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Visita Orientada: A pintura de paisagem no Naturalismo

25 de Agosto, 2023

No âmbito da programação proposta para os Encontros ao Sábado, decorre amanhã, dia 26 agosto, pelas 15 horas, uma visita orientada dedicada ao tema A pintura de paisagem no Naturalismo.

 

Inscrições aqui: https://shorturl.at/ouwE7

O Naturalismo foi um movimento estético e artístico que surgiu em França a partir de 1830, com a criação da Escola de Barbizon e através das pinturas de Théodore Rousseau (1812-1867), de Jean-François Millet (1814-1875) ou de Gustave Courbet (1819-1877).

 

Em Portugal, a estética naturalista e realista da Escola de Barbizon foi introduzida pelos pintores Silva Porto (1850-1893) e Marques de Oliveira (1853-1927), e durou até aos anos 20 do século XX.

 

Os pintores entraram em contacto com este novo movimento artístico durante a sua estadia em França, como pensionistas do Estado português.

 

Em 1867, as Academias de Belas Artes iniciam a atribuição de bolsas a alunos no estrangeiro. Silva Porto e Marques de Oliveira foram os primeiros bolseiros em Pintura.

 

Ingressaram na École des Beaux-Arts de Paris em 1873 e, na floresta de Barbizon, conviveram com um grupo de artistas seguidores da pintura de ar livre focando-se nos efeitos da luz sobre a paisagem.

 

Também Henrique Pousão seguiu para Paris em 1880. A pintura de caminhos e ruas, pátios, casas, aspetos de Paris, testemunha o seu percurso criativo, que culmina nas estadias em Roma e Capri.

 

A sua obra, que revela o arrojo e o talento do jovem pintor e o seu interesse absoluto nos valores da pintura em si em detrimento dos temas ou da narrativa, foi entregue, após a sua morte prematura, à Academia Portuense de Belas Artes.

 

Biografias

 

António Carvalho da Silva Porto (1850 – 1893)

Após concluir estudos na Academia Portuense de Belas-Artes, parte em 1873 para Paris, pensionista do Estado em Pintura de Paisagem. Em França pinta em Barbizon, lugar mítico de nascimento do Naturalismo, e em Auvers convive com Daubigny, um dos mestres do movimento.

 

Expõe no Salon em 1876 e 78. Fixando-se em Roma, viaja com Marques de Oliveira por várias cidades de Itália.

 

Em 1879 regressa ao país. As paisagens que apresenta na histórica exposição da Sociedade Promotora das Belas-Artes, em 1880, introduzem a estética naturalista em Portugal. À sua volta, reúne-se um grupo de jovens pintores que se apresenta anualmente nas “Exposições de Quadros Modernos”, e que Columbano celebrizará em 1885 no retrato coletivo O Grupo do Leão.

 

Nos últimos anos de atividade, desenvolve uma pintura de tipos e costumes regionais, que será explorada, de forma mais exuberante, por Malhoa e Carlos Reis.

 

João Marques de Oliveira (1853 – 1927)

Começou a sua aprendizagem artística muito novo com o mestre particular António José da Costa, matriculando-se em seguida na Academia Portuense de Belas Artes.

 

Colega de curso de Silva Porto, com ele continuaria, entre 1873 e 1879, como pensionista do Estado no estrangeiro, Marques de Oliveira na classe de Pintura Histórica, Silva Porto na de Pintura de Paisagem. Partiu para Paris no final de 1873 e em 1874 inscreveu-se na Escola Nacional de Belas Artes de Paris.

 

Ligado à pintura histórica por dever de pensionato e, mais tarde, de docência, Marques de Oliveira manifestou sempre uma grande sensibilidade pela natureza e pelos estudos de paisagem, que tentou fixar em pequenas impressões. A sua atividade como professor foi notável, levando os alunos ao contacto direto com a natureza, mas insistindo sempre na qualidade do desenho como base de qualquer obra.

 

À semelhança de Silva Porto, foi um dos principais elementos na introdução do naturalismo em Portugal. Faleceu em 1927 e em 1929 foi-lhe prestada homenagem no Porto com a inauguração de um monumento (de autoria de Soares dos Reis) em sua honra, no Jardim de S. Lázaro.

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