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São Pantaleão, padroeiro do Porto durante vários séculos

14 de Fevereiro, 2024

O culto de São Pantaleão tem longa tradição na igreja Católica e o mártir do século III e IV foi santo padroeiro da cidade do Porto, durante vários séculos, até que, em 1984, o orago da cidade passou para Nossa Senhora da Vandoma.

 

A devoção a S. Pantaleão, médico martirizado na antiga cidade grega Nicomédia em 303 d.C, instalou-se na cidade do Porto por influência de um grupo de cristãos arménios. Segundo relatos da época, este grupo terá chegado ao Porto no final da Idade Média, trazendo consigo as relíquias daquele santo, que depositaram na Igreja de São Pedro de Miragaia.

Em 1499, por decisão do bispo D. Diogo de Sousa, as relíquias foram transladadas para a Sé Catedral do Porto. No busto relicário, utilizado na visita a doentes, foi guardado um fragmento do crânio de São Pantaleão.

 

Este objeto devocional, que integra as coleções do MNSR desde 1941, é um dos mais antigos bustos relicários conhecidos em Portugal. Pela ausência de objetos similares, torna-se difícil estabelecer uma cronologia exata para a sua execução e definir a origem do seu fabrico.

 

Ao longo da sua existência nesta Instituição conta com uma bibliografia longa, tendo sido alvo de estudos multidisciplinares após a sua abertura em 1999, materializados em 2003, numa Exposição no Museu Soares dos Reis e no Catálogo que lhe serviu de suporte, com o título Esta é a cabeça de São Pantaleão.

 

De autoria desconhecida, elaborado em prata branca, dourada e pintada, esmaltes, ouro e quartzo hialino, o busto relicário de São Pantaleão data dos séculos XV e XVI. Encontra-se classificado como Tesouro Nacional, pelo seu valor cultural de significado para a história e para a memória coletiva.

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