minha terra natal, quando o Menino Jesus acena lá das urgueiras.

 

Entro então nele a tiritar de frio, atravesso-o molhado de nevoeiro, arranjo quarto, e deito-me no aconchego dessa velha e casta paixão que nos une. No dia seguinte, pela manhã, levanto-me, compro um jornal, embarco, e a minha visita anual e discreta acabou.

 

De vez em quando perco a cabeça, estrago os horários e vou ao Museu Soares dos Reis ver o Pousão, passo pela igreja de S. Francisco, ou meto-me num eléctrico e dou a volta ao mundo, a descer à Foz pela Marginal e a subir pela Boavista (…)”. (Miguel Torga, Portugal, Porto pps. 39-40)

 

Adolfo Correia da Rocha nasceu em 1907, em S. Martinho de Anta, Sabrosa, onde concluiu, com distinção, os estudos primários.

 

Oriundo de uma família humilde de camponeses e sem grandes recursos económicos, trabalhou no Porto, passou pelo Seminário de Lamego e, ainda adolescente, emigrou para o Brasil. De regresso a Portugal, cursou Medicina em Coimbra, onde viveu e faleceu em 1995.

 

De personalidade veemente e intransigente, foi poeta presencista, numa primeira fase associado ao grupo da Presença que cedo abandonou.

 

Adotou o pseudónimo Miguel Torga, em homenagem a dois grandes vultos da cultura ibérica, Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno, e ainda à torga, planta brava da montanha com fortes raízes.

 

A sua extensa obra aborda, entre outros temas, o drama da criação poética, o desespero humanista, o sentimento telúrico, a problemática religiosa, o iberismo e o universal.

 

Defensor da liberdade e da justiça, teve obras censuradas, foi vítima de perseguição política e esteve preso, apesar de nunca ter aderido a qualquer partido político.

 

Laureado com numerosos prémios literários nacionais e internacionais, foi candidato a Prémio Nobel da Literatura.

Museu Soares dos Reis recebe um dos primeiros autorretratos portugueses

16 de Janeiro, 2024

O Ministério da Cultura acaba de divulgar a lista das obras adquiridas em 2023, pela Comissão para Aquisição de Obras de Arte para os Museus e Palácios Nacionais, entre as quais figura o «Autorretrato do Marquês de Montebelo com os filhos Francisco e Bernarda», que se encontra já no Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Com uma dotação anual de 2 milhões de euros, a Comissão para Aquisição de Obras de Arte para os Museus e Palácios Nacionais indicou, para 2023, um total de 9 obras de excecional relevância patrimonial consideradas fundamentais para as coleções dos museus e palácios nacionais.

 

Esta obra, datada de 1643 (?), poderá ser um dos primeiros autorretratos portugueses, tendo vindo enriquecer a Coleção de Pintura do Museu Nacional Soares dos Reis, a qual integra um vasto número de autorretratos de outros períodos e correntes artísticas.

 

Félix Machado da Silva e Castro de Vasconcelos, marquês de Montebelo, nasceu na Casa de Tora, da freguesia do Vale, em Amares. Foi o primeiro Marques de Montebelo, em Itália, senhor das Terras de Entre Homem e Cavado e da vila de Amares, comendador de S. João de Coucieiro na Ordem de Cristo. Apesar de tantos senhorios em terras, morreu pobre, vivendo nos últimos anos de vida da arte de pintura.

 

“Amigo de Velazquez, dele terá recebido ensino que não ficou como dote de amador mas teve relevo profissional, como professor e retratista da corte de cujas obras aliás pouco ou nada se sabe hoje.

Em Portugal, em poder de descendentes, há quatro obras de Montebelo: dois auto-retratos, um deles de puro esquema velazquenho (figura de pé, vestida de negro, capa pelos ombros, grande colar de ouro, colarinho alto, de cambraia) que o mostra de expressão altiva na barba talhada à moda, outro, de pequeno formato, no acto de pintar, vestido de rico justilho bordado, o filho Francisco já figurado na tela, uma filha ao lado. Os rostos têm tratamento difuso de contornos sensíveis e doces, tal como noutro quadro, representando três filhos crianças, o do meio segurando um grande cesto de flores discretamente coloridas. Outro retrato é o do filho herdeiro António, a três quartos, numa composição brasonada, reposteiro puxado a um lado para enquadrar a figura jovem, de expressão atenta de fidalgo espanhol.”

FRANÇA, José-Augusto  – “O Retrato na Arte Portuguesa”. Lisboa: Livros Horizonte, 1981, p. 32.

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