Amadeo de Souza-Cardoso pertence à primeira geração de pintores modernistas portugueses, destacando-se pela qualidade excecional da sua obra e pelo diálogo que estabeleceu com as vanguardas históricas do início do século XX.
Nascido em Mancelos (Amarante) a 14 novembro 1887, faleceu a 25 outubro de 1918, em Espinho, vítima da epidemia “pneumónica” que assolou a Europa no final da Guerra.
A morte aos 30 anos de idade irá ditar o fim abrupto de uma obra pictórica em plena maturidade e de uma carreira internacional promissora, mas ainda em fase de afirmação.
Amadeo de Souza-Cardoso teve uma vida curta e intensa em Paris, onde fez contactos com os artistas modernistas, e regressou a Portugal no início da Primeira Guerra Mundial como um pintor reconhecido nos meios da vanguarda.
Participou em exposições coletivas em Paris, Berlim, Nova Iorque, Chicago, Boston e Londres, e chegou a exibir e a vender o seu trabalho nos Estados Unidos, sendo considerado, pelo crítico de arte norte-americano Robert Loescher, “um dos segredos mais bem guardados do início da arte moderna”.
Em 2016, mais de 40 mil pessoas visitaram a exposição dedicada a Amadeo de Souza-Cardoso no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto (que depois seguiu para o Museu do Chiado, em Lisboa), e, no mesmo ano, no Grand Palais, em Paris, uma outra exposição reuniu cerca de 250 obras em pintura, desenho e gravura do artista.
A mostra que esteve patente no Museu Nacional Soares dos Reis foi uma recriação da exposição que o próprio Amadeo de Souza-Cardoso fez no Porto, em 1916, a única exposição individual do artista (então, no salão de festas do Jardim Passos Manuel).