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41º Aniversário de Falecimento do poeta e pintor Julio-Saúl Dias

17 de Janeiro, 2024

Representado na Exposição de Longa Duração do Museu Nacional Soares dos Reis, com as obras «Duas Irmãs» e «O Circo» (na foto), o poeta e pintor Júlio Maria dos Reis Pereira faleceu a 17 janeiro de 1983.

 

Considerado um dos maiores nomes do Modernismo português, Julio era engenheiro civil, mas foi como poeta e artista plástico que o seu nome se eternizou.

 

Está representado nas mais importantes coleções de arte do século XX em Portugal, como a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu de Serralves, o Museu Nacional Soares dos Reis, ou a coleção de Arte do Estado, para além de inúmeras coleções privadas.

Julio dos Reis Pereira nasceu em Vila do Conde em 1902. Engenheiro de profissão, atividade que exerceu na Câmara Municipal de Vila do Conde e na DGEMN, frequentou, enquanto “aluno voluntário”, a Escola de Belas-Artes (Porto, 1919-1921) e a Académie de la Grande Chaumière (Paris, 1962).

 

Artista voluntariamente livre e independente encontrou na presença o espaço de criação e divulgação da sua obra. A presença, folha de arte e crítica (Coimbra, 1927-1940), teve como principal mentor e impulsionador José Régio, irmão do artista, contando com a colaboração e a participação de Julio/Saúl Dias, João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca, Alberto Serpa, Sarah Afonso, Almada Negreios, Mário Eloy, Arpad Szenes, Vieira da Silva, entre outros.

 

Em 1930 participa no I Salão dos Independentes, na Sociedade de Belas Artes, em Lisboa. A partir de então irá expor individualmente por diversas vezes.

 

Em 1953 participa na 2ª Bienal de São Paulo, Brasil. Em 1958 vence o primeiro prémio de desenho no IV Salão de Outono do Estoril. Manoel de Oliveira realiza o filme documentário As Pinturas do Meu Irmão Julio, com palava de José Régio e pinturas de Julio, em 1965. Em 1967 é publicada a Obra Poética de Saúl Dias. Realiza exposições retrospetivas no Museu de Évora (1964), na Cooperativa Árvore, Porto (1967), na Câmara Municipal de Vila do Conde (1979), e na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1980), entre outras mostras.

 

Em 1972 participa na exposição coletiva da Galeria S. Mamede e, no mesmo ano, participa também, por escolha do crítico Rui-Mário Gonçalves, na EXPO AICA SNBA 1972 organizada em Lisboa pela Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Críticos de Arte.

 

Ainda nesse ano passa a viver em Vila do Conde, na casa da Avenida Júlio Graça, que será a sua última residência e onde terá o seu último atelier. Participa num vasto conjunto de exposições e publica o livro de poesia e desenhos Essência. Em 1980 recebe o Prémio da Crítica, ex-aequo com António Ramos Rosa, pelo livro Obra Poética, de Saúl Dias*.

 

Faleceu na sua terra natal em 1983, com 81 anos.

 

* Adaptação de texto originalmente publicado pela Câmara Municipal de Vila do Conde

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