Assinala-se, hoje, 1 janeiro, o 165º aniversário de nascimento de Henrique Pousão. Nascido em 1859, em Vila Viçosa (onde viria também a falecer aos 25 anos), sagrou-se como pintor da primeira geração naturalista.
Henrique Pousão ingressou na Academia Portuense de Belas-Artes, e foi pensionista do Estado em França e Itália.
A pintura de caminhos e ruas, pátios, casas, aspetos de Paris, testemunha o seu percurso criativo, que culmina nas estadias em Roma e Capri.
Desde cedo que a família lhe reconhecera talento, manifesto sobretudo em retratos a lápis. Com 10 anos passa a residir em Barcelos e, em 1872, fixa-se no Porto. É nesta cidade que frequenta o atelier do pintor António José da Costa para preparar a entrada na Academia Portuense de Belas-Artes (1872).
Muito influenciado por Marques de Oliveira, regressado de Paris em 1879, Pousão ganha o concurso de pensionista, chegando a Paris no final do ano de 1880, acompanhado de Sousa Pinto (1856 – 1939).
Antes de ingressar no atelier de Cabanel e de Yvon, visitou galerias de arte e museus tanto em Paris, como em Madrid.
Neste ano, muda-se para Roma, onde aluga um atelier e, em 1882, produz significativas obras, também em Nápoles e Capri.
Paisagens de um poético e vibrante cromatismo, em exercícios de captação de luz, pinturas de género como Cecília, e retratos, com Senhora Vestida de Preto, realizado já em Paris, revelam a sua modernidade, invulgar no panorama artístico português.
No final de 1883, já doente, decide regressar a Portugal. A viagem foi efetuada via Génova, passando por Marselha e Barcelona, onde pinta “Cais de Barcelona” (na imagem ao lado).
Em março de 1884, poucos dias antes de falecer pinta “Um ramo de flores” (na imagem superior).
A sua obra, que revela o arrojo e o talento do jovem pintor e o seu interesse absoluto nos valores da pintura em si em detrimento dos temas ou da narrativa, foi entregue, após a sua morte prematura, à Academia Portuense de Belas Artes.
Na coleção do Museu Nacional Soares dos Reis, a obra de Henrique Pousão está fortemente representada com destaque para as obras “Casas Brancas de Capri”, “Senhora Vestida de Preto” e “Janelas das Persianas Azuis”, todas classificadas como tesouros nacionais.