Atribuído ao século XVII, este tapete é considerado dos mais antigos que se conservaram entre nós.
Tem a particularidade de apresentar o ponto de bordado executado em várias direções acompanhando o movimento do desenho, e os motivos decorativos contornados a ponto “pé-de-flor”.
A decoração é marcadamente diferente no campo e na barra. No campo, ressaltam os enrolamentos vegetalistas, na barra, vemos uma sequência de flores e pássaros, e, nos cantos, águias bicéfalas.
A técnica dos tapetes a que chamamos “de Arraiolos” consiste num bordado executado com lã de ovelha sobre uma tela de estopa (a parte mais grosseira do linho) ou de juta. O ponto é cruzado, sendo uma das laçadas mais comprida.
Durante muito tempo as lãs foram tingidas com corantes naturais: a cor vermelha era conseguida a partir de pau-brasil e de trovisco, o azul era obtido com índigo, o amarelo a partir do lírio-dos-tintureiros…
Porquê Arraiolos? A explicação é dada por alguns investigadores como decorrente da expulsão dos muçulmanos de Lisboa, em 1498, e a consequente fixação de uma comunidade naquela localidade alentejana. O Tapete de Arraiolos é resultado do cruzamento de técnicas e tradições culturais: o gosto decorativo oriental e a técnica do bordado ocidental.