Natural de Travanca, Amarante, onde nasce a 25 fevereiro de 1878, Acácio Lino Magalhães foi para o Porto frequentar o Liceu Central. Concluído o curso, matriculou-se na Academia Portuense de Belas Artes tendo como colegas as irmãs Aurélia e Sofia de Sousa. Enquanto aluno da Academia, participou nas exposições aí promovidas, dos “alunos considerados dignos de distinção”. Na Academia Portuense foi discípulo de Marques de Oliveira.
Em 1904 partiu para Paris como pensionista do Estado, onde continuou os estudos junto a Jean Paul Laurens e F. Cormon. Daí enviava assiduamente trabalhos que eram expostos na Academia do Porto. Em Paris conviveu com Constantino Fernandes, Alves Cardoso, Sousa Lopes, João da Silva e Simões de Almeida (sobrinho). Depois da permanência nesta cidade, seguiu-se uma viagem a Itália.
De regresso ao Porto, concorreu ao lugar de Professor da Academia na cadeira de Pintura Histórica, aí iniciando uma longa carreira docente, abandonando-a como professor jubilado. Autor de uma vasta obra, distinguiu-se sobretudo como paisagista, pintor de trechos rústicos e animalista. Do retrato, de que é autor de uma vasta galeria, foi intérprete sóbrio.
Acácio Lino dedicou-se às grandes composições históricas, revelando preocupação pelo rigor histórico. A temática preferencial incidiu em grandes dramas da História de Portugal: o artista é autor do célebre quadro “O Grande Desvairo” (Câmara Municipal do Porto) que representa a tragédia de D. Pedro e D. Inês. Realizou trabalhos de decoração no Museu da Artilharia (1907) e no Palácio da Assembleia Nacional (1921 – 1922). No Porto, em colaboração com José de Brito, executou a pintura do teto da sala de espetáculos do Teatro Nacional de S. João.
Em Portugal, Acácio Lino expôs regularmente nos salões da Sociedade de Belas Artes do Porto, desde 1910 e noutros, como o Salão Silva Porto, recebendo a Medalha de Ouro de Mérito Artístico da Câmara Municipal. Em Lisboa, obteve a Medalha de Honra na Sociedade Nacional de Belas Artes, expondo “Moleirinhas da Minha Aldeia” e, consequentemente, foi nomeado professor na Academia Nacional de Belas Artes. O artista recebeu ainda a Comenda da Ordem de Santiago de Espada. Em 1943, a Sociedade Nacional de Belas Artes promoveu uma Exposição de Homenagem. Acácio Lino morreu no Porto, em 1956.
Imagens
Arrancada, Acácio Lino, 1928 @Museu Nacional Soares dos Reis
Palhaços Músicos, Acácio Lino, 1903 @Museu Nacional Soares dos Reis