Comemora-se, a 18 abril, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, aprovado pela UNESCO em 1983, este ano sob o tema Património resiliente face às catástrofes e aos conflitos. O objetivo é sensibilizar para a importância da preservação, salvaguarda e valorização do Património Cultural.
Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1934, o Palácio dos Carrancas foi mandado construir, em 1795, pela família Morais e Castro, pertencente à burguesia portuense, que aqui instalou a Fábrica de Tirador de Fio de Ouro e Prata.
O edifício, com unidade fabril e residência, testemunhou e foi palco de acontecimentos sociais, militares e políticos ao longo do século XIX.
A grandiosidade do edifício associou-o ao cenário dos grandes acontecimentos político-militares da cidade. Durante a primeira invasão francesa, foi considerado um local estratégico e ocupado pelo marechal Soult. Pouco depois, estabelecia-se aqui o seu sucessor no comando militar da cidade, chefe do exército libertador, o general Arthur Wellesley.
Durante o Cerco do Porto (1832-1833), os Morais e Castro acolheram o rei soldado, D. Pedro IV, que a partir deste Palácio administrou o país, até que uma ameaça da artilharia o forçou a transferir-se para outro local.
Após o declínio da fábrica, o Palácio foi adquirido pelo rei D. Pedro V que o transformou em residência Real no Porto (desde 1862), funcionando como espaço de representação institucional e receção dos monarcas, até à morte de D. Manuel II, último Rei de Portugal. O edifício foi doado em testamento à Santa Casa da Misericórdia do Porto e, posteriormente, incorporado no Património do Estado.
Segue-se a instalação do Museu Nacional Soares dos Reis no Palácio dos Carrancas onde, no âmbito das Comemorações Nacionais de 1940, foi inaugurada a exposição A Obra de Soares dos Reis.