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O pintor Joaquim Lopes e a amizade com Raquel Soares dos Reis

23 de Abril, 2024

Nascido em Vila Nova de Gaia, a 23 de abril de 1886, Joaquim Lopes era amigo de Raquel Soares dos Reis, nascida nesse mesmo mês e ano (a 20 abril de 1886).

 

Raquel Engrácia de Macedo Soares dos Reis era filha de António Soares dos Reis e Amélia Aguiar de Macedo. Tinha apenas três anos quando o pai faleceu. O seu irmão mais novo, Fernando de Macedo Soares dos Reis, morreu muito jovem com apenas vinte e sete anos de idade, vítima de pleurisia.

 

Após a morte do pai, Raquel Soares dos Reis foi com a mãe e o irmão morar com os avós maternos durante cerca de 4 a 5 anos, até regressarem à casa-oficina, em Vila Nova de Gaia. Nunca casou, tendo acompanhado sempre a mãe.

 

Ao longo da sua vida, Raquel moveu esforços para ver recuperada a casa-oficina que o pai criou e onde a família viveu durante muitos anos, sendo apoiada nessa vontade pelo pintor Joaquim Lopes que, enquanto professor da Escola de Belas Artes do Porto, integrou uma comissão composta pelos professores Marques da Silva, Joaquim Lopes e Acácio Lino, que “levaram à Câmara o seu apoio de artistas e a promessa de colaborar no projeto de aquisição e reconstrução da casa-oficina em que a Câmara de Gaia se havia mostrado também empenhada”.

 

Em 1939, Raquel Soares dos Reis foi retratada por Joaquim Lopes, num óleo sobre tela que integra o acervo do Museu Nacional Soares dos Reis (ver imagem ao lado).

Joaquim Lopes matriculou-se na Escola de Belas Artes do Porto, em 1906, tendo como mestres José de Brito, em Desenho, e Marques de Oliveira, em Pintura. Este último teve grande influência na sua formação e a amizade e admiração que nutria pelo mestre estão bem patentes na obra que, mais tarde, escreveu sobre ele.

 

No Porto, Joaquim Lopes fez parte da Sociedade de Belas Artes do Porto, apresentando-se nas suas exposições desde 1918 e participando na tentativa de renovação levada a cabo por vários artistas.

 

Na sua vasta obra tocou vários géneros, como a paisagem, que constituiu motivo frequente da sua pintura, dando-lhe um colorido e vigor caraterísticos. Foi também autor de vários retratos, como o de Raquel Soares dos Reis; de cenas da vida quotidiana do povo; e de pintura histórica, de que é exemplo o painel Justiça de D. Pedro I.

 

Para além do Museu Nacional Soares dos Reis, a obra de Joaquim Lopes (na imagem retratado por Heitor Cramez) encontra-se espalhada por vários museus e instituições públicas, de que são exemplo o Museu do Chiado, em Lisboa, o Museu de Grão Vasco, em Viseu, ou o Museu do Abade de Baçal, em Bragança, e ainda em coleções particulares.

Joaquim Lopes por Heitor Cramez
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