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As ilustrações de Soares dos Reis para ‘Os Lusíadas’ de Luís de Camões

14 de Março, 2024

Embora seja reconhecido como um dos mais aclamados escultores portugueses, António Soares dos Reis era também exímio no desenho, tendo colaborado com desenhos da sua autoria para ilustrações de várias obras. São exemplo desses desenhos, aqueles que produziu para ‘Os Lusíadas: poema épico em dez cantos’, de autoria de Luís de Camões, edição de 1878, da Imprensa Nacional.

 

Dirigida por Duarte Joaquim dos Santos e Aristides Abranches, trata-se de uma edição bilingue, em Português e Francês, traduzida por Fernando de Azevedo, com prólogo de Manuel Pinheiro Chagas, desenhos de Soares dos Reis e gravuras de J. Pedroso.

 

Para esta publicação, Soares dos Reis contribuiu com os seguintes desenhos: Camões (estampa do título), Concílio dos Deuses (1º canto), As Nereides (2.º canto), Assassínio de D. Inês de Castro (3.º canto), O Velho da praia do Restelo (4.º canto) e A estampa Assalto a Veloso (5.º canto).

 

A edição desta obra data de 1878 mas só foi concluída e colocada à venda dois anos mais tarde, em 1880, ano da comemoração do tricentenário da morte de Camões.

 

António Soares dos Reis fez vários estudos antes de concluir os desenhos, sendo que alguns desses estudos integram o acervo do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Considerado uma das figuras mais importantes da literatura portuguesa, Camões é o autor d’Os Lusíadas, sendo aclamado como uma das principais vozes da literatura épica mundial.

 

Por muito que a sua vida tenha sido sofrida e atribulada, o poeta notabiliza-se por uma educação requintada, que lhe permitiu estabelecer o contacto íntimo e inspirativo com as referências da poesia de então. Estima-se que o nascimento de Camões tenha ocorrido algures na primeira metade do século XVI, no ano de 1524, estando agora a decorrer a evocação dos 500 anos do seu nascimento.

 

Camões foi membro da corte, na condição de poeta lírico, embora tenha assumido uma vida incauta, que o conduziu a um autoexílio em África. Foi lá, como militar do exército português, que Camões perdeu o seu olho direito, acabando por voltar a Portugal. No entanto, voltaria a viajar, desta feita para o Oriente, onde redigiu “Os Lusíadas”, obra que quase perdia em pleno alto mar. O poeta morreu com 55 anos, estando sepultado no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

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