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A Ourivesaria e a Joalharia: da época pré-romana ao século XIX

1 de Março, 2024

Os núcleos de Ourivesaria e Joalharia do Museu Nacional Soares dos Reis foram constituídos em 1932, com a incorporação de um conjunto de objetos do espólio do Paço Episcopal do Porto. A coleção foi crescendo com a incorporação de peças provenientes de conventos extintos, de acervos de palácios reais, de doações e de aquisições pontuais.

 

O depósito das coleções da Câmara Municipal do Porto no Museu, ocorrido em 1937, valorizou o núcleo de Joalharia de forma significativa, enriquecendo-o com um variado conjunto de joias pertencentes ao acervo do extinto Museu Municipal.

 

A Exposição de Longa Duração do Museu Nacional Soares dos Reis apresenta vários exemplares que cobrem distintas épocas cronológicas, desde a pré-romana (900 a.C.) até ao século XIX.

Os adereços eram usados como adorno corporal, amuleto, forma de distinção social ou símbolo de poder. O par de Pulseiras de ouro e o Tesouro de Estela são relevantes testemunhos da história da Ourivesaria e dos metais nobres em Portugal.

 

Estas peças de joalharia comprovam que já se dominava o trabalho dos metais num passado mais longínquo. Evidenciando contactos com povos de culturas centro-europeias e mediterrânicas, refletem o conhecimento de formas e técnicas decorativas, bem como do processo da fusão de metais que se mantiveram até aos dias de hoje.

 

Ourivesaria do século XVIII

A exploração das minas de ouro e pedras preciosas no Brasil teve forte impacto na joalharia portuguesa a partir da primeira metade do século XVIII, refletindo o luxo e opulência de uma sociedade abastada. A Guarnição de corpete, joia de adorno da imagem de Nossa Senhora do Monte do Carmo de Lisboa, é uma expressão notável deste esplendor.

 

O gosto desmedido por joias vai repercutir-se na diversidade de adornos de uso pessoal, masculinos e femininos: gargantilhas, alfinetes e anéis, fivelas de sapatos, insígnias, entre outros.

 

No conjunto de peças de prata civil e religiosa sobressai a produção nacional com a representação de dois grandes centros – Porto e Lisboa. A expressão estrangeira cabe a artífices e oficinas de Itália e Alemanha.

 

Joias e acessórios de uso pessoal

As joias e os acessórios de uso pessoal do século XVII ao XIX acompanharam as alterações da moda europeia. No século XIX difunde-se o gosto pelas joias ligadas a momentos importantes da vida pessoal e à expressão de sentimentos, como os pendentes com retratos em miniatura servindo de lembrança de um ente querido ou acontecimento familiar. Os anéis eram usados como mero adorno ou símbolo de autoridade, de amor, viuvez ou amizade. As joias de temática religiosa podem incluir crucifixos ou pendentes com a Virgem, Cristo ou santos. As caixas de rapé (tabaco moído), algumas exibindo delicados retratos, testemunham o hábito generalizado deste consumo pela Europa.

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