Uma exposição comemorativa da atividade do Centro de Arte Contemporânea (CAC) será o grande destaque da programação do Museu Nacional Soares dos Reis em 2024, ano de celebração dos 50 anos do 25 de Abril, momento fundador da democracia portuguesa.
A data simboliza o início de um caminho de profundas transformações económicas, sociais e culturais, que tiveram como motor a democratização e a europeização do país. Nesse sentido, o Museu Nacional Soares dos Reis adota o tema transversal a toda a programação Liberdade e Transgressões.
A exposição, a inaugurar em junho, com curadoria de Miguel von Hafe Pérez, pretende colocar em diálogo a obra artística com as fontes documentais, e tem como ponto de partida as obras adquiridas pelo Museu Nacional Soares dos Reis, mas também toda a produção documental e gráfica da atividade do Centro de Arte Contemporânea, onde se incluem catálogos de exposição, cartazes, convites e registos fotográficos.
O apoio do Museu Nacional Soares dos Reis à contemporaneidade artística na cidade do Porto viu-se perpetuado no depósito de cerca de uma centena de obras, adquiridas no período de cinco anos de funcionamento do CAC, naquela que viria a ser a atual Fundação de Serralves.
A programação sob o mote Liberdade e Transgressões será complementada com visitas orientadas, conversas, oficinas, concertos e congressos.
No Serviço de Educação destacam-se as parcerias institucionais como forma de materializar programas e projetos de educação e mediação. Disso é exemplo, o Programa “Domingo em família no Museu” que, com a participação de entidades externas, permite às famílias usufruir, em todos os domingos do ano, de atividades que passam pelas oficinas, música, escrita, performances e teatro, e criar conexões com as diferentes obras de arte e com o Museu.
Os cursos e as residências artísticas são também uma aposta para o ano 2024, bem como os programas e projetos para e com as escolas. De destacar o Programa Arte e Sustentabilidade, que consiste num conjunto de oficinas com recurso à reutilização criativa e consciente de diversos materiais. O programa assinala o contributo do Museu para a Agenda 2030 da ONU e o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, bem como os projetos de parceria institucionais que visam trabalhar as coleções triangulando-as com o tema Liberdade e Transgressões.
O ano 2024 marcará, igualmente, a consolidação de projetos como Arte e Saúde e Outros Lugares, assim como o arranque do projeto Afinidades, desenvolvido pelo Museu Nacional Soares dos Reis em parceria com a Associação Quarteirão Criativo, e que visa criar uma rede de proximidade e de estímulo à criatividade da comunidade de joalheiros existentes no Quarteirão Bombarda.
No calendário de exposições temporárias, 2024 trará ao Museu Nacional Soares dos Reis, já no final de janeiro, a mostra Teresa Gonçalves Lobo e Domingos António de Sequeira: um diálogo no tempo, com curadoria de Bernardo Pinto de Almeida. As exposições O azul de safra na cerâmica de Miragaia e José Zagalo Ilharco completarão o primeiro semestre.
Destaque ainda para o programa Depositorium – Arte e Gastronomia, através do qual o Museu Nacional Soares dos Reis se propõe lançar o desafio a vários chefs de cozinha para olharem, do ponto de vista gastronómico, as várias coleções do acervo do museu, desde a pintura e a escultura, ao desenho, mobiliário, cerâmica, ourivesaria. Esta exposição será acompanhada por um programa paralelo composto por conversas e jantares temáticos.
A nível editorial, o Museu Nacional Soares dos Reis prepara o lançamento de uma linha dedicada às coleções e artistas, sendo o Catálogo Completo da Obra de Aurélia de Souza o primeiro do programa.
Reaberto em pleno em abril, o Museu Nacional Soares dos Reis terminou o ano 2023 registando um total de 74.712 visitantes, sendo este o segundo melhor ano da última década em termos de afluência de públicos, apenas superado em 2016 (totalizou 98.694 visitantes), ano em que o Museu apresentou a exposição temporária dedicada a Amadeo de Souza Cardoso, Porto – Lisboa, 2016 – 1916 (na foto).