Nos próximos dias 15, 16 e 17 de novembro, cerca de 50 espaços do Porto dedicados à arte contemporânea abrem portas para um novo evento: Circuitos’24.
Sendo o mais antigo museu de arte de Portugal, berço do Centro de Arte Contemporânea, o Museu Nacional Soares dos Reis integra a iniciativa, promovida pela Galeria Municipal do Porto, que visa dar visibilidade às pessoas e aos projetos que formam o tecido artístico da cidade. Assim, o fim de semana tem como principal objetivo fortalecer o contacto e a familiaridade entre o público e a produção contemporânea da cidade.
Dos contextos institucionais e museológicos, passando pelos espaços de arte autogeridos por artistas e as galerias comerciais, cada um destes espaços de criação, mostra e pensamento integra uma sugestão de circuito diário, à qual acresce uma lista de eventos com diferentes propostas programáticas, entre inaugurações, concertos, performances, conversas e outras atividades.
Durante a iniciativa Circuitos’24 será ainda lançado o Mapa de Arte Contemporânea do Porto, uma plataforma digital que pretende permitir o acesso rápido à localização e informações sobre uma ampla variedade de espaços de arte contemporânea na cidade.
Para além da Exposição de Longa Duração, os visitantes do Museu Nacional Soares dos Reis terão ainda oportunidade de conhecer e explorar as seguintes exposições temporárias:
CAC 50 anos: A Democratização Vivida
Integrando o programa oficial das Comemorações dos 50 Anos do 25 de abril, e com curadoria de Miguel von Hafe Pérez, a exposição ‘Centro de Arte Contemporânea – 50 anos: A Democratização Vivida’ evoca a história do CAC – Centro de Arte Contemporânea, embrião da Fundação de Serralves e do seu Museu de Arte Contemporânea. Conhecido como o ‘Enterro do Museu’, ocorrido a 10 junho de 1974, o protesto de artistas realizado à porta do Museu viria a dar origem à criação do Centro de Arte Contemporânea (CAC 1976-1980).
A exposição revisita a história desta aventura primordial no contexto institucional português, recriando alguns dos seus momentos expositivos e trazendo à luz muitos documentos gráficos pouco conhecidos.
Afinidades na Joalharia Contemporânea
O projeto Afinidades é um ciclo de cinco edições, com temáticas anuais, compostas por exposições, workshops e conversas que exploram momentos de sintonia, empatia e semelhança entre a cultura da comunidade criativa do quarteirão Bombarda e a história e acervo do Museu Nacional Soares dos Reis. Em 2024, o tema é a Joalharia Contemporânea, tendo a artista Inês Nunes como Curadora e a obra ‘Firmino’ como referência. O resultado das participações no concurso é apresentado numa exposição anual que demonstra as “afinidades” entre a peça do Museu selecionada e as criações dos diversos artistas.
Memória Próxima
As questões da memória têm sido objeto de pesquisa de João Paulo Serafim. Desde 2005, tem vindo a desenvolver o projeto MIIAC-Museu Improvável Imagem e Arte Contemporânea, no qual – através da fotografia e da bibliografia – combina memórias pessoais e coletivas.
Ao longo de 2024, numa residência artística no Museu Nacional Soares dos Reis, João Paulo Serafim explora os temas basilares do seu trabalho num processo que intitulou de ‘Memória Próxima’. O resultado dessa residência é apresentado no formato de exposição no Museu Nacional Soares dos Reis.
Siza, Câmara Barroca
Exposição realizada no âmbito do projeto de investigação Siza Barroco, desenvolvido pelo Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Siza Barroco é um projeto de investigação que visa pôr em evidência a relação entre a ideia de Barroco e a obra de Álvaro Siza. As relações entre a arquitetura de Álvaro Siza e o Barroco estão presentes em vários autores que escreveram sobre Siza, além de permanecerem no modo como o próprio Siza, referindo-se ao Porto e a Nasoni em textos escritos, anuncia o seu interesse e empenho em conhecer melhor a arquitetura e a cidade Barrocas.
Exposição/Instalação Luxúria
Luxúria é uma proposta artística de Pedro Bastos, que se compõe de formas e processos criativos complementares, entre imagem estática e extática, fruto de uma investigação artística, sensorial e técnica, com o recurso ao cruzamento multidisciplinar entre o digital e analógico, entre a imagem fixa e em movimento. Estabelecem-se diálogos a partir de iconografias comuns de luxúria na escultura medieval no Norte de Portugal, trazendo para a atualidade e para uma realidade cinematográfica e dramatizada, ou romantizada, estas temáticas, efetuando leituras e releituras das mesmas, salientando os seus aspetos estéticos sob o prisma de uma poética contemporânea.