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Felicidade Ramos

Inscrições para o Curso de Aguarela com artista Luis Cámara

4 de Abril, 2024

Dias 17, 18 e 19 maio
Das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30

Mais informações e Inscrições

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

Até 19 abril está a decorrer o período de inscrições para o Curso de Aguarela com Luis Cámara, a realizar nos dias 17, 18 e 19 maio, sendo esta uma atividade exclusiva para os membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Economista de profissão, Luis Cámara estudou com grandes aguarelistas espanhóis, sendo membro da Associação Espanhola de Aguarelas.

 

Os seus trabalhos foram já apresentados em inúmeras exposições de aguarela realizadas em diversos países: Albânia, Eslovénia, França, Chile, China, Itália, Índia, Japão, México, Portugal, Rússia, Espanha.

 

Luis Cámara trabalha como professor de aguarela em Madrid, onde vive e tem o seu atelier, promovendo igualmente vários cursos online. É um dos sócios fundadores da Plataforma Online de Ensino de Aguarela.

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Museu Nacional Soares dos Reis promove ‘Visita Incógnita’

3 de Abril, 2024

Público
Jovens e adultos

 

 Duração
50 minutos

 

Inscrições
Formulário online (até 48 horas de antecedência)

 

Valor
Gratuita

O Museu Nacional Soares dos Reis promove mensalmente uma visita orientada, com tema incógnito. Os participantes são desafiados a explorar o Museu e as suas coleções, descobrindo outras narrativas e outros espaços. Este mês, a ‘Visita Incógnita’ está agendada para o próximo dia 7 abril, pelas 11 horas, sendo orientada pela gestora de coleção Adelaide Carvalho. Inscrições a decorrer.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis procura desenvolver a sua função de lugar de educação, mediante um programa articulado com as políticas públicas sectoriais respeitantes à família, à juventude, apoio às pessoas com deficiência, às instituições de ensino formal, turismo e combate à exclusão social.

 

O propósito é dar a conhecer o património presente nas suas coleções, permitindo que a comunidade o desfrute, mas também o compreenda, pelo envolvimento ativo – físico, intelectual e emocional -, construindo significados sobre as suas experiências.

 

Um programa que promova a função educativa no respeito pela diversidade cultural tendo em vista a educação ao longo da vida, a participação da comunidade, o aumento e a diversificação dos públicos.

 

Constituído por diferentes estratégias de educação e mediação, tais como visitas orientadas, oficinas, sessões comentadas, visitas comentadas, projetos de sensibilização ambiental e de mediação cultural, performances teatro, este programa fundamenta-se sempre nas coleções e procura explorar e desconstruir os conteúdos expostos visando a aproximação e a promoção do espaço museológico enquanto lugar de construção de conhecimento, de entendimento ou de simples fruição.

Exposição ‘Paisagem’ evoca ‘Velódromo Maria Amélia’ nos seus 130 anos

3 de Abril, 2024

O Velódromo Maria Amélia foi inaugurado a 29 junho de 1894, celebrando este ano o 130º aniversário da sua abertura oficial.

 

Em 1894, quando a bicicleta se transformava num fenómeno social urbano, D. Carlos autorizou o Real Velo Clube a construir nos quintais do seu Paço, hoje Museu Nacional Soares dos Reis, uma pista para velocipedistas.

 

Inaugurado nesse mesmo ano, o velódromo Maria Amélia, de que ainda restam significativos vestígios, veio responder ao crescente entusiasmo que a elite do Porto dos finais do século XIX sentia pela bicicleta. A designação do velódromo resulta do nome da esposa do rei D. Carlos I: a rainha Dona Amélia.

Destinado para corridas dessas “loucas e velozes máquinas”, com um traçado que permitia percorrer um quilómetro em três voltas, este foi um dos primeiros recintos desportivos da cidade e integrava também dois campos de ténis.

 

Aberto no que seria então uma pequena mata e espaço de hortas, cedidos pelo rei D. Carlos à Associação Velo Club do Porto, o velódromo desenvolvia-se nas traseiras do neoclássico Palácio dos Carrancas mandado construir em 1795 pela família Morais e Castro e que, adquirido em 1861 pelo rei D. Pedro V, se convertera na residência oficial da família real em deslocações ao Porto.

 

José Zagalo Ilharco foi sócio fundador e diretor do Real Velo Club do Porto, tendo fotografado o grupo de membros da Direção e o Velódromo, localizado nas traseiras do Palácio das Carrancas, onde se encontra instalado o Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Com pista para velocípedes, a grande atração do espaço, e dois cortes de lawn-tennis ao centro, o Velódromo recebia novas modalidades em expansão entre as elites da cidade. José Zagalo Ilharco é o autor das únicas fotografias existentes deste equipamento, sendo agora possível apreciar essas imagens na exposição temporária Paisagem, patente no Museu Nacional Soares dos Reis, até ao próximo dia 28 abril.

 

José Zagalo Ilharco, fotógrafo amador de grande mérito, premiado a nível nacional e internacional, dedicou-se especialmente à fotografia de paisagem, com enfoque em Matosinhos, Leça da Palmeira, Porto, Lamego, Guarda e Penafiel. A sua obra fotográfica, composta por mais de 260 imagens, integra ainda uma série de retratos dos seus familiares e amigos, bem como das casas onde residiu e respetivos jardins.

 

Nasceu a 31 outubro de 1860 na freguesia da Sé, na cidade de Lamego, e faleceu a 5 novembro de 1910, no Porto, repentinamente, aos 50 anos de idade.

 

Atualmente, em exposição no Jardim do Museu (ex-velódromo) estão objetos em pedra ligados à história da cidade do Porto. A grande maioria destes objetos é proveniente de demolições de edifícios (conventos ou capelas), fontes e muralhas, que se verificaram no final do século XIX e início do XX, em consequência do crescimento urbanístico da cidade.

Visita Orientada «Artistas Mulheres, Poesia e Liberdade»

2 de Abril, 2024

Sábado, 6 abril, 11H00
Duração: 1h (aprox.)
Visita orientada por Ana Magalhães e Liliana Aguiar
Mínimo de 5 pessoas e máximo de 20 pessoas

Inscrições aqui

 

Iniciativa exclusiva para membros do Círculo Dr. José Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

Para as artistas representadas na exposição de longa duração do Museu Nacional Soares dos Reis, ser mulher não foi uma condição limitadora à sua afirmação e reconhecimento num mundo de domínio maioritariamente masculino.

 

As obras, vivências e percursos destas artistas, nascidas entre os séculos XVII e XX, são o ponto de partida para uma visita que se completa com poesia assinada por mulheres que viveram na mesma época, em circunstâncias similares.

 

A partir da contemplação de peças de Josefa d’Óbidos, Francisca de Almeida Furtado, Maria da Glória Ribeiro, Sofia e Aurélia de Souza, Sarah Afonso e Irene Vilar e das circunstâncias em que trabalharam, faz-se a ligação a poetas como Soror Maria do Céu, Antónia Pusich, Marta Câmara, Judith Teixeira, Maria O’Neil, Maria Osswald e Sophia de Mello Breyner.

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António Ponte assinala três anos como Diretor do MNSR

1 de Abril, 2024

Tendo iniciado funções a 1 abril de 2021, António Ponte assinala, esta segunda-feira, o seu terceiro aniversário como Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR).

 

“Tem sido um mandato marcado por uma reformulação profunda da instituição, destacando-se a reabertura plena do Museu, com a inauguração da renovada Exposição de Longa Duração, ocorrida a 13 abril do ano passado”, sublinha António Ponte.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis é uma instituição cultural e artística de referência, detentora de uma coleção de dimensão internacional, pelo que a ação do último triénio tem sido conduzida no sentido de “afirmar o MNSR como um lugar de construção de significados a partir das suas coleções, um lugar de pertença e identidade promovendo a reflexão, a criatividade e o pensamento crítico contemporâneo”.

Por outro lado, acrescenta, “tem sido promovido um intenso e qualificado programa de exposições temporárias, de renovação nos serviços de educação e um trabalho que solidifica a aproximação do Museu às comunidades exteriores”. Os programas ‘Outros Lugares’, ‘Arte & Saúde’ e ‘Vizinhos’ consolidam a visão estratégia de abertura do Museu às redes de proximidade comunitária.

 

A par destes processos, deu-se continuidade ao processo de renovação de procedimentos internos, formação e reforço da equipa, sempre visando prestar um serviço de qualidade cada vez mais consolidado aos públicos do Museu.

 

Recorde-se que o Museu Nacional Soares dos Reis terminou o ano 2023 registando um total de visitantes superior a 74.500 entradas, o que corresponde a um recorde de afluência dos últimos cinco anos.

155º Aniversário de Nascimento do escultor Augusto Santo

1 de Abril, 2024

Escultor naturalista e simbolista, que assinou as suas obras como Augusto Santo, teve uma carreira breve e atribulada. Homem constantemente insatisfeito, Augusto Santo destruiu parte da sua produção escultórica.

 

Natural de Coimbrões, Vila Nova de Gaia, nasceu a 1 abril de 1869. Cursou a Academia Portuense de Belas Artes entre 1882 e 1889, tendo sido condiscípulo e rival de António Teixeira Lopes (ambos se matricularam no dia 20 de outubro de 1882).

 

Em 1891, Augusto Santo adquiriu a ferramenta do falecido mestre Soares dos Reis, antes de prosseguir os estudos em Paris, cidade onde se fixou durante três anos, usufruindo de uma subscrição particular do benemérito Joaquim Fernandes de Oliveira Mendes.

Em Paris, instalou-se na rua Denfert-Rochereau, onde residiam outros artistas portugueses como Teixeira Lopes, filho. Contactou com o artista parisiense Alexandre Falguière (1831-1900) e com vários compatriotas, entre os quais os escritores Eça de Queiroz (1845-1900) e António Nobre (1867-1900), os pintores Carlos Reis (1863-1940) e Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) e o historiador e crítico de arte José de Figueiredo (1872-1937).

 

Em 1893, com o fim do apoio financeiro e a falta de resultados, Augusto Santo viu-se obrigado a regressar a Portugal. Começou, então, a trabalhar no seu ateliê em Coimbrões e a frequentar os cafés portuenses da Praça Nova, onde conheceu intelectuais como Pádua Correia e Manuel Laranjeira, que o descreveu como um rosto triste, de misantropo sonâmbulo na multidão.

 

Entre as poucas obras que sobreviveram à destruição destaca-se a escultura Ismael, prova de final de curso na APBA, datada de 1889. O original, em gesso, conserva-se no Museu Nacional Soares dos Reis, onde se encontra em exposição a obra fundida em bronze.

 

Augusto Santo morreu no Hospital de Santo António, no Porto, em 26 setembro de 1907, vítima de tuberculose.

António Ponte em encontro brasileiro dedicado a casas-museu

28 de Março, 2024

A Casa Museu Ema Klabin, situada em São Paulo, Brasil, promove um conjunto de quatro encontros para discutir e divulgar as casas-museu. O primeiro encontro decorre, esta quinta-feira, pelas 14 horas, contando com a participação de António Ponte, diretor do Museu Nacional Soares dos Reis e membro do conselho diretivo do DEMHIST – Comité Internacional para Casas Históricas e Casas-Museu, do ICOM – Conselho Internacional de Museus.

 

‘Casa museu e a fronteira entre o público e o privado’ é o tema da conferência a realizar por António Ponte, a qual terá transmissão em direto através do canal YouTube da Casa Museu Ema Klabin.

 

O objetivo desta série de encontros é apresentar algumas casas-museu brasileiras e promover o intercâmbio de conhecimento e reflexões sobre esta tipologia de museu: um espaço íntimo e privado, destinado à moradia de colecionadores, artistas, escritores, que se tornaram públicos ao serem transformados em espaços de visitação.

O DEMHIST é um fórum internacional para o debate de problemas e soluções relacionados com a conservação e administração de museus de casas históricas. Este comité faz parte do Conselho Internacional de Museus (ICOM), organização mundial dos museus e dos profissionais de museus. O ICOM dedica-se à promoção e proteção do património natural e cultural, presente e futuro, material e imaterial.

 

Com mais de 35 000 membros em 135 países, a rede do ICOM é formada por profissionais que abarcam um grande leque de disciplinas relacionadas com os museus e o património.

 

Irmãs que uniram Rio e São Paulo pela arte: Ema e Eva Klabin

As empresárias, mecenas e colecionadoras de arte Ema Klabin (1907-1994) e Eva Klabin (1903-1991) deixaram como legado cultural para o país as suas residências, onde viveram mais de 30 anos, que se transformaram em casas-museu.

 

Em São Paulo, no Jardim Europa, a residência onde viveu Ema Klabin, de 1961 a 1994, conta com uma vasta coleção de arte, a qual inclui pinturas do russo Marc Chagall (1887-1985) e do holandês Frans Post (1612-1680), além de pintura moderna brasileira, artes decorativas e peças arqueológicas.

 

No Rio de Janeiro, na Lagoa, a Casa Museu Eva Klabin abriga um dos mais importantes acervos de arte clássica dos museus brasileiros, contando com mais de duas mil peças que cobrem um arco temporal de quase 50 séculos, do Egito Antigo ao Impressionismo e abrange pinturas, esculturas, mobiliário e objetos de arte decorativa.

Alexandre Herculano: um dos maiores defensores do património nacional

28 de Março, 2024

Escritor, historiador, jornalista e poeta português, Alexandre Herculano nasceu a 28 março de 1810. Autor do poema Tristezas do Desterro, que serviu de inspiração a António Soares dos Reis para criar O Desterrado, escultura de maior relevo e destaque da coleção do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Encontra-se representado na coleção de escultura do Museu Nacional Soares dos Reis, através de um busto em gesso de autoria de Anatole C. Calmels, datado de 1879.

 

Alexandre Herculano foi um dos maiores defensores do património nacional, sendo por isso patrono do Dia Nacional dos Centros Históricos, criado em 1993, comemorado anualmente a 28 de março. A data pretende recordar a importância dos centros históricos enquanto elementos de cultura e património que encerram um elevado valor histórico.

É considerado o pai da historiografia portuguesa e os seus poemas e romances transformam-no numa figura fundamental do romantismo. Colaborou e fundou várias revistas e jornais de âmbito cultural e noticioso.

 

Aprendeu os rudimentos da investigação histórica fora do circuito académico, que foi obrigado a abandonar por razões económicas. Devido à sua oposição ao Miguelismo é obrigado a exilar-se, primeiro em Inglaterra e depois em França, onde contacta com obras de historiadores, romancistas e poetas estrangeiros que vão ter grande influência no futuro do seu trabalho. Em 1832, desembarca no Mindelo com as tropas liberais e participa na defesa do Porto.

 

A parte mais significativa da obra literária de Alexandre Herculano concentra-se em seis textos em prosa, dedicados principalmente ao género conhecido como narrativa histórica. Esse tipo de narrativa combina a erudição do historiador, necessária para a minuciosa reconstituição de ambientes e costumes de épocas passadas, com a imaginação do literato, que cria ou amplia tramas para compor os seus enredos.

Excerto do Poema ‘Tristezas do Desterro’, de Alexandre Herculano

 

‘Não sentida uma lagryma fugiu-me,
E devorou-a o mar. A vaga incerta,
Que róla livre, peregrina eterna,
Mais que os homens piedosa, irá depo-la,
Minha terra natal, nas praias tuas.
Essa lagryma acceita: é quanto póde
Do desterro enviar-te um pobre filho’.

Na Semana Santa, destacamos Cenas da Paixão e Cristo Crucificado

28 de Março, 2024

Ao longo da sua história, o Museu Nacional Soares dos Reis foi reunindo coleções de diversas proveniências, de diferentes períodos e locais de produção. Esta diversidade tem a ver com uma tendência europeia para considerar o Património de uma forma multidisciplinar, relacionando Pintura e Escultura com as Artes Decorativas.

 

A evolução da escultura religiosa na Europa, desde meados da Idade Média, reflete a aproximação entre o crente e o Divino através da humanização das obras de arte. As representações solenes de Cristo e da Virgem vão dando lugar a expressões de maior humanidade.

 

A representação de Jesus Cristo crucificado é uma temática recorrente na religião católica, pela relevância deste episódio e simbologia da cruz, manifestando o sofrimento de Cristo, mas também a sua salvação. Este é representado tradicionalmente com os braços e pernas esticadas e pregadas, que acompanham o formato da própria cruz.

 

Da Exposição de Longa Duração do Museu Nacional Soares dos Reis destacamos, nesta Semana Santa, duas peças de referência: o Cristo Crucificado e a série de placas de esmalte que representa cenas da Paixão de Cristo.

Cristo crucificado em madeira do século XIII

Cristo crucificado faz parte de um restrito número de Cristos na cruz em madeira existentes em Portugal, entre os séculos XII-XIV e cuja qualidade aponta para uma produção peninsular. Desconhece-se a origem deste Cristo crucificado, atribuído à Escola de Valladolid ou Palência, no Instituto Amatller de Arte Hispânico.

 

Trata-se de uma imagem articulada nos braços permitindo a sua exposição como jazente em dia de Sexta-Feira Santa. A representação do Cristo sofredor (Christus patiens) evoluiu pelos meados do século XII em resposta a uma espiritualidade dirigida para a humanização de Cristo, culminante na Crucifixão.

Série de 26 Placas em esmalte com cenas da Paixão de Cristo

A série de 26 placas de esmalte pintado sobre cobre representa cenas da Paixão de Cristo, reproduzindo e recriando 24 das 36 gravuras que constituem a série denominada “Pequena Paixão”, da autoria do artista alemão Albrecht Dürer, publicada em 1511. Estão atribuídos ao mesmo artista outras placas em esmalte, representando cenas da Pequena Paixão, como uma série da Wallace Collection, placas do Museu de Lyon, do Museu Hermitage de São Petersburgo e do Museu das artes Decorativas de Paris, entre outras.

 

As placas não são assinadas nem datadas, mas integram um grupo de peças atribuídas a uma mesma oficina, em Limoges, entre 1550 e 1625. Além das 26 placas do Museu Nacional Soares dos Reis, são hoje conhecidas cerca de 98 placas (distribuídas por diversas coleções europeias), que se considera terem sido produzidas nessa oficina atualmente designada pelo nome de convenção “Oficina da Pequena Paixão de Santa Cruz de Coimbra”.

 

A série provém do Santuário do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra onde já se encontrava em 1752 e de onde foi retirada em 1834, na sequência do decreto de extinção das ordens religiosas. No Santuário do Mosteiro de Santa Cruz conserva-se ainda o elemento do altar em madeira em que as placas se inseriam.

A última obra de Soares dos Reis apresentada em público

27 de Março, 2024

O busto da atriz Emília das Neves foi a última obra que Soares dos Reis apresentou em público, antes da sua morte. Iniciado em 1885 (dois anos após o falecimento de Emília das Neves), o busto foi modelado a partir de várias fotografias da atriz, tendo sido concluído em 1888, ano em que a escultura foi inaugurada no átrio do Teatro D. Maria II, em Lisboa.

 

António Soares dos Reis seria admirador de Emília das Neves que conheceu no palco do Teatro Baquet, sala de espetáculos edificada entre a rua Sá da Bandeira e a rua de Santo António, atual rua 31 de janeiro, na cidade do Porto. O teatro foi inaugurado em 1859, tendo sido palco de intensa atividade cultural até à noite de 20 março de 1888, quando um violento incêndio deflagrou durante um espetáculo causando a morte a 120 pessoas.

Não tendo ficado totalmente satisfeito com o resultado final da sua obra, Soares dos Reis escreve uma carta à revista Occidente, datada de 25 dezembro de 1888, na qual dá conta das dificuldades com que se deparou ao longo do processo: “(…) agradeço-lhe o interesse que lhe merece a minha pessoa e os meus trabalhos artísticos, não podendo contudo consentir sem protestos que o busto de E. das Neves seja classificado de magnifico, em vista das condições especiais que se deram durante a sua execução e particularmente quando se tratou de o modelar por photographias todas diferentes umas das outras e de todos os tamanhos”.

 

Emília das Neves de Sousa, a ‘Linda Emília’ como ficou conhecida, nasceu em Lisboa em 1820, tendo sido uma atriz dramática portuguesa de grande relevo durante o século XIX, considerada a primeira grande vedeta feminina a surgir em Portugal. Surgiu nos teatros quando tinha 18 anos e seria aplaudida até 1883, ano da sua morte.

 

‘Oriunda de uma família humilde, conseguiu, pelo reconhecimento da sua excecionalidade, captar a atenção de nomes como Almeida Garrett, Mendes Leal, Rebelo da Silva ou Latino Coelho, que a escolheram para protagonista de textos dramáticos de que foram autores ou tradutores’[i].

 

 

O Dia Mundial do Teatro é assinalado anualmente a 27 de março, desde 1961, por iniciativa do Instituto Internacional do Teatro. Neste dia, pretende-se destacar a importância do teatro na história e cultura da humanidade.

 

 

[i] Vasconcelos, Ana Isabel. «A “LINDA EMÍLIA”: páginas esquecidas do teatro português oitocentista», 2017

Visita Orientada narra o fascínio do encontro com a cultura oriental

26 de Março, 2024

Público
Jovens e adultos

 

 Duração
50 minutos

 

Inscrições
Formulário online (até 48 horas de antecedência)

 

Valor
8 Euros

Na década de 1950, a aquisição e exposição de um par de Biombos Namban no Museu Nacional Soares dos Reis permitiu abordar o tema das relações entre Portugal e o Oriente: Índia, China e Japão.

 

Os biombos associaram-se a outros objetos de luxo produzidos no Oriente, entre os séculos XVI e XVIII. A chegada à Europa de exóticas e preciosas mercadorias espelha o fascínio dos europeus pelas artes e técnicas milenares orientais, no trabalho de pedras, madeiras e metais preciosos, marfim, tartaruga, madrepérola, seda, laca e porcelana.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis abriu-se, assim, a novos olhares sobre as suas coleções, procurando o diálogo entre culturas.

 

A visita orientada ‘Ao encontro do Oriente’, agendada para o dia 4 abril, pelas 15 horas, permitirá observar objetos que narram o fascínio do encontro entre portugueses e diferentes culturas milenares do Oriente, num processo de encantamento que permaneceu para além das grandes viagens de quinhentos, como revelam obras barrocas do século XVIII designadas por “Chinoiserie”.

 

Chinoiserie é um estilo decorativo inspirado na cultura e na arte chinesa, muito popular na Europa durante o século XVIII. Este estilo carateriza-se pela utilização de motivos chineses em diferentes elementos decorativos, como papéis de parede, tecidos, porcelanas e móveis. Os objetos e designs de estilo chinês alcançaram o seu auge durante o período da arte rococó na corte de Luís XV, por volta de 1750-70.

Olhares em Diálogo sobre ‘O Homem, os Animais e o Ambiente do trabalho’

26 de Março, 2024

‘O Homem, os Animais e o Ambiente do trabalho, da companhia até à subsistência’ é o tema da próxima sessão do programa «Olhares em Diálogo no Museu Nacional Soares dos Reis. Ciclo de Visitas Orientadas a Duas Vozes», promovido pelo MNSR em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto.

 

A sessão está marcada para o próximo dia 3 abril, sendo dirigida em exclusivo aos estudantes e profissionais do ICBAS, assim proporcionando visitas temáticas que irão explorar as ligações entre a medicina, as ciências da vida e da saúde e a arte, colocando lado a lado as visões e perspetivas de gestores de coleção do Museu e de docentes do ICBAS.

 

Ana Paula Machado, gestora de coleção do MNSR, e Paulo Martins da Costa, Professor Associado do ICBAS, serão os orientadores desta visita comentada dedicada ao tema ‘O Homem, os Animais e o Ambiente do trabalho, da companhia até à subsistência’.

Paulo Martins da Costa, professor auxiliar (desde 2006) com agregação (2020) do ICBAS/UPorto é graduado em medicina veterinária (1994; Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa) e doutorado em Ciências Biomédicas pela Universidade do Porto, ensinando nas áreas da tecnologia alimentar e segurança alimentar.

 

Membro efetivo (desde 2007) do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto e responsável (desde 2009) pelo laboratório de Microbiologia e Tecnologia Alimentar do departamento de Produção Aquática do ICBAS/UPorto.

 

Com trabalhos de investigação em diferentes domínios, dedica-se em particular ao estudo da transferência de bactérias multirresistentes aos antibióticos entre diferentes biomas interligados (humanos, animais e ambiente), bem como à avaliação do potencial antibacteriano de compostos de síntese ou extraídos de fontes naturais (e.g. fungos marinhos e cianobactérias), tendo sido autor em 56 artigos científicos publicados em revistas nacionais. Com experiência em microbiologia alimentar e clínica, participou em diversos projetos de investigação.

MNSR aposta na valorização das artes decorativas portuguesas

25 de Março, 2024

Inaugurada na passada sexta-feira, em sessão presidida por Pedro Sobrado, Presidente do Conselho de Administração da Museus e Monumentos de Portugal, EPE, «A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia» é a mais recente exposição temporária do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Comissariada por José da Costa Reis, a mostra estará patente ao público até ao dia 23 de junho, promovendo a relação da coleção de cerâmica com outras coleções de artes decorativas do Museu, anteriores ao moderno conceito de design, valorizando a sua contextualização e interpretação com aproximações à história e às artes plásticas europeias, nomeadamente Pintura, Desenho e Gravura.

A partir da década de 1940, quando o Museu Nacional Soares dos Reis foi transferido para o Palácio dos Carrancas, a cerâmica ganhou grande destaque no âmbito da exposição permanente. O então diretor do Museu, Vasco Valente (1883-1950), era um apaixonado investigador e publicista sobre o tema e curiosamente tetraneto do italiano Jerónimo Rossi, fundador da Fábrica de Santo António de Vale de Piedade. Vasco Valente foi responsável pela valorização desta arte decorativa em termos da sua presença expositiva e pelo avanço do seu conhecimento, nomeadamente dos espólios que pertenceram aos extintos Museu Municipal do Porto e Museu Industrial e Comercial do Porto, aprofundando, com rigor, estudos iniciados por reputados investigadores como Joaquim de Vasconcelos, Pedro Vitorino, Rocha Peixoto, Luís Oliveira, José Queiroz, Moreira Cabral, etc.

 

Mais tarde, as conservadoras da coleção Teresa Viana e Margarida Rebelo Correia organizaram exposições de grande qualidade, hoje de referência incontornável, estabelecendo trabalhos conjuntos com arqueólogos e outros especialistas e conservadores de coleções nacionais e internacionais de cerâmica. Destacam-se os seus valiosos contributos na organização da vasta coleção na nova (2001) e qualificada reserva, a digitalização dos inventários e nas reclassificações de muitas das faianças provenientes das fábricas do Porto e de Vila Nova de Gaia, em particular de Massarelos e de Miragaia.

 

O comissário da exposição explicou, no momento da sua inauguração, que a atual mostra pretende motivar os visitantes a percorrer ou a rever a atual exposição de longa duração (ELD) do Museu Nacional Soares dos Reis, indo ao encontro de um entendimento mais alargado destas temáticas, enriquecendo a sua cultura e sensibilidade, assim como a sua relação intelectual e afetiva com o Museu.

 

A exposição «A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia» conta com o apoio mecenático da AOF-Augusto Oliveira Ferreira e Lusitânia Seguros, bem como o apoio do Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

‘Uma pintura da foz do rio Douro observada da Torre da Marca’, por Joel Cleto

25 de Março, 2024

Público
Jovens e adultos

 

Valor
Gratuita

 

Inscrições
Formulário online (até 48 horas de antecedência)

No âmbito do programa paralelo da exposição temporária «A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia», o Museu Nacional Soares dos Reis promove, no próximo dia 27 março, pelas 18 horas, a sessão comentada ‘Uma pintura da foz do rio Douro observada da Torre da Marca’, por Joel Cleto, Arqueólogo, historiador e divulgador do Património.

 

Observando o óleo sobre tela ‘Paisagem do Rio Douro’ (autor desconhecido), pertencente ao acervo do Museu Nacional Soares dos Reis, é possível relembrar o passado sobre as duas margens do rio Douro em meados do século XIX. Na margem direita, a igreja de Massarelos e mastros de embarcações acostadas a este importante núcleo industrial, com fábricas como a de Louça de Massarelos ou a Fundição de Massarelos.

 

A importância do Douro para escoamento das produções, chegada de matérias-primas e carvão (fonte energética) explicam a fixação industrial ribeirinha de que Miragaia e Massarelos são exemplo. Na margem esquerda, observa-se a Estação Semafórica da Afurada e a fumarenta Fábrica de Louça de Santo António de Vale da Piedade ou o conjunto industrial das fábricas cerâmicas do Cavaco, Cavaquinho e Monte Cavaco.

 

A referida pintura é datada sensivelmente de 1845 a 1850 e contemporânea dos últimos anos de laboração da Fábrica de Louça de Miragaia.

Inauguração da Exposição «A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia»

22 de Março, 2024

O Museu Nacional Soares dos Reis inaugurou, hoje, a exposição temporária «A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia», contando com a presença de Pedro Sobrado, Presidente do Conselho de Administração da Museus e Monumentos de Portugal, EPE.

 

A mostra estará patente até 23 junho 2024, contando com o apoio mecenático da AOF-Augusto Oliveira Ferreira e Lusitânia Seguros, bem como o apoio do Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Comissariada por José da Costa Reis, nesta exposição aborda-se o tema das faianças ‘azul de safra’, assim denominadas devido à tonalidade da cor do seu vidrado, produzidas na Fábrica de Louça de Miragaia, no Porto, e datáveis do período compreendido entre 1775 e 1822.

A organização museológica da exposição promove a relação desta coleção com outras coleções de artes decorativas do Museu Nacional Soares dos Reis, anteriores ao moderno conceito de design, valorizando a sua contextualização e interpretação com aproximações à história e às artes plásticas europeias, nomeadamente Pintura, Desenho e Gravura.

 

A exposição e respetivo roteiro pretendem reforçar a visibilidade e o conhecimento da coleção de cerâmica do Museu Nacional Soares dos Reis, um dos mais importantes acervos cerâmicos à guarda dos museus nacionais portugueses, estabelecendo a relação das influências da cultura inglesa na produção da Fábrica de Miragaia.

A filha do Conde de Almedina, grande mecenas das artes portuguesas

22 de Março, 2024

Delfim Guedes, grande patrono das artes e vice inspetor da Academia Real de Belas-Artes de Lisboa, recebeu o título nobiliárquico de conde de Almedina, após a realização da “Exposição Retrospectiva de Arte Ornamental Portugueza e Hespanhola”, evento cultural de incontornável importância para Portugal.

 

Mecenas de Artur Loureiro, que o retratou em 1876, Delfim Guedes custeou a expensas próprias[1] o funeral de Silva Porto que, de resto, lhe havia oferecido (em vida) algumas obras da sua autoria, de que são exemplo ‘Pequena fiandeira napolitana’ e ‘Ao pôr do sol’.

 

A sua relação com os autores representados no Museu Nacional Soares dos Reis estende-se ainda ao escultor António Soares dos Reis, autor da peça ‘Filha dos Condes de Almedina’, figura de uma criança com um rosto quase angelical.

A peça, em mármore de Carrara, representa a ‘Filha dos Condes de Almedina’, Luísa Guimarães Guedes, cujos pais eram os proprietários da obra, e encontra-se em exposição no Museu Nacional Soares dos Reis.

 

A escultura foi apresentada a Auguste Rodin (considerado o pai da escultura moderna), aquando da sua visita a Portugal, num dos Ateliers da Duquesa de Palmela (a Escultora Maria Luíza Holstein), onde Soares dos Reis, ocasionalmente, trabalhava, aquando das suas estadias em Lisboa. Obra de exímia execução e mestria, a qualidade da escultura impressionou e comoveu Rodin a ponto de ter beijado as mãos do escultor gaiense.

 

Datada de 1882, a evolução desta obra está documentada em desenho e maquete revelando o envolvimento do escultor em todo o processo. Nesta obra final há que notar a complexa elaboração do modelado, em especial no cabelo, flores e bordado do vestido. Em termos da composição, são traços definidores de um esquema muito próprio de Soares dos Reis: a pose sinuosa com cruzamento de braços a meio-corpo do modelo, tratado em repouso, de expressão reservada.

 

Delfim Deodato Guedes (Santo Tirso, 18 de novembro 1842 – Cascais, 26 de setembro 1895) recebeu do rei D. Luís o título de conde de Almedina, sendo a sua filha Luísa Guimarães Guedes, 2ª Condessa de Almedina. O título foi atribuído a Delfim Guedes como reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na “Exposição Retrospectiva de Arte Ornamental Portugueza e Hespanhola”, realizada em 1882. A mostra decorreu no Palácio Alvor-Pombal, também conhecido como Palácio das Janelas Verdes, e lançou as bases para a criação do Museu Nacional de Belas-Artes, inaugurado há 140 anos (antecessor do atual Museu Nacional de Arte Antiga).

Visita «Escultura Devocional do século XIII ao século XVIII»

21 de Março, 2024

Público
Jovens e adultos

 

Duração
50 minutos

 

Valor
Bilhete de entrada no MNSR

No âmbito da programação proposta para o mês de março, decorre amanhã, dia 22, pelas 11 horas, uma visita orientada dedicada ao tema «Escultura devocional do século XIII ao século XVIII».

 

De diferentes épocas, proveniências e materiais. Assim é a escultura que vamos observar nesta visita orientada. Descontextualizada do espaço original, a sua história interliga-se com a do Museu.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis tem origem no Museu de Pinturas e Estampas e outros objetos de Belas Artes, criado em 1833 por D. Pedro IV de Portugal, primeiro Imperador do Brasil, para salvaguarda dos bens sequestrados aos absolutistas e conventos abandonados na guerra civil (1832-34).

 

Com a extinção das ordens religiosas recolheram-se obras, entre outros, nos mosteiros de Tibães e de Santa Cruz de Coimbra. Conhecido como Museu Portuense, ficou instalado no extinto Convento de Santo António da Cidade, na praça de S. Lázaro, vindo a ser formalizado por decreto em 1836 por D. Maria II.

MNSR acolhe apresentação do evento ‘Porto Gaia Granfondo’

21 de Março, 2024

A sessão de apresentação do Porto Gaia Granfondo 2024 vai decorrer no Museu Nacional Soares dos Reis, no próximo dia 26 março, pelas 11 horas.

 

O Porto Gaia Granfondo é um evento de ciclismo/cicloturismo destinado a todos os interessados, sendo organizado pela Strongspeed com o apoio das autarquias de Porto e Gaia, no âmbito da promoção da Frente Atlântica.

 

Este ano a prova acontecerá a 14 abril e estará aberta a todos os amantes do ciclismo, permitindo-lhes percorrer algumas das mais belas estradas da região Norte do país, sempre enquadrado por belíssimas paisagens, entre as margens dos rios Douro e Paiva.

Além das cidades do Porto (partida) e de Vila Nova de Gaia (chegada), os participantes vão ainda cruzar mais seis concelhos: Gondomar, Penafiel, Castelo de Paiva, Cinfães, Arouca e Santa Maria da Feira.

 

A iniciativa junta desporto e lazer, sem caráter competitivo, sendo limitada a veículos de duas rodas (bicicleta de estrada, de montanha ou tandem), sendo também possível a participação em bicicletas elétricas (e-bike).

 

As inscrições para o Porto Gaia Granfondo 2024 estão abertas na página do evento até 10 de abril.

Colégio Internato Claret apresenta Exposição Libert’arte

20 de Março, 2024

Decorreu, esta tarde, a abertura da Exposição Libert’arte, organizada pelo Colégio Internato Claret, no âmbito da parceria com o Museu Nacional Soares dos Reis no cruzamento dos temas trabalhados por ambas as instituições em 2024: os 50 anos do 25 de Abril e ‘Liberdade e Transgressões’, tema transversal à programação do Museu ao longo do ano. A mostra poderá ser visitada até ao próximo domingo.

 

Os alunos do 4º e 9º anos, do Colégio Internato Claret, apresentam uma viagem pela voz, outrora surda, da renascida liberdade. Partindo de um conjunto de obras emblemáticas, patentes no Museu Nacional Soares dos Reis, foi preparado um “encontro entre o pensamento, a reflexão e o sopro criativo de dezenas de mentes com vontade de descobrir nas suas criações o prazer e a cor da liberdade.

O lema ‘Liberdade e Transgressões’ foi a senha que fez sair dos quartéis do conformismo a indómita vontade de assinalar os cinquentas anos de uma gaivota que voava, voava, transportando nas asas, até aos dias de hoje, o desejo de um povo que enquanto sonhar, enquanto pensar, não mais se fará refém. Cada obra tem em si o desejo de ser o mundo, a manifestação silenciosa de espíritos que, tendo nascido em liberdade, não a dão como adquirida, mas desejam-na, procuram-na, na certeza de, com ela, terem nas mãos a paleta com a qual poderão pintar os sonhos de um futuro que é de todos”.

 

Esta apresentação foi acompanhada de pequenos momentos performativos protagonizados pelos alunos. Os jovens estudantes do 4º ano tiveram oportunidade de trabalhar os direitos humanos a partir de obras como a Cabeça de Negro, de António soares dos Reis, e o autorretrato de Aurélia de Souza; enquanto os alunos do 9º ano trabalharam obras modernistas de autores como Amadeo de Souza Cardoso e de arte contemporânea de autores como Júlio Reis Pereira e Álvaro Lapa, entre outros.

‘Descida da Cruz’, de Domingos Sequeira, em itinerância nacional

20 de Março, 2024

Adquirida por uma entidade privada nacional, a Fundação Livraria Lello, a obra ‘Descida da Cruz’, de Domingos Sequeira, estará em itinerância por vários museus nacionais.

 

O anúncio oficial foi feito esta quarta-feira, no Palácio Nacional da Ajuda, durante a sessão de assinatura do memorando de entendimento entre o Estado português e o novo proprietário da obra.

 

No dia 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, a ‘Descida da Cruz’ estará exposta no Mosteiro de Leça do Balio, localidade onde se situa a sede da Fundação Livraria Lello, iniciando depois a sua itinerância.

Recorde-se que a compra ocorreu no passado dia 10 de março, no âmbito da feira de arte e antiguidades TEFAF de Maastricht, em estreita articulação com a Museus e Monumentos de Portugal, entidade com a qual o novo proprietário firmou um compromisso para a fruição pública da obra.

 

‘Descida da cruz’, pintura sacra datada de 1827, faz parte de um grupo de quatro pinturas tardias de Domingos Sequeira, executadas em Roma, onde o artista morreu em 1837.

 

Domingos Sequeira é considerado como o mais talentoso e original pintor português do seu tempo, tendo desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento da arte portuguesa de início do século XIX.

 

Filho de um barqueiro e nascido no seio de uma família pobre, em 1768, Domingos Sequeira foi educado na Casa Pia, onde frequentou o curso de Desenho e Figura.

 

Com bolsa real concedida por D. Maria l, recebe aulas de pintura e desenho de Antonio Cavallucci, em Roma. De regresso a Lisboa é nomeado, pelo futuro rei D. João VI,  pintor da corte e corresponsável da empreitada de pintura do Palácio da Ajuda. Foi ainda professor de Desenho e Pintura da Família Real e, em 1806, dirigiu a aula da Academia de Marinha, Porto.

 

No contexto das invasões francesas, Domingos Sequeira estabeleceu amizades com oficiais do exército napoleónico, como o Conde de Forbin, oficial e pintor amador. Esta aproximação valeu-lhe a encomenda de uma representação alegórica da ação protetora do general Junot sobre Lisboa. O óleo sobre tela Junot protegendo a cidade de Lisboa, data de 1808 e integra o acervo do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Graças a essa atividade, Sequeira foi visto como colaborador do inimigo ocupante e por isso alvo de perseguições e processos condenatórios de que só a muito custo se reabilitou. Os últimos anos da sua vida são passados em Roma, onde se dedica sobretudo à pintura religiosa.

 

Para além das obras de Domingos Sequeira integradas na Exposição de Longa Duração, o Museu Nacional Soares dos Reis tem patente, até 28 abril, a exposição «Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira – um diálogo no tempo», na qual constam alguns estudos preparatórios de Domingos Sequeira para a elaboração da obra ‘Descida da Cruz’.

Exposição Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira

Evocação dos 140 anos da morte do pintor Henrique Pousão

20 de Março, 2024

Considerado um dos nomes maiores da pintura portuguesa da segunda metade do século XIX, Henrique Pousão faleceu aos 25 anos, a 20 março de 1884, vítima de tuberculose.

 

O jovem artista frequentou a Academia Portuense de Belas-Artes e foi pensionista do Estado em França e Itália. A pintura de caminhos e ruas, pátios, casas, aspetos de Paris, testemunha o seu percurso criativo, que culmina nas estadias em Roma e Capri.

 

Desde cedo que a família lhe reconhecera talento, manifesto sobretudo em retratos a lápis. Com 10 anos passa a residir em Barcelos e, em 1872, fixa-se no Porto. É nesta cidade que frequenta o atelier do pintor António José da Costa para preparar a entrada na Academia Portuense de Belas-Artes (1872).

 

Muito influenciado por Marques de Oliveira, regressado de Paris em 1879, Pousão ganha o concurso de pensionista, chegando a Paris no final do ano de 1880, acompanhado de Sousa Pinto (1856 – 1939).

 

Antes de ingressar no atelier de Cabanel e de Yvon, visitou galerias de arte e museus tanto em Paris, como em Madrid.

 

Neste ano, muda-se para Roma, onde aluga um atelier e, em 1882, produz significativas obras, também em Nápoles e Capri.

 

Paisagens de um poético e vibrante cromatismo, em exercícios de captação de luz, pinturas de género como Cecília, e retratos, com Senhora Vestida de Preto, realizado já em Paris, revelam a sua modernidade, invulgar no panorama artístico português. No final de 1883, já doente, decide regressar a Portugal. A viagem foi efetuada via Génova, passando por Marselha e Barcelona.

 

A sua obra, que revela o arrojo e o talento do jovem pintor e o seu interesse absoluto nos valores da pintura em si em detrimento dos temas ou da narrativa, foi entregue, após a sua morte prematura, à Academia Portuense de Belas Artes.

 

Na coleção do Museu Nacional Soares dos Reis, a obra de Henrique Pousão está fortemente representada com destaque para as obras “Casas Brancas de Capri”, “Senhora Vestida de Preto” e “Janelas das Persianas Azuis”, todas classificadas como tesouros nacionais.

Reformulação do MNSR é modelo de referência para Museu do Diamante

19 de Março, 2024

No âmbito das Bolsas de Capacitação Ibermuseus, o Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR) vai receber Juliane Nicolle Câmara, do Museu do Diamante, para a realização de um intercâmbio institucional.

 

O Museu do Diamante foi criado em 1954, estando localizado no centro histórico de Diamantina, em Minas Gerais, Brasil, cidade Património Cultural da Humanidade.

 

O casarão que acolhe o Museu do Diamante foi residência do padre Rolim, figura marcante no movimento histórico conhecido como Inconfidência Mineira. Atualmente, o edifício encontra-se encerrado, decorrendo uma intervenção de restauro arquitetónico e um processo de reformulação expositiva que visa rever a narrativa e apresentar um museu mais acessível, inclusivo, democrático e sustentável.

O projeto de intercâmbio a realizar com o Museu Nacional Soares dos Reis tem por objetivo compreender com maior proximidade, e de maneira comparada, o processo recente de reformulação da exposição de longa duração do MNSR, numa perspetiva que abrange as várias dimensões da sustentabilidade.

 

A partir desta experiência serão estudados os trabalhos a realizar no Museu do Diamante, nos processos de reformulação museológica, participação da comunidade, ações educativas, comunicação e gestão.

 

Nesta 5ª edição das Bolsas de Capacitação Ibermuseus, 20 projetos de profissionais de museus da Argentina, Brasil, Chile, Cuba, Espanha, México e Uruguai foram selecionados para receber o apoio do Ibermuseus na realização do programa de intercâmbio. Juliane Nicolle Câmara, do Museu do Diamante, é uma das selecionadas, tendo oportunidade de desenvolver o seu projeto no Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Sobre o Ibermuseus

O Ibermuseus tem entre seus objetivos fomentar a sustentabilidade das instituições e processos museológicos ibero-americanos, considerando que o tema está em constante debate na agenda política global desde os anos 1970. Atualmente, esta temática é uma das tarefas prioritárias para a Organização das Nações Unidas (ONU) e seus Estados para os próximos quinze anos, período previsto para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS -2030) em cada país.

 

A ação, que responde à procura por políticas específicas para a área dos museus, é tratada a partir de uma perspetiva multidimensional (social, cultural, econômica e ambiental) e transdisciplinar, que envolve diversas áreas de conhecimento.

 

O Programa Ibermuseus é uma iniciativa de cooperação dos 22 países ibero-americanos, com vista ao fomento e à articulação de políticas públicas na área de museus. Portugal é um dos países membros deste programa, fazendo parte do grupo de 11 países que integram o respetivo Comité Intergovernamental.

Pintor José Teixeira Barreto: Evocação do Nascimento

19 de Março, 2024

José Teixeira Barreto, filho de Domingos Teixeira Barreto, pintor, dourador e riscador de talha, que viveu e trabalhou em Santo Ildefonso, e de Josefa Maria Angelica, nasceu no Porto a 19 março de 1763. Aos 19 anos, tomou o hábito beneditino no Mosteiro de S. Martinho de Tibães, em Braga, adotando o nome de Fr. José da Apresentação.

 

Durante esta fase inicial da sua vida executou várias pinturas para os mosteiros de Tibães e de Santo Tirso. Quando foi para Lisboa estudar Desenho na aula do professor Joaquim Manuel da Rocha passou a residir no Mosteiro de S. Bento da Saúde (hoje edifício da Assembleia da República).

 

Em 1790, cinco anos depois de ter ido viver para Lisboa, viajou até Roma, para aperfeiçoar a sua pintura, frequentar os museus de arte italianos e copiar obras da Arte Clássica. Entre as obras que então realizou, contam-se duas águas-fortes datadas de 1794 e de 1795, dedicadas ao seu patrono, e 41 gravuras para o livro “Scherzi Poetici Pittorici” de Giovanni Gherardo Rosse, publicadas na edição de luxo dessa obra (Parma, 1811), oferecida a Napoleão.

De regresso a Portugal, trouxe uma coleção de pintura que veio a constituir um museu no Mosteiro de Tibães (dispersa após 1834 e que veio a integrar o Museu Portuense, atual Museu Nacional Soares dos Reis), as relíquias da virgem e mártir Santa Clara, depositadas na igreja do Terço (1798) e depois trasladadas (1803) para a capela do Bonfim, e três livros de desenhos da sua autoria, dois deles hoje pertencentes à Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e o outro ao Museu Nacional Soares dos Reis.

 

No período pós-romano, produziu as pinturas do coro-alto da igreja matriz de Santo Tirso, o pano de boca do camarim do altar-mor da igreja da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco, no Porto (c. 1800), o pano de boca do altar-mor da igreja paroquial de S. João da Foz, no Porto, pinturas para os mosteiros de S. João de Pendorada e de Santa Maria de Pombeiro, possivelmente duas telas para a igreja portuense de S. Lourenço e hoje guardadas no Museu Nacional Soares dos Reis (“S. Pedro mostrando a Eucaristia” e “O Maná”), o autorretrato (Museu Nacional Soares dos Reis) e um retrato do pintor Francisco Vieira, o Portuense.

 

Na fase final da vida solicitou o reingresso na ordem beneditina. Porém, a morte surpreendeu-o no dia 6 de novembro de 1810. Foi sepultado no dia seguinte, numa campa rasa com o n.º 18, no cruzeiro da igreja do Mosteiro de S. Bento da Vitória, no Porto. José Teixeira Barreto deixou um valioso legado, composto pela sua obra pictórica e também pelos quadros que colecionou.

 

Fonte documental

A histórica Fábrica de Louça de Miragaia na cidade do Porto

18 de Março, 2024

A Fábrica de Louça de Miragaia foi fundada por um comerciante minhoto enriquecido no Brasil, João Rocha (1720-1799), em Miragaia (Porto), em 1775, no contexto das reformas da indústria portuguesa promovidas pelo ministro Marquês de Pombal. João Rocha teve como sócio fundador o seu sobrinho João Bento da Rocha.

 

O objetivo dos empresários era manufaturar toda a qualidade de peças à semelhança das que Portugal importava à época de outros países europeus e da China.

 

Em 1814, já depois dos prejuízos sofridos com as Invasões Francesas, a Fábrica de Louça de Miragaia era a maior da cidade do Porto no ramo da cerâmica, com 27 trabalhadores, entre os quais existiam numerosos laços familiares, facilitando a transmissão de saberes técnicos e artísticos.

No final da década de 1820, sob a concorrência de anos da loiça importada de Inglaterra, iniciou-se a produção de peças semelhantes em forma e/ou decoração às inglesas, de que serão apresentados alguns exemplares na Exposição «A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia», a inaugurar no próximo dia 22 março, no Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Na década de 1850, após problemas financeiros, a fábrica encerrou, completando cerca de 80 anos de atividade, mantendo-se até hoje como um símbolo da qualidade da faiança produzida entre o Porto e Gaia.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis preserva uma coleção de cerca de 180 peças da Fábrica de Louça de Miragaia, resultante de diferentes incorporações.

 

Comissariada por José da Costa Reis, na exposição «A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia» aborda-se o tema das faianças ‘azul de safra’, assim denominadas devido à tonalidade da cor do seu vidrado, produzidas na Fábrica de Louça de Miragaia, no Porto, e datáveis do período compreendido entre 1775 e 1822.

 

A organização museológica da exposição promove a relação desta coleção com outras coleções de artes decorativas do Museu Nacional Soares dos Reis, valorizando a sua contextualização e interpretação com aproximações à história e às artes plásticas europeias, nomeadamente Pintura, Desenho e Gravura.

Dia Mundial da Poesia assinalado com visita temática especial

18 de Março, 2024

Público
Jovens e adultos

 

Duração
50 minutos

 

Inscrições
Formulário online (até 48 horas de antecedência)

 

Valor
Gratuita

O Museu Nacional Soares dos Reis promove, no próximo dia 21 março, pelas 15 horas, a Visita Orientada ‘Artistas Mulheres, Poesia e Liberdade’, coincidindo com a celebração do Dia Mundial da Poesia. A participação é gratuita e as inscrições estão a decorrer.

 

Para as artistas representadas na exposição de longa duração do Museu Nacional Soares dos Reis, ser mulher não foi uma condição limitadora à sua afirmação e reconhecimento num mundo de domínio maioritariamente masculino.

 

As obras, vivências e percursos destas artistas, nascidas entre os séculos XVII e XX, são o ponto de partida para uma visita que se completa com poesia assinada por mulheres que viveram na mesma época, em circunstâncias similares.

 

A partir da contemplação de peças de Josefa d’Óbidos, Francisca de Almeida Furtado, Maria da Glória Ribeiro, Sofia e Aurélia de Souza, Sarah Afonso e Irene Vilar e das circunstâncias em que trabalharam, faz-se a ligação a poetas como Soror Maria do Céu, Antónia Pusich, Marta Câmara, Judith Teixeira, Maria O’Neil, Maria Osswald e Sophia de Mello Breyner.

 

A poesia é uma expressão íntima e universal, que transforma a linguagem comum em formas criativas, reveladoras de ideias, sentimentos e ações.

 

O Dia Mundial da Poesia comemora-se anualmente, a 21 de março. A data foi implementada na 30.ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 1999.

 

Este dia pretende salientar a importância da poesia enquanto manifestação artística comum a toda a Humanidade. Celebra-se também a criatividade, a pluralidade linguística e cultural e promove-se o ensino e declamação da poesia.

Conversa sobre Exposição Teresa G. Lobo e Domingos Sequeira disponível online

15 de Março, 2024

Conversa dedicada à Exposição «Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira – um diálogo no tempo», com as participações do Diretor do Museu Calouste Gulbenkian, António Filipe Pimentel, do Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, António Ponte, do curador da exposição Bernardo Pinto de Almeida e da artista Teresa Gonçalves Lobo.

A mostra coloca em diálogo a nova exposição de desenhos de Teresa Gonçalves Lobo com obras de Domingos Sequeira, o grande artista português da transição do século XVIII para XIX.

 

No diálogo que sustenta esta exposição, percebe-se como uma semelhante aproximação ao desenho e ao modo do riscar acontece nas obras destes dois artistas apesar da longa distância no tempo que os separa, mas cujo propósito de fazer nascer a forma desse uso do risco os aproxima.

 

Teresa Gonçalves Lobo nasceu em 1968 no Funchal. Vive e trabalha em Lisboa e no Funchal. Estudou desenho, pintura, gravura e fotografia no Ar.Co Centro de Comunicação Visual e no Cenjor, respetivamente. Encontra-se representada em diversas coleções, privadas e institucionais, em Portugal e no estrangeiro.

 

A exposição estará patente ao público no Museu Nacional Soares dos Reis até ao próximo dia 28 abril.

Olhares em Diálogo sobre ‘Fontes e Fontanários – a água e a cidade’

15 de Março, 2024

‘Fontes e Fontanários – a água e a cidade’ é o tema da primeira sessão do programa «Olhares em Diálogo no Museu Nacional Soares dos Reis. Ciclo de Visitas Orientadas a Duas Vozes», promovido pelo MNSR em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto.

 

A sessão está marcada para o próximo dia 19 março, sendo dirigida em exclusivo aos estudantes e profissionais do ICBAS, assim proporcionando visitas temáticas que irão explorar as ligações entre a medicina, as ciências da vida e da saúde e a arte, colocando lado a lado as visões e perspetivas de gestores de coleção do Museu e de docentes do ICBAS.

 

Adelaide Carvalho, gestora de coleção do MNSR, e Adriano Bordalo e Sá, Professor Associado do ICBAS, serão os orientadores desta visita comentada dedicada às ‘Fontes e Fontanários – a água e a cidade’.

A água, elemento essencial à vida, inspirou a construção de estruturas para a sua distribuição, fontes e chafarizes, que marcaram o urbanismo e a vivência nas cidades.

 

Pontos de vivacidade do município do Porto, as Fontes e os Fontanários espalhados pelas ruas, largos e praças da cidade constituem locais onde o património e a história do Porto é visível e som da água ecoa. Fonte dos Leões, Fonte Monumental Mouzinho da Silveira, Fonte da Cantareira, Chafariz do Passeio Alegre, Chafariz da Trindade e Fonte da Praça da Ribeira são alguns exemplos da Fontes mais emblemáticas da cidade.

 

Atualmente, o Porto dispõe de um total de 170 Fontes e 65 Fontanários distribuídos pelo tecido urbano (fonte: Águas do Porto).

As ilustrações de Soares dos Reis para ‘Os Lusíadas’ de Luís de Camões

14 de Março, 2024

Embora seja reconhecido como um dos mais aclamados escultores portugueses, António Soares dos Reis era também exímio no desenho, tendo colaborado com desenhos da sua autoria para ilustrações de várias obras. São exemplo desses desenhos, aqueles que produziu para ‘Os Lusíadas: poema épico em dez cantos’, de autoria de Luís de Camões, edição de 1878, da Imprensa Nacional.

 

Dirigida por Duarte Joaquim dos Santos e Aristides Abranches, trata-se de uma edição bilingue, em Português e Francês, traduzida por Fernando de Azevedo, com prólogo de Manuel Pinheiro Chagas, desenhos de Soares dos Reis e gravuras de J. Pedroso.

 

Para esta publicação, Soares dos Reis contribuiu com os seguintes desenhos: Camões (estampa do título), Concílio dos Deuses (1º canto), As Nereides (2.º canto), Assassínio de D. Inês de Castro (3.º canto), O Velho da praia do Restelo (4.º canto) e A estampa Assalto a Veloso (5.º canto).

 

A edição desta obra data de 1878 mas só foi concluída e colocada à venda dois anos mais tarde, em 1880, ano da comemoração do tricentenário da morte de Camões.

 

António Soares dos Reis fez vários estudos antes de concluir os desenhos, sendo que alguns desses estudos integram o acervo do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Considerado uma das figuras mais importantes da literatura portuguesa, Camões é o autor d’Os Lusíadas, sendo aclamado como uma das principais vozes da literatura épica mundial.

 

Por muito que a sua vida tenha sido sofrida e atribulada, o poeta notabiliza-se por uma educação requintada, que lhe permitiu estabelecer o contacto íntimo e inspirativo com as referências da poesia de então. Estima-se que o nascimento de Camões tenha ocorrido algures na primeira metade do século XVI, no ano de 1524, estando agora a decorrer a evocação dos 500 anos do seu nascimento.

 

Camões foi membro da corte, na condição de poeta lírico, embora tenha assumido uma vida incauta, que o conduziu a um autoexílio em África. Foi lá, como militar do exército português, que Camões perdeu o seu olho direito, acabando por voltar a Portugal. No entanto, voltaria a viajar, desta feita para o Oriente, onde redigiu “Os Lusíadas”, obra que quase perdia em pleno alto mar. O poeta morreu com 55 anos, estando sepultado no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Convento de Santa Clara em Vila do Conde renasce como unidade hoteleira

14 de Março, 2024

O Museu Nacional Soares dos Reis tem origem no Museu de Pinturas e Estampas e outros objetos de Belas Artes, criado em 1833 por D. Pedro IV de Portugal, primeiro Imperador do Brasil, para salvaguarda dos bens sequestrados aos absolutistas e conventos abandonados na guerra civil (1832-34).

 

Com a extinção das ordens religiosas recolheram-se obras, entre outros, nos mosteiros de Tibães e de Santa Cruz de Coimbra. Conhecido como Museu Portuense, ficou instalado no extinto Convento de Santo António da Cidade, na praça de S. Lázaro, vindo a ser formalizado por decreto em 1836 por D. Maria II.

 

De entre as peças que integram o acervo do Museu Nacional Soares dos Reis destacamos três peças provenientes do Convento de Santa Clara, em Vila do Conde: a Estante de Coro, o Esquife e a escultura Virgem com o Menino.

Situado numa pequena colina, na periferia da malha urbana de Vila do Conde, com vistas sobre o vale do rio Ave e sobre a própria cidade, o Convento de Santa Clara foi integrado, pelo Turismo de Portugal, no Programa Revive, tendo sido lançado, em 2018, o concurso público para a sua concessão, obras de reabilitação e posterior exploração como estabelecimento hoteleiro.

 

Ainda sem data para a cerimónia de inauguração oficial, o grupo hoteleiro vencedor do concurso anunciou já a abertura do novo The Lince Santa Clara, hotel de cinco estrelas, para o próximo dia 22 março.

 

O Convento fundado em 1318 por D. Afonso Sanches, filho ilegítimo do rei D. Dinis e sua mulher D. Teresa Martins, com o intuito de acolher senhoras da nobreza com poucos recursos. Foi doado no ano seguinte à Ordem de Santa Clara, tendo funcionado como convento feminino até à sua extinção no século XIX. O edifício conventual foi parcialmente reedificado em 1777, sendo alvo de sucessivas alterações até finais do século XX.

 

Integrado num vasto conjunto monumental, que integra também a Igreja Gótica de Santa Clara, o respetivo claustro e o aqueduto, a sua volumetria assume-se de forma majestosa perante a vila e sobre o vale do rio Ave, com uma imagem neoclássica.

Exposição «A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia»

13 de Março, 2024

O Museu Nacional Soares dos Reis inaugura, no próximo dia 22 março, pelas 18 horas, a exposição temporária «A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia», contando com a presença do Conselho de Administração da Museus e Monumentos de Portugal, EPE.

 

A mostra estará patente até 23 junho 2024, contando com o apoio mecenático da AOF-Augusto Oliveira Ferreira e Lusitânia Seguros, bem como o apoio do Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Comissariada por José da Costa Reis, nesta exposição aborda-se o tema das faianças ‘azul de safra’, assim denominadas devido à tonalidade da cor do seu vidrado, produzidas na Fábrica de Louça de Miragaia, no Porto, e datáveis do período compreendido entre 1775 e 1822.

A organização museológica da exposição promove a relação desta coleção com outras coleções de artes decorativas do Museu Nacional Soares dos Reis, anteriores ao moderno conceito de design, valorizando a sua contextualização e interpretação com aproximações à história e às artes plásticas europeias, nomeadamente Pintura, Desenho e Gravura.

 

A exposição e respetivo roteiro pretendem reforçar a visibilidade e o conhecimento da coleção de cerâmica do Museu Nacional Soares dos Reis, um dos mais importantes acervos cerâmicos à guarda dos museus nacionais portugueses, estabelecendo a relação das influências da cultura inglesa na produção da Fábrica de Miragaia.

 

António Ponte, Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis, salienta que a presente exposição permite “o estabelecimento de um diálogo, programático e museográfico, entre as faianças azul de safra com outros objetos coevos da coleção do Museu Nacional Soares dos Reis, transmitindo-se a ideia de transversalidade nas artes decorativas e nas artes plásticas portuguesas desta época”, o que resulta de “uma vontade de pensar as coleções para além das suas fronteiras e de acordo com as aspirações e necessidades do visitante contemporâneo”.

 

No conjunto das diferentes proveniências, o acervo de cerâmica do Museu inclui, atualmente, cerca de 4.000 peças de distintas tipologias: azulejaria, cerâmica de autor, núcleos de faiança portuguesa e espanhola (séculos XVI a XX), de porcelana chinesa e japonesa (séculos XVI a XX), de porcelana europeia (séculos XIX e XX) e de faiança holandesa de Delft (séculos XVII e XVIII).

 

Breve história da Fábrica de Louça de Miragaia na cidade do Porto

 

No contexto das reformas da indústria portuguesa promovidas pelo ministro Marquês de Pombal, a Fábrica de Louça de Miragaia foi fundada por um comerciante minhoto enriquecido no Brasil, João Rocha (1720-1799), em Miragaia (Porto), em 1775. Teve como sócio fundador seu sobrinho João Bento da Rocha.

 

O objetivo dos empresários era “manufacturar toda a qualidade de peças da dita loiça á maneira da que vem de Paizes Estrangeiros”, especialmente da China e da Europa.

 

Em 1814, já depois dos prejuízos sofridos com as Invasões Francesas, a Fábrica de Louça de Miragaia era a maior da cidade do Porto no ramo da cerâmica, com 27 trabalhadores, entre os quais existiam numerosos laços familiares, facilitando a transmissão de saberes técnicos e artísticos.

 

No final da década de 1820, sob a concorrência de anos da loiça importada de Inglaterra, iniciou-se a produção de peças semelhantes em forma e/ou decoração às inglesas, que são apresentados alguns exemplares na Exposição «A faiança azul de safra da Fábrica de Miragaia». Na década de 1850, após problemas financeiros, a fábrica encerrou, completando cerca de 80 anos de atividade, mantendo-se até hoje como um símbolo da qualidade da faiança produzida entre o Porto e Gaia.

 

O Museu Nacional Soares dos Reis preserva uma coleção de cerca de 180 peças da Fábrica de Louça de Miragaia, resultante de diferentes incorporações.

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