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Armando Basto: o ‘cronista do lápis’ no 135º aniversário de nascimento

26 de Maio, 2024

Armando Pereira de Basto nasceu no Porto em 26 maio de 1889 e morreu em Braga em 1923. Entre 1903 e 1910 frequentou as aulas de Desenho, Escultura e Arquitetura na Academia Portuense de Belas Artes.

 

Do seu temperamento rebelde e inconformista e da voluntária cabulice resultara um fraco aproveitamento escolar, não tendo concluído o curso da Academia. Entre as aulas e o convívio boémio com os amigos, Armando de Basto desenvolvia uma atividade intensa no campo da caricatura e do desenho humorístico, manifestando grande originalidade e talento. Naqueles anos que antecederam e prepararam a República, convivia com jovens artistas, escritores e jornalistas, grupo de sonhadores boémios que se reuniam no café Chaves, lugar preferencial de encontro.

 

No seio desta tertúlia, foi crescendo o seu talento de “cronista do lápis” como lhe chamava Cristiano de Carvalho. Publicou várias “folhas” e jornais humorísticos: o Lúcifer, o Monóculo, o Careca, a Corja. Colaborou ainda em diversas revistas e periódicos e em todos eles deixou registados inúmeros desenhos. É na sequência desta atividade que o vemos organizar, em 1910, a sua primeira exposição individual, no Porto, inteiramente dedicada ao desenho humorístico, caricaturas e composições: interessavam-lhe os factos políticos, os acontecimentos locais, as gentes da rua e os gracejos amigos.

 

Animado pelo êxito da exposição resolve partir para Paris, uma das suas maiores ambições, com o objetivo de fazer um curso de arquitetura. Companheiro inseparável de Diogo de Macedo, contactou também com Aquilino Ribeiro, Mário de  Sá-Carneiro, com o pintor Ferreira da Costa que o retratara, Santa Rita, Manuel Jardim, José Pacheco, entre muitos outros.

Em Paris deu continuidade à sua atividade de caricaturista tendo mesmo exposto no Salon des Humoristes e colaborado em jornais da especialidade. Começou a pintar por volta de 1913, animado pelos amigos que lhe ofereceram telas, tintas e pincéis. O seu primeiro modelo foi Diogo de Macedo e o retrato foi um dos géneros que mais praticou.

 

Está representado na coleção do Museu Nacional Soares dos Reis por nove obras, parte das quais em exposição permanente.

 

Créditos Imagem: Óleo sobre tela Autorretrato de Armando Basto, 1917. @Museu Nacional Soares dos Reis

Fonte bibliográfica

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