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Abertura da programação anual com duas novas exposições

23 de Janeiro, 2024

O Museu Nacional Soares dos Reis inaugura, no próximo dia 25 janeiro (quinta-feira), às 18 horas, duas novas exposições temporárias: «Teresa Gonçalves Lobo e Domingos Sequeira: um diálogo no tempo» e «Paisagem – José Zagalo Ilharco».

 

Desafiando a novos olhares e a diálogos, por vezes, inesperados, o Museu Nacional Soares dos Reis tem vindo a partilhar as suas coleções com artistas contemporâneos.

 

É o caso da exposição de desenhos de Teresa Gonçalves Lobo que o curador Bernardo Pinto de Almeida enquadra “dentro deste programa, que privilegia uma revisão das obras da coleção do Museu Nacional Soares dos Reis, integrando os desenhos de Teresa Gonçalves Lobo num diálogo com obras de Domingos Sequeira, o grande artista português da transição do século XVIII para XIX.”

De acordo com o curador, “a sugestão da escolha de Sequeira para abrir um diálogo com as obras de Teresa Gonçalves Lobo foi o ter encontrado nas obras de ambos um mesmo sentido da invenção plástica e metamórfica do desenho que, claramente experimentado no seu plano expressivo, acentua a possibilidade de se espraiar sobre as superfícies, fazendo vibrar a coreografia de inúmeras linhas como modo de sugerir a presença de formas que, ainda que irreconhecíveis numa modalidade figurativa, não deixam de funcionar como formas de uma figuração.”

 

Teresa Gonçalves Lobo (Funchal, 1968), cujo trabalho se iniciou há mais de duas décadas, centrou-se logo de início no desenho como campo expressivo onde tem desenvolvido notável pesquisa. Está representada em diversas coleções, privadas e institucionais, em Portugal e no estrangeiro.

 

Domingos Sequeira (Lisboa, 1768 – Roma, 1837), considerado por alguns o mais talentoso e original pintor português do seu tempo, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da arte portuguesa de início do século XIX.

 

No diálogo que sustenta a presente exposição percebe-se como uma semelhante aproximação ao desenho e ao modo do riscar acontece nas obras de ambos os artistas, apesar da longa distância no tempo que os separa, mas cujo propósito de fazer nascer a forma desse uso do risco os aproxima.

 

Também no dia 25 janeiro, pelas 18 horas, inaugura a exposição «Paisagem», uma mostra composta por uma seleção de fotografias do arquivo familiar de José Zagalo Ilharco, fotógrafo amador que deixou relevante obra, por poucos conhecida, num valioso testemunho de paisagens de Portugal do final do século XIX e início do século XX.

 

José Zagalo Ilharco (Lamego, 1860 – Porto, 1910), fotógrafo amador, premiado internacionalmente com uma imagem do rio Souza, dedicou-se primordialmente à fotografia de paisagem, mas também à antropologia dos espaços, de que são exemplo as imagens agora reveladas do Porto e de Matosinhos.

 

As reproduções das melhores imagens que produziu foram reunidas em álbum pelo filho Norberto de Melo Zagalo Ilharco em dois volumes (1947) e, sendo propriedade dos herdeiros, são tornadas públicas num reconhecimento ao seu legado.

 

A seleção apresentada no Museu Nacional Soares dos Reis inclui, entre originais e reproduções, sobretudo paisagens de Matosinhos, Leça da Palmeira, Porto e Douro. Das imagens apresentadas destaca-se, igualmente, um núcleo de fotografias realizadas em 1893 do velódromo Maria Amélia, produzidas antes da sua inauguração nos terrenos do Paço Real do Porto, onde se encontra instalado, atualmente, o Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Sublinha-se ainda a existência de um exemplar da revista O Tripeiro (maio 1946), assinado e com dedicatória de Vasco Valente, no qual é publicado um artigo do então Diretor do Museu Nacional Soares dos Reis sobre o Real Velo Club do Porto, de que José Zagalo Ilharco fazia parte, tendo sido seu sócio fundador.

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