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Soares dos Reis na estreia da temporada da Casa da Música

10 de Janeiro, 2024

A escultura «A Música», de António Soares dos Reis, será a primeira de um conjunto de peças do acervo do Museu Nacional Soares dos Reis a ser apresentada na Casa da Música, no Porto, já a partir do dia 12 janeiro, data de abertura da temporada de programação em 2024, no âmbito da colaboração entre as duas instituições.

 

Este ano, Portugal é o País Tema da Casa da Música. O repertório e os intérpretes portugueses e a evocação de compositores mundiais que marcaram a vida musical em Portugal são os eixos principais da programação de 2024 da Casa da Música.

 

A temporada que agora começa celebra, também, os 50 anos do 25 de Abril, os 500 anos do nascimento de Luís de Camões e os 100 anos do nascimento de Joly Braga Santos.

 

A escultura «A Música», em bronze, cuja fundição foi realizada em 1957, reproduz o modelo em gesso de 1877 destinado a uma encomenda do canteiro Moreira Rato, de Lisboa. Trata-se da imagem alegórica da Música com a representação de uma figura feminina de vestes longas, com túnica e manto drapeado, tendo os braços descobertos, a cabeça levemente inclinada para a direita, coroada de louros e cabelos apanhados, braços segurando uma cítara.

 

A fundição foi realizada através do Fundo João Chagas, o qual resultou de uma doação ao Estado feita em 1941 por Maria Teresa Chagas, em memória de seu marido, o republicano João Pinheiro Chagas.

Sobre António Soares dos Reis

 

Patrono do Museu desde 1911, António Soares dos Reis, considerado um dos maiores escultores portugueses do séc. XIX, nasceu a 14 de outubro de 1847 em Vila Nova de Gaia.

 

Com apenas 14 anos, matriculou-se na Academia Portuense de Belas Artes, onde – durante a frequência do curso – colheu vários prémios e louvores. Em poucos anos o curso estava concluído, obtendo o 1º prémio nas cadeiras de desenho, arquitetura e escultura.

 

Aos 20 anos tornou-se pensionista do Estado no estrangeiro. Entre 1867 e 1870 permanece em Paris como pensionista, recebendo lições de Jouffroy, Yvon e Taine. Em Paris recebe vários prémios pelos seus trabalhos.

 

Após breve estada em Portugal, em 1871 parte para Roma, etapa decisiva na sua formação. É em Roma que inicia a execução de O desterrado (1872), obra de inspiração clássica, ensaio de transição para o naturalismo, premiada na Exposição Geral de Belas-Artes de Madrid de 1881.

 

Regressado ao Porto em 1873 para se dedicar à carreira artística, colabora em publicações e preside ao Centro Artístico Portuense. A partir de 1881, leciona Escultura na Escola de Belas-Artes do Porto, embora discorde da orgânica do ensino.

 

Soares dos Reis é admirado pelos seus contemporâneos, recebe encomendas, participa em concursos e exposições, concebe monumentos públicos. A doença e insatisfação levam-no ao suicídio, em 1889, no seu atelier.

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