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140º Aniversário de Nascimento de José de Oliveira Ferreira

8 de Janeiro, 2024

José de Oliveira Ferreira nasceu no Porto, na freguesia de S. Nicolau, em 8 de janeiro de 1883. Distinguiu-se como escultor sendo considerado “um guia para a sua geração, pela arte e humildade que o haviam caraterizado”.

 

José de Oliveira Ferreira foi aprendiz do mestre António Teixeira Lopes, enquanto estudava em horário noturno na Escola de Desenho Industrial Passos Manuel (1895-1898), em Vila Nova de Gaia. Concluiu os estudos neste estabelecimento de ensino e, de seguida, matriculou-se na Escola de Belas Artes do Porto (EBAP), em 1898.

 

Em 1905, com outros condiscípulos da EBAP reivindicou a reforma da Escola e do Ensino Artístico e concluiu o curso de Escultura com a classificação máxima, tendo apresentado como prova final Uma mulher cai desfalecida num banco público, segurando duas crianças ao colo.

Enquanto estudante participou nas obras de reconstrução do Palácio de S. Bento, dirigidas por Ventura Terra, e na produção do grupo escultórico A Pátria de Teixeira Lopes.

 

Após conclusão dos estudos continuou a colaborar no ateliê do seu mestre até que, em 1907, participou e venceu o concurso para pensionista do Estado no estrangeiro, com A prisão do mendigo.

 

Nesse centro artístico e cultural de referência estudou, entre outros escultores, com Mercié (1845-1916), confraternizou com outros artistas compatriotas (como os escultores Costa Mota, Simões de Almeida e João da Silva e os pintores Sousa Lopes, Acácio Lino e Amadeo Souza Cardoso), esculpiu, expôs e visitou museus.

 

Em 1908, o busto Sorriso foi premiado no Salon e produziu Ida para o dispensário, um conjunto escultórico em argila. Também enviou obras para a Exposição dos Trabalhos Escolares da Escola Portuense de Belas-Artes: Cabeça de mulher, Estudo ao natural, Cabeça desenhada do gesso e Mercúrio.

 

Em 1909, em colaboração com o irmão e arquiteto Francisco de Oliveira Ferreira, participou no concurso para o Monumento à Guerra Peninsular, a erigir em Lisboa, com o projeto vencedor intitulado Aspirantes portugueses. O triunfo neste concurso obrigou-o à interrupção da bolsa de estudo. Regressou, então, a Portugal (de dezembro de 1910 a janeiro de 1911).

 

Em 1912, ocupou-se da construção da casa-oficina de Miramar (Vila Nova de Gaia), que ele próprio projetara, e onde veio a residir e a trabalhar, a partir de 1913.

 

Em 1930, participou na XXVII Exposição da Sociedade Nacional de Belas-Artes, tendo alcançado a segunda medalha com o bronze O melhor sono da nossa vida, dedicado às mães, obra que veio a ser colocada em Viseu, terra natal da mãe do escultor.

 

Em 1931 ganhou a primeira medalha na XXVIII Exposição da Sociedade Nacional de Belas-Artes.

 

Dois anos depois, em 1933, foi inaugurado o Monumento à Guerra Peninsular e o escultor foi distinguido com o grau de comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada.

 

José de Oliveira Ferreira foi membro do Conselho de Arte e Arqueologia do Norte do País.

 

Morreu em Miramar, Vila Nova de Gaia, a 3 de Outubro de 1942.

 

Diogo de Macedo, na sua obra “Notas de Arte”, referiu-se ao escultor como sendo um guia para a sua geração, pela arte e humildade que o haviam caraterizado[1].

 

Imagem: Busto do jornalista e fotógrafo Henrique Guedes de Oliveira, por José de Oliveira Ferreira (1907). Acervo do Museu Nacional Soares dos Reis

 

[1] Adaptação de texto originalmente publicado aqui

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