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149º Aniversário de Nascimento de António Fernandes de Sá

7 de Novembro, 2023

O escultor e professor António Fernandes de Sá nasceu em Avintes, Vila Nova de Gaia, a 7 de Novembro de 1874.

 

Entre as principais obras de António Fernandes de Sá conta-se, entre muitas outras, «A Cabeça de Velha», com evidentes influências de Rodin, cuja versão em bronze foi comprada pelo governo francês e a versão de mármore (na foto) se guarda no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto.

António Fernandes de Sá nasceu em Avintes, Vila Nova de Gaia, a 7 de Novembro de 1874. Na infância acompanhava o pai até à oficina de marmorista e fundidor de trabalhos em gesso na antiga Rua dos Lavadouros, no Porto, rua que veio a dar lugar à Avenida dos Aliados.

 

Em 1888 inscreveu-se na Escola de Belas Artes do Porto onde frequentou os cursos de Arquitetura, Pintura, Escultura e Desenho Histórico e foi discípulo, entre outros, do mestre Marques de Oliveira, na disciplina de Desenho.

 

Em 1895, com Tomás Alberto de Moura, Eduardo da Costa Alves Júnior e Abel de Vasconcelos Cardoso concorreu ao pensionato do Estado no estrangeiro, na classe de Escultura. Depois de classificado em primeiro lugar, Fernandes de Sá seguiu até Paris em 1896.

 

Na capital francesa, onde sofreu a influência da obra de Auguste Rodin (1840-1917), frequentou a Academia Julien, na qual foi discípulo de Denys Puech (1854-1942); a classe de Escultura de Alexandre Falguière (1831-1900), na École des Beaux-Arts; e a classe de Desenho de Louis-Auguste Girardot (1856-1933), na Académie Colarossi.

 

Foi admitido no Salon (1898) e participou na Exposição Universal de Paris (1900), mas não confraternizou com os artistas portugueses aí residentes, nem mesmo com o condiscípulo António Carneiro. O seu único companheiro foi o pintor Eugénio Moreira, com quem passou uns dias na Bélgica e na Holanda, na Páscoa de 1899.

 

Terminado o pensionato regressou a Portugal, em 1901. Casou com Lúcia de Araújo Lima, sua conterrânea, mulher culta e com vocação para o ensino, da qual teve três filhos: Manuel, António e Álvaro. No Porto, montou um atelier, na Rua Álvares Cabral.

 

Em 1902 enviou trabalhos para a Exposição de Belas Artes de Lisboa, sendo, de novo, premiado. No ano seguinte foi eleito Académico de Mérito da Academia Portuense de Belas Artes.

 

Anos depois, em 1917, transferiu o seu atelier para a Rua da Constituição, localização mais próxima do Colégio Araújo Lima, propriedade da família da mulher. Nesta escola, participou na formação artística dos seus alunos e, após a morte da companheira, assumiu a direção do estabelecimento de ensino.

 

A viuvez e a morte de Álvaro, o seu filho mais novo, isolaram-no do mundo.

 

Entre as principais obras de António Fernandes de Sá conta-se, entre muitas outras, «A Cabeça de Velha», com evidentes influências de Rodin, cuja versão em bronze foi comprada pelo governo francês e a versão de mármore (na foto) se guarda no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto.

 

Morreu na sua casa do Largo de Magarão, em Vila Nova de Gaia, a 26 de Novembro de 1959.

(Fonte: Universidade Digital / Gestão de Informação, 2009)

 

O busto «A Cabeça de Velha», de contorno irregular, deixa evidente a pedra mármore, matéria onde emerge a figura de uma idosa, de pálpebras descaídas e ossos salientes de um rosto magro; o tronco despido deixa ver as clavículas e o pescoço esguio.

 

O artista confronta-nos com a crua realidade da beleza perdida. Baseia-se seguramente num tema que recua a 1887 referindo-se, em concreto, a uma das pilastras das Portas do Inferno de Auguste Rodin, a quem se fica a dever também, com esta figuração, o impressionante mármore Celle qui fut la Belle Heaulmière.

 

Foto de capa: António Fernandes de Sá @Arquivo Municipal do Porto

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