Assinala-se hoje, 30 novembro, o 130º Aniversário da Morte de Francisco José Resende, artista que, seguindo na esteira de Roquemont com uma pintura de género a valorizar o lado pitoresco dos costumes, marcou lugar na história do romantismo português.
Francisco José Resende de Vasconcelos nasceu no Porto a 3 de dezembro de 1825. Estudou no ateliê de Augusto Roquemont, cuja influência se fez sentir na sua pintura, e frequentou a Academia Portuense de Belas Artes.
A partir de 1851, passou a ocupar nesta mesma Academia o cargo de professor substituto da cadeira de Pintura Histórica, nomeação feita por decreto especial, firmado pela Rainha D. Maria II.
Com o objetivo de finalizar a sua aprendizagem artística partiu para Paris em 1854, custeado particularmente pelo rei D. Fernando II, ingressando no ateliê de Adolphe Yvon, onde trabalhou sob a sua direção durante 5 anos. De volta a Portugal, retomou o seu lugar na Academia Portuense de Belas Artes, prosseguindo com as mesmas funções de regente da cadeira de Pintura Histórica até ser jubilado.
Realizou obra vasta e variada, marcada por algumas quebras da qualidade que lhe valeram, ainda em vida, acesas críticas por parte de alguns colegas. Conhecido pela pintura de género, onde fixou tipos e costumes populares das regiões nortenhas, Resende pintou também inúmeros retratos, algumas paisagens, flores e naturezas mortas. A sua atividade artística passou pela miniatura, pontualmente pela escultura, estendendo-se à crítica literária colaborando em vários jornais, com destaque para “O Comércio do Porto”.
Participou em numerosas exposições em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente Paris, Madrid e Londres, onde foi premiado com uma medalha de prata atribuída ao quadro “Pescadores de Leça”. Seguindo na esteira de Roquemont com uma pintura de género a valorizar o lado pitoresco dos costumes, Resende marcou lugar na história do romantismo português.
Francisco José Resende faleceu a 30 novembro de 1893. Seis anos após a morte do artista, Claire, sua filha, doou a tela “Amai-vos uns aos outros” (pormenor na foto) à Academia Portuense de Belas Artes, quadro que hoje integra o acervo do Museu Nacional Soares dos Reis.