Nascido em Figueiró dos Vinhos, a 24 abril de 1844, José Simões de Almeida (tio) foi o primeiro bolseiro de Escultura da Academia de Belas-Artes de Lisboa a estudar no estrangeiro (António Soares dos Reis foi o primeiro da Academia do Porto).
Em 1855, com 11 anos de idade, Simões de Almeida iniciou-se como aprendiz na oficina de fundição de ferro do Arsenal da Marinha, onde o seu pai era chefe. Começou, assim, desde muito novo, a aprender os segredos das técnicas da fundição, das moldagens e das práticas oficinais, transitando depois para a secção de entalhador do mesmo Arsenal.
A revelação das aptidões do jovem aprendiz determinou que lhe fosse concedida licença para frequentar a cadeira de Desenho da Academia de Belas-Artes de Lisboa.
Em Paris, frequentou, até 1870, a Escola Imperial de Belas-Artes e as lições do professor François Jouffroy (1806-1882), considerado um escultor oficial. Em 1872, regressou a Portugal devido à Guerra Franco-Prussiana, depois de se ter alistado num batalhão de estudantes. De Lisboa segue diretamente para Roma, onde contatou com diferentes coleções de escultura, aí encontrando António Soares dos Reis.
O escultor gaiense é, de resto, o autor do Retrato de Simões de Almeida (na foto), pertencente ao acervo do Museu Nacional Soares dos Reis. A fundição em bronze deste medalhão foi realizada em 1940 pela Comissão Executiva dos Centenários, reproduzindo o modelo original em gesso, datado de 1884.
Simões de Almeida foi professor de Desenho e de Escultura na Escola de Belas-Artes de Lisboa durante 31 anos, onde formou várias gerações de artistas. Foi ainda diretor interino do Museu Nacional (antepassado do Museu Nacional de Arte Antiga) entre 9 março e 5 julho de 1905.
Fonte: PEREIRA, José Fernandes (dir.) – Dicionário de escultura portuguesa. Lisboa : Caminho, 2005.